Feminicídio em 2023: alta de 1,6%

Licio Antonio Malheiros

Eu ainda sou à moda antiga, acredito e defendo o bem-estar: físico, psicológico, emocional e sentimental das mulheres, a ponto de repudiar veementemente qualquer tipo de agressão contra elas; reforçando aquela velha máxima, de que em uma mulher não se bate, nem com uma flor.

Defendo veementemente a tese de que “Em uma mulher não se bate, nem com uma flor”, pois se o parceiro, companheiro, amásio, namorado, marido, for homem de verdade, a única marca que deixará na vida de uma mulher, é de amor.

Infelizmente hoje, o nosso país vem se tornando extremamente violento, principalmente no relacionamento dos homens, para com às mulheres.

A duras penas, as mulheres através de reivindicações e muita batalha em seu dia-a-dia lutando com todas as forças desde 28 de fevereiro de 1909, quando aconteceu a primeira celebração das mulheres nos Estados Unidos, esse evento surgiu inspirado na greve das operárias da fábrica de tecidos que ocorreu em 1908.

Em 1910, realizou-se na Dinamarca a II Conferência   Internacional das Mulheres. Na ocasião, Clara Ketkin, propôs a criação de um dia dedicado às mulheres.

No dia 25 de março de 1911, aconteceu aquele fatídico incêndio na fábrica Triangle Shirtwaist Company, matando 146 mulheres, dentre as 500 que trabalhavam lá, a maioria das funcionárias que morreram eram imigrantes judias e algumas tinham apenas 14 anos.

As mulheres, alcançaram patamares aceitáveis no que tange à valorização no campo econômico e social.

Através de muita luta e dedicação chegando, à criação do Dia Internacional da Mulher que é celebrado no dia 8 de março, esta data foi amplamente comemorada em nosso país, quando todos enalteceram a importância da mulher no contexto social, econômico, político.

Passados, pouco mais de 10 dias dessa comemoração, depararmos com uma triste realidade.

O Brasil registrou 1.463 casos de mulheres vítimas de feminicídio no ano passado, ou seja, cerca de 1 caso a cada 6 horas. Esse é o maior número registrado desde que a lei contra feminicídio,  criada em 2015.

Esse número alarmante, foi registrado no governo que teve início 1º de janeiro de 2023, sofrendo, aumento exacerbado no número de feminicídio no País, segundo relatório publicado pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública (FBSP); esse aumento foi de 1,6% maior que o de 2022.

Essa mesma pesquisa aponta que 18 estados apresentaram taxa de feminicídio acima da média nacional, de 1,4 mortes para cada 100 mil mulheres.

No quesito feminicídio, infelizmente o Estado de Mato Grosso, aparece em 1º lugar no país, com 2,5 mulheres mortas por   100 mil habitantes.

Essa exacerbação no número de feminicídio em nosso país, é fruto de uma série de nuances, que acabam provocando verdadeira dicotomia de moralidade, vivemos hoje, verdadeira insegurança Jurídica, com ações estapafúrdias e imorais.

Que acabaram desembocando, em verdadeiros privilégios para alguns e o rigor da lei para outros.

Um caso emblemático e de repercussão Nacional; aconteceu na audiência de custódia do senhor Luan Gomes, 20 anos foi recebido pela Juíza Lana Leitão Martins, do Tribunal de Justiça de Roraima.

A Juíza diz “O senhor está com frio, senhor Luan? Desliga o ar-condicionado, pede a retirada das algemas, pega um cafezinho para o senhor Luan, porque eu não vou fazer audiência com alguém com frio”.

O senhor Luan, já foi preso duas vezes por tráfico, na última vez foi preso em flagrante pela Polícia Federal (PF), ao ser localizado com mais de dois quilos de maconha.

Como ficam, as famílias que convivem com a Drogadição de seus entes queridos; principalmente na adolescência, que é um problema complexo e multifatorial que sofre influência de aspectos individuais, familiares do grupo de pares contextuais.

(OBS: não estou fazendo apologia à violência ou coisa que o valha contra o detento, apenas repúdio veementemente, a forma de tratamento com um preso reincidente ao ser  tratado, de forma  surreal; essa é a minha opinião)

Licio Antonio Malheiros – é geógrafo.

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