Pacientes estão na fila de espera por exame PET-CT em Mato Grosso; falta de medicamento

Pacientes que precisam fazer o exame de PET-CT em Mato Grosso estão na fila de espera há mais de dez dias. Isso porque só existe uma clínica no Estado que realiza o procedimento, o Instituto de Medicina Nuclear (IMN), que suspendeu a realização dos exames por falta do medicamento chamado “glicose marcada com flúor”.

Em Mato Grosso não há nenhum laboratório que produza a Glicose marcada com flúor. Para realização do exame é preciso que esse material venha de fornecedores de outros Estados, o que não está acontecendo por problemas de logística de transporte, em razão do medicamento e seus componentes possuem, no máximo, 2h de vida útil.

O exame custa entre 4 e 5 mil reais. Tanto pacientes particulares, usuários de plano de saúde e Sistema Único de Saúde, estão na fila de espera e não há previsão de quando a Clínica irá retomar os procedimentos.

O Cuiabá Notícias recebeu a informação de que um paciente chegou a ser orientado para ir a Brasília fazer o exame, caso estivesse com urgência.

Conforme o IMN, hoje a realização de exames de PETCT está disponível no país em Brasília, São Paulo e Rio de Janeiro, que são os fornecedores usuais, além de unidades em Fortaleza, Curitiba e Porto Alegre.

O Dr. Waldyr Liberato Júnior, médico responsável pelo serviço de PETCT, no IMN, explicou que a realização de exames de PETCT, depende da utilização de radiotraçador específico, a glicose marcada com Flúor 18 (FDG-18), produzido por ciclotrons. Além disso, a glicose marcada com flúor 18 tem meia vida física de pouco menos de 2 (duas horas), sendo imprescindível a sua produção e envio ao serviço no dia do exame, ou seja, não é possível estocar ou adquirir este traçador em dia anterior ao exame.

“Acontece que que nosso fornecedor principal está fora de operação desde 24/06 e, no momento, São Paulo está sem produção disponível para nos atender e o fornecedor do Rio de Janeiro não tem voos disponíveis para o fornecimento de FDG-F18 para Cuiabá, visto que a empresa aérea Azul não disponibiliza voos diretos para nossa Capital há cerca de três meses”, pontuou o Dr. Waldyr.

O médico afirmou que o IMN está buscando alternativas para restabelecer o mais rápido possível o atendimento dos clientes de PETCT.

“Lembramos ainda que a atual situação é uma questão fora do nosso ambiente de controle e totalmente relacionada a nossa malha aérea restrita para o transporte de material radioativo, situação crítica em todo nosso país”, apontou Dr. Waldyr.

Procurada pela reportagem, a Secretaria de Estado de Saúde (SES-MT) informou que foi notificada pelo Instituto de Medicina Nuclear (IMN) quanto à interrupção do fornecimento do insumo de contraste, que é utilizado em exames de tomografia computadorizada multi-slice.

“A SES-MT notificou a empresa para que ela solucione a situação da forma mais rápida possível. A IMN está em tratativa direta com outros fornecedores para normalizar os atendimentos o quanto antes”, diz trecho da nota.

A equipe do Cuiabá Notícias entrou em contato com a Azul Linhas Aéreas, no entanto, até o momento não tivemos retorno. O espaço segue aberto.

PET-CT

O PET-CT é um exame de diagnóstico por imagem muito importante e que auxilia o oncologista no momento do diagnóstico, do estadiamento e do tratamento.

Por meio de substâncias que liberam radiação, o equipamento faz um exame de corpo inteiro do paciente e traz diversas informações essenciais para a tomada de decisão.

O procedimento é totalmente indolor, não invasivo e dura menos de 20 minutos. O exame é uma das ferramentas tecnológicas mais sensíveis disponíveis no mundo para detectar qualquer tipo de lesão no corpo inteiro do paciente.

O PET-CT mostra onde há uma atividade metabólica aumentada associada com o uso de imagem, que provém mais detalhes e assertividade na hora de oferecer o tratamento adequado.

Em casos oncológicos, o PET-CT analisa o estágio do tumor do paciente e, a partir daí, é possível avaliar qual o melhor tratamento considerando a fase do câncer.

O PET-CT é indicado para todos os tipos de cânceres e pode ser realizado no começo, meio e fim do tratamento oncológico, a fim de avaliar o avanço da doença no paciente.

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