Resolução do Ministério da Saúde diz que terreiros de candomblés e umbanda contribuem para a cura das pessoas

JUPIRANY DE ODÉ

A iniciativa do Conselho Nacional de Saúde (CNS) de aprovar o texto da resolução de número 715/2023 que diz que os terreiros de candomblé e de umbanda auxiliam na cura das pessoas tem toda a minha admiração e respeito. O texto destaca ainda que frequentar estas casas é uma forma de combater o racismo e a violação de direitos de cada ser humano.

A resolução 715 defende, dentre outras coisas a recomendação para que os terreiros de umbanda sejam integrados ao Sistema Único de Saúde (SUS). A portaria publicada no final de agosto considerou esses templos como promotores de saúde e cura. De acordo com o Ministério da Saúde, as Práticas Integrativas e Complementares (PICs) são tratamentos que utilizam recursos terapêuticos baseados em conhecimentos tradicionais, voltados para prevenir diversas doenças como depressão e hipertensão.

Vivemos um momento difícil. O ser humano tem padecido de um grande mal que é a instabilidade emocional. Este desequilíbrio leva à depressão, síndrome do pânico, ansiedade, medos e fobias. As pessoas estão desestabilizadas emocionalmente e, em busca de ajuda, mas sem saber onde encontrar.

É importante dizer que tudo o que buscamos está dentro de nós mesmos. É comum vermos as pessoas insatisfeitas com seus trabalhos, famílias e amigos. E, com isso, não conseguem organizar sua vida, seu caminho. Tudo isso vai gerando um enfraquecimento do espírito e da alma.

Quando ficamos doentes, vamos ao médico em busca de ajuda. A procura de psicólogos e psiquiatras aumenta a cada dia que passa. O resultado desta busca são remédios para dormir e controlar a ansiedade, a síndrome do pânico, as fobias e os medos. Os remédios ajudam sim, de forma imediatista, mas com o tempo acabam causando problemas estruturais no corpo como dores de cabeça, estomago e vários outros sintomas.

A junção da instabilidade, com os sintomas de cunho emocional e os remédios atinge a parte física do ser humano. E, consequentemente, o espírito fica cada vez mais fragilizado. O candomblé e a umbanda buscam alimentar e fortalecer o espírito.

E como se fortalece o espírito? Fazendo trabalhos mediúnicos, fortalecendo o corpo astral, da parte espiritual. Aquele que não se permite, não aceita uma religião fica cada vez mais enfraquecido espiritualmente. Há também os médios frustrados, que não têm o apoio da família, que, normalmente, tem outra vertente religiosa e não aceitam nem a umbanda e nem o candomblé.

É importante lembrarmos que na nossa família espiritual temos descendentes de índios, negros e de escravos. O Brasil é uma mistura de todas as raças. Tivemos avós parteiras, benzedeiras, médios, donos de terreiros. E, nesta vida se não nos permitimos e aceitarmos a religião vem a frustação e, junto com ela, todas estas doenças que já mencionei.

Constantemente recebemos pessoas aqui no terreiro completamente fora de si, desorganizada e desanimadas. E reafirmo que, ambição de vida não é ter bens materiais, mas sim ser feliz, se encontrar na vida, se permitir ter uma religião, ter espiritualidade ter e respeitar o seu sagrado.

Concordo com o SUS: a população não está precisando de ansiolítico e sim de acompanhamento espiritual, mediúnico. Estamos aqui para evoluirmos. A própria palavra Umbanda significa curandeiro. Somos médicos da alma. Tanto a Umbanda, quanto candomblé cura o espírito.

O SUS e o Governo Federal estão de parabéns. Somos um estado laico e está portaria permite que cada um possa exercer de fato e de direito o seu direcionamento espiritual.

 JUPIRANY DE ODÉ – é Babablorixa do Asé Alaketo Ilè Iforiti, Pai de Santo da Tenda Espírita Caboclo Sete Flexas e presidente de Honra da Associação Casa de Oxóssi.

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