Estudar e trabalhar faz parte do cotidiano de muitos universitários

Mirian Graça, Especial para o CN

Foto: Marcos Borges/Gazeta do Povo

De acordo com a pesquisa divulgada em 2020 pela Secretaria de Modalidades Especializadas de Educação (Semesp), os universitários que estudam e trabalham compõem 61,8% das instituições privadas e 40,35% compõem as instituições públicas. 

Administrar a vida acadêmica e a vida pessoal não é nada fácil, mas é a realidade de muitos estudantes que precisam levantar recursos para se manterem e continuarem a graduação. A maioria dos estudantes de baixa renda se encontram em universidades privadas, por isso, o número de pessoas que trabalham e estudam é maior em instituições privadas do que em instituições públicas.

O Cuiabá Notícias entrevistou Luana Fátima Moreira Leite, estudante de jornalismo na Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT). Ela contou um pouquinho de sua rotina na universidade e explicou os motivos que a levaram a empreender.

Segundo as informações dadas pela entrevistada, antes de entrar na universidade, já trabalhava. Durante o primeiro semestre do curso, foi um pouco puxado administrar a vida acadêmica e a profissional. 

Arquivo pessoal/Luana Fátima Moreira Leite

“Eu entrei na faculdade em abril de 2022 e lá onde eu trabalhava, flexibilizaram meu horário, aí trabalhava apenas na parte da tarde. Mas, dois meses depois não estava dando certo, meu rendimento caiu na empresa. Eu trabalhava com vendas.” 

No meio de toda essa adaptação da vida de estudante universitária e profissional, Luana disse que teve que se reinventar para levantar recursos financeiros, porque não dava pra ficar parada.

“Eu saí da empresa no mês de julho e vi quais opções que eu tinha. Estagiar não era uma opção, porque estava no primeiro semestre do curso ainda. Não recebia nenhum auxílio da universidade, porque não me encaixava no perfil exigido. Aí eu me reinventei! Vi que alguns estudantes vendiam comida no Restaurante Universitário (R.U) e pensei em vender algumas coisas também, já que tinha familiaridade com vendas. A princípio, comecei vendendo balinhas, torta, brownie e trufas no meu bloco para os professores e colegas, mas um tempo depois, comecei a vender no R.U.”

Luana compartilhou que no decorrer do processo de empreender, percebeu que os brownies e as trufas eram mais vendidos. Por isso, começou a pesquisar receitas para melhorar e empreender mais nessa área gastronômica. 

“Como não estava mais trabalhando de carteira assinada, consegui administrar bem a vida acadêmica e a de empreendedora. Após as aulas que tinha na parte da manhã, eu descia pra vender brownie no R.U, ficava até umas 15h e voltava pra casa. Quando chegava em casa, fazia mais brownies para vender no dia seguinte. Quando comecei a empreender nos brownies, eu não tinha nada. Tive que comprar os ingredientes e os utensílios que faltavam para começar a produzir. Comprei tudo no cartão de crédito. Lembro que os primeiros dois meses foram difíceis financeiramente, pelo investimento que tive que fazer”, comentou.

Hoje em dia, grande parte da renda de Luana vem das vendas de brownies que são consumidos por muitos estudantes da UFMT e pessoas de Santo Antônio de Leverger, quando ela vai visitar a avó.

Para mais informações sobre o empreendimento de Luana, o Instagram da lojinha de brownies dela é @Luana_brownies.e.doces .

Veja as fotos: 

 

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