O Tribunal de Contas de Mato Grosso (TCE-MT) instaurou, nesta quarta-feira (17), mesa técnica que busca soluções para o pagamento de dívidas da Prefeitura de Cuiabá que ameaçam os atendimentos no Hospital Municipal de Cuiabá (HMC) e no Hospital São Benedito. Durante a reunião, o secretário de Saúde de Mato Grosso, Gilberto Figueiredo (UB), e o presidente do Tribunal de Contas (TCE), conselheiro Sérgio Ricardo, travaram um “bate-boca”.
A discussão ocorreu após Sergio Ricardo destacar que, pela primeira vez, a Corte de Contas oferecia a oportunidade para que secretários do Estado e Município pudessem discutir os problemas da Saúde.
No entanto, Gilberto não demostrou interesse em cooperar, isso deixou Sergio Ricardo irritado, ele chegou a citar que o secretário estaria com “má vontade” para discutir sobre o assunto. O conselheiro ainda chega a sugerir que o secretário “assuma a prefeitura”.
“Eu vejo má vontade desde a sua primeira palavra. O senhor tem a solução? Então assuma a prefeitura, então. Já que tem a solução para tudo. O senhor já está desqualificando, afirmando que essa Mesa Técnica não vai resolver nada”, disse.
O conselheiro afirmou também que o governo precisa olhar para as cidades em tom de igualdade. Contudo, Gilberto divergiu da afirmação do chefe do TCE, dizendo que já havia feito outras reuniões com gestores da prefeitura e nunca deixou de atender os representas da Saúde da Capital.
Em defesa do Estado, Figueiredo disse ainda que a prefeitura “paga mal” os fornecedores e sugeriu que o TCE também avaliasse como os recursos têm sido administrados.
“Eu estou sugerindo que na mesma pauta em que discutimos os recursos necessários, nós avaliemos a qualidade dos gastos”, disse Gilberto.
Sérgio Ricardo não gostou do posicionamento e, em outro momento, chegou a classificar Gilberto como “professor de Deus”.
De acordo com o presidente do TCE, a prefeitura tem apresentado dificuldade em cumprir com as exigências previstas no Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) firmado com o TCE-MT, o Judiciário e o Ministério Público Estadual (MPMT). Diante disso, apontou a necessidade de uma união de esforços para garantir o acesso da população aos serviços de Saúde.
“Uma resolução para o problema envolve a cooperação do Governo do Estado. O TAC exige ações que a gestão não consegue adotar. Então, essa mesa técnica vai buscar caminhos, porque hoje, lamentavelmente, a situação é de caos total na Saúde de Cuiabá. Todos os entes têm que entender que é preciso cuidar das pessoas. Enquanto discutimos isso, as pessoas continuam nas filas das unidades de saúde”, declarou Sergio Ricardo.
