MT é o 2º estado com maior taxa de mortes no trânsito por embriaguez ao volante

Mato Grosso foi o estado que apresentou a segunda maior taxa de mortes no trânsito no Brasil causadas pela mistura de álcool e direção em 2021. Os dados foram divulgados pelo Centro de Informações sobre Saúde e Álcool (CISA), nesta segunda-feira (19), data que se comemora 15 anos em que a Lei Seca entrou em vigor no país.

O levantamento apontou que o estado apresentou taxa de mortalidade de 11,5 mortes a cada 100 mil habitantes, ficando atrás somente de Tocantins, com 11,8 óbitos a cada 100 mil habitantes. O estudo foi baseado em acidentes de 2021.

Referente a internações por acidentes de trânsito relacionados ao uso de álcool, Mato Grosso ocupa a 9° posição no ranking dos estados, com 46,9 internações para cada 100 mil habitantes.

Morte e internações

As mortes em acidentes de trânsito causados pela mistura de álcool e direção caíram 32% no Brasil entre 2010 e 2021, mas o índice de internações aumentou 34% no mesmo período.

Em 2010, o índice era de 7 mortes e 27 internações a cada 100 mil habitantes.

Já em 2021, foram 36 hospitalizações e 5 óbitos a cada 100 mil habitantes.

A perigosa e proibida mistura de bebida alcoólica com direção causou 8,7 internações e 1,2 mortes por hora no Brasil em 2021, de acordo com as informações mais recentes levantadas pela entidade com base nos dados do Datasus, do Ministério da Saúde.

Foram 75.983 hospitalizações e 10.887 óbitos por essa causa em 2021.

Pessoas do sexo masculino representam 85% das internações e 89% das mortes.

Em relação à faixa etária, a população entre 18 e 34 anos de idade é a mais afetada.

Lei Seca

A Lei Seca, que endureceu as regras para o consumo de álcool por motoristas, foi sancionada no dia 19 de junho de 2008. O Brasil é um dos poucos países do mundo a estabelecer tolerância zero para quem dirigir alcoolizado ou sob efeito de substâncias psicoativas.

“Ter uma legislação que proíba álcool e direção é uma das estratégias mais eficazes para diminuir acidentes de trânsito no mundo e o fato de que eles vêm perdendo consideravelmente sua letalidade no Brasil é muito positivo”, disse Arthur Guerra, psiquiatra e presidente do CISA.

“Mas sabemos que a prevenção é ainda mais efetiva quando a fiscalização é constante e resulta em sanções rápidas e severas, e quando há campanhas de educação”, afirmou Guerra.

Segundo a análise feita pela entidade, a tendência de queda foi vista tanto nas mortes como nas internações entre os ocupantes de veículos e pedestres. No entanto, entre ciclistas e motociclistas, a houve crescimento das internações.

“Em pequenas quantidades, o álcool já é capaz de alterar os reflexos do condutor e, conforme a concentração de álcool no sangue se eleva, aumenta também o risco de envolvimento em acidentes de trânsito graves”, explicou Guerra.

Cerca de 5,4% dos brasileiros relataram dirigir após beber e esse índice apresenta estabilidade no Brasil, de acordo com a CISA.

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