Terra Yanomami terá R$ 32 milhões para investimento em educação

O território etnoeducacional Yanomami Ye’kwana será o primeiro a receber, neste ano, o apoio do Ministério da Educação (MEC) por meio das universidades e institutos federais. Ao todo, R$ 32 milhões serão repassados para a construção de escolas e formação de professores no território desses povos, de forma emergencial. A Universidade Federal de Minas Gerais ficará responsável por executar as obras, enquanto a formação de professores será conduzida pelo Instituto Federal de Roraima. Aliás, R$ 18 milhões serão destinados à formação dos docentes. As ações para a educação dos Yanomami e Ye’kwana foram discutidas com lideranças indígenas em encontro, na terça-feira (21), com o ministro Camilo Santana, em Brasília. Os Yanomami são a etnia brasileira com o menor número de profissionais formados pela educação superior — menos de 1% tem formação neste nível. A ideia é fortalecer o Programa Saberes Indígenas no Território, responsável pela formação continuada e pela produção de material didático voltado a esse público. Como parte da Política Educacional Indígena, o MEC vai retomar a construção de 74 escolas indígenas em vários territórios do país, com investimento de R$ 195 milhões. Também estão previstas a criação de 113 novas escolas indígenas, pelo Programa de Aceleração do Crescimento (PAC). Pelo Programa Nacional de Formação de Professores da Educação Básica, na modalidade Equidade, o ministério aprovou a criação de 39 cursos de licenciatura intercultural indígena, com 2.412 vagas.

Governo divulga gabarito oficial preliminar do CNU

Os quase 1 milhão de candidatos que fizeram o Concurso Público Nacional Unificado (CPNU) no último domingo (18) já podem conferir os gabaritos preliminares das provas objetivas dos oito blocos temáticos. O material foi disponibilizado nesta terça-feira (20), na área do candidato, no site do CNPU. Em nota, o Ministério da Gestão e Inovação em Serviços Públicos informou que os candidatos têm até esta quarta-feira (21) para interposição de eventuais recursos quanto às questões formuladas ou aos gabaritos divulgados. Os recursos, segundo a pasta, devem ser enviados em campo específico na área do candidato. Não serão aceitos recursos via postal, via correio eletrônico, via fax ou fora do prazo. Os cadernos de provas foram disponibilizados na noite do domingo (18). A imagem do cartão-resposta será disponibilizada no dia 10 de setembro. Já as notas finais das provas objetivas e a nota preliminar da discursiva serão divulgadas em 8 de outubro. A divulgação do resultado definitivo da seleção, conforme cronograma divulgado pelo ministério, está prevista para 21 de novembro e a etapa de convocação para posse e realização de cursos de formação deve começar em janeiro de 2025. Agência Brasil

