Liderança do agro em MT fala sobre taxação de produção e suas consequências

Foto: Reprodução

Mato Grosso ultrapassar a produção de soja da Argentina no ciclo 2022/23 é considerado um fator positivo. Contudo, segundo lideranças do agro, o feito vai além da quebra em decorrência ao clima nesta temporada visto no país vizinho ao Brasil. A taxação da commoditie é o principal ponto para a produção ter estagnado por lá.

 

Os números vistos entre a produção mato-grossense e argentina de soja foram alguns dos pontos que marcaram a abertura da sétima edição da Farm Show MT, em Primavera do Leste, na noite desta terça-feira (14).

 

“A Argentina estagnou há mais de uma década nos 40, 50 milhões de toneladas e nós sabemos que é devido à tributação em cima de uma commoditie que não tem em nenhum outro lugar do mundo”, pontua Fernando Cadore, presidente da Associação dos Produtores de Soja e Milho de Mato Grosso (Aprosoja-MT).

 

Cadore afirma que se a soja não tivesse sido tributada no país vizinho a produção do grão estaria próxima de 100 milhões de toneladas.

 

“Que sirva de exemplo para o nosso Brasil. O mercado é soberano. Se o mercado mundial não tem restrição, uma barreira tributária vai desestimular o crescimento. Desestimular a produção agropecuária. Fez com que um país que produzia quase 70% da produção brasileira há uma década atrás produza menos que um estado brasileiro. E, é obvio que se isso acontecer no território brasileiro ou em qualquer parte do mundo vai acontecer exatamente a mesma coisa”, alerta o presidente da Aprosoja-MT.

 

Tributação trará impacto na balança comercial

Mato Grosso na safra 2022/23 deverá produzir 44,3 milhões de toneladas de soja, se confirmada as perspectivas de produtividade média de 61,59 sacas por hectare. Na Argentina, neste ciclo, em decorrência ao clima, a Bolsa de Rosário projeta que o volume não deve passar das 29 milhões de toneladas.

 

Sobretaxar o agronegócio, mais que estagnar a produção agropecuária, frisa o presidente da Federação da Agricultura e Pecuária de Mato Grosso (Famato), Vilmondes Tomain, irá impactar na balança comercial brasileira.

 

“Acho que nem o governo do estado e o federal querem isso. A situação que mais traz vantagens e condições favoráveis para a balança comercial do Brasil é o agronegócio”, diz Tomain.

Logística não acompanha avanço da produção

A falta de logística em Mato Grosso também foi levantada durante a abertura da Farm Show MT, em Primavera do Leste. Distante dos portos, com rodovias em péssimas condições e sem uma integração de modais, o estado vê a cada dia os custos com o transporte subirem.

 

“Produção é bom? É. Mas, para ter viabilidade para o estado continuar crescendo nós precisamos que as grandes produções sejam concretizadas na forma de investimentos”, salienta o presidente da Aprosoja-MT quanto a logística.

Canal Rural

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