Votação desconexa: Gostem ou não, a política de forma figurada se assemelha com o futebol

Licio Antonio Malheiros

Vivemos em nosso país momentos sombrios, fruto, de uma série de ações: atabalhoadas, intempestivas, corporativistas, surreais e por aí vai.

Um fato marcou o nosso país, mais precisamente na noite de 14 de março de 2018, quando, a vereadora Marielle Franco e o motorista Anderson Gomes foram assassinados no Rio de Janeiro.

A elucidação do caso Marielle, se estendeu por seis longos anos, durante os quais; a pergunta que ecoava de forma intensiva, era, quem mandou matar a vereadora Marielle Franco?

Tentaram, de todas as formas associar esse assassinato vergonhoso e imoral à família do ex-presidente Jair Bolsonaro; sem sucesso.

No domingo, 24 de março de 2024, dez dias após o aniversário de sua execução a tiros junto com o seu motorista Anderson Gomes, a Policia Federal (PF), apresentou respostas e revelou os nomes dos supostos mandantes, bem como suas motivações.

Segundo as investigações, Marielle Franco e Anderson Gomes, foram assassinados a mando de um deputado federal chamado Chiquinho Brazão e de um conselheiro do Tribunal de Contas estadual, Domingos Brasão, seu irmão.

A elucidação desse caso tenebroso, trouxe à tona conexões perturbadoras, envolvendo: política, polícia e milícia.

Os irmãos Brazão ganhavam a vida explorando negócios ilícitos na Zona Oeste do Rio, e o que é pior, em conluio com nada mais nada menos, o chefe da Polícia Civil, na época, Rivaldo Barbos, aí, fica mesmo difícil elucidar um caso tenebroso como esse.

O caso Mariele Franco foi submetido ao Plenário da Câmara, por se tratar de um deputado federal conforme recomenda a Constituição Federal, para manutenção da prisão preventiva do Chiquinho Brazão ou não.

Seu nome foi levado para votação; a manutenção da prisão foi aprovada por 277 votos a 129.

A repercussão maior, se deu, diante da votação da bancada de Mato Grosso, votaram a favor da manutenção da prisão, Gisela Simona (União) Emanuelzinho (MDB), e Juarez Costa (MDB).

Votaram contrários a manutenção da prisão, Abílio Brunini (PL), Amália Barros (PL), Coronel Fernanda (PL), José Medeiros (PL) e finalmente Coronel Assis (União).

Os cinco, tentaram de todas as formas justificar suas votações, nada mais justo, dentro do processo democrático, eles alegaram estar respaldando a Constituição vigente em nosso país; porém hoje, infelizmente a nossa Carta Magna vem sendo vilipendiada, achincalhada, literalmente rasgada (Infelizmente, vivemos hoje, tremenda insegurança jurídica).

Alguns irão entender a posição das suas votações, enquanto a maioria absoluta não irá, pois o que foi passado segundo inquérito, o pedido de prisão preventiva do Chiquinho Brazão, tem como objetivo central evitar que ele   atrapalhe a condução do inquérito, prisão preventiva esta, votada através de colegiado.

Agora, o parlamentar enfrentará processo no Concelho de Ética na Casa Baixa que poderá levá-lo à cassação do mandato.

Voltando para nosso mundinho Mato Grosso, por certo, dos cinco que votaram contrário, o maior desgaste recairá no pré-candidato à Prefeito de Cuiabá, Abílio Brunini (PL).

Explico, essa votação desagradou muitas pessoas, alguns, até já disseram não votar nele; essa decisão de voto, acabou jogando literalmente no colo do Eduardo Botelho (União), alguns votos.

Gostem ou não, a política de forma figurada se assemelha com o futebol, um passe errado pode comprometer uma campanha, neste caso especifico por restarem 6 meses para eleição, o Abílio Brunini, terá que remar muito para reverter esse quadro. Vamos aguardar os próximos capítulos.

Licio Antonio Malheiros – é geógrafo.

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