CNU: de 2,1 milhões de inscritos, cerca de 1 milhão fizeram as provas

A ministra de Gestão e Inovação em Serviços Públicos (MGI), Esther Dweck, fez um balanço preliminar do comparecimento ao Concurso Público Nacional Unificado (CNPU), neste domingo (18), afirmando que cerca de 1 milhão de pessoas fizeram o certame. O número de inscritos no CNU somou 2,14 milhões, o que significa um percentual de abstenção acima de 50%. “Está dentro da nossa expectativa, comparando com outros concursos desse tamanho, nesse quantitativo de gente”, afirmou a ministra. De acordo com Esther, o Distrito Federal teve a menor taxa de abstenção e o Ceará teve a maior. Os dados são preliminares e o Ministério da Gestão divulgará amanhã (19) os dados consolidados. Segundo ela, a taxa de abstenção ficou abaixo de que outros certames recentes, como o do Banco Central. “A média histórica é em torno de 40%, chegando a 50% em concursos maiores”. Durante coletiva, a ministra disse que a taxa de abstenção foi puxada sobretudo pelos faltantes que concorriam a vagas de ensino médio, enquanto os candidatos de nível superior compareceram em maior número. “O maior percentual de abstenção foi no nível médio, o bloco 8, que tinha a maior relação candidato por vaga. Nos outros blocos ficou abaixo da média. O menor bloco de abstenção foi o 3, da área ambiental, agrária e biológica. Mas, em geral, os percentuais de [abstenção] de nível superior ficaram em percentuais muito próximos. E o que destoou mesmo foi o nível intermediário”, avaliou a ministra. Ela comemorou a presença de 1 milhão participantes no CNU, o que mantém o concurso como o maior já realizado no país. “Nosso objetivo era mudar a cara do serviço público brasileiro e deixa-lo com a cara do Brasil, podendo incorporar nesse concurso a grande diversidade brasileira”, frisou ela. Segundo dados do MGI, os inscritos no concurso foram oriundos de quase todos os municípios brasileiros, com a exceção de apenas dez cidades. Questionada, a ministra considerou não ter sido grande o impacto do adiamento do concurso para a taxa de abstenção elevada. “A questão da mudança da data pode sim ter interferido na decisão das pessoas, por isso a gente permitiu que as pessoas desistissem e tivessem a taxa [de inscrição] devolvida, mas tivemos muito poucas pessoas que decidiram por isso”, destacou. Inicialmente, as provas ocorreriam em 5 de maio. Contudo, dois dias antes da data marcada, em 3 de maio, o governo federal adiou o concurso, por causa das fortes chuvas que atingiram quase 95% (468, dos 497) dos municípios gaúchos. Eliminados De acordo com a ministra, o concurso foi realizado sem grandes problemas, com o registro de ocorrências em 0,2% dos locais de aplicação do CNU. “Nada que tenha afetado efetivamente a realização da prova, apenas atrasou um pouco”, disse. Ainda segundo ela, cerca de 500 candidatos (0,05% do total) foram eliminados neste domingo por terem apresentado condutas proibidas pelo edital, entre elas sair da sala da prova levando o caderno de questões, o que era proibido. “Isso não é um vazamento de provas, não teve nenhum problema de segurança com essa pessoas que saíram com o caderno de provas”, assegurou Esther Dweck, que destacou ainda a baixa judicialização do certame. Presente na entrevista coletiva após o encerramento do CNU, o advogado-geral da União, Jorge Messias, também ressaltou o número baixo de processos envolvendo um concurso dessa magnitude. “Não tivemos uma única ação judicial apresentada nas últimas 48 horas. Temos muita segurança da correção na aplicação”, afirmou. Próximos passos As provas começaram às 9h e foram encerradas entre as 17h30 e as 19h, a depender do bloco de conhecimentos escolhido pelo candidato e do atendimento especial no caso de participantes com alguma deficiência. O caderno de questões será disponibilizado ainda neste domingo, às 20h, na página oficial do CNU. O gabarito oficial preliminar será divulgado na terça-feira (20). O resultado final do certame está marcado para 21 de novembro. Maior seleção de servidores da história, com mais de 2,1 milhões de inscritos, o CNU foi realizado em 228 cidades espalhadas por todos os estados e o Distrito Federal (DF). Ao todo, são 6.640 vagas em 21 órgãos federais, na primeira vez que esse formato de seleção única foi aplicado para preencher postos de trabalho no governo federal.

