Ex-secretário de Saúde fraudou aquisição de “kit intubação”

Célio Rodrigues é acusado de desviar R$ 1 milhão da Saúde Pública de Cuiabá e foi preso na Operação Hypnos
Ex-secretário de Saúde de Cuiabá, Célio Rodrigues da Silva (Foto: Assessoria)

O ex-secretário de Saúde de Cuiabá, Célio Rodrigues da Silva, preso nessa quinta-feira (09) na Operação Hypnos da Polícia Civil, fraudou a compra do remédio Midazolam, que foi utilizado no “kit intubação”, durante a pandemia da covid-19. Ele é acusado de desviar R$ 1 milhão da Saúde Pública de Cuiabá.

Conforme a denúncia, realizada pela Delegacia Especializada de Combate à Corrupção (Deccor), Célio e Eduardo Pereira Vasconcelos, diretores da Empresa Cuiabana de Saúde Pública (ECSP), fraudaram a compra do Midazolam com a empresa Remocenter.

A apuração constatou que no dia 20 de maio de 2021, a Remocenter emitiu uma nota fiscal correspondente à venda de 9 mil unidades do Midazolam, com custo de R$ 111,12 por unidade, sendo o valor total de 1 milhão e 80 reais.

 

Leia mais sobre a operação

Nove dias após o pagamento da nota, a Remocenter emitiu outra nota fiscal, alterando a quantidade do medicamento passando de 9 mil, para 19 mil unidades e também modificando o preço de R$ 111,12, para R$ 52,63 por unidade, totalizando os mesmos 1 milhão e 80 reais.

Além disso, a investigação da Polícia Civil mostrou que, a princípio, não há comprovação de que o medicamento chegou na farmácia da Empresa Cuiabana de Saúde Pública. Isso levanta suspeitas de que esses medicamentos, de fato, nunca teriam dado entrada no estoque da ECSP.

O remédio Midazolam é usado na sedação dos pacientes que iriam para a intubação em Unidades de Terapia Intensiva (UTIs) para tratar da covid-19.

Durante a pandemia foi um dos medicamentos que mais subiu de preço, já que fazia parte do “kit intubação”. Em diversos momentos, hospitais viviam escassez do remédio.

Operação Hypnos

De acordo com a Polícia Civil, relatórios de auditoria da Controladoria-Geral do Estado apontaram indícios de desvios de recursos públicos na Empresa Cuiabana de Saúde Pública (ECSP). A partir disso, foram constatadas diversas irregularidades em alguns pagamentos, na ordem de R$ 1 milhão.

Em tese, foram autorizados pagamentos sem as devidas formalidades para a empresa Remocenter, apontada como fantasma, cujos sócios seriam laranjas.

Conforme a polícia, o quadro de sócios era composto por pessoas que não teriam condições de administrá-la. Além disso, a Remocenter não tinha sede física no local informado em seu registro formal.

Os indícios sugerem que esses pagamentos se referem à aquisição de medicamentos que não possuem, a princípio, comprovação de que chegaram na farmácia da Empresa Cuiabana de Saúde Pública. Isso levanta suspeitas de que esses medicamentos, de fato, nunca teriam dado entrada no estoque da ECSP.

REPÓRTER MT

Acesse o grupo do Cuiabá Notícias no WhatsApp e receba notícias atualizadas

  (CLIQUE AQUI)

“Ao comentar você declara ter ciência dos termos de uso de dados e privacidade
do Portal e assume integralmente a responsabilidade pelo teor do
comentário. “

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *