Em votação na sessão ordinária desta quinta-feira (14), os vereadores da Câmara Municipal de Cuiabá manteve, o título de cidadão cuiabano ao deputado estadual Gilberto Cattani (PL). O vereador Luis Cláudio (PP), havia pedido a revogação do título de Cattani por meio de um decreto legislativo apresentado em maio deste ano, após o parlamentar comparar a gestão de mulheres à de vacas.
Na votação desta quinta, Catani teve apoio de 17 parlamentares que votaram à favor para manter o título, contra 13 vereadores que votaram contra a proposta de Luis Cláudio.
Na semana passada, o texto chegou a ser aprovado com 21 votos favoráveis e 3 contrários. Contudo, a proposta sofreu um revés na sessão desta quinta e foi rejeitada.
A recusa ao decreto ocorre em meio a outra polêmica que envolve o deputado, desta vez com a vereadora Maysa Leão (Republicanos), que o acusa Catanni de ter editado um vídeo propositalmente, a fim de colocá-la como defensora de estupradores, após ambos participarem de uma discussão sobre o tem em um podcast.
Após a votação Maysa agradeceu aos vereadores que se posicionaram a seu favor. Segundo a parlamentar, violência moral e psicológica são tão graves quanto o estupro e a violência física. Em seu discurso ela disse que a pauta das mulheres na Câmara de Cuiabá torna-se um assunto secundário, a partir do momento que os vereadores homens se negam a reconhecer uma “gravíssima violência” sofrida por uma vereadora por parte de um deputado.
“Nossas mulheres sem microfone, sem voz, sem vez, estão sendo ignoradas, sim, dentro dos parlamentos e dentro dos cargos de poder. É o reflexo de 25 casos de feminicídio no Estado de Mato Grosso. Violência não tem sutileza. Violência é violência. Hoje, esse deputado sai daqui se sentindo vencedor, impune e acima da lei. E há colaboração daqueles que não quiseram que ele aprendesse que, de alguma forma, ele não está acima da lei”, apontou.