Criança merece o melhor, não o possível
Antonio Joaquim TCE-MT tem comissão que atua por promoção de melhorias nas políticas públicas Uma velha história, presente em livros escolares antigos, mostra duas crianças, irmãos de 3 e 10 anos, felizes por terem ganhado de presente uma lata de leite condensado de um professor que os via sempre no recreio sem um lanche. Era apenas uma sobra de um doce feito na Sala dos Professores, mas serviu para a alegria dos meninos. Feito um furo na lata, o mais velho disse para o menor: “Primeiro a mais velha, depois a mais criança”. Levou a lata na boca e, com a língua, tampou o buraco, fingindo saborear o produto. Saltitante, o menor esperou a vez, sorvida com sofreguidão. A cena se repetiu umas cinco vezes e, ao final, a menor feliz, radiante; a mais velha ainda mais feliz. O professor quis entender a situação. No que a criança de 10 anos disse: “A Gente tem que fazer tudo pelas crianças, professor !” Essa história não deixa de mostrar a generosidade de um professor, lógico. Mas ela também nos conta que o presente era sobra de outra circunstância. Ainda assim, o professor fez o possível. Afinal, não lhe custou muito. Ele estava sempre por ali e via com frequência crianças sem alimento no recreio. A criança mais velha, no entanto, não fez o possível naquela situação, com os recursos que tinha disponíveis. Ela fez o melhor que lhe cabia pelo seu irmão, uma criança de 3 anos, ainda que isso lhe tivesse tirado a oportunidade de alimentação. É uma história até comum Brasil afora, com crianças tendo que cuidar de crianças menores, para que seus pais possam trabalhar e trazer um mínimo de alimento para a casa. Nem se fala de conforto, quiçá de outros direitos básicos necessários para a subsistência de uma família. Mas essa história nos obriga a fazer uma reflexão entre o “fazer o possível” e “fazer o melhor que se pode fazer”. Entre uma e outra situação, confesso que me causa desconforto a primeira opção. Fazer o possível beira à indiferença. E indiferença me remete a um texto do filósofo Antonio Gramsci, chamado “Odeio os Indiferentes”. Embora eu não me alinhe à corrente ideológica desse filósofo, que foi marxista – eu estou bem longe dessa visão política – não tenho receio de citá-lo por reconhecer a contundência desse conceito sobre a indiferença. “Não podem existir os apenas homens, estranhos à cidade. Quem verdadeiramente vive não pode deixar de ser cidadão, e partidário. Indiferença é abulia, parasitismo, covardia, não é vida”, ensina o autor. Que arremata: … “a indiferença atua poderosamente na história. Atua passivamente, mas atua. É a fatalidade; é aquilo com que não se pode contar; é aquilo que confunde os programas, que destrói os planos, mesmo os mais bem construídos; é a matéria bruta que se revolta contra a inteligência e a sufoca”. Faço essa digressão para destacar duas datas, o Dia das Crianças e o Dia dos Professores e dizer que como agente político, membro de uma instituição de controle externo, o Tribunal de Contas de Mato Grosso, auxiliado por inúmeros servidores dedicados, com apoio integral dos meus pares conselheiros, estamos buscando sempre fazer o melhor que se pode fazer, respeitando nossos limites constitucionais e, às vezes, indo nos últimos degraus da institucionalidade. É o exemplo do trabalho em prol da governança e participação, que o TCE-MT lidera e atua por meio do Gabinete de Articulação para a Efetividade da Política da Educação em Mato Grosso (GAEPE-MT). Mensalmente, várias instituições se reúnem para tratar de educação, especialmente educação infantil. No âmbito do TCE-MT, também temos a Comissão Permanente de Educação e Cultura (COPEC), que atua diariamente na busca de mecanismos que possam influir na promoção de melhorias nas políticas públicas educacionais e culturais. Pelo TCE, com o GAEPE e por meio da COPEC, não tenho receio de falar que se está fazendo a diferença na busca de recursos para construção e ampliação de creches, na melhoria da gestão de vagas para creches, na definição de recursos orçamentários para a educação infantil, na capacitação de conselheiros municipais de educação, na Busca Ativa Escolar de alunos que abandonaram o ensino, em levantamentos e diagnósticos sobre a educação em Mato Grosso. Voltando àquelas duas crianças, em nome do Dia das