Semana começa com onda de calor e temperaturas podem subir até 5°C

A semana começa com influência da nova onda de calor que deve elevar a temperatura em 5°C acima da média para o período em todo o Estado nos próximos dias. O calor intenso que iniciou no fim da semana deve se intensificar no decorrer da semana até o próximo dia 17, conforme alerta do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet). Esta será a quarta onda de calor e poderá ser mais forte do que a onda de calor de agosto, setembro e de outubro de 2023.

Conforme o Inmet, dentro desta nova e intensa onda de calor de novembro de 2023, há possibilidade de que o Brasil estabeleça um novo recorde histórico de calor. Pelos registros do órgão, a maior temperatura oficialmente medida no Brasil, até agora, foi de 44,8°C, em Nova Maringá, nos dias 4 e 5 de novembro de 2020, na fortíssima onda de calor da primavera de 2020.

A baixa umidade do ar também deve marcar a semana em todo Estado. O Inmet e Defesa Civil também alertam para cuidados com a saúde.

Nesta segunda-feira (13), a Capital deve registar máxima de 40°C . A mínima prevista será de 29°C. A umidade do ar pode atingir índices de 20% depois das 16h.  Apesar das altas temperaturas e baixa umidade do ar, há previsão de nuvens com possibilidade de chuva isolada no período da tarde.

Na terça-feira, o dia amanhece ensolarado com termômetros marcando mínima de 29°. À tarde, a temperatura sobe ainda mais e pode ultrapassar os 40°C. A probabilidade de chuvas isoladas à tarde e noite.

No feriado da Proclamação da República, na quarta-feira o dia amanhece com os termômetros marcando mínima de 31°C. O dia será de céu aberto e a máxima pode ultrapassar os 41°C. 

A na quinta-feira deve ser o ápice desta onda de calor, a mínima prevista será de 31°C e máxima 42°C. No entanto, à tarde e à noite há possibilidades de chuvas isoladas.

Na sexta-feira, quando está previsto o fim da onda de calor, a temperatura varia entre mínima de 29°C e máxima de 41°C. Há possibilidade de chuvas isoladas à tarde e à noite.  

Como se caracteriza uma onda de calor?

Onda ou bolha de calor é uma sequência de dias ou até semanas, onde as temperaturas em uma região, relativamente ampla, fica muito acima da média que seria normal para uma determinada época – em torno de 5°C ou mais acima da média, em uma área ampla.

Ondas de calor são geradas por bloqueios atmosféricos causados por grandes sistemas de alta pressão atmosférica.

Uma alta pressão causa um forte movimento de ar de cima para baixo chamado de subsidência. A subsidência deixa o ar seco e a redução da umidade do ar inibe o crescimento das nuvens e diminui a chance de chover. Além disso, a alta pressão atmosférica naturalmente comprime o ar próximo da superfície fazendo o ar esquentar mais.

Calor da primavera de 2023 e El Niño

Parte do calor acima do normal que o Brasil tem vivido na primavera de 2023 está associado ao fenômeno El Niño, que vem se desenvolvendo no oceano Pacífico Equatorial, na costa do Peru, desde o fim do outono de 2023.

A mudança na circulação de ventos em vários níveis da atmosfera, causadas pelo fenômeno, altera o caminho normal das frentes frias sobre a América do Sul. Assim, fica mais difícil a mistura do ar quente com o ar frio, de origem polar, que eventualmente possa chegar ao Brasil junto com as frentes frias.

O El Niño dificulta a formação de corredores de umidade e isso também ajuda a manter o ar mais quente do que o normal sobre o Brasil, com chuvas que ocorrem de forma mais isolada.

A chuva e a nebulosidade são importantes reguladores da temperatura diária. Menos nuvens, menos chuva resultam em mais horas com sol forte e mais calor.

Verão 2023/2024 com El Niño

A primavera de 2023 acontece com um El Niño de forte intensidade, que vai persistir também durante o verão 2023/2024 e dentro de cenário climático global que vem batendo recordes de calor no ar e no mar nos últimos 5 meses, de forma consecutiva.

Não é apenas o oceano Pacífico Equatorial (onde ocorre o El Niño) que está muito quente. O ano de 2023 está sendo marcado também por aquecimento excepcional do oceano Atlântico Norte, que também tem influência direta no clima do Brasil.

EL Niño forte persiste até o outono de 2024

De acordo com análise da Administração Nacional Oceânica e Atmosférica (NOAA, na sigla em inglês) e do Climate Prediction Center (CPC),  no trimestre agosto, setembro, outubro,  o índice ONI (Oceanic Niño Index ) foi de 1,5°C positivo. Este foi o maior valor observado para este trimestre desde o super El Niño de 2015, quando o índice ONI para agosto-setembro-outubro foi de 2,2°C, o maior  valor da série histórica para este trimestre, desde 1950.

Os principais centros de monitoramento do clima global concordam que o atual episódio do fenômeno El Niño deve atingir seu máximo entre dezembro de 2023 e janeiro de 2024, persistirá por todo o verão 2023/2024 e só deve começar a enfraquecer durante o outono (Hemisfério Sul) de 2024.

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