Agentes da Polícia Federal (PF), realizaram busca e apreensão no gabinete do vereador de Cuiabá Paulo Henrique (MDB), durante a segunda fase da Operação Ragnatela, denominada ‘Pubblicare’ deflagrada pela Força Integrada de Combate ao Crime Organizado (FICCO-MT), nesta sexta-feira (20). Também foi entregue à presidência da Câmara o comunicado de prisão do parlamentar, que também concorre no pleito deste ano, buscando à reeleição.
Paulo Henrique já havia sido alvo da primeira fase por suspeita de receber vantagens para conseguir liberação e licenças em casas de show em eventos promovido por uma facção criminosa.
Segundo as investigações da PF, Paulo Henrique, é ligado aos ex-servidores Rodrigo Leal, o empresário e dono do Dallas Bar Wilian Aparecido da Costa Pereira; e o promotor de eventos Elzyo Jardel Xavier Pires.
As investigações apontam que o vereador e Elzyo agiam com influência em liberação de licenças junto a Secretaria Municipal de Ordem Pública e Defesa Civil de Cuiabá (Sorp).
A FICCO identificou que os criminosos contavam com o apoio de agentes públicos, responsáveis pela fiscalização e concessão de licenças para a realização dos shows, sem a documentação necessária.
Comissão de Ética
O vice-líder do governo e membro da Comissão de Ética da Câmara de Cuiabá, Renivaldo Nascimento (PSDB), afirmou que o processo de cassação contra o vereador Paulo Henrique (MDB), será reanalisado após a prisão preventiva pela Polícia Federal nesta sexta-feira.
“Paulo Henrique é vereador, questão de base é ele com o prefeito. Houve uma operação policial, ele foi reconduzido e preso. Ele vai ter que explicar suas atitudes e ações fora dessa Casa, não como vereador, como homem e cidadão. Ele tem que prestar explicações não só a essa Casa, mas à população. Após a análise do inquérito e ordem de prisão, essa Casa vai tomar as providências necessárias que o caso requer”, falou Renivaldo Nascimento.
De acordo com Renivaldo, o processo não estava parado na Comissão de Ética, mas sim seguindo o rito. Segundo ele, os parlamentares aguardavam “fatos novos” comprovando a prática de crimes.
“O processo nessa Casa nunca ficou parado na Comissão de Ética, só temos que ter responsabilidade por lidamos com a vida de pessoas. Algumas pessoas dessa Casa querem sangue, a Comissão de Ética vai reanalisar o processo pois estava aguardando a investigação”, disse Renivaldo.
“Estavam aguardando pois não havia nada que o ligava a fatos delituosos, existiam indícios. Agora com essa prisão, deve ter algum fato novo e essa Casa tem por obrigação de tomar as providências necessárias”, completou o vice-líder.
Os vereadores da oposição também se manifestaram e cobraram a Comissão de Ética da Câmara de Cuiabá, o encaminhamento ao pedido de Comissão Processante contra Paulo Henrique.
“Nos reunimos hoje na Câmara de Vereadores para manifestar o nosso descontentamento com a atuação da Comissão de Ética e a nossa discordância, do procedimento adotado, a nossa cobrança e a nossa parte foi feita desde o princípio”, declarou a parlamentar Maysa Leão.
Estavam presentes os parlamentares Maysa Leão (Republicanos), Sargento Joelson (PSB), Michely Alencar (União Brasil), Demilson Nogueira (PP), Dilemário Alencar (União-Brasil), Dr. Luiz Fernando (União Brasil) e Rogério Varanda (PSDB).