O governador Mauro Mendes (UB), determinou que o secretário estadual de Segurança Pública, César Augusto de Camargo Roveri, se reúna com o prefeito eleito em Cuiabá, Abilio Brunini (PL) para prestar esclarecimentos sobre a denúncia que o futuro prefeito tem divulgado na imprensa. As declarações de Mauro, foram dadas na manhã desta sexta-feira (8), durante coletiva de imprensa, na entrega da nova sede de delegacias da Polícia Judiciária Civil (PJC), na avenida Miguel Sutil.
Segundo Abilio, membros da facção criminosa Comando Vermelho estariam tentando intervir na eleição da Mesa Diretora da Câmara de Cuiabá, prevista para janeiro de 2025. Conforme Brunini, um vereador chegou a pegar um empréstimo com líder da facção no valor de R$ 200.
“É muito grave o que ele falou. A ousadia dos criminosos no Brasil não está assustando mais ninguém. Isso, senhores, diga-se de passagem, não é novidade para ninguém. As facções criminosas estão avançando fortemente como crime organizado enquanto o Estado brasileiro bate cabeça. Isso não é novidade para ninguém, não é só aqui em Cuiabá, e no Brasil inteiro está acontecendo isso, e nós temos que tomar providências na altura que o fato requer”, afirmou.
Durante a coletiva, Mauro citou também a reunião com o presidente Lula (PT) que convocou os 21 governadores para discutir a Proposta de Emenda à Constituição da Segurança Pública apresentada pelo ministro da Justiça, Ricardo Lewandowski. Mauro acredita que Lula deveria ser mais incisivo. Na ocasião, Mato Grosso foi representado pelo vice-governador, Otaviano Pivetta (Republicanos), pois Mendes cumpria missão internacional em Londres, na Inglaterra, e em Abu Dhabi, nos Emirados Árabes Unidos
“Estava fora do país, retornei ontem, vi com muita alegria uma convocação do nosso presidente para nossos governadores. Eu estava fora, mas o nosso vice-governador, Otaviano Pivetta, foi. Ao ler a Proposta de Emenda Constitucional, não há nada que, ao meu ver, vá contribuir de forma decisiva para mudar esse cenário”, observou.
“É como se nós tivéssemos um paciente em câncer, e hoje é um câncer que é o crime organizado no Brasil, e nós estamos a falar em dar mais uma neosaldina, uma dipirona, um remédio para a dor. Não é isso que vai resolver, nós temos que fazer uma reflexão profunda, verdadeira, honesta, corajosa, para enfrentar o crime organizado nesse país. Senão, eles vão estar todo dia protagonizando cenas de violência, cenas de desrespeito e afronta ao Estado brasileiro, como essa relatada pelo prefeito da capital, que eles estariam se movimentando para eleger a Mesa Diretora na Câmara de Cuiabá”, acrescentou.