O deputado estadual Gilberto Cattani (PL) afirmou nesta quarta-feira (31), que não teme eventuais punições, como a cassação de seu mandato, por conta das polêmicas que envolvem suas declarações e vídeos que repercutiram na mídia nos últimos dias, em que comparou vacas e mulheres e atacou feministas. Nesta quarta-feira, ele passou a ser alvo da Comissão de Ética da Assembleia Legislativa (ALMT), que será instalada para analisar pedido de investigação por quebra de decoro parlamentar.
Questionado sobre qual caso específico estava tratando, o parlamentar, no entanto, não citou nomes. “Quem pediu a cassação e está tentando punir, tem dentro da instituição esse tipo de atitude e nunca foi feito nada. A Casa tem que fazer o que precisa fazer. Não tenho medo de nada que eu falo, não tenho medo da verdade. Eu só uso a verdade”, disparou Catanni.
Nesta quarta-feira uma representação protocolada pela Ordem dos Advogados do Brasil – Seccional Mato Grosso (OAB-MT) foi instalada pela Comissão de Ética da Casa. O requerimento foi protocolado na manhã desta quarta, pela presidente da Comissão da Mulher Advogada, Gláucia Amaral, e lida na sessão ordinária matutina. Com isso, os líderes dos cinco blocos irão indicar cinco nomes para compor a comissão, que irá analisar se instala ou não processo disciplinar contra o deputado.
O documento cita ao menos três casos em que Cattani teria atacado a dignidade das mulheres.
A presidente interina da AL, Janaína Riva (MDB), acredita que os trâmites para definição do grupo que investigará Cattani sejam finalizados no período de sete dias, ainda que não haja um prazo formal para apresentação dos membros da Comissão.
A instalação do grupo foi determinada por Janaína durante a sessão ordinária desta quarta-feira, após aprovação da representação pela maioria no Colégio de Líderes. Agora, cada bloco partidário deverá indicar um membro para compor a Comissão. Depois disso, terá início o processo que poderá levar à perda de mandato de Cattani.
Cattani será investigado pelas falas apontadas como discriminatórias às mulheres. A polêmica teve início na abertura dos trabalhos da Frente Parlamentar Pró-vida, quando o deputado traçou comparação entre o cio das vacas, o período fértil feminino e suas respectivas gestações.