A adoção de protocolo para combater o desmatamento ilegal na região da Amazônia Legal e Maranhão por parte dos bancos brasileiros é vista com ressalvas pela pecuária mato-grossense. Na avaliação da Associação dos Criadores de Mato Grosso (Acrimat) as normas não valorizam a qualidade da carne e o que trabalho feito pelos pecuaristas brasileiros.
A normativa aprovada pelo conselho da Federação Brasileira de Bancos (Febraban), que visa a implantação de um sistema de rastreabilidade e monitoramento da cadeia produtiva de carne, foi divulgado na última terça-feira (30).
“Essas instituições que vem com essas ferramentas, tentando se colocar no ranking mundial como uma atividade sustentável, não valorizam aquilo que nós temos, aquilo que fazemos em nosso dia a dia, a qualidade do produto”, diz o consultor técnico da Acrimat, Amado de Oliveira Filho.
Conforme Oliveira Filho, antes de tudo precisaria haver uma conversa entre todos os envolvidos.
“O banco, o negócio dele não é carne. Mas, ele financia. Então, ele deveria ver [como funciona a cadeia produtiva], deveria conversar”.
Acrimat buscou a Febraban
O consultor técnico da Acrimat comenta ainda que a entidade tomou conhecimento há cerca de quatro meses das intenções da Febraban quanto a normativa e a procurou para pontuar as preocupações e parâmetros do setor produtivo.
“O conteúdo dela não é um desastre como aconteceu em outras épocas com outras empresas, mas incomoda, porque apenas faz um regramento além do que já existe, acima do que existe em alguns casos”.
Ainda conforme Oliveira Filho, entre as preocupações apontadas para a Febraban está a intranquilidade que a medida gera para pequenos e médios produtores.
“A Febraban está preocupada com o desmatamento ilegal, como nós também não aceitamos essa questão do desmatamento ilegal. Mas, os frigoríficos se você desmatou legalmente depois de 2008, com autorização, com direito de proprietário, eles desclassificam também esse fornecedor direto ou indireto”.
Canal Rural Mato Grosso