O promotor de justiça Marcos Regenold Fernandes, coordenador do Núcleo de ações de Competências Originárias (NACO), requisitou a instauração de procedimento preliminar de investigação para apurar as denúncias feitas pelo deputado estadual Wilson Santos, sobre a possível existência de parlamentares eleitos com apoio de facções criminosas conhecidas como, Primeiro Comando da Capital (PCC) e Comando Vermelho (CV).
O procedimento preliminar de investigação foi aberto nesta terça-feira (2).
“Considerando a possível prática de crime tipificado na Lei 12.850/2013 por Deputados Estaduais, considerando as declarações ventiladas pelo Dep. Estadual Wilson Santos, requisite-se ao Delegado vinculado ao Núcleo de Ações de Competência Originária a instauração de Procedimento Preliminar de Investigação, a fim de que se possa colher os elementos mínimos necessários para o esclarecimento dos fatos”, diz trecho do despacho.
Além disso, Regenold manifestou pela notificação de Wilson Santos para que compareça pessoalmente à delegacia de polícia para prestar informações acerca dos fatos por ele denunciados, bem como apresentar documentação comprobatória que entender pertinente.
Conforme o despacho, chegou ao conhecimento do coordenador do Naco a denúncia feita por Wilson Santos em entrevista concedida ao site Repórter MT, no dia 29 de abril.
Na ocasião, Wilson afirmou que deputados estaduais teriam reivindicado à Secretaria de Estado de Segurança Pública de Mato Grosso a instalação de tomadas em celas de líderes de organizações criminosas, citando o PCC (Primeiro Comando da Capital) e Comando Vermelho. Além disso, ele informou, em síntese, que alguns parlamentares teriam sido eleitos pelo “crime organizado”, e agora estariam reivindicando “regalias para presos”.
Ainda, segundo consta na entrevista, Wilson Santos disse que durante a sua campanha eleitoral do último ano, teria sido “barrado” em vários bairros da capital por integrantes de facções criminosas, supostamente ligados a outros candidatos, e que existe na Assembleia Legislativa de Mato Grosso parlamentares que atuam em favor das facções criminosas que os apoiaram.
Diante do cenário evidenciado, o Ministério Público Estadual, especificamente o Núcleo de Ações de Competência Originária – NACO, vai investigar o caso.