Terceirizada pede audiência com Mauro e aponta possível prevaricação de Gilberto

A Síntese Comercial Hospitalar, emitiu uma nota com pedido de uma audiência com o governador Mauro Mendes (União Brasil), para entregar as provas referentes à denúncia que fez sobre o suposto cartel na Secretaria de Estado de Saúde (SES). No documento, a empresa também afirmou que o deputado estadual Gilberto Figueiredo (UB) pode ter prevaricado, pois recebeu a denúncia há dois meses, quando ainda ocupava o cargo de secretário Estadual de Saúde. 

Conforme a  Síntese, ela solicitou audiência com o governador “considerando a preocupação pessoal do Governador em investigar as irregularidades, ilegalidades e crimes que apresentamos em nossas denúncias e representações”, para entregar todos os documentos e provas.  

Na nota, a empresa também afirma que há mais de dois meses todo o teor da denúncia já está com o Ministério Público, com a Justiça Estadual e com o Tribunal de Contas da União (TCU).  

Em conversa com a imprensa na segunda-feira (15), Mauro evitou polemizar o assunto, mas disse que espera a conclusão das investigações policiais e da Procuradoria-Geral do Estado (PGE) para adotar as devidas providências.  

“Isso tem que ser conduzido pelo polícia, se tem uma denúncia, tem que entregar para investigar. Quem está na vida pública tem que dar explicações, agora quem acusa tem que provar. Eu pedi que nossa procuradoria possa entender o que está acontecendo para fazer tudo aquilo dentro da previsão legal”, disse o governador.   

A empresa também mencionou as declarações do deputado Gilberto Figueiredo, que criticou o presidente da Síntese por causa da denúncia envolvendo a secretária-adjunta da Saúde, Kelluby de Oliveira, e as empresas investigadas por formação de cartel na pasta.  

A prestadora de serviços questionou a fala de que “a Síntese não possui sequer um ofício protocolado na Secretaria de Estado reclamando por algum fator”. Conforme apurado, a denúncia foi encaminhada ao então secretário de Estado de Saúde Gilberto Figueiredo no dia 24 de março.  

“Quanto à manifestação do Deputado Estadual Gilberto, talvez por ter sido o secretário da SES durante a grande parte dos anos recentes marcados pela franca atividade ilegal da Medtrauma e empresas afins, e exponencial avanço do faturamento das mesmas, seja a razão pela defesa incondicional dos atos administrativos constantes da denúncia da Síntese sobre dispensas, contratações e até mesmo pagamentos milionários por indenização, taxando que a denunciante ‘mentiu descaradamente’”, diz trecho da nota.

No documento enviado, a Síntese já relata que em 19 de outubro de 2022, por meio de um ofício (identificado na denúncia) a empresa foi informada pela diretora- geral do Hospital Metropolitano de Várzea Grande que foi aderida uma suposta ata de preços, de outra empresa, e que a partir daquela data a Síntese deveria suspender o fornecimento de materiais, sendo que este serviço agora seria de exclusividade da empresa recém-contratada.  

A Síntese também informou ao secretário o número do contrato com esta outra empresa.

“A bem da verdade, o então secretário teve oportunidade de agir frente às ilegalidades, mas não o fez, cabendo a ele responder o porquê. Podendo incorrer em prevaricação com relação às denúncias. Após 2 meses de omissão, somente depois da Síntese ter escalado a denúncia ao conhecimento do controle social (mídia) é que o secretário-deputado suscita que a Síntese esteja ressentida por ter parte de seu contrato ‘rompido”, aponta nota. 

 A empresa, por fim, garantiu que irá continuar agindo do mesmo modo, independente de ameaças de retaliações ou tentativas de intimidação feitas por autoridades políticas.  

“Chama a atenção é que, de um lado, a cautela do Governador em querer em mãos a denúncia para que se proceda a investigação e se responsabilize eventualmente. Lado outro, ex-secretário defende incondicionalmente todos os atos e faz ameaças a quem denuncia, desacreditando-a de plano, e que responsabilizará ‘até a última gota’”.

 

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