Crianças e Dia dos Professores, e se pudesse cobrar um presente, certamente não seria uma lata de leite condensado. Pediria um não à indiferença, um não à naturalização da situação vexatória em que vivemos, com mais de 12 mil crianças sem creches em um estado tão rico como Mato Grosso. Ah, e que os recursos aprovados pela Assembleia Legislativa para a construção e ampliação de creches saltassem do papel e da boa intenção, para a realização efetiva de obras. Devemos nos lembrar daquela criança de 10 anos do primeiro parágrafo, para nos chamar a atenção todos os dias de que criança merece o melhor, não o possível. Antonio Joaquim é conselheiro do Tribunal de Contas de Mato Grosso. Os artigos são de responsabilidade de seus autores e não representam a opinião do Cuiabá Notícias
Novo modelo de ditadura: Tem países que começam a criar meios para tentar controlar o Judiciário
Alfredo da Mota Menezes Tem países que começam a criar meios para tentar controlar o Judiciário. Um dos casos mais comentados no momento é o que vem ocorrendo no México. Lopez Obrador, presidente que sai, de partido que domina a politica local por muito tempo, inclusive elegeu agora, Claudia Sheinbaum . Sua substituta está no comando de uma ação estranha com o Judiciário local. Criou leis para que os cargos na Justiça Federal, desde juízes de primeira instância até os membros da Suprema Corte, sejam por eleições diretas. Antes era por concurso ou o Congresso aprovava membros da corte, como é hoje no Brasil. Antes peia carreira jurídica subiam na hierarquia do poder judiciário, agora pedem apenas que sejam residentes no país e que tenham um diploma de direito. Não precisa experiência prévia na área. Os mandados dos eleitos seriam por nove anos e com reeleição ilimitadas. O mundo está espantado com essa situação. O grupo no poder tem o controle do Executivo, do Legislativo e agora do Judiciário. Uma espécie de ditadura diferente, outra invenção da América Latina para fugir do caminho da democracia. Até certo tempo atrás, a região era especialista em golpes de estado, derrubar governos e entronizar um ditador, seja de esquerda ou de direita. É só lembrar dos casos da Guatemala, Nicarágua, Honduras, El Salvador, Cuba, Republica Dominicana. Ou ainda na América do Sul, com Argentina, Brasil, Paraguai, Chile, Peru. No México interessantemente naquele período não houve ditaduras militares. Teve o mando de um só partido durante muito tempo. Era um tipo de ditadura sem militares e com eleições de seis em seis anos. Agora aquele país dá um passo para se criar algo diferente na região. Pode ter certeza que vai aparecer país que vai caminhar por ai também. Tem-se muita gente e partidos regionalmente, seja direita ou esquerda, falando que o Judiciário, principalmente a Suprema Corte, atrapalha os governos. São as decisões que contrariam os donos do poder no momento. É só ver quantos lugares tentam passar leis para que decisões da Suprema Corte sejam derrubadas no Congresso com o apoio de dois terço da casa. No Brasil tem uma movimentação no Congresso nessa direção e a discussão vai continuar depois da eleição deste ano. Não é somente nas Américas que esse caminho está crescendo. Israel, do outro lado do mundo, também quer uma lei que daria força ao Congresso para derrubar decisões do Judiciário. É interessante observar que muitos desses países querem também um controle maior, além do judiciário, sobre a imprensa. Acreditam que sejam os dois fatores que atrapalham a governar. Esquerda e direita, como a coluna já comentou antes, não aceitam a presença de algo que contrarie seus passos num governo. Acreditam sempre que estejam ao lado do bem e da verdade e que tudo que atrapalhar deve ser contestado. Se as medidas no México e em Israel forem em frente é bem provável que vamos ver outros lugares enveredarem por aí também. Um partido ou um grupo como donos da verdade e no controle dos poderes e mais a imprensa amordaçada. Parece filme de ficção científica, mas não é. Alfredo da Mota Menezes é analista político. Os artigos são de responsabilidade de seus autores e não representam a opinião do Cuiabá Notícias
O papel da alimentação na prevenção do câncer de mama
