Desmatamento no Xingu reduz de forma expressiva em Mato Grosso

Foto: Rogério Assis/ISA

Os últimos dados técnicos da Rede Xingu+ apontam que o desmatamento na Bacia do Xingu, local de proteção da Amazônia, caiu mais que a metade no primeiro semestre deste ano, em Mato Grosso, atingindo o patamar de 52%.

A queda do desmatamento na região do Xingu, localizada em Mato Grosso, foi de 16%. O dado é reflexo do desmatamento legal, autorizado pela Secretaria Estadual do Meio Ambiente (Sema), no início de 2023.

Esse procedimento aconteceu em Feliz Natal e Peixoto de Azevedo (lado oeste do Território Indígena do Xingu) e Querência, no lado leste. Os municípios são grandes produtores de grãos como a soja e o milho. No entanto, mesmo que autorizado esse desmatamento na agropecuária, uma série de impactos ambientais podem comprometer a produção agrícola futuramente.

Entre as consequências causadas pela conversão da floresta em monoculturas agrícolas e pastagens estão: perda de biodiversidade, aumento de emissões de dióxido de carbono (CO2), alterações no ciclo hidrológico, redução da evapotranspiração, diminuição das chuvas, aumento de queimadas e da temperatura, além de impactos sobre os cursos hídricos com assoreamento e contaminação por agrotóxicos.

Dados Significativos

A Terra Indígena Apyterewa, do povo Parakanã, vive um processo contínuo de invasão de grileiros e apresentou uma queda de 94% no desmatamento do período. Cachoeira Seca, Trincheira Bacajá e Ituna Itatá seguiram pelo menos caminho, com redução de 91%, 71% e 99%, respectivamente. Em 2022, Apyterewa, Cachoeira Seca e Ituna foram as três Terras Indígenas mais desmatadas da Amazônia. A Trincheira Bacajá ficou em quinto, mas havia figurado em segundo lugar em 2021.

Nas Unidades de Conservação, o desmatamento passou de 34,9 mil hectares entre janeiro e junho de 2022 para 4,9 mil no mesmo período de 2023. As UCs Estação Ecológica da Terra do Meio, Floresta Estadual do Iriri e Floresta Nacional de Altamira apresentaram respectivamente redução no desmatamento de 95%, 99% e 99%.

A diminuição das taxas e a nova política ambiental levaram à intensificação nas operações e em outras estratégias de combate ao desmatamento, como cobranças de multas, destruição de maquinários, apreensão de gado e embargo remotos.

Segundo dados do próprio Ibama, houve um aumento de 173% nos autos de infração na comparação com a média dos últimos quatro anos no mesmo período. As multas aumentaram em 147% e os embargos, 123%. Foram 3 mil cabeças de gado apreendidas pelo Ibama e ao menos 3,2 mil cabeças de gado apreendidas pelo ICMBio.

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