Organização criminosa movimentou cerca de R$ 77 milhões por meio de bares, casas noturnas, restaurantes e estabelecimentos de fachada

A Polícia Federal, por meio da quebra do sigilo bancário e fiscal dos investigados da Operação Ragnatela, deflagrada nesta quarta-feira (5), apontou uma movimentação de milhões de reais que os alvos movimentaram são provenientes do tráfico de drogas da facção criminosa Comando Vermelho e lavados por meio de bares, casas noturnas, restaurantes e estabelecimentos de fachada. A soma dos valores apurados ultrapassa os R$ 77 milhões.

O servidor da Câmara de Cuiabá, publicitário e produtor de eventos, Rodrigo Leal, era um dos responsáveis por receber dinheiro da facção criminosa, para custear parte dos shows que aconteciam nos bares investigados e em outras casas de shows. Outra parte do pagamento vinha de um grupo denominado G12 Eventos. Só em 2022, ele movimentou cerca de R$ 14,2 milhões. As informações consta na decisão judicial que determinou a operação contra os investigados.

Leia mais em: Vereador de Cuiabá é alvo de operação contra lavagem de dinheiro de facção

Consta ainda que, depois dos shows, os lucros eram repartidos para os investidores/idealizadores, sejam eles membros do G12 Eventos ou integrantes do Comando Vermelho. Para a força-tarefa, ficou evidenciado – após a quebra de sigilo bancário e fiscal dos investigados – que a grande movimentação financeira demostra como o dinheiro do tráfico de drogas promovido pelo CV é lavado nos estabelecimentos comerciais e nas transações bancárias.

“Para tanto, utilizam-se de técnicas comumente adotadas em crimes deste jaez que estão a evidenciar a ilegalidade das atividades ilegais realizadas pela Organização Criminosa, são elas: a utilização de depósitos fracionados para evitar as identificações dos depositantes e origem ilícita dos valores distribuídos; a de utilização de empresas de fachada para ocultar as transações, como é o caso aparentemente das pessoas jurídicas Dom Carmindo Lava Jato e Conveniência, W. A. Da Costa Pereira- Expresso Lava Car e/ou Complexo Beira Rio, Restaurante e Peixaria Mangueira LTDA, Dallas Bar e Strick Pub Bistrô e Restaurante”, diz trecho da decisão.

Mas não para por aí. Leal também é dono do Strick Pub, casa noturna usada para camuflar a origem ilícita dos valores. Em três anos, o estabelecimento transacionou mais de R$17 milhões.

Outro alvo é Willian Aparecido da Costa, vulgo Gordão, proprietário do Dallas Bar, que movimentou mais de R$2 milhões entre 2018 e 2022. O estabelecimento era usado para lavagem de capitais, ele fez transações, entre crédito e débito, superiores à R$14 milhões nos anos de 2021 e 2022.

Outro estabelecimento de sua posse, o Espresso Lava Car e Complexo Beira-Rio, entre 2018 e
2022, movimentou mais de R$10 milhões.

As investigações apontam ainda que Kamilla Beretta Bertoni, era como membro do núcleo contábil do esquema, responsável por “picotar” o dinheiro para esconder a origem e dificultar o seu rastreamento. Ela declarou de IR em 2022 R$90 mil em rendimentos e R$312 mil em bens.  Contudo, movimentou mais de R$2 milhões em suas contas.

Kamilla e Rodrigo Leal também criaram outra empresa fantasma para lavar os capitais: o Dom Carmindo Lava Jato e Conveniência, aberto em 2020, movimentou R$6 milhões em três anos.

“Não se deve olvidar que, muito embora expressivas as movimentações bancárias, logrou-se verificar que parte dos valores distribuídos entre eles é repassada através de transações em espécie, sem passagem bancária, a indicar, portanto, um fluxo paralelo com a finalidade de driblar os órgãos de controle financeiro”, escreveu o juiz João Francisco Campos de Almeida, do Núcleo de Inquéritos Policiais, responsável por autorizar a operação.

Veja nomes alvos da operação:

PRISÃO
Joadir Alves Gonçalves
Joanilson de Lima Poliveira
Wilian Aparecido da Costa Pereira
Rodrigo de Souza Leal
Elzyo Jardel Xavier Pires
Kamila Beretta Bertoni
João Lenon Arruda de Souza

BUSCA E APREENSÃO
Joadir Alves Gonçalves
Lauriano Silva Gomes da Cruz
Joanilson de Lima Oliveira
Willian Aparecido da Costa Pereira
Rodrigo de Souza Leal
Elzyo Jardel Xavier Pires
Kamillla Beretta Bewrtoni
Paulo Henrique de Figueiredo
Rodrigo Anderson de Arruda Rosa
Agner Luiz Pereira de Oliveira Soares
Winkler de Freitas Teles
Luiz Otávio Natalino
Vinicius Pereira da Silva
Danilo de Lima Oliveira
Everton Marcelino Muniz
Stheffany Xavier de Melo Silva
Ana Cristina Brauna Freitas
Antidia Tatine Moura Ribeiro
Matheus Araújo Barbosa
Renan Diego dos Santos Josetti
Rafael Piaia Pael
Wilson Carlos da Costa
João Lenon Arruda de Souza
Clawilson Almeida Lacava
Dallas Bar
Clube CT Mangueiras
WA da Costa Pereira – Complexo Beira Rio
Sindicato dos Agentes de Fiscalização

 

 

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