Dono de distribuidora é apontado como líder de organização criminosa que adulterava lacres de cervejas desviadas da Ambev

As investigações da Polícia Civil apontam que o empresário Leandro Queiroz Gontijo, preso nesta quarta-feira (13), por envolvimento no desvio de cargas da Ambev, é apontado como líder e receptador das cargas desviadas, ele é proprietário da distribuidora Itália, em Cuiabá. Na casa dele foram apreendidos R$ 1,3 milhão em um cooler. As investigações apontam ainda que funcionários não queriam fazer parte da organização criminosa eram forçados a pedir demissão.

De acordo com o delegado da Delegacia de Roubos e Furtos de Cuiabá, Luiz Felipe Leoni, a execução dos crimes contava com a participação de empregados que atuavam nas funções de conferencistas, porteiros, motoristas, ajudantes de motorista, carregadores, entre outros.

“Ao que tudo indica, este esquema criminoso já acontecia há alguns anos dentro desta cervejaria. Todos funcionários que eram contratados, automaticamente já eram abordados por estes integrantes desta organização criminosa, para que participassem do esquema. Aqueles funcionários que não aceitavam participar, eram ameaçados de morte e, com medo, muitos deles acabavam pedindo demissão do cargo”, destacou o delegado.

Leia mais: Operação cumpre 48 mandados contra quadrilha que desviou cargas de bebidas de cervejaria nacional; veja vídeos

A polícia ainda não sabe informar se os funcionários contratados já eram indicados pelos criminosos, para que integrassem o grupo, ou se eles abordavam as pessoas após as contratações.

Ainda conforme o delegado, o grupo envolvido desviava as cargas que eram devolvidas por clientes da cervejaria. Para isso, era falsificada uma declaração pelo conferencista e o porteiro da cervejaria confirmando que houve a entrada dos lotes de cervejas na fábrica. Em seguida, as cargas das bebidas eram desviadas aos receptadores, uma delas era a distribuidora Itália, que fica no bairro Renascer.

Conforme as autoridades foi realizada uma perícia nas bebidas ofertadas pela distribuidora, comprovando a adulteração dos lacres.

“Isso foi comprovado através do exame de perícia que realmente havia cerveja adulterada, falsificada. Me refiro ao lacre da cerveja. A gente ainda não fez uma análise sobre o conteúdo, sobre o líquido propriamente dito, mas os lacres eram adulterados”, afirmou o delegado Luiz.

Relembre o caso

A Polícia Civil deflagou na manhã desta quarta-feira (13), a ‘Operação Ceres’, para cumprimento de 48 mandados judiciais, contra uma associação criminosa que se formou para praticar diversos crimes contra uma fabricante nacional de bebidas instalada na capital.  A operação é coordenada pela Delegacia Especializada de Roubos e Furtos de Cuiabá.

Noventa policiais civis cumprem, em diversos endereços na Capital, as seguintes ordens judiciais: 18 buscas e apreensões domiciliares; 19 buscas e apreensões de computadores e aparelhos celulares e quebra do sigilo telemático; 06 ordens de sequestro e arresto de bens móveis; 04 ordens de quebra do sigilo bancário e fiscal e uma ordem de penhora no valor de R$ 12.782 milhões em desfavor dos investigados.

O inquérito policial instaurado apura os delitos de associação criminosa, lavagem de dinheiro, furto qualificado, receptação qualificada e falsidade ideológica contra uma quadrilha que se associou para desviar bebidas alcoólicas de cinco marcas produzidas pela cervejaria nacional.

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