Cerca de 80% dos inscritos no Concurso Unificado têm de 20 a 44 anos

Os candidatos no Concurso Público Nacional Unificado (CPNU) com idades entre 20 e 44 anos representam 80,3% do total de inscritos, mais do que o dobro da faixa de idade na composição da população brasileira, que corresponde a 38,72%, de acordo com o Censo Demográfico de 2022, do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Dentre esta faixa etária, os adultos de 25 a 34 anos foram os que mostraram maior interesse em integrar os quadros federais. Os dados sobre a distribuição dos inscritos por faixa etária são do Ministério da Gestão e da Inovação em Serviços Públicos. Neste domingo (18), mais de 2,11 milhões inscritos, entre pagantes e isentos, farão as provas do certame, em dois turnos, após adiamento em maio, devido à situação de calamidade vivida pelo Rio Grande do Sul causada pelas fortes chuvas que caíram no estado entre abril e maio. Faixas etárias De acordo com a empresa organizadora do chamado Enem dos Concursos, a Fundação Cesgranrio, o grupo mais numeroso de concorrentes desta faixa etária de jovens e adultos é de 25 a 34 anos, com 821.523 inscrições (38,3% do total de candidatos) confirmadas. No grupo entre 25 e 34 anos, as mulheres são maioria, com 56,3% de inscrições. Os homens somam 43,7% do total. Em números absolutos, são 462.377 mulheres e 359.146 inscritos entre 25 e 34 anos. O segundo maior grupo de inscritos têm entre 35 e 44 anos: 556.948 candidatos ou 26% do total, percentual que também supera a pirâmide etária do Censo 2022, pois a população de 35 a 44 anos corresponde a 15,87% dos brasileiros. Em terceiro lugar, está a faixa de candidatos entre 20 e 24 anos: 342.988 candidatos (16% do total). Em seguida, aparecem os inscritos com idade entre 45 e 59 anos, que são 13,8% do total, com quase 300 mil (296.359) candidatos. O quinto grupo é composto por adolescentes de 15 e 19 anos (4,8% – 342.988 inscrições). E há também idosos interessados em passar na prova deste domingo e conquistar uma vaga no funcionalismo público federal, já que os cargos não impõem limite máximo de idade. Quase 23 mil (22.826) pessoas com idade entre 60 e 69 anos inscreveram-se no certame e representam 1,1% dos candidatos. Candidatos na faixa de 70 a 79 anos representam 0,042% do total. Por fim, 0,001% do total, são candidatos idosos com 80 anos ou mais que irão disputar o concurso. Em caso de empate na classificação, um dos critérios adotados para desempate é a idade. Tem preferência o candidato que tiver idade igual ou superior a 60 anos, até o último dia de inscrição. A Fundação Cesgranrio também divulgou como foi o interesse dos inscritos por faixa etária pelos oito blocos temáticos do certame, definido por áreas de formação. A disputa pelas vagas será mais acirrada nos blocos temáticos 8 (nível intermediário ou médio) e 7, bloco de Gestão Governamental e Administração Pública, que neste último tem a maior parte das vagas destinadas a candidatos com graduação em qualquer área de conhecimento Entre 20 e 24 anos, a maior parcela de inscrições foi realizada para o bloco temático 8; com 188.501 candidatos, ou 55% do total de inscritos nesta faixa etária. No mesmo grupo etário, a segunda maior quantidade de inscrições foi assinalada para o bloco 7.  No grupo de 25 e 34 anos, a maioria dos candidatos (26,8%) disputará vagas no bloco temático 8 (nível intermediário). Em segundo lugar, 21,6% dos jovens candidatos desse grupo tentam uma vaga no bloco da Gestão Governamental e Administração Pública, o de número 7. Entre os candidatos com idade entre 35 e 44 anos, as preferências se invertem. Os candidatos do bloco 7 (Gestão Governamental e Administração Pública) são a maioria nesta faixa etária, com 132.162 inscritos (23,7% das inscrições). Em segundo lugar, está o público que optou pelo bloco 8 (Nível Intermediário): 122.815 inscritos, representando 22,1% do total dessa faixa etária. Perfil Entre os 2,11 milhões de candidatos inscritos no Concurso Público Nacional Unificado, 1.118.404 (ou 56,2%) declararam ser do sexo feminino e outros 925.741 candidatos (ou 43,8%) são do sexo masculino. No entanto, o MGI ressalta que a declaração de gênero não era obrigatória no ato de inscrição e, por isso, nem todos os inscritos preencheram esse campo do questionário. https://agenciabrasil.ebc.com.br/geral/noticia/2024-08/mulheres-sao-maioria-de-inscritos-no-concurso-unificado Entre os concorrentes das 6.640 vagas do certame para 21 órgãos da administração pública federal, 415.496 candidatos declararam ser negros (pardos e pretos); 43.926 declararam ser pessoas com deficiência (PCD) e outros 10.394 candidatos declaram ser indígenas. A cota racial é garantida no serviço público do Brasil, desde 2014, pela lei nº 12.990, que reserva 20% das vagas oferecidas nos concursos públicos aos negros. E desde dezembro de 2023, no Decreto nº 11.839/2023 destina 30% das vagas a candidatos de povos indígenas, em áreas da Fundação Nacional dos Povos Indígenas (Funai). O concurso unificado também conta com vagas para o Ministério dos Povos Indígenas (MPI). Em relação à renda média, o balanço do MGI mostra ainda que do total de inscritos confirmados, 56,4% têm renda de até três salários mínimos (R$ 4.236), ou 1,14 milhão de participantes. Na outra ponta, com renda mais alta, 6,3% dos candidatos já ganham mais do que dez salários mínimos (R$ 14.120) ou 124,8 mil inscritos. Enem dos Concursos O Concurso Público Nacional Unificado aplicará, neste domingo (18), simultaneamente, provas em 228 cidades, incluindo capitais e municípios de todas as unidades da federação, para preenchimento de cargos públicos efetivos em órgãos públicos federais. O Distrito Federal é a unidade da federação com maior número de inscritos no certame: 195,6 mil candidatos, superando os índices de cidades mais populosas como Rio de Janeiro (125.520) e São Paulo (86.895). Os mais de 2,11 milhões de candidatos confirmados disputarão 6.640 vagas para cargos públicos efetivos, no maior concurso público da história do Brasil e em formato inédito e aplicação única das provas, com o objetivo de promover igualdade de oportunidades aos interessados. O certame contará com segurança reforçada em uma rede de aplicação integrada por diversos órgãos públicos, criada pelo