Giovana Fortunato O câncer de mama é uma das doenças mais prevalentes entre as mulheres O câncer de mama é uma das doenças mais prevalentes entre as mulheres em todo o mundo. A preocupação com sua prevenção e tratamento é constante, levando em consideração os diversos fatores de risco associados a essa condição. Além da genética e do histórico familiar, a alimentação desempenha um papel significativo no desenvolvimento e na progressão do câncer de mama. Segundo o Instituto Nacional do Câncer (INCA), entre 80% e 90% dos casos de câncer estão associados a causas externas. O que significa dizer que as mudanças provocadas no meio ambiente pelo ser humano, os hábitos e os estilos de vida podem aumentar o risco de diferentes tipos da doença. E o câncer de mama também entra nessa conta! O INCA ainda reforça que as frutas, legumes, verduras, cereais integrais, feijões e outras leguminosas, sementes e nozes protegem contra o câncer, fortalecendo as defesas do corpo e ajudando o intestino a funcionar bem. Além disso, o Instituto ressalta que esses alimentos têm o poder de inibir a chegada de substâncias cancerígenas às células e de consertar o DNA danificado quando a agressão já começou. Se a célula foi alterada e não for possível consertar o DNA, alguns compostos promovem a sua morte, interrompendo a multiplicação desordenada. Outro aspecto importante da alimentação com a prevenção do câncer de mama tem a ver com a manutenção do peso. Afinal, o excesso de gordura corporal provoca alterações hormonais e um estado inflamatório crônico que estimulam a proliferação celular, a apoptose reduzida, a instabilidade genômica e, consequentemente, o surgimento da doença. Portanto, uma alimentação variada e rica em alimentos in natura de origem vegetal tem grande potencial de te proteger contra o sobrepeso, obesidade e, claro, o câncer. Se for aliada a alguma prática de atividade física, os resultados tendem a ser ainda melhores. Os riscos dos ultraprocessados Alimentos como salgadinhos, biscoitos de pacote, temperos prontos, refeições congeladas e tantos outros que conhecemos por aí já são antigos vilões da nossa saúde. Mas quando o assunto é câncer, eles influenciam mais ainda! Segundo o INCA, essa é uma categoria de alimentos ricos em gorduras, sódio, amidos ou açúcares e, portanto, promovem o excesso de peso que aumenta a chance de desenvolver pelo menos 12 tipos de câncer. Para agravar ainda mais a situação, eles são altamente saborosos e viciantes, o que aumenta ainda mais as chances de consumo excessivo. Reforçando a importância da adoção de hábitos para a prevenção do câncer, estudos mostraram que ao seguir um estilo de vida mais saudável, incluindo alimentação e prática de atividade física, diminuiu em 19% a incidência de câncer de mama em mulheres e reduziu 60% a mortalidade por essa doença. Sendo assim, podemos encarar essa mudança de vida como uma prevenção primária. Por fim, embora as pesquisas sobre a relação entre a alimentação e o câncer de mama estejam em andamento, as escolhas alimentares desempenham um papel importante na prevenção e no controle dessa doença. Uma dieta equilibrada, rica em fibras, antioxidantes e gorduras saudáveis, combinada com a manutenção de um peso saudável e a moderação no consumo de álcool, pode ajudar a reduzir o risco de câncer de mama. É fundamental que as mulheres adotem hábitos de vida saudáveis e busquem orientação médica regularmente para garantir a detecção precoce e o tratamento adequado, se necessário. A prevenção e o cuidado com a saúde são essenciais na luta contra o câncer de mama, uma das doenças que mais afeta as mulheres em todo o mundo Giovana Fortunato é ginecologista e obstetra. Os artigos são de responsabilidade de seus autores e não representam a opinião do Cuiabá Notícias
A força da representatividade feminina
