O milho para silagem é um mercado em franco crescimento nos últimos anos, tendo na safra verão a sua maior concentração. Segundo especialistas, a sua inserção na alimentação da vaca, por exemplo, pode gerar um ganho de 250 gramas na produção de leite para cada 1% a mais de digestibilidade de fibra.
Diante da chegada do inverno e da estiagem mais intensa, pecuaristas intensificam a preparação para a alimentação do gado de corte e de leite. A silagem é vista como uma ótima opção quando há uma redução na quantidade de pasto disponível para os animais. Frente a isso, novas tecnologias mais versáteis e com alta performance, chegam ao mercado focadas em proporcionar mais rentabilidade aos produtores.
O milho para silagem hoje representa 30% da área semeada com o cereal na safra de verão, segundo o líder de produto de milho e forragem da Corteva, Lisandro Rambo.
A crescente busca por híbridos de milho para silagem, com foco na alimentação do gado de corte e leite, bem como produtividade.
“É um mercado importante. O grão, o produtor às vezes olha muito a questão da oportunidade, do preço da commodity, e a silagem, como o pecuarista precisa alimentar o gado sempre, é um mercado bastante estável”, pontua Lisandro Rambo.
Apesar da maior destinação de área para o milho silagem ser na safra de verão, o especialista da Corteva ressalta que na safrinha o espaço vem numa crescente, visto as oportunidades proporcionadas.
Conforme ele, o mercado da silagem “é um mercado em que o agricultor está cada vez mais se profissionalizando, investimento. Se olharmos os últimos números, 80% desse mercado é de médio e alto investimento”.
“Cada vez mais é um mercado em que o produtor investe em tecnologia. E quando se fala em tecnologia para a Corteva, para a Brevant Sementes, é importante porque somos uma empresa que busca trazer tecnologia para o produtor”.
Para o desenvolvimento de um híbrido de milho se leva em torno de cinco a sete anos. De acordo com Viviane Ruela, agrônoma da Brevant Sementes, todo um trabalho de orientação ao produtor é realizado no momento em que ele vai escolher o seu híbrido, diante da realidade da sua região e finalidade.
Alimentação animal e ganho em produtividade
Ao analisar o uso de silagem na alimentação do gado de corte e leite, Viviane Ruela comenta que ao se pensar em um confinamento de vacas para leite, o ideal é que 50% da dieta dela seja silagem.
“Quando vamos para um gado de corte confinado é apenas 13%. Ele precisa de mais energia, então vai precisar de mais farelo, uma alimentação mais energética. Temos tipos [de híbridos] e, principalmente, dietas específicas para a finalidade que ele escolher”, comenta a especialista.
Ainda segundo Viviane Ruela, antigamente o produtor fazia silagem pensando no volumoso. Entretanto, “com a profissionalização, margens cada vez mais curtas, ele está entendendo que não é só volume. Que o híbrido tem que ter qualidade, energia”.
“A digestibilidade da fibra é muito importante. Há trabalhos que mostram que para cada 1% a mais de digestibilidade de fibra, nós temos mais 250 gramas de leite. Então, para cada 4% a mais de digestibilidade é um quilo de leite. Isso é dinheiro para o produtor. São contas que o produtor tem feito”.
Canal Rural MT