As declarações do governador Mauro Mendes (UB), acerca da política de reforma agrária brasileira, causou polêmica em todo Brasil na segunda-feira (24), logo após o Programa Pânico, da Jovem Pan, onde cedeu uma entrevista e falou sobre o tema.
Durante a noite, Mendes moderou o tom em relação ao Movimento dos Trabalhadores Sem Terra (MST). Embora mantenha posição intransigente em relação às invasões de terra, o governador defendeu que a pauta do Movimento é legítima e que existem “caminhos legais” para a distribuição de terras. A declaração foi dada no início da noite, durante a entrega de escrituras de imóveis para os moradores dos bairros CPA I, II, III e IV, em Cuiabá.
“Não tenho nenhum elemento que possa comprovar que o Governo está sendo conivente ou não com o MST. Fato é que historicamente o Movimento é ligado a partidos de esquerda, mas independente de alinhamento ideológico, eu acho que a luta é legítima, todos têm direito a ter uma propriedade, desde que esteja dentro da lei”, disse o governador.
Mais cedo, durante entrevista ao Pânico, Mauro disse que a atual política de reforma agrária do Brasil está ultrapassada, além de cobrar que o Congresso endureça as leis que punem invasores de terra.
“Não tem mais espaço para tentar virar realidade um sonho de 60 anos atrás. O mundo mudou, a economia mudou, e o cara quer fazer uma reforma aos moldes de 40, 60 anos atrás. Basta ver o seguinte: hoje, no Brasil, quais os modelos de reforma agrária foram bem sucedidos? Vamos botar na ponta do lápis. Muito pouco. Porque o modelo é fracassado, é outra realidade. Vai ficar sonhado, fazer disso uma luta ideológica, de classe, que é bom para alguns, mas não é bom para o País”, disse na ocasião.
À noite, questionado sobre a repercussão da fala, o governador moderou o tom.
“Não é invadindo terra produtiva, não é produzindo essa desestabilização da ordem que nós vamos avançar nessa pauta. Se esse Movimento for feito respeitosamente, dentro do que estabelece a lei brasileira, eles terão nosso apoio. Invadindo terra, eles vão experimentar aqui o rigor da lei”, finalizou Mendes.