CORONEL FERNANDA A crescente representatividade feminina na política brasileira é um marco da evolução social em nosso país e o recente pleito em Cuiabá reforça a importância dessa pauta. De forma histórica, oito mulheres foram eleitas para a Câmara Municipal: Samantha Iris (PL), Maysa Leão (Republicanos), Paula Calil (PL), Michelly Alencar (União), Maria Avalone (PSDB), Dra. Mara (PODE), Baixinha Giraldelli (Solidariedade) e Katiuscia Manteli (PSB). Essa conquista não se trata apenas de números, mas é um momento de fortalecimento da participação feminina nos espaços de poder. Cada uma dessas vereadoras eleitas carrega consigo a voz de muitas mulheres que, por muito tempo, tiveram seus anseios e necessidades postergados. A diversidade de partidos representados pelas oito vereadoras eleitas também mostra que a pauta da representatividade feminina não é restrita a uma ideologia, mas é uma luta conjunta por mais espaço e influência. Como mulher e parlamentar, vejo essa movimentação como fundamental para que possamos garantir que as questões que afetam diretamente as mulheres — como saúde, educação, violência doméstica e desigualdade salarial — sejam tratadas com a seriedade e o comprometimento que merecem. A presença de mais mulheres em cargos públicos amplia o olhar sobre essas demandas e garante que políticas públicas sejam formuladas a partir de uma perspectiva mais inclusiva e equitativa. É preciso continuar promovendo e apoiando iniciativas que incentivem a participação feminina na política. Isso começa desde a base, com educação e conscientização, passando por campanhas de engajamento e, finalmente, com a criação de oportunidades reais para que mais mulheres possam concorrer a cargos eletivos e ocupar espaços de liderança. Em todo o Brasil, o avanço da representatividade feminina tem sido notável. Em Mato Grosso não foi diferente. Tivemos 277 vereadoras e 12 prefeitas eleitas. Esses números refletem o impacto da mobilização feminina na política e a transformação em curso. É a maior participação feminina da história de nosso Estado. Para as novas prefeitas e vereadoras de Mato Grosso, vejo a força de um futuro promissor, onde mais mulheres não só participarão ativamente da vida pública, mas também liderarão transformações fundamentais em nossa sociedade. Como deputada federal, reafirmo meu compromisso com essa causa e sigo batalhando para que a representatividade feminina avance ainda mais, garantindo às mulheres não apenas a voz, mas também o poder de decisão em todas as esferas do nosso país. A política brasileira está mudando e essas oito vereadoras eleitas em Cuiabá são a prova de que esse processo de transformação já começou. Que sigamos fortalecendo essa corrente de progresso e igualdade. CORONEL FERNANDA é deputada federal por Mato Grosso. Os artigos são de responsabilidade de seus autores e não representam a opinião do Cuiabá Notícias
Estimulando o desenvolvimento cognitivo infantil
LUCIANA BRITES A educação infantil representa uma fase crucial para o desenvolvimento cognitivo das crianças, caracterizada por uma intensa plasticidade cerebral. Possibilitar que a criança tenha acesso à diversidade de estímulos é primordial para que suas capacidades sejam desafiadas e aperfeiçoadas. O estímulo das capacidades cerebrais através da diversidade de atividades como danças, músicas, brincadeiras, jogos, vídeos e consciência corporal, por exemplo, melhoram a cognição e incentivam a aprendizagem através do raciocínio, da reflexão, da abstração, da imaginação e do aperfeiçoamento das múltiplas linguagens. O desenvolvimento cognitivo na primeira infância desempenha um papel crucial no sucesso escolar e na adaptação social futura. Durante essa fase inicial, o cérebro das crianças é altamente receptivo a estímulos, abrindo uma janela de oportunidade para o crescimento. Por exemplo, a capacidade de resolver problemas, entender conceitos abstratos e desenvolver habilidades sociais começa a ser formada nos primeiros anos de vida por meio de estímulos apropriados. A leitura e a escrita são competências que começam a ser formadas no cérebro desde muito cedo ao serem estimulados pré-requisitos cognitivos primordiais, como a espacialidade e a consciência fonológica. Além disso, através da estimulação cognitiva, promovem-se habilidades essenciais como a memória, a atenção, a linguagem e as funções executivas. Estas funções são os pilares fundamentais do aprendizado e do desenvolvimento pessoal. Para que se tenha um desenvolvimento cognitivo de forma eficaz, pode-se realizar atividades por meio de jogos de memória, exercícios de linguagem, tarefas focadas em atenção e desafios que estimulam as funções executivas. As atividades devem ser planejadas de forma lúdica e envolvente para maximizar o interesse e a participação das crianças. Indico algumas atividades lúdicas para o desenvolvimento cognitivo como, por exemplo, jogos da