O Brasil deverá produzir na atual safra cerca de 32 bilhões de litros de etanol. Destes, 22% oriundos do milho. De acordo com o presidente da União Nacional do Etanol de Milho (Unem), Guilherme Nolasco, ao contrário do que se pensa, não há competitividade entre as duas biomassas, e sim complementariedade entre elas.
Atualmente, tramita em Brasília (DF) um projeto que amplia o percentual da mistura de etanol anidro na gasolina de 27% para 30%, com possibilidade, mediante estudos, de chegar a 35%.
O presidente da Unem pontua, que somente a ampliação para 30% representaria uma incorporação de 1,5 bilhão de litros de etanol anidro a ser adicionado na gasolina.
“É representativo. Mas, é o crescimento do etanol de milho de uma forma. A mensagem que o Brasil traz ao investidor e ao mundo é muito importante. Nenhum país do mundo tem uma mistura maior que 20%. O Brasil está indo para 30%”, frisa Nolasco.
A representatividade do etanol de milho na produção total do biocombustível é significativa e com tendência de ampliar.
O presidente da Unem salienta que as duas biomassas (cana e milho) se completam na produção do biocombustível.
“A cana tem a particularidade de ter safra e entressafra. E etanol de milho não. Você pode estocar o milho e produzir ininterruptamente o ano todo. O que é um fator bom para o abastecimento e diminuição das oscilações de preço do etanol ao longo do ano para o consumidor”.
Outro ponto destacado por Nolasco, é quanto ao mercado internacional do açúcar, que vem levando a uma maior produção no país diante da rentabilidade.
“O milho vem para completar essa lacuna desse etanol que migrou para o açúcar, mantendo o abastecimento. Então, é uma relação bastante complementar e a gente vê o cenário, nos próximos anos, de que crescimento da produção de etanol se dará pelo milho e o mercado da cana será cada vez mais açucareiro, em função dos resultados econômicos para as usinas”.