Vereador tentou impedir exoneração de servidor do DAE denunciado por cobrar propina

O vereador por Várzea Grande Pablo Pereira (UB), investigado por participação em um esquema na Diretoria Comercial do Departamento de Água e Esgoto (DAE-VG), teria tentado impedir a exoneração de um servidor após a denúncia de cobrança de propina, aponta a representação feita pela Delegacia Especializada de Combate à Corrupção (Deccor) ao Poder Judiciário. 

Ainda segundo o documento, o vereador também usou interferência no DAE, para promover sua reeleição.

O ex-servidor Alex Sandro de Proença é apontado como um dos membros do grupo criminoso. Ele foi exonerado do cargo na Diretoria Comercial pela presidência do DAE, após cobrar propina de um consumidor. Ele foi descoberto após inserir informações falsas por duas vezes no sistema GSAN, na data de 31 de janeiro deste ano.

Segundo o presidente do DAE, Carlos Alberto Simões de Arruda, no período em que tomou a decisão de exonerar Alex, também houve notícias sobre a cobrança de propina contra um procurador, no entanto, pela falta de comprovação, isso não foi levado em conta.

Logo que descobriu a fraude, Carlos comunicou o Diretor Comercial, Alessandro Campos, também envolvido no esquema. No dia seguinte à comunicação, Alessandro se reuniu com Pablo para convencerem o presidente à não efetivar a exoneração de Alex Sandro.

“Na ocasião, Pablo chegou a mencionar que, com essa exoneração, perderia trinta votos. Alessandro também se opôs à exoneração. Conforme explicado pelo Presidente do DAE em depoimento, um ou dois dias depois dessa visita, porém ainda antes de a exoneração ser efetivada, Pablo esteve novamente em sua sala e pediu, mais uma vez, para que não exonerasse Alex Sandro”, diz trecho da representação.

Na oportunidade, Pablo ainda pediu a exoneração de outra funcionária, que foi sua indicação, para colocar outra pessoa no local.

Alex Sandro foi exonerado no dia 07 de maio, e logo após, em 03 de junho, foi nomeado Assessor de Gabinete do vereador Pablo Pereira.

Em outras ocasiões, Alessandro afirmou ser braço direito de Pablo, e negociava nomeações a cargos no DAE. Nos relatórios policiais, também fica comprovada a proximidade de vários servidores com o vereador, incluindo participação na campanha eleitoral e pedido de votos.

“A vasta vinculação política dos servidores da Diretoria Comercial do DAE/VG com o vereador Pablo Pereira demonstra, a um só tempo, tanto a sua ampla penetração e poderio naquele setor do órgão, como o aparelhamento da coisa pública para destinação a interesses pessoais e eleitoreiros, como revelam as conversas captadas na interceptação ambiental”, reforça o documento.

A Polícia Civil conclui ainda que o Diretor Comercial, Alessandro, oferecia amparo estrutural e subterfúgios objetivos para as práticas corruptas, enquanto Pablo usava sua influência política para indicação de pessoas aos cargos do DAE. Os dois são apontados como os líderes do esquema de corrupção para execução de serviços públicos no órgão, causando prejuízos que ultrapassam R$ 11 milhões.

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