memória, onde se utilizam cartões com figuras, números ou letras, virando-os para baixo e pedindo à criança que encontre os pares correspondentes. O objetivo é melhorar a memória de curto prazo e a concentração. Na contação de histórias, leia uma história curta e, em seguida, faça perguntas sobre a narrativa, pois isso ajuda a melhorar a compreensão auditiva e a memória. Em atividades de desenho e pintura, forneça papel e lápis de cor ou tinta, pedindo à criança que desenhe algo específico. Nesta atividade, você irá estimular a criatividade e a coordenação motora fina. Logo, viver em um ambiente saudável e que as estimulem é muito importante. Por isso, disponibilize materiais e espaços para fazer com que a criança se aproprie de estímulos que proporcionem avanços cognitivos. LUCIANA BRITES – é CEO do Instituto NeuroSaber, psicopedagoga, psicomotricista, mestre e doutoranda em distúrbios do desenvolvimento pelo Mackenzie, palestrante e autora de livros sobre educação e transtornos de aprendizagem. Instituto NeuroSaber https://institutoneurosaber.com.br Os artigos são de responsabilidade de seus autores e não representam a opinião do Cuiabá Notícias
O segundo turno é uma eleição diferente
WILSON CARLOS FUÁH O segundo turno é uma eleição diferente, é uma nova eleição, tudo que passou é passado, mas esse passado serve também para a avaliação de erros e o planejamento centrado contra um adversário único. As dúvidas estão soltas no ar e nas cabeças de todos: até onde será importante buscar apoio dos vereadores eleitos? Será que é importante mudar a imagem do candidato? Será que entonação da voz vence eleição? Será que é a hora de contratar um novo Marqueteiro, e que saiba trocar pneus com o carro andando? São tantas dúvidas, sem deixar de pensar nas dívidas. Veja que o 2º turno é uma nova eleição com muitos ingredientes políticos e até com novas características: a começar pelo horário eleitoral gratuito, que terá o tempo absolutamente igual para os dois candidatos, por isso, é importante usar preparar para o enfrentamento “olhos nos olhos”, e com certeza haverá a tentativa de desconstrução da imagem do candidato, buscando no passado do adversário, tudo que este fez de errado e soltar no ápice da discussão e no momento final do embate. O segundo turno é como se fosse uma decisão de campeonato com prorrogação, as duas equipes já estão cansadas e tem pouco tempo para recuperar as energias, pois a folga é de uma semana. É o recomeço do jogo com o placar zerado, o importante é desfazer o clima do “já ganhou”, pois todos os detalhes são importantíssimos e são os pequenos objetos que provoca grandes tropeços. Agora, cabe a nós eleitores não ser omissos, esse ato não ajuda a construir a democracia, pois é votando que se aprende a votar, mas infelizmente o resultado do primeiro turno foi registrado número absurdo de preguiçosos democráticos, por protesto ou por nojos aos políticos. O voto é uma ação que pode mudar tudo que está errado na vida da cidade, pois é através dele que mantemos a democracia e dá a possibilidade real de trocar os dirigentes incompetentes e desonestos, e a vontade da maioria vence, mas o resultado depende do seu voto, fica a certeza de que nem sempre a maioria é a melhor da composição da sociedade, porque como forma de protesto, metade dos eleitores não está votando. Em cada eleição são promovidas as mudanças, e as legislações vão sendo aperfeiçoadas, e as relações políticas entre candidatos e eleitores vão sendo modificados para melhor, pois há a possibilidade de tirar do meio político, as sujeiras das relações corruptas nas compras de votos e essa faxina eleitoral ficaria impossível se não houver a participação do povo. O importante é votar, pois de eleição em eleição, é que aperfeiçoamos a própria democracia, e nos dá a certeza de que o segundo turno também funciona como a purificação da vontade dos eleitores e devolvendo ao povo subproduto do que sobrou, sendo caracterizado como o último filtro e a última peneira fina, da democracia nesta eleição. WILSON CARLOS FUÁH – é Economista, Especialista em Recursos Humanos e pesquisador das Relações Sociais e Políticas, Graduado em Ciências Econômicas. Os artigos são de responsabilidade de seus autores e não representam a opinião do Cuiabá Notícias
O primeiro passo rumo a uma Cuiabá melhor
