Giovana Fortunato
Março Amarelo começou! É o mês mundial de conscientização da endometriose
No Brasil, uma em cada dez mulheres possui algum tipo de endometriose.
Em um país de proporções continentais e populoso como o nosso, em que o sexo feminino representa aproximadamente 51,6% da população total, isso significa que cerca de 10 milhões de mulheres sofrem com a endometriose em solo brasileiro.
A cada dez mulheres em idade reprodutiva, uma sofre de endometriose.
Mesmo com números alarmantes, essa doença continua sendo diagnosticada de maneira tardia e muito se deve à desinformação acerca do tema.
Por isso, profissionais da saúde encaram o desafio cotidiano de conscientizar as pessoas sobre os perigos da endometriose e de divulgar conhecimentos sobre essa condição clínica que aflige tantas pacientes.
Identificar os primeiros sintomas o mais cedo possível, além de fazer questionamentos mais aprofundados e específicos nas consultas e exames de rotina, pode fazer toda a diferença para um diagnóstico precoce. É o caminho ideal para aumentar as chances de tratamentos bem sucedidos.
O risco de endometriose, de maneira geral, é maior para mulheres que tenham mãe ou irmãs que sofreram ou sofrem com quadros endometrióticos. Isso nos leva a crer que existem fatores genéticos que podem significar alguma predisposição para o desenvolvimento da doença. Problemas imunológicos que comprometam o funcionamento das defesas do organismo configuram outro fator de risco.
Fique atenta às cólicas extremamente dolorosas e, por vezes, incapacitantes. São os principais sintomas: Dores na região lombar e durante as relações sexuais também podem ser sinais da presença de tecido endometrial fora do útero, que é o que define a endometriose.
É importante perceber se as dores, incômodos e sangramentos aumentam a cada ciclo menstrual e a cada relação íntima. Entenda que mulheres não precisam conviver com dor. Sofrimento não é uma condição da feminilidade.
Atenção: Sangue na urina ou nas fezes durante a menstruação são sintomas de endometriose em estágio avançado. Em geral acompanhados de fortes dores abdominais, podem sinalizar que bexiga e intestino foram afetados.
Converse com familiares e amigas, compartilhem informações e conselhos. Fortaleçam os laços e cuidem umas das outras.
O assunto vem à tona por causa do “Março Amarelo”, voltado à conscientização sobre a endometriose em todo o mundo. Durante todo o mês, alerta-se para a realização dos exames preventivos. “Temos, nessa época, um momento importante de alerta não só para as mulheres, que precisam estar atentas aos sintomas e devem procurar precocemente o seu ginecologista, mas também para nós, médicos, no sentido de percebermos a necessidade de fazer esse diagnóstico.
Entre os métodos de diagnóstico mais comuns estão o exame de ultrassom pélvico transvaginal (com preparo intestinal realizado por profissionais treinados), a ressonância magnética pélvica e o exame ginecológico tradicional. No entanto, a melhor maneira de identificar a endometriose ainda é a videolaparoscopia. No entanto, diante dos recursos diagnósticos disponíveis hoje, sua indicação está restrita a situações especiais.
A prevenção, portanto, é fundamental para evitar a doença. É imprescindível fazer o diagnóstico precoce, assim como o tratamento. Para isso temos que ter em mente os sinais e sintomas da doença e, para diagnosticar os casos assintomáticos, fazer pelo menos um ultrassom transvaginal de rotina anual.