Pesquisa sobre impacto à saúde de bombeiros e brigadistas está sendo realizada em Mato Grosso

No último dia 7 de junho tiveram início as atividades de Avaliação dos efeitos à saúde de bombeiros e brigadistas decorrentes da exposição à poluição atmosférica emitida por queimadas e Incêndios florestais em Mato Grosso. Trata-se de um projeto de pesquisa da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) Universidade do Estado de Mato Grosso (Unemat) e Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT), coordenado em Mato Grosso pela professora Eliane Ignotti.

Este estudo foi uma demanda apresentada por bombeiros e brigadistas em 2019 durante o Congresso Internacional Wild Fire, ocorrido em Campo Grande (MS). No ano seguinte, durante o grande desastre ambiental no Pantanal, um grupo de pesquisadores liderado pela professora Sandra Hacon (ENSP/FIOCRUZ) elaborou a proposta que foi aprovada pelo Fundo Nacional de Saúde do Ministério da Saúde. 

 Os 29 brigadistas do PrevFogo/Ibama de Cáceres (a 220 km de Cuiabá) e mais 120 bombeiros da 1ª. Regional de Cuiabá, que se voluntariaram à Temporada de Incêndios Florestais (TIF) foram convidados a participar do estudo. Agora em junho eles estão sendo submetidos a exames de sangue, urina, raio X de tórax, exame de espirometria e eletrocardiograma, além de sinais vitais, saturação e medidas antropométricas. Além disso, eles são entrevistados sobre histórico de saúde e hábitos alimentares.

 Os brigadistas foram trazidos a Cuiabá com apoio da Unemat e alojados com apoio da Secretaria de Estado de Cultura, Esporte e Lazer (Secel), em Cuiabá. Todos já realizaram os exames conforme planejado, numa parceria com o laboratório Sabin e a empresa Asstramed.

Já os bombeiros estão sendo submetidos à coleta de sangue nos respectivos batalhões e sendo agendados previamente para a realização dos outros exames, de modo a concluírem até o final da próxima semana. Eles foram esclarecidos sobre os objetivos do projeto e os benefícios que os resultados do estudo poderiam trazer à categoria.

A professora Sandra Hacon explicou que muitos estudos sobre poluição atmosférica e riscos à saúde foram realizados com a população em geral e, principalmente, com crianças e idosos. No entanto, nunca foi feito um estudo com aqueles que combatem os incêndios florestais em áreas da Amazônia legal.

Os brigadistas e bombeiros sofrem com o esforço físico, elevadas temperaturas além da poluição do ar em locais de difícil acesso. Esperamos que os resultados da pesquisa contribuam com a implementação de políticas públicas para redução de potenciais riscos à saúde decorrentes desta exposição.

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