“Trabalhamos 12 meses para receber 4; médico é explorado”

O cirurgião pediátrico Osvaldo Mendes voltou a criticar o atraso crônico de salários dos médicos terceirizados na Saúde de Cuiabá. Segundo ele, a situação afugenta os profissionais, que se sentem explorados pelo Município.

 

Osvaldo afirmou que os atrasos ocorrem em toda a rede, mas principalmente no Hospital Municipal de Cuiabá. “Nós trabalhamos 12 meses para receber quatro”.

 

“Além de não receber, os médicos estão sendo explorados. Vamos supor que o plantão seja R$ 1,2 mil, aí para o terceirizado se paga menos, não existe tabela para plantão, existe um parâmetro”, explicou.

Segundo Mendes, o último atraso passava dos 120 dias e a classe de cirurgiões articulava paralisar as atividades, medida justificada pela quebra de contrato.

 

“Pelo menos a cirurgia pediátrica já vai notificar pelo atraso de 120 dias. A gente vai notificar que vai paralisar por quebra de contrato”, afirmou.

 

Há, no entanto, conforme o profissional, uma cláusula em licitação pública que favorece a empresa e permite o atraso no pagamento de salários dos médicos terceirizados.

 

“A lei de licitação permite pagar em até 90 dias. A atual já diz que a partir do momento que você apresenta a nota fiscal do trabalho você tem que pagar em até 60 dias. Eles ficam com isso na mão, pagam o salário, ficamos cinco dias e voltam os 90 de prazo”, explicou.

 

Sentimento de insatisfação

 

De acordo com o cirurgião os recorrentes atrasos salariais têm afetado os profissionais causando um sentimento de insatisfação e fazendo com que eles até se afastem das atividades.

 

“Somos trabalhadores, temos família, pagamos luz, água, tudo. Não somos sacerdotes, somos trabalhadores, temos que pagar nossas contas”.

 

“As pessoas têm que entender que quem comanda a nave é o médico e que saúde se faz com recursos humanos, se você não tiver o médico, a enfermeira, a técnica em enfermagem, você não faz saúde. Acho que o prefeito ainda não conseguiu entender isso”, acrescentou.

 

Segundo o profissional, a prefeitura se esquiva e não dá satisfações sobre o assunto. Enquanto a empresa terceirizada alega não ter recebido da prefeitura, a Empresa Cuiabana diz estar em dia com as contas.

 

“Acho que deve dar amnésia alguma coisa desse tipo, porque ninguém dá satisfação e a insatisfação é muito grande e esta começando pela atenção básica”.

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