DOMINGOS KENNEDY Orgulho, esperança e gratidão. É com o coração cheio desses sentimentos que encerro minha primeira campanha eleitoral. Apesar de não ter avançado para o segundo turno, não há como não estar feliz por mais essa jornada marcante e inesquecível. Entrar nesse universo da política já concorrendo ao cargo mais importante da cidade que me acolheu foi, sem dúvidas, um dos grandes desafios da minha vida. Vi nessa caminhada de pouco mais de 60 dias uma oportunidade de mostrar meu compromisso e desejo de contribuir ainda mais com a cidade que amo. Cuiabá cresceu e continuará crescendo, mesmo que alguns insistam em pregar o caos para se beneficiar politicamente. Foi por acreditar nisso que sempre prezei por fazer uma campanha limpa, transparente e verdadeira com a população. Encerro esse momento com a certeza de que essa campanha representou o início de algo maior. Foi um primeiro passo em uma caminhada que não termina aqui. Dentro ou fora da política, o cidadão pode ter a certeza que continuarei lutando por uma Cuiabá mais moderna, com serviços públicos mais eficiente, mais desenvolvida estrutural e economicamente e, principalmente, cheia de oportunidades para todos. O carinho que recebi nas ruas, os abraços, as conversas e ouvir o “Ké Ké Ké” dos cuiabanos me mostraram que existe esperança. Foi inspirador ver o brilho nos olhos daqueles que acreditam no futuro dessa cidade. E, por isso, expresso minha gratidão a cada eleitor que ouviu nossas propostas e confiou em mim. Este foi apenas o começo de um trabalho que seguirá firme e com a certeza de que podemos fazer muito mais. Também não posso deixar de agradecer minha família e amigos que estiveram ao meu lado durante toda essa campanha. Eles abraçaram esse propósito comigo e estiveram juntos em cada passo dessa jornada. Foram fundamentais para que eu tivesse serenidade ao longo de toda a disputa eleitoral. O apoio vindo deles foi determinante para que essa campanha fosse tão forte e verdadeira. Minha gratidão também ao MDB Cuiabá, que confiou a mim a honra de representar o partido neste projeto grandioso, e ao PDT que esteve ao nosso lado desde a construção. Da mesma forma, estendo esse “muito obrigado” a toda militância, lideranças e candidatos da coligação Por Amor a Cuiabá, que andaram comigo pelas ruas e bairros, levando nossa mensagem de transformação para cada canto desta cidade. Quero, ainda, agradecer à equipe técnica que me deu todo o suporte necessário para que nossas ideias e projetos chegassem ao coração do povo cuiabano. Tudo que foi construído nesse período teve a contribuição de inúmeros profissionais que trabalharam de forma incansável. Mesmo em funções diferentes, cada um teve papel fundamental para que nossa mensagem fosse ouvida e compreendida. Por fim, agradeço à imprensa cuiabana, que sempre me tratou com respeito e abriu espaço para que eu apresentasse minhas propostas. O papel da imprensa é essencial em uma democracia, e durante essa campanha, novamente cumpriram esse propósito. A todos os cuiabanos, meu muito obrigado por acreditarem que é possível transformar Cuiabá em uma cidade mais justa e próspera. Vamos seguir em frente, juntos! DOMINGOS KENNEDY – é empresário em Cuiabá. Os artigos são de responsabilidade de seus autores e não representam a opinião do Cuiabá Notícias
O preço das escolhas
Luiz Fernando As nossas escolhas vão reverberar por anos, décadas e talvez uma vida inteira. E não estou falando de política não, estou falando de vida. Muitas vezes as oportunidades passam em nossa frente e deixamos elas irem embora, tal qual o pássaro que pousa em nossa janela, mas demoramos tanto para olhar que ele simplesmente voa, levando embora sua beleza e seu canto que já não vão mais nos encantar. Somos senhores em deixar passar, deixar pra lá, como se houvesse amanhã e na verdade não há. O que existe é uma esperança, um sentimento de que amanhã eu vou, amanhã eu faço, amanhã, amanhã. E de hoje em hoje vamos deixando de viver as bênçãos que deveriam ser vividas. Sonhos se transformam em pesadelo e bailamos pela vida de braços dados com a procrastinação. Passeio sem sentido, vida sem paz e entre um gole e outro afogamos nossas mágoas em doses homeopáticas de enganação, egoísmo, mentiras e perda de tempo. O tempo meus amigos passa para