O ex-interventor e procurador do Estado Hugo Fellipe Lima revelou que a Prefeitura de Cuiabá precisou parcelar a conta de energia da Secretaria Municipal de Saúde por falta de recursos.
A informação consta em um relatório enviado ao Tribunal de Justiça no último dia 25.
O ex-interventor reuniu farta documentação – com mais de 1.400 páginas – com objetivo de comprovar o caos vivenciado na administração da Saúde cuiabana.
Dentre os documentos anexados estava um assinado pelo diretor administrativo financeiro, Alan Borges, e pelo secretário adjunto de Gestão, Gilmar de Souza, ambos da Secretaria Municipal de Saúde, pedindo à Energisa para parcelar em duas vezes uma conta de R$ 1.424.433,66.
A proposta era que o valor total a ser pago fosse dividido em duas parcelas de R$ 712.216,83, com entrada no dia 29 de dezembro do ano passado e mais uma parcela que deveria ser quitada no último sábado (28).
Em outro trecho, o ex-interventor expõe que a Secretaria de Saúde não tinha cronograma financeiro, situação que dificultava o pagamento de dívidas dos fornecedores.
“Não há cronograma de desembolso financeiro, logo não há planejamento/critério para pagamento dos encargos trabalhistas, fornecedores, concessionárias de serviços públicos (água, energia, telefone), etc”, detalhou no extenso documento.
“A falta de cronograma financeiro prejudica o controle das obrigações, o que culminou na situação atual: enquanto há fornecedores atrasados há mais de 12 meses, outros estão com o pagamento em dia”, acrescentou.
Além da falta de recurso, Lima rebateu a fala do prefeito Emanuel Pinheiro (MDB) e afirmou que a Saúde tem um déficit total de R$ 229,5 milhões.
O STJ reverteu a intervenção, que apontou um colapso no setor, com milhares de pessoas esperando por cirurgia, falta de medicamentos básicos, como dipirona, falta de médicos e milhares de remédios vencidos.
POR: MÍDIA NEWS