TRADIÇÃO CENTENÁRIA

Bordados de redeiras de Limpo Grande em VG ganham mundo fashion em coleção de estilista famosa

A comunidade de Limpo Grande é conhecida pela fabricação das famosas ‘rede cuiabana’, trabalho artesanal produzido pela mulheres da comunidade

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Os bordados feitos em tear vertical, em fios de algodão, com desenhos de cores vibrantes e que representam a fauna e a flora de Mato Grosso, produzidos de forma 100% artesanal na Comunidade de Limpo Grande, em Várzea Grande ganha mais destaque no cenário nacional, agora no mundo fashion. Uma parceria entre Associação das Redeiras de Limpo Grande (Tece Arte) com a  com designer e artista, conhecida por suas criações vibrantes que celebram a arte manual e a cultura brasileira, Isabela Capeto leva arte do bordado feito a mão para as passarelas da moda.

A comunidade de Limpo Grande é conhecida pela fabricação das famosas ‘rede cuiabana’, trabalho artesanal produzido pela mulheres da Tece Arte, que representa as raízes centenárias na arte de tecer, não só as redes, mas outros artigos de tecelagem, como caminhos de mesa, jogos americanos, xales e saídas de banho entre outros artigos bordados. 

O Cuiabá Notícias conversou com a presidente da Tece Arte, Jilaine Maria da Silva, que contou com orgulho a nova parceria que dará mais visibilidade ao trabalho das artesãs, valorizando a cultura e tradição que vem sendo passada de geração para geração. 

“Nossa arte conquistou mais um lugar de destaque, chegamos ao setor de moda, sonho realizado, na qual há tempos estava em nossos planos. Nossa primeira Collab com a estilista Isabela Capeto. Nossas  rendas, além de ser um charme em nossas redes, agora fazem sucesso nos vestidos, saias e bolsas, no setor da moda, todas feitas artesanal”, destaca Jilaine.

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A parceria com a estilista entra na nova coleção da marca e deve ganhar as passarelas do Brasil em 2025 com a promessa de serem a nova tendência do verão.

Este é mais um passo de sucesso das redeiras de Limpo Grande, comunidade localizada a 23 km do centro do município de Várzea Grande. A famosa ‘rede cuiabana’ se tornou em novembro de 2024 Patrimônio Material e Imaterial do Estado por meio da Lei nº 12.690, proposta pelo deputado estadual Fabio Tardin (PSB).

A nova legislação complementa a Lei nº 4.406, sancionada em outubro de 2018, que já reconhecia a rede e o seu modo de produção como patrimônios culturais material e imaterial do município de Várzea Grande.

Jilaine reforçou a importância da medida e destacou o impacto positivo para as artesãs.

“É muito significativo para nós, pois valoriza e reconhece nossa identidade. Nossa cultura tem uma história centenária, e esse reconhecimento motiva as artesãs a manter viva nossa cultura e nossa arte. A rede é conhecida como Rede Cuiabana, mas na verdade é de Várzea Grande. E essa lei vem justamente para se reforçar e dar mais visibilidade e valor naquilo que nós produzimos e principalmente assegurar a nossa identidade, temos muito orgulho de ser de Várzea Grande,  de falar da nossa identidade”, ressalta Jilaine. 

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O trabalho com a tecelagem faz parte das atividades cotidianas dessas mulheres, divididas entre o cuidado das casas e famílias, a agricultura e o artesanato. Cada mulher tem seu tear em casa, apoiado em uma parede, e se dedica a tecer continuamente, por várias semanas a mesma rede, até que esta esteja pronta para ser vendida. 

A Tece Arte foi formalizada apenas em 2021, mas com a força de uma tradição secular. O grupo é composto de 50 mulheres artesãs com idades entre de 20 a 70 anos. Juliane conta que antes as artesãs estavam desacreditadas, mas a união entre as bordadeiras fortaleceu a comunidade. 

“Antes da Tece Arte, vendiam dez redes ao ano. Antes disso, algumas mulheres nem produziam mais. Mas com a fundação da associação ganhamos força e conseguimos motivar as mulheres da comunidade. Nosso grupo começou com 15 mulheres no início foi muito difícil. Hoje somos 50 mulheres conquistando seu espaço no empreendedorismo sem perder a nossa tradição”, lembra a artesã.

As vendas dos artigos bordados são centralizadas no Centro Cultural da Comunidade, mas a comercialização também é feita pela através da internet nos canais da Tece Arte, via Instagram ou WhatsApp.

 

 

 

 

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