Uso de internet no país cresce mais entre idosos, mostra IBGE

A probabilidade de esta reportagem estar sendo lida em um celular é muito grande, uma vez que 98,8% dos brasileiros com 10 anos ou mais de idade acessam a rede por meio do telefone. Esse dado e outras constatações, como o aumento da população idosa em contato com a internet, fazem parte de um suplemento da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) Contínua, divulgada nesta sexta-feira (16) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O levantamento – que traz também uma radiografia do uso da televisão pelos brasileiros – mostra que 88% da população com 10 anos ou mais de idade acessaram a internet em 2023. São 164,5 milhões de pessoas. Em 2019, a proporção era 79,5%, e em 2016, 66,1%. A pesquisa leva em consideração qualquer tipo de acesso, seja no domicílio ou fora dele. Entre as pessoas com mais de 60 anos, a proporção de quem usava a internet em 2023 ficou em 66% (22,5 milhões), a menor entre todas as faixas etárias. No entanto, esse grupo é o que mais cresce, proporcionalmente, desde 2019, quando menos da metade (44,8%) desse público tinha contato com a internet. A expansão foi de 21,2 pontos percentuais. Em 2016, menos de um em cada quatro (24,7%) idosos acessava a rede. De acordo com o analista da pesquisa, Gustavo Geaquinto Fontes, o crescimento do uso internet entre idosos impressiona. “No período curto de 2019 a 2023, houve aumento muito grande. Isso pode estar relacionado com a disseminação do uso da internet no cotidiano da sociedade e facilitação do acesso à internet por vários meios.” “Muitas coisas hoje são feitas pela internet”, acrescenta Fontes, citando ligações por áudio e vídeo. A pesquisa mostra que 86,5% dos idosos informaram usar a internet todos os dias. No conjunto da população, a marca chega a 94,3%. As faixas etárias situadas entre 14 e 49 anos tiveram mais de 93% de seus indivíduos em contato com a internet em 2023. O percentual mais alto é o da população de 25 a 29 anos, 96,3%. Finalidade e formas de uso É crescente a presença da internet nos lares brasileiros. Em 2016, 70,9% utilizavam o serviço, patamar que chegou a 92,5% em 2023. Desde o início da série histórica do IBGE, iniciada em 2016, a banda larga chega a praticamente todas as casas com internet. Em 2023 estava em 99,9% dos lares que acessavam a rede. Ao investigar o uso que o brasileiro faz da internet, o IBGE constatou que as atividades mais citadas foram ligação de voz ou vídeo (94,6%), envio ou recebimento de mensagens por aplicativos (91,1%), assistir a vídeos (87,6%), redes sociais (83,5%) e ouvir música, rádio ou podcast (82,4%). Ler notícias e livros figura em sexto lugar (69%), seguido por acesso a bancos (66,7%) e e-mail (60,5%). Pouco menos da metade (44,7%) das pessoas citou compras online e 35,9% responderam usar algum serviço público. No fim da lista estão jogos (30,9%) e vender ou anunciar bens ou serviços (13,2%). O meio mais citado para uso de internet na população com 10 anos ou mais de idade foi o celular (98,8%), seguido por televisão (49,8%), microcomputador (34,2%) e tablet (7,6%). Nos últimos anos, a TV tem ganhado preferência no acesso à internet. Em 2016 a marca era de apenas 11,6%. No mesmo período, o microcomputador caiu de 63,2% para 34,2%. O suplemento da Pnad mostra também que a presença de microcomputadores nos lares brasileiros vem caindo. Em 2016, eles estavam em quase metade (45,9%) das residências. Já em 2023, em apenas 39% dos domicílios. Desde 2022 o IBGE apura a presença de dispositivos inteligentes que podem ser acessados pela internet, como câmeras, caixas de som, lâmpadas, ar-condicionado, geladeiras etc. No primeiro ano da apuração, esses dispositivos estavam em 14,3% das residências brasileiras, patamar que subiu para 16% em 2023.   Cerca de 12% da população com 10 anos ou mais de idade (22,4 milhões de pessoas) informaram não ter usado a internet nos 90 dias anteriores à entrevistada do IBGE. Desse público, 75,5% eram sem instrução ou com ensino fundamental incompleto e 51,6% eram idosos. Dos 22,4 milhões, 46,3% disseram que o principal motivo para a falta de acesso era não saber utilizar a internet. Entre os idoso, esse percentual sobe para 66%. Telefones O levantamento apurou também a inserção do telefone celular no cotidiano do brasileiro – independentemente de ser usado para acessar a internet. Em 2023, 87,6% tinham celular. Em 2016, o patamar era 77,4%. Entre as pessoas que possuíam telefone móvel celular no ano passado, 96,7% tinham acesso à internet por meio do aparelho. Enquanto no Centro-Oeste (92,1%), Sudeste (90,9%) e Sul (90%) a posse de celular ficava na casa dos 90%, no Nordeste e Norte passava pouco de 80%, sendo 81,9% e 81,2%, respectivamente.   Assim como acontece no uso da internet, o maior crescimento na posse de celular acontece entre os idosos. Em 2022, 73,7% tinham o aparelho, marca que subiu para 76,1% em 2023. Enquanto o celular fica mais e mais presente no cotidiano brasileiro, a telefonia fixa perde relevância. Em 2016, 93,1% dos domicílios tinham aparelho celular; e 32,6%, telefone fixo. Em 2023, as proporções passaram para 96,7% e 9,5%, respectivamente. Agência Brasil

