Nesta segunda-feira (27), os vereadores Maysa Leão (Republicanos), Dilemário Alencar (Podemos), Demilson Nogueira (Progressistas) e o deputado federal Abílio Brunini (PL) fiscalizam a estrutura e os atendimentos no antigo Pronto-Socorro e no Hospital Municipal de Cuiabá (HMC). Esta ação faz parte do inicio dos trabalhos da Comissão Parlamentar de Inquérito, que investiga os contratos da Secretaria de Saúde de Cuiabá.
Os parlamentares estiveram nas unidades de saúde após várias denúncias de profissionais de saúde que reclamam das condições insalubres de trabalho, atendimento inadequado aos pacientes e falta de medicamentos essenciais. A reclamação dos pacientes que alegam suspensão de atendimentos também foi levada em consideração.
O presidente da CPI, vereador Demilson Nogueira, disse que a “UTI pediátrica está 100% fechada no HMC”. Sobre o Pronto Socorro e algumas das Unidades de Pronto Atendimento na Capital, informou que há falta de remédios e carência de exames essenciais para a população.
”Constatamos insalubridade total, falta de muitos medicamentos, a estrutura extremamente danificada e sobrando muito leito. Muitos equipamentos para descarte, a gente constatou o que todos já sabem. […] Falta médico, falta insumo, e também nós fizemos outras fiscalizações nas UPAs e a mesma coisa, falta de medicamento, sem raio-X”, explicou.
Durante a sessão da Câmara sobre o pedido de abertura de Comissão Processante contra o prefeito Emanuel Pinheiro (MDB), nesta terça-feira (28), Maysa contou aos parlamentares sobre o que viu na fiscalização e destacou principalmente, sobre as condições no antigo Pronto Socorro, ao qual ela se referiu como ”puxadão”.
”Cheguei até o local da denúncia, entrei numa sala da fisioterapia, […] a sala deles era a coisa mais insalubre que eu já vi na minha vida. Não parece uma sala, parece um expurgo, parece uma cadeia, parece um local de castigo e ali, aqueles profissionais fisioterapeutas trabalham todos os dias. Chovia mais dentro do que fora, eles têm apenas um computador e objetos de trabalho são vergonhosos e isso é humilhante”, disse a vereadora.
Além disso, Leão afirmou que questionou os profissionais da unidade sobre os salários, e eles queixaram dos pagamentos atrasados: ”Saí perguntando, aleatoriamente, aos profissionais ali: ‘Como é que está seu salário?’. Os salários estão atrasados, férias atrasadas, rescisões atrasadas. Então, assim, o caos generalizado que se instalou na Saúde de Cuiabá é algo gritante, é algo latente. Ali naquele hospital, nós podemos observar, que naquele Pronto Socorro de Cuiabá, o antigo Pronto Socorro, ele é um “puxadão’’, concluiu.
As denúncias devem ser protocoladas e encaminhadas ao Ministério Público Estadual (MPE), para serem anexadas ao processo de intervenção do Estado em andamento no Tribunal de Justiça de Mato Grosso (TJMT).
Em nota, a assessoria da Secretaria Municipal de Saúde afirma que a nova gestão do antigo Pronto Socorro tem tomado todas as providências necessárias visando o ajustamento das inconformidades apontadas na parte estrutural do prédio. Explica ainda que os pagamentos dos servidores exonerados estão sendo realizados dentro de um cronograma por ordem cronológica de saída, e que os pagamentos destas rescisões não estavam previstos no orçamento para 2022, em decorrência do alto número de demissões devido a uma decisão judicial, por isso, não foi pago no mês correto.
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