Pressão de pragas e doenças nas lavouras norte-americanas deixa agricultores em alerta

Nos Estados Unidos, muitas áreas de soja e milho na região do “cinturão dos grãos”, já estão entrando na reta final do ciclo. Apesar do otimismo em relação ao bom desempenho das plantas no campo, a presença de ervas daninhas de difícil controle e pragas desconhecidas em alguns estados, deixam os produtores apreensivos.

Conforme explica o consultor da Associação dos Produtores de Soja e Milho de Mato Grosso (Aprosoja), Wanderlei Guerra. 

“As ervas daninhas mais importantes para eles que causam prejuízos e dificuldade de controle é o amaranthus palmeri e o Oder hamp, são as duas que competem, da mesma família  que realmente causam danos. O maior custo dos produtores é o dos herbicidas, aqui foram feitas mais de duas ou três aplicações e não conseguiram controlar”, afirma. 

Na região de Dakota do Sul, a cochia (erva daninha) possui resistência ao herbicida 2,4 D, ao glifosato e possui tolerância ao glufosinato. O vice-presidente Sul Aprosoja, Fernando Ferri, conta que a variedade da soja possui uma suscetibilidade à mancha alvo. 

No milho uma doença fúngica chamada philaclora maydis, também está presente. 

O ataque dessas pragas, é considerado pelos agricultores norte-americanos, uma ameaça que pode baixar a produtividade das lavouras nesta safra. Principalmente, em relação à cigarrinha do milho que ainda é desconhecida em algumas propriedades do meio-oeste dos Estados Unidos. 

Ivair Valmorbida é professor entomologista da Universidade do Missouri (EUA). Ele diz que algumas lavouras de milho podem perder uma produtividade de até 15%, dependendo do grau de infestação da cigarrinha do milho. 

“Por ser o primeiro ano, a gente ainda não sabe se essa espécie conseguiu passar o inverno aqui ou se ela foi trazida de outras regiões. É uma novidade impactante”. 

De acordo com o professor, através de um estudo técnico molecular foi identificado nos insetos a presença do fitoplasma e espiroplasma. Também foi detectado os molicutes nos milharais infectados.

“A gente tem monitorado o estado todo, notou o aumento populacional dessas pragas nas últimas semanas e a, principais, espécies que a gente tem é o percevejo verde que é o Chinavia Hilarus e duas espécies de percevejo marrom”, pontua.   

Para o engenheiro agrônomo, César Guaresqui, os produtores norte-americanos possuem um grande aliado chamado, inverno. 

“O inverno ele quebra muito ciclo de doenças e pragas e acaba por não afetar a produtividade de soja e milho como elas são afetadas no Brasil. Então produtores não estão tão preocupados com isso hoje aqui, mas eles estão começando a abrir o olho, porque está começando a aparecer mais algumas coisas, tanto em pragas quanto em doenças que lá na frente podem afetar a produtividade”, diz.

(Com informações Canal Rural)

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