Mais de 400 mil candidatos estão registrados para eleições municipais

Os partidos, coligações e federações têm até esta quinta-feira (15) para registrar os candidatos a prefeito e vereador para as eleições municipais deste ano, marcadas para 6 de outubro, com eventual segundo turno em 27 de outubro em municípios com mais de 200 mil eleitores. Até o momento, foram registrados mais de 400 mil candidatos, sendo 13.997 a prefeito, 379.320 a vereador e os demais a vice-prefeito (cerca de 6.680) Pelo calendário eleitoral, o prazo para a solicitação de registro pela internet se encerrou às 8h desta quinta-feira. Os partidos, federações ou o próprio candidato, porém, ainda podem apresentar o registro presencialmente, no cartório eleitoral, até as 19h. O registro é um procedimento por meio do qual a legenda informa à Justiça Eleitoral todos os dados exigidos sobre uma candidatura, incluindo fotografia, parentescos, patrimônio e antecedentes criminais, entre outros. É preciso apresentar ainda a ata da convenção partidária que ratificou a candidatura. No caso de candidatos a prefeito, deve ser anexado ainda um programa com as propostas do candidato. Cada registro gera um processo que deve ser julgado pela Justiça Eleitoral, no qual deve ser analisado se toda a documentação está em ordem, ou seja, se a candidatura atende a todos os critérios legais. É verificado ainda se o candidato ou candidata não incorre em nenhuma hipótese da Lei da Ficha Limpa, por exemplo. Segundo as regras eleitorais, os juízes eleitorais têm até 16 de setembro para julgar todos os registros. Não raro, contudo, os candidatos que têm o registro negado conseguem manter o nome na urna por meio de liminares (decisões provisórias), enquanto recorrem da negativa. Alguns candidatos podem chegar a tomar posse, caso eleitos, mas terão o mandato cassado se não conseguirem confirmar a validade do registro. De acordo com a Constituição, para se candidatar a prefeito é necessário ter ao menos 21 anos de idade. Para vereador, a idade mínima é 18 anos. Em todos casos, é preciso ter nacionalidade brasileira e filiação partidária, além de ter domicílio eleitoral na localidade onde pretende concorrer. Não podem se candidatar os analfabetos, estrangeiros e militares em serviço obrigatório. Parentes até segundo grau, por consanguinidade ou não, de prefeitos também não podem se candidatar a nenhum cargo. A jurisprudência também veda que um prefeito que já cumpriu dois mandatos em um município volte a se candidatar para o mesmo cargo em outro município. Os registros de candidatura podem ser questionados por adversários ou legenda, ou pelo Ministério Público Eleitoral (MPE), no prazo de 5 dias desde a publicação de edital que informa o pedido do registro. Cada sigla, coligação ou federação partidária pode ter somente um candidato a prefeito e vice em cada município. No caso de vereadores, não são permitidas coligações, e cada partido ou federação pode ter como candidatos até o número total de cadeiras a serem ocupadas nas respectivas assembleias, mais um. Agência Brasil

