Márcia Tomaz, especial para Cuiabá Notícias
Com a chegada do inverno, as alterações da temperatura e do clima deixam o ar seco e com baixa umidade. As manhãs e noite geladas e calor durante à tarde, traz um aumento no número de casos de doenças respiratórias. Conforme informações do Instituto Nacional de Meteorologia (INMET), a umidade relativa do ar para os próximos dias é com mínima de 25% e máxima de 75%, enquanto a Organização Mundial da Saúde (OMS) alerta que o recomendável é que a mínima seja de 40%.
Nesta semana, por exemplo, Cuiabá chegou a registrar índices de umidade relativa do ar de 16%. As alterações no clima e no tempo deixam as pessoas mais vulneráveis a diversas doenças respiratórias, como resfriado, gripe, rinite, sinusite, crise de asma, bronquite, bronquiolite, e até pneumonia.
O Cuiabá Notícias conversou com o médico pneumologista especialista em doenças respiratórias, Dr. Marcelo Sandrin, que esclareceu como reduzir a frequência das infecções respiratórias nesta época do ano.
“Anualmente a gente não se prepara adequadamente. Temos essa virada dos dois períodos, a época da chuva e do calor seco. Nosso inverno termina tendo alguns eventos, como queda de temperatura durante a noite e madrugada e os dias quentes. E o frio já está aí, isso já um agravante, que nessa época que também temos os fenômenos ligados às gripes, que são as doenças virais e respiratórias”, lembra o especialista.
De acordo com o Dr. Sandrin, a combinação de baixa umidade e poeira leva a infecções nas vias aéreas superiores.
“A desidratação pelo ar seco também preocupa, pois quando a umidade do ar está baixa, o pulmão continua necessitando de um ar com 100% de saturação. Quando o ar entra pelas narinas, os pelos têm como tarefa aquecer, umidificar e filtrar o ar. Como no período de estiagem o oxigênio entra mais seco pelo nariz para chegar ao pulmão, acaba havendo uma irritação maior do sistema respiratório”, explica.
Segundo ele, pessoas que sofrem com a obstrução das vias nasais acabam respirando pela boca e pioram ainda mais esse quadro. A consequência vem em forma de dores de cabeça, tontura, náusea, irritação nos olhos, nariz e garganta. Na época da seca também aumenta a incidência dos casos de diarreias viróticas, viroses e doenças de pele.
O médico reforçou que o tratamento dessas doenças respiratórias devem ser direcionadas aos sintomas. Para isso, é fundamental procurar por médicos para identificar qual o tipo de vírus e qual tratamento deve seguir. A dica é não se automedicar, manter-se hidratado e se alimentar adequadamente.
Segundo Sandrin, é essencial que as pessoas se hidratem regularmente com água e sucos naturais, dentro do recomendável. Ele aponta que é preciso também se atentar quanto ao horário para realização de atividades físicas. O recomendável é evitar esforços entre 9h e 17 horas. O consumo de bebidas alcoólicas também deve ser reduzido neste período.
“São orientações básicas neste período de calor intenso. É importante a pessoa se atentar a quantidade de líquidos, evitar o consumo de bebidas alcóolicas em excesso e fazer atividades físicas de forma maneirada. É essencial também o uso de protetor solar, independente da marca e de fatores UV para não causar insolação na pele”, alertou.
O especialista ressaltou que é imprescindível que as pessoas adotem o hábito de umidificar o ar seja no local em que elas trabalham e principalmente em sua residência. Entre as opções está utilizar o umidificação de forma mecânica, ou seja, aparelhos eletrônicos, mas ele recomenda mesmo o uso das toalhas molhadas nos ambientes como forma mais eficaz e saudável para a climatização da umidade do ar no ambiente.
“São opções muito válidas nesse período. Muitas pessoas que não podem ter condições de comprar umidificador de ar podem optar estendendo toalhas molhadas que são bastante eficazes ou até mesmo colocar baldes com água pelos ambientes”, orientou.