O empresário do agronegócio e ligado ao bolsonarismo, Argino Bedin, suspeito de financiar atos golpistas em janeiro deste ano, conseguiu um habeas corpus para permanecer em silêncio durante o seu depoimento na Comissão Parlamentar Mista de Comissão (CPMI) de 8 de janeiro nesta terça-feira (3).
A concessão do HC partiu do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Dias Toffoli. Bedin foi convocado após o relatório da Agência Brasileira de Inteligência (ABIN) identificar o produtor como um dos empresários que estariam financiando os atos de bloqueios nas rodovias mato-grossenses contra o resultado das eleições, onde o ex- presidente Jair Bolsonaro (PL) foi derrotado pelo presidente Lula (PT).
Segundo a ABIN, 72 caminhões eram de Mato Grosso. Destes, segundo a Agência, 16 seriam de sua família, sendo 5 do próprio Bedin. Questionado sobre o relatório da ABIN, Bedin afirmou que permanecerá em silêncio em todas as perguntas feitas.
Argino Bedin é proprietário rural na região de Sorriso (a 397 km de Cuiabá), sócio de pelo menos nove empresas. Após as suspeitas, o empresário teve as contas bloqueadas por decisão do STF. Ele é ouvido na condição de testemunha.
O empresário é suspeito também de ter financiado os acampamentos na beira das rodovias mato-grossenses após o 2º turno das eleições, quando bolsonaristas não reconheciam o resultado das urnas. No entanto, Argino Bedin nega todas as acusações.