Setor de serviços cresce 1,7% em junho e atinge patamar recorde

O volume de serviços no país avançou 1,7% em junho deste ano, na comparação com maio. Com o resultado, o setor atingiu o patamar mais alto da série histórica, iniciada em 2012. Os dados da Pesquisa Mensal de Serviços (PMS) foram divulgados nesta terça-feira (13) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O setor está 0,5% acima do patamar recorde anterior, registrado em dezembro de 2022, e 14,3% acima do nível pré-pandemia de covid-19, ou seja, de fevereiro de 2020. Na comparação com junho do ano passado, o setor cresceu 1,3%. Também foram observadas altas nos acumulados do ano de 2024 (1,6%) e do período de 12 meses (1%). As cinco atividades de serviços pesquisadas pelo IBGE apresentaram alta de maio para junho: transportes (1,8%), informação e comunicação (2%), profissionais, administrativos e complementares (1,3%), outros serviços (1,6%) e serviços prestados às famílias (0,3%). A receita nominal apresentou altas de 2,7% na comparação com maio deste ano, 6,3% em relação a junho de 2023, 5,8% no acumulado do ano e 4,9% no acumulado de 12 meses. Agência Brasil

Saúde investiga oito casos de transmissão vertical de Oropouche

O Ministério da Saúde investiga pelo menos oito casos de transmissão vertical da febre do Oropouche. Nesses casos, a infecção é passada da mãe para o bebê, durante a gestação ou mesmo no parto. Os casos em investigação foram registrados em Pernambuco, na Bahia e no Acre. Segundo a pasta, metade dos bebês nasceu com anomalias congênitas, como microcefalia, enquanto a outra metade morreu. Ceará Nesta segunda-feira (12), a Secretaria de Saúde do Ceará informou que investiga um óbito fetal que pode estar associado à infecção por febre do Oropouche. A secretária de Saúde do estado, Tânia Coelho, disse que o óbito foi registrado no último fim de semana. A gestante, segundo a secretária, tem 40 anos de idade, é residente de Baturité, mas foi atendida no município de Capistrano. Tânia Coelho explicou que 60% das doenças infecciosas registradas em humanos são causadas por animais, incluindo o mosquito, e destacou a importância de um plano de ação. Acre Na quinta-feira (8), o ministério registrou, no Acre, um caso de bebê nascido com anomalias congênitas associadas à transmissão vertical de febre do Oropouche. Em nota, a pasta informou que o recém-nascido morreu na semana anterior, aos 47 dias de vida. A mãe da criança, de 33 anos de idade, havia apresentado erupções cutâneas e febre no segundo mês de gravidez. Exames laboratoriais feitos no pós-parto acusaram resultado positivo para o vírus Oropouche. “Exames realizados nos laboratórios do Instituto Evandro Chagas, em Belém, apontaram a existência de material genético do vírus em diferentes tecidos do bebê, que nasceu com microcefalia, malformação das articulações e outras anomalias congênitas. A análise também descartou outras hipóteses diagnósticas”, informou o ministério no comunicado. A correlação direta da contaminação vertical por febre do Oropouche com as anomalias, segundo a pasta, ainda precisa de “investigação mais aprofundada”, que vem sendo acompanhada pelo governo federal e pela Secretaria de Saúde do Acre. A doença A febre do Oropouche é uma doença transmitida pelo Culicoides paraensis, conhecido como maruim ou mosquito-pólvora. Por causa da predileção do mosquito por materiais orgânicos, a recomendação é que a população mantenha os quintais limpos, evitando o acúmulo de folhas e lixo orgânico doméstico, além de usar roupas compridas e sapatos fechados em locais com muitos insetos. Números Dados do ministério indicam que, até 6 de agosto, foram registrados 7.497 casos de febre do Oropouche em 23 estados. A maior parte foi identificada no Amazonas e em Rondônia. Até o momento, duas mortes foram confirmadas na Bahia e um óbito em Santa Catarina está em investigação. Agência Brasil

Paris 2024: as 10 conquistas mais marcantes dos Jogos Olímpicos

A Olimpíada de Paris chegou ao fim no domingo (11). Daqui em diante, tudo é passado ao se falar da edição de 2024 dos Jogos. As lembranças que ficam são de atletas vencedores sim, mas não somente. Além da excelência esportiva e conquistas inéditas, o legado olímpico imortalizou cenas que nos trarão alegria por muito tempo. Confira abaixo algumas das histórias mais  marcantes de Paris 2024. Imane Khelif (boxe) A boxeadora argelina esteve no centro da principal polêmica dos Jogos. Ao derrotar a italiana Alessandra Carini na estreia da categoria até 66 quilos, após desistência relâmpago da adversária, Khelif foi vítima de uma onda de desinformação nas redes. Formou-se um discurso de que a argelina, que fora desclassificada do Mundial de boxe de 2023 por, segundo a Associação Internacional de Boxe (IBA, na sigla em inglês), não atender “critério de elegibilidade para participar na competição feminina”, seria uma atleta transsexual e que sua participação entre mulheres seria injusta. Embora não houvesse qualquer informação mais detalhada sobre que critérios seriam esses, logo o debate foi tomado pela teoria de que Khelif seria mais um caso de mulher com níveis elevados de testosterona e que poderia ser portadora de uma condição genética rara que afetaria sua distribuição de cromossomos. Durante os Jogos, o COI, que assumiu o comando das competições de boxe nas últimas duas Olimpíadas por não considerar a IBA uma entidade confiável e apta para a tarefa, afirmou que a boxeadora argelina era, sem nenhuma dúvida, uma mulher. Khelif avançou fase a fase até sair com a medalha de ouro na categoria. O peso emocional de tudo que viveu nos Jogos a levou às lágrimas. Segundo comunicado divulgado pela assessoria da atleta, ela contratou um escritório de advocacia para representá-la em um processo por assédio virtual apresentado à Promotoria de Paris. Simone Biles (ginástica artística) A ginasta norte-americana chegou como a principal estrela dos Jogos como um todo. Quase uma estrela pop, dada a quantidade de artistas famosos e até astros de outros esportes que compareceram às suas competições. A trajetória da carreira de Biles também gerava uma curiosidade natural: após os quatro ouros nos Jogos do Rio, ela se retirou das disputas no meio da Olimpíada de Tóquio para cuidar da saúde mental. O retorno da ginasta de 27 anos ao palco olímpico virou até tema de série da Netflix. Com todas as câmeras apontadas para ela, Biles não decepcionou: saiu de Paris com três ouros e uma prata.   Rebeca Andrade (ginástica artística) Quase como num roteiro cinematográfico, se o mundo queria ver Simone Biles, a protagonista, o mundo viu Rebeca Andrade, a antagonista – mas certamente a ‘mocinha’ para os brasileiros e fãs da ginástica. A ginasta brasileira não apenas estava literalmente em todas as provas em que Biles competiu, mas disputou com ela ponto a ponto as mesmas medalhas. Além disso, as duas tiveram inúmeros momentos de interações nos bastidores destes duelos. Mas Rebeca não ficou à sombra da norte-americana. Mais do que mostrou, comprovou ter brilho próprio. O ouro no solo, desbancando Biles, foi um dos pontos altos da ginástica em Paris e, merecidamente, ela foi reverenciada ao receber a medalha no pódio. De quebra, Rebeca saltou para o topo da lista de atletas olímpicos do Brasil. Em Paris, foram quatro medalhas (um ouro, duas pratas e um bronze), que, somadas às duas conquistadas em Tóquio, a colocam como a maior medalhista do país em Olimpíadas. Uma multicampeã olímpica e mundial, Rebeca cativou muita gente também com o jeito simples e descontraído de encarar as competições. Yusuf Dikeç (tiro esportivo) Provavelmente, nenhum atleta teve um ganho maior de popularidade por conta da Olimpíada do que Yusuf Dikeç, atirador turco de 51 anos. E no caso dele, não foi por nenhum recorde ou resultado histórico. Ao conquistar a medalha de prata na prova mista da pistola de ar 10 metros, junto com Sevval Ilayda Tarhan, Dikeç não fazia ideia de que sua imagem rodaria o mundo por um motivo tão singelo. No tiro esportivo, é comum que, além da pistola, os atletas utilizem uma série de equipamentos para melhorar a performance, como óculos que potencializam a mira evitando qualquer tipo de ‘sujeira’ na visão. Também usam fones de ouvido com isolamento acústico de primeira categoria. Dikeç, no entanto, foi ‘flagrado’ competindo usando apenas seus óculos de grau e pequenos fones intra auriculares. Para completar, ao ser fotografado atirando com uma das mãos no bolso da calça, ele ganhou status nas redes sociais como um medalhista ‘casual’, que conseguiu o pódio com uma postura estilosa sem precisar de equipamentos sofisticados. No entanto, a pose com a mão no bolso para atirar é extremamente comum na modalidade, por motivos de equilíbrio corporal. Em pouco tempo, a imagem e a história de Dikeç viralizaram na internet, movidas pelos fãs pouco familiarizados com o esporte. O turco se tornou um ícone mundial, personagem de vários memes e inspirou comemorações nos próprios Jogos de Paris. O sueco Armand Duplantis, do salto com vara, por exemplo, comemorou o ouro com recorde mundial imitando a pose de Dikeç. Teddy Riner (judô) O judoca de 35 anos poderia até não ser mais aquele que passou quase dez anos e 154 lutas invicto no cenário mundial. Mas certamente ainda era uma das principais, senão a principal figura do esporte olímpico francês. Tanto que foi, ao lado da velocista Marie-José Perec, responsável por acender a pira olímpica na cerimônia de abertura dos Jogos. No tatame, Riner brilhou também. Depois de parar na semifinal e ficar com o bronze em Tóquio, ele voltou a se sagrar campeão olímpico na categoria peso-pesado (mais de 100 kg), chegando a três ouros e dois bronzes em Olimpíadas. No entanto, a grande lembrança ligada a Teddy Riner nos Jogos de Paris se deu na disputa por equipes, em que vence o país que ganhar quatro lutas primeiro. Na final contra o Japão, os franceses perdiam por 3 a 1 e estavam a um revés de ficar com a prata. O time da França conseguiu

