A presidente do Tribunal de Justiça de Mato Grosso (TJMT), desembargadora Clarice Claudino, afirmou que o Poder Judiciário ainda não foi notificado sobre a Operação Ultima Ratio, deflagrada pela Polícia Federal nesta quinta-feira (24) e que investiga corrupção em vendas de decisões judiciais. No entanto, ela garantiu que estão à disposição das autoridades.
A operação cumpre 44 mandatos de busca e apreensão, sendo um dos alvos o empresário Andreson de Oliveira Gonçalves, de Cuiabá. Ele é acusado de atuar como lobista em um esquema de venda sentenças que envolve o advogado Roberto Zampieri, assassinado em dezembro 5 de 2023.
“Nós temos aí essa operação da Polícia Federal, que nós ainda não sabemos ao certo, não fomos notificados, não sei a extensão, mas nós estamos à disposição e atentos para o que o Tribunal puder contribuir. Nós estamos absolutamente à disposição das autoridades”, disse a presidente.
Conforme informações apuradas até o momento, quando a equipe da PF chegou à casa dele, no condomínio de luxo Alphaville, nas primeiras horas da manhã, já não encontrou ninguém. Foi necessário pular o muro da residência e acionar um chaveiro.
O suposto esquema foi descoberto após perícia no celular de Zampieri, encontrado em seu carro, próximo ao corpo. A família tentou impedir que o aparelho fosse periciado, no entanto, o pedido foi negado. Durante a perícia no aparelho, foi apontado que o advogado captava clientes que teriam interesse em processos que tramitavam no STJ.
Em Mato Grosso, o juiz Ivan Lúcio Amarante, da Comarca de Vila Rica, e os desembargadores João Ferreira e Sebastião Moraes, do Tribunal de Justiça de Mato Grosso (TJMT) já foram afastados do cargo por suposto envolvimento no esquema.