Os empresários Rafael Geon e Bruno Rossi foram presos pela Delegacia Especializada de Roubos e Furtos (Derf), de Cuiabá, na manhã desta quarta-feira (20), durante a Operação Piraim. Outros quatros envolvidos no esquema de extorsão mediante a restrição de liberdade estão sendo procurados por Policiais da Delegacia Especializada de Roubos e Furtos de Cuiabá (Derf).
O grupo envolvido aparece em vários vídeos que circulam na internet agredindo pessoas com um chicote. Os procurados são: Guilherme Augusto Ribeiro, o “Japão”; Benedito Luiz Figueiredo de Campos, o “Dito”; José Augusto de Figueiredo Ferreira, o “Sapo”; e Sérgio Silva Cordeiro.
Rafael e Bruno são apontados como os mandantes da ação de um grupo que agrediu, até com chicotes, ao menos um devedor. Um dos episódios foi gravado e veio à tona em agosto. A agressão aconteceu em plena luz do dia, na Avenida Miguel Sutil.
Além dos seis mandados de prisão, a Operação Piraim cumpriu cinco de busca e apreensão. A operação investiga crime de extorsão mediante restrição de liberdade.
Conforme informações da Polícia Civil. o pai da vítima procurou a delegacia especializada no dia 04 de maio deste ano e declarou que o filho estava em poder do grupo criminoso, que exigia dinheiro para liberá-lo. Na ocasião, uma equipe da Derf foi até o local onde estava a vítima que, temendo por sua vida, declarou que os suspeitos não tinham lhe açoitado. A vítima apresentava diversos hematomas.
A investigação da Derf Cuiabá apurou que a vítima foi abordada pelo grupo criminoso na Avenida República do Líbano, no estacionamento de um posto de combustíveis, na Capital. Na sequência, o pai da vítima recebeu uma ligação telefônica, feita do aparelho celular do filho, onde o interlocutor dizia que credores queriam receber dívidas contraídas pela vítima. O pai chegou a oferecer um veículo avaliado em R$ 80 mil, contudo, os criminosos disseram que a camionete não quitaria a dívida.
Cinco suspeitos do crime foram detidos e encaminhados à Derf Cuiabá. Interrogados, um deles alegou que a vítima lhe devia 40 mil reais e em relação às agressões, negou que seria o mandante da extorsão.
A vítima disse que a ação criminosa começou após receber um pedido para se encontrar com um credor. Ao chegar ao local combinado, foi ameaçada, caso não quitasse as dívidas. No local estavam o credor e outras quatro pessoas. Os suspeitos exigiram uma caminhonete como pagamento parcial da dívida e se apossaram da chave do veículo, impedindo que a vítima saísse do local.
“Justiceiros”
Indícios coletados pela equipe de investigação derrubaram as versões apresentadas pelos cinco investigados, que foram interrogados na Derf Cuiabá.
A vítima, receosa pela sua integridade física e de seus familiares, isentou os criminosos no dia em que foram conduzidos à delegacia.
A investigação apurou que um dos criminosos, B.R.P. foi o responsável por armar o encontro com a vítima e, no local combinado, restringiram a liberdade e iniciaram as extorsões e agressões. A vítima permaneceu por horas em poder dos criminosos sendo agredida. “As ações foram registradas com a finalidade de humilhar e difundir o modo de execução do crime com o anseio de assumirem um papel de justiceiros”, explicou o delegado Guilherme de Carvalho Bertoli.
Os quatro ‘cobradores’ foram os executores das agressões contra a vítima e agiram a mando dos investigados B.R.P., de 39 anos, e R.G.D.S., de 35 anos, e teriam comissões caso conseguissem receber as dívidas.
Nome da operação
Piraim é um tipo de chicote trançado, geralmente confeccionado com couro bovino.
Confira imagens dos foragidos: