Doze pessoas grileiros foram presos por desobediência e resistência durante a ação de desocupação de área no Contorno Leste, em Cuiabá, nesta segunda-feira (12). A informação foi dada pelo comandante do 1º Comando Regional da Polícia Militar, coronel Rodrigues. A Justiça determinou que os moradores deixem o local e uma ação envolvendo órgãos de segurança de Mato Grosso, como PM e Corpo de Bombeiros, foi montada para a retirada das centenas de famílias que moram na região. Segundo a polícia, alguns resistiram e atacaram os policiais com pedras, tijolos e fogos de artifício.
“Estamos falando do cumprimento de ordem judicial. Quem não acata entra em desobediência, resistência. Toda a parte de negociação, processo legal foi feito. Essa ordem judicial é antiga, foi feito um estudo de situação, planejamento. Todas as famílias foram notificadas pelo oficial de Justiça”, disse o comandante durante entrevista à Rádio Cultura FM, nesta terça-feira (12).
A ação ainda continua no local para a retirada dos moradores que insistem em não deixar seus imóveis. “Estamos acompanhando a desocupação das casas, dos móveis que estão sendo retirados e levados para onde os moradores determinam. A ordem que estamos trabalhando em cima é a ordem judicial de cumprimento da reintegração de posse”, explicou.
O deputado Wilson Santos (PSD) esteve no local, nesta segunda, e disse que tentaria, nesta terça, uma negociação de aquisição da área para que os moradores continuem nas casas que já construiram no terreno. O comandante afirmou que, até o momento, a PM ainda não recebeu nenhuma ordem para parar com a ação de despejo dos moradores. A reportagem tentou contato com o deputado para saber como anda a negociação, mas não obteve retorno.
“Essa negociação que, porventura, esteja sendo feita pelo deputado, ela não chegou até o comando da Polícia Militar para ter alguma ação de cessar o cumprimento [da ação]. Isso, com certeza, está sendo feito via meios legais que o deputado está anunciando. Porém, no momento está tudo dentro da normalidade, continuando a reintegração”, afirmou.
Indagado sobre uso de balas de borrachas e spray de pimenta na população, o comandante explicou que foi necessário por conta da resistência dos grileiros e ataques por parte deles, com pedras, tijlos e fogos de artifícios.
“Nós [policiais] tivemos ainda o cuidado de, desde às 6h, negociar com todos os moradores. Foram mais de três horas de negociação para que a saída fosse pacífica. Porém, não teve nenhum tipo de acordo, os moradores resistiram. Teve arremesso de pedras, tijolos, fogos, uma situação bem atípica”, alegou. A Secretaria de Estado de Segurança Pública (Sesp) também disse, por meio de nota, que foi necessário uso de técnicas de controle e uso de armas não letais.