Brasil volta a ter dupla de mulheres campeãs olímpicas após 28 anos

No fim da noite parisiense, iluminada pela Torre Eiffel, ninguém brilhou mais na quadra de vôlei de praia do que Duda e Ana Patrícia. As brasileiras derrotaram as canadenses Melissa e Brandie por 2 sets a 1 (26-24, 12-21, 15-10) e conquistaram o ouro olímpico. Após a vitória na estreia da modalidade, em Atlanta, em 1996, as mulheres do Brasil passaram seis edições sem subir no degrau mais alto do pódio, jejum que se encerra com a conquista em 2024. Duda e Ana Patrícia agora somam o título olímpico ao mundial conquistado em 2022. A parceria, vice-campeã do mundo no ano passado, confirma o status de equipe mais forte do planeta. A final em Paris foi tensa. No primeiro set, a dupla canadense formada por Melissa Humana-Paredes e Brandie Wilkerson começou afiada, chegando a abrir 6 pontos de vantagem em um determinado momento (11 a 5). Após uma reação, as brasileiras tomaram a frente do placar e as duplas se alternaram na liderança, até o Brasil fechar em 26 a 24. Na segunda parcial, Duda e Ana Patrícia vinham bem até mais ou menos a metade da disputa, liderando sem grande vantagem. No entanto, as canadenses emplacaram uma sequência de pontos sem resposta e acabaram por fechar o set sem maiores problemas em 21 a 12. No tie-break, as brasileiras estiveram sempre à frente e conseguiram manter uma distância confortável. À medida que a decisão se aproximava, os ânimos e as reclamações com juízes se acirraram. Em uma jogada, a tensão gerou um momento cômico: Ana Patrícia e Brandie discutiram separadas pela rede. O DJ da arena, então, tocou Imagine, de John Lennon, canção recebida com risadas pelas jogadoras. Na reta final, as brasileiras administraram a vantagem até fecharem em 15 a 10 e confirmarem o tão sonhado ouro. Elas igualaram Jacqueline e Sandra, campeãs olímpicas há 28 anos, em uma decisão brasileira contra Adriana Samuel e Mônica. Desde aquela edição, as mulheres brasileiras pararam por três vezes na final olímpica, em Sydney (2000), Atenas (2004) e no Rio (2016).