Violência, diferentes motivos

ALFREDO DA MOTA MENEZES 

Depois que publicação mostrou cidades de Mato Grosso no mapa da violência nacional, principalmente a sexta posição da cidade de Sorriso, aumentaram as falas sobre o assunto.

Praticamente toda conversa e tentativa de explicação dá como fator principal pelos muitos homicídios no estado a luta entre facções do crime. Que as facções criminosas chegaram para ficar em lugares de renda alta.

Outro dia um sociólogo da UFMT, expert no assunto, trouxe dados que altera a quase única explicação para a quantidade de mortes violentas em MT. Pontua que existem outros motivos que levam às tantas mortes.              

Feminicídio é um desses. Só em 2023 já foram 101 casos no estado. Outros motivos de desavença e mortes seriam brigas no trânsito ou em bares, seja ou não em fim de semana. Confronto da policia e morte de marginais, um caso crescente no estado.

O estado cresce sua economia puxada pelo agronegócio. Com mais dinheiro, fronteira com a Bolívia, droga e tráfico pelo meio, a coisa aumenta sem ter muito a ver com brigas de facções.        

Legalização e liberalização de mais armas, continua o sociólogo. Quanto mais arma circulando pode ocorrer mais homicídios. Ele coloca também a luta de facções como mais um dado nesse quadro macabro da realidade estadual.              

Muitos outros assunto e desentendimento tem feito a violência aumentar no estado, portanto. E, mais um dado nesse assunto, a concentração de renda, em lugares de grande produção do agro, leva muita gente à marginalidade. Podem ocorrer desentendimentos que podem levar até a homicídios.               

Não é um assunto fácil de resolver nesse ou naquele município. Ou esse ou aquele candidato a prefeito dizer, em campanha ou no mandato, que vai resolver o problema da violência nesta ou naquela cidade. Tem que ser um trabalho de longo prazo, única alternativa.           

E aí entra um problema comum e corriqueiro no estado. Assume um prefeito ou governador e vai tentar minorar o problema da violência. Outro que entra, muitas vezes adversário daquele que sai, pode entender que este não é assunto forte para sua administração e vai investir tempo e dinheiro em outros temas do interesse público. E aí a coisa entorta mais uma vez.            

Deveria ser uma política, dita de estado, em que quem entrar numa prefeitura ou governo deve seguir aquele figurino de combate ao crime de maneira continuada.             

Outro fator que poderia ajudar nessa luta, comentado pelos que trabalham no assunto, é a educação. Lá na escola começar a mostrar outra realidade e alternativas para o futuro daquela criança ou jovem.             

Um tipo de educação que não se sabe se nossas escolas estão apetrechadas sobre o tema. Se não estão, talvez fosse interessante buscar o que outros lugares do país, ou do exterior, fizeram para diminuir a violência em lugares diferentes.         

Ficar na esquina esperando que a coisa vá se acalmar sem tomar medidas para alterar isso, não pode ser o caminho do bom senso.

Alfredo da Mota Menezes – é analista político.

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