todos. Temos prazo de validade, que o diga nosso amado Silvio Santos e mais recentemente a voz, nosso queridíssimo Cid Moreira. O que você está esperando para agir, para reagir. Um grito? Um puxão de orelha? O que? Este pode ser meu último escrito, a última oportunidade de tocar seu coração. E o que eu faço com isso? Escrevo com amor ou simplesmente escrevo. Não vamos desperdiçar nossa preciosa vida, nosso precioso tempo. O tempo de amar é o agora. Não adianta ficar esperando a próxima chuva ou o próximo pássaro a pousar na sua janela. A oportunidade é agora, é e sempre será. Louco é aquele que imagina que o amanhã vai chegar e daí ele liga, e aí ele diz eu te amo, e aí, e aí. Felizes são aqueles que entendem desde cedo o poder do agora. Que não perdem tempo e nem procrastinam com as sandices de outrora. Se eu me for enquanto você lê este escrito, quero te dizer que te amo e honro a sua existência. Mas e se for você a partir, o que dirá? Vivemos a fazer campanha por um dia a mais, mais uma oportunidade, mais um tempo. Acorda, vai fazer o dever da casa, vai viver o agora. Corra, pule, dance, vote, deite, durma. Aproveite o agora, faça as escolhas certas para estar pronto para a grande viagem. Não deixe o amor passar, viva sua grande paixão, lute por ela. Pare de se preocupar com o que os outros pensam, afinal os outros não pagam seus boletos e nem te dão beijinho de boa noite. Que suas escolhas sejam as melhores possíveis e que elas possam trazer paz para o seu coração. Sabe aquele amigo querido que há muito você não vê, liga pra ele. Distribua amor entre os seus. Se reúna com quem vale a pena. Faça sua existência valer a pena, só assim você vai estar pronto pro que der e vier. Lembre-se, anos, décadas, uma vida inteira. Quanto tempo mais você vai esperar para viver de verdade. Sem procrastinar, sem se lamuriar, sem perder tempo. Lá vamos nós descendo na canoa do tempo em direção ao desconhecido. Abraçados nas memórias e embalados pelo acaso. Não percamos mais tempo pois quando digitarem seu nome na urna da vida, não tem volta. Vamos fazer valer a pena? Eu estou nesse movimento, e você? Steve Jobs um dia disse: “Seu tempo é limitado, então não o desperdice vivendo a vida de outra pessoa. Não se deixe prender pelo dogma, que é viver com os resultados do pensamento de outras pessoas.” Pense nisso. Luiz Fernando – é jornalista em Cuiabá, palestrante, terapeuta holístico e criador do método CURE que auxilia no tratamento para a bipolaridade. Os artigos são de responsabilidade de seus autores e não representam a opinião do Cuiabá Notícias
Do sonho à realidade: Por muito tempo se comentou possiblidades de comércio de MT na América do Sul
Alfredo da Mota Menezes Por muito tempo se comentou neste espaço sobre as possiblidades de comércio de Mato Grosso na América do Sul ou além dela. Fatos recentes mostram, até que enfim, que sonhos antigos estão se transformando em realidade. Na Hidrovia Paraguai-Paraná noticia mostram que os portos de Paratudal e Barranco Vermelho caminham para se concretizarem. Até agora o porto na hidrovia era na cidade de Cáceres. Agora terão dois outros com maior capacidade e usando meios e tecnologias do momento. O transporte na hidrovia vai aumentar bastante. Mato Grosso do Sul tem dois portos e aproveita a hidrovia para comércio com os países do Mercosul. Isso agora poderia acontecer com este Mato Grosso também. Lá transportam grãos, minérios, produtos industrializados e também fertilizantes. Usam historicamente a hidrovia de maneira mais forte do que Mato Grosso. Não esquecer que a hidrovia passa nos países do Mercosul, a integração econômica entre Brasil, Argentina, Paraguai e Uruguai. Integração econômica é lugar de trocas comerciais mais em conta porque diminuem as taxações nessas transações. Mato Grosso vai aproveitar disso e também com dois portos novos e apetrechados para aumentar comércio e relacionamento na área sul americana. Essa hidrovia vai aos poucos voltando à importância histórica que tinha antes. Foi por ali que chegaram os primeiros bandeirantes, lá atrás na história, que deu base para se criar este estado politica e economicamente. Agora ela pode ajudar também a aumentar comércio, exportações, importações e a aproximação entre interesses na região. Outra alternativa para MT é a aproximação e comércio com países andinos e através deles chegar até mesmo à China. É que está sendo concluído em Chankay no Peru um gigantesco porto construído pelos chineses para levar e trazer bens da Ásia. Através do porto de Chankay a distância para se chegar a países da Ásia, principalmente da China, pode encurtar em até 10 dias. O ganho é enorme. Ao invés de ir a Santos ou a Miritituba, para depois caminhar para China e a Ásia, se teria um porto que faria diminuir custos e tempo. Ao levar cargas para o porto o transporte brasileiro vai trazer também produtos da China e de países dos Andes. Vai ainda, aos poucos, vender produtos ali e quem sabe uma parte poderia ser industrializada. E, se o sonho permite, existe especulação de que a China poderia, junto com governos da área, construir uma ferrovia que cortaria a América do Sul para levar bens para o porto no Peru. E, claro, produtos da China entrariam por ai também. É a famosa tentativa dos chineses de fazer uma rota mundial por diferentes meios para recriar a famosa Rota da Seda que houve num passado distante. E se tem essa nova tentativa de se conectar com o mundo, a América do Sul no mapa e o Brasil pode ser o grande beneficiado na região com essa aproximação. Até que enfim o sonho de unir a região, ter comércio e meios para atingir outros lugares do mundo começa a se concretizar mesmo. Do sonho à realidade. Alfredo da Mota Menezes é analista político. Os artigos são de responsabilidade de seus autores e não representam a opinião do Cuiabá Notícias
Os segredos de uma loja que vende
Lize Belegante O Brasil se destaca como o nono maior país no mercado global de varejo onde os consumidores mais investem em produtos relacionados a roupas e acessórios, com um volume de R$ 244,7 bilhões em vendas no varejo físico e R$ 21,0 bilhões no e-commerce (2022), conforme estudo do site Inteligência de Mercado (IEMI). Em um contexto de alta competitividade, quais os segredos de uma loja que vende? O primeiro ponto é entender seu público-alvo profundamente. Qual seu cliente ideal? Estudos do Sebrae apontam que empresas que segmentam corretamente seu mercado têm 60% mais chance de sucesso em suas campanhas de vendas, isso inclui entender a faixa etária, estilo de vida, preferências de moda e poder aquisitivo. Com essa compreensão, o lojista pode personalizar suas ofertas e criar uma experiência de compra que atenda exatamente às expectativas do cliente. Se a loja atende a um público jovem, por exemplo, as roupas precisam refletir as últimas tendências da moda urbana, além de estar presente nos canais onde esses consumidores mais interagem, como redes sociais e plataformas de e-commerce. Outro ponto importante, invista no visual merchandising, que é uma técnica de marketing focada em apresentar e repassar informações sobre produtos disponíveis nos pontos de vendas. Isso significa que o ambiente da loja tem um impacto direto sobre as decisões de compra, portanto, foque em uma divulgação clara e objetiva. Quem atira para todo lado acaba não acertando ninguém. Seus provadores estão de acordo com a sua cliente ideal? Estudos de mercado indicam que mais de 80% dos clientes consideram a aparência da loja como fator decisivo para comprar. Portanto, cada detalhe precisa ser pensado de maneira estratégica para poder gerar um atendimento personalizado, onde a experiência da compra tenha sempre início, meio e fim, mas, ao mesmo tempo, seja rápida e leve! Lembre-se ainda que cada cliente é único. Pensar deste modo é fundamental para criar (intencionalmente) uma atmosfera exclusiva, marcante, o que vai ter um efeito de “fidelizar” sua clientela. Parece algo bobo, mas até os provadores precisam estar posicionados em locais adequados, porque contribuem para concretizar a venda. Peças bem-dispostas, iluminação adequada e vitrines atrativas também criam uma experiência de compra mais agradável. Além disso, o uso de cores, manequins estrategicamente posicionados e a rotatividade das vitrines são fundamentais para captar a atenção do cliente e estimular a compra por impulso. É importante lembrar que o comportamento de compra mudou drasticamente, sobretudo a partir da pandemia. De acordo com a Harvard Business Review, clientes omnichannel, ou seja, aqueles que interagem por meio de diferentes canais (lojas físicas, e-commerce, