Mães empreendedoras: desafios e oportunidades

Maria Fagundes, Especial para o Cuiabá Notícias

 

A figura da mãe empreendedora cresce cada dia mais no Brasil, tudo isso graças a todas as novas oportunidades e incentivo que o mercado oferece. Mesmo assim, o número de mulheres donas do seu negócio ainda é pequeno, visto que pode ser mais difícil conciliar os horários de trabalho, com obrigações com filhos e familiares. 

Mas, vale ressaltar que o empreendedorismo está se tornando cada vez mais uma opção de renda atrativa por causa da flexibilidade. Mesmo com os obstáculos, a mãe empreendedora pode encontrar caminhos que deixam a sua jornada mais fácil. 

A revista PEGN fez um levantamento de dados e mostrou um estudo da Rede Mulher Empreendedora (RME), apontando que 87% das mulheres garantem que a motivação para empreender e buscar independência é justamente para ter mais tempo no cuidado dos filhos e família.

Por isso, vale a pena entender mais sobre os desafios e também as possibilidades do empreendedorismo materno, e saber onde procurar apoio para realizar o sonho do próprio negócio, sem abrir mão da família.

Brasil têm mais de 10 milhões de mulheres empreendedoras

Segundo o Sebrae, mais de 10,1 milhões de negócios no país são comandados por mulheres, pouco mais de um terço (34%) do total.

Um dado da RME mostra que 52% das empreendedoras brasileiras — mais da metade —são mães. Segundo o mesmo instituto, durante a pandemia, 54% dos negócios comandados por mães empreendedoras foram impactados pelo fechamento das escolas. Já 51% dos pais empreendedores não sofreram nenhuma implicação. Isso também se refletiu na organização do tempo entre trabalho e família, que afetou 17% das mulheres empreendedoras, contra 8% dos homens. Ou seja, o que já era difícil, ficou ainda mais desafiador.

Em Mato Grosso, número de Mulheres donas do próprio negócio representa 45%

De acordo com dados da Junta Comercial de Mato Grosso (Jucemat), da Agência de Fomento Desenvolve-MT e do Portal do Empreendedor, do Governo Federal, o estado tem 215.729 empresas sob o comando de mulheres, o que representa 45,35% do total de 475.607 empreendimentos abertos no estado.

Em Mato Grosso há diversas mães que decidiram empreender após a maternidade. Elas viram no empreendedorismo uma forma de ficar mais perto dos filhos e ainda assim conseguir uma renda para sustentar a casa sem precisar se deslocar. 

Uma dessas empresas é da empresária Tatiane Gaudência, 27 anos, mãe de três filhos pequenos. Em entrevista para o CN, ela conta que para se tornar a mãe empreendedora que é hoje, leu bastante livros sobre auto ajuda, empreendedorismo e marketing digital, algo que a inspirou a abrir uma empresa. 

“Olha eu me inspirei muito em ler livros que falava sobre empreendedorismo e marketing digital. Então, por exemplo, foram livros importantes para mim, que me apresentaram esse universo e que me fizeram querer empreender”, disse. 

Atualmente ela é dona da Wellbe Assessoria, empresa de marketing digital que assessora as redes sociais de vários empresário e médicos de Mato Grosso. Durante o bate-papo, Tatiane fez questão de dar dicas para mulheres que estão começando a empreender. 

“Minha dica para as mulheres que estão começando a empreender: primeiro passo, é escolher o que quer fazer, e fazer o que realmente vai de certa forma brilhar os olhos. Não estou falando que é fácil, que sempre a gente vai gostar do que a gente faz, porque não é. Mas  já começar a fazer algo, por exemplo, eu não gosto de mexer com comida eu vou lá abrir uma marmitaria. É difícil você conseguir, porque você vai estar fazendo algo por mera obrigação e responsabilidade”.

Questionada sobre as críticas que recebe por ser mãe de três filhos e empreendedora, a Tatiane revela que já ouviu pessoas falando que ela não ia dar conta de comandar o seu negócio e ainda cuidar das crianças. 

“As pessoas que duvidam da nossa capacidade, como alguns clientes que já chegaram a comentar, “Ah mas você é mãe; Nossa, mas você tá gestante você não vai dar conta”. Então nesse sentido tem bastante, além disso falar: “você é mãe, você empreende, você não consegue cuidar dos seus filhos porque você tá trabalhando bastante”, então isso é uma coisa a lidar”, disse. 

Tatiane Gaudêncio ainda destaca a importância das mães empreendedoras terem uma rede de apoio no início do seu negócio, seja de um familiar ou até mesmo de uma creche ou escola que pode ajudar a cuidar dos filhos. 

“Precisa sim de rede de apoio, no início, dependendo do negócio, pode começar devagarinho, não tem problema. Como eu trabalho com marketing, muitas vezes acordo de madrugada um pouco mais cedo, para fazer isso, é importante você tentar conciliar nesse sentido no início, para apoio é bom procurar um familiar, procurar uma escola, é de extrema importância”, relatou. 

Arquivo Pessoal

Tatiane Gaudêncio

Mães encontram no empreendedorismo uma maneira de

se reconectar e identificar seus talentos e aptidões

A astróloga Ana Cláudia Barros, mãe, 37 anos, empreendedora conversou com o site CN e falou um pouco sobre como começou no mundo do empreendedorismo, após ter sua filha, e quais foram os desafios enfrentados no começo do seu negócio. 

Empreender foi algo que surgiu em minha vida após a maternidade. Eu tive que renascer junto ao nascimento da minha filha. Eu já não era a mesma mulher de antes, não tinha mais os mesmos interesses e gosto, estava muito desconectada de mim e a maternidade escancarou isso. Queria me reencontrar!”, disse ela, ” Conciliar todas as demandas é o mais desafiante: casa, filha, marido, refeições, atendimentos, produção de conteúdo e principalmente os cuidados comigo mesma. Aprendi a me colocar como prioridade e entendi que nem tudo sairá perfeito, mas estou comprometida com o meu melhor, dentro dos meus limites físicos, emocionais e psicológicos. A consequência é uma mãe e uma profissional melhor”, continuou.

Ana Cláudia conta ainda que teve que se reinventar no empreendedorismo, mas foi onde ela se encontrou e soube administrar o seus interesses, talentos e aptidões. “É preciso voltar a SE entender: os seus gostos, desejos individuais, o que te dá prazer, alegria, vontade no coração. As mulheres se adaptam muito facilmente, flexibilizam para conciliar os interesses de toda família e quando mal percebem estão na sombra, apagadas, desconectadas de si. Pra empreender é preciso reconhecer o que lhe é único, especial, autêntico, original. Seus interesses, talentos e aptidões norteiam o rumo de um futuro empreendimento”, disse. 

Hoje atende totalmente on-line e tem uma empresa de astrologia, onde faz mapa astrológico com diversos serviços.

Arquivo Pessoal

Astróloga Ana Cláudia Barros

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