Um estudante de 12 anos foi agredido por colegas dentro da sala de aula na Escola Estadual Antônio Epaminondas, no bairro Lixeira, em Cuiabá. Ele é diagnosticado com Transtorno do Déficit de Atenção com Hiperatividade (TDAH) e Transtorno Desafiador Opositor (TOD). O aluno chegou a receber uma advertência depois de apanhar. Por meio de nota, a Secretaria de Educação (Seduc-MT), afirmou que é comum advertir alunos envolvidos em conflitos, no entanto, não disse se os alunos agressores também receberam advertência.
Em entrevista a TV Centro América a mãe do estudante Cristiane de Paula, contou que chorou muito ao ver as imagens do filho apanhando.
“Eu já chorei muito, já estive muitas vezes emocionada ao ver meu filho apanhando. Numa sala de aula a gente espera ser acolhido e bateram nele”, contou.
O estudante foi agredido duas vezes. A primeira ocorreu no dia 1° de abril e a segunda vez no dia 16 de abril. Imagens de câmeras de segurança flagraram o momento em que alguns colegas o “provocam”. Em um momento, ele se deita no chão e leva alguns chutes e socos (assista no fim da matéria).
Depois do ocorrido, a mãe do menino recebeu uma advertência da coordenação escolar, em razão do filho “incomodar os colegas” e “entrar em confronto com outros meninos”. Além disso, o documento diz que cabe aos pais a educação do filho. Já o relatório escolar diz que o estudante xinga, fala palavrões e não respeita ordens, o que deixou a família indignada.
A tia do menino, Viviane de Paula, registrou um boletim de ocorrência diante de caso. Além disso, levou o sobrinho para fazer um exame de corpo de delito e fez uma denúncia ao Ministério Público de Mato Grosso (MP-MT). Depois da situação, a coordenação da escola entrou em contato com Viviane alegando que não tinha visto as imagens das câmeras de segurança e que “era para desconsiderar a situação que tinha sido um equívoco”.
“Na segunda agressão (no dia 16 de abril), participamos de uma reunião com a Seduc e a gestão escolar. A coordenadora e a diretora (da escola) deixou bem claro que não tem como garantir a segunda dele na escola”, afirmou.
Já a mãe, Cristiane contou que escolheu a escola Antônio Epaminondas por pensar que “tinha acolhimento.
“Estava escrito na faixa que seria integral. Esperava que a escola, com essa frase, tinha projetos e tinha acolhimento com alunos. Fiquei na expectativa que seria uma escola de acolhimento”, disse.
Outro lado
Em nota para a reportagem, a Seduc-MT afirmou que realizou todos os procedimentos para fazer o acolhimento do estudante e que o diagnóstico de TOD, não daria direito para um acompanhente exclusivo para o aluno. Mas, afirmou que o pedido para que o aluno tenha um professor apenas para fazer o acompanhamento, está em análise.
Já com relação a advertência, a pasta disse que é comum advertir alunos envolvidos em conflitos.
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Com informações da TV Centro América