A sessão ordinária da Câmara Municipal de Cuiabá, na manhã desta quinta-feira (16), foi tensa após uma nova discussão entre os vereadores Dilemário (Podemos) e Edna Sampaio (PT).
Desta vez, além de retomar a polêmica envolvendo a demissão da chefe de gabinete grávida feita pela petista, o parlamentar fez outras duas acusações. De acordo com ele, Edna tentou emplacar o marido, William Sampaio, em um cargo na Câmara Municipal de Cuiabá, ganhando salário de R$32 mil mensais.
O pedido teria sido encaminhado para ao Secretário de Estado e Planejamento, Basílio Bezerra, em novembro de 2022, tendo sido apreciado pelo ex-presidente da Casa de Leis, Juca do Guaraná.
‘’O pedido ocorreu através de um ofício da Câmara Municipal encaminhado ao Secretário de Estado e Planejamento, Basílio Bezerra, onde foi solicitado em novembro de 2022, a sessão do servidor público estadual William Cezar Sampaio para trabalhar no Legislativo cuiabano”, disse Dilemário.
Juca, por sua vez, teria alegado ônus financeiro à Câmara Municipal.
”No ofício, o ex-presidente deixa claro que a sessão do esposo da vereadora Edna é com ônus financeiro para a Câmara Municipal pelo período de dois anos. A Câmara arcaria com o pagamento de salários para William Sampaio no valor de R$846 mil. Fora outras despesas com encargos trabalhistas”, emendou.
O parlamentar ainda citou o caso da ex-chefe de gabinete grávida que foi demitida pela petista. Fechando seu pronunciamento, Dilemário lembrou sobre a polêmica de que Edna tirou licença por 40 dias com atestado médico assinado pelo filho, William Rafael de Almeida Sampaio.
”A imprensa notificou o fato da vereadora ter saído de licença da Câmara, por 40 dias, após apresentar um atestado médico assinado pelo seu próprio filho, o nutrólogo, William Sampaio. Assim que a situação se tornou pública, houve questionamento sobre o ato, assim como desgaste para a vereadora. Já são três situações praticadas neste parlamento, portanto, eu não poderia deixar de fazer esses questionamentos a ela”, pontuou.
Edna, por sua vez, se defendeu das acusações. Anteriormente, Willam Cesar se pronunciou, por meio de uma nota à imprensa, negando as informações publicadas e explicando o pedido para que fosse cedido pelo Estado para atuar no Poder Legislativo. A vereadora, durante a sessão no plenário, tocou no assunto, após falas de Alencar.
‘’Não há nenhuma ilegalidade, não há nenhuma imoralidade, não há nenhum problema com isso. Eu acho, eu convido até o vereador que conheça a carreira de gestores governamentais, e o senhor vai se surpreender com a qualidade dessa carreira”, afirmou.
A parlamentar lembrou que seu marido, William Sampaio, assim como ela, é servidor público concursado, e já recebe os mesmos R$32 mil que ele ganharia caso fosse atuar na Câmara. Ela afirmou que não faz política por dinheiro, e alfinetou alguns legisladores municipais que estariam fazendo política ”para sobreviver”.
”Meu marido é concursado, e recebe R$32 mil como eu também. Eu recebo também da Unemat porque também sou servidora lá. E eu quero dizer que eu sou uma pessoa que quando eu quis ter um salário decente, eu prestei um concurso”, disse.
”Quem faz a política por dinheiro, não faz política pro povo, mas faz política para sobreviver. Eu tenho muito orgulho de não precisar fazer política para sobreviver. Tenho muito orgulho de nem eu e nem o meu marido precisar de remuneração, ou fazer qualquer trabalho que seja, porque nós temos o compromisso com o povo, que é o nosso povo aqui de Mato Grosso, aqui de Cuiabá”, pontuou.
Contudo, o marido de Edna foi referendado pelo Partido dos Trabalhadores, para ocupar cargo federal em Brasília neste terceiro Governo Lula. Ele que é ex-presidente estadual da sigla, espera ser nomeado a um posto de direção no Ministério da Gestão e da Inovação em Serviços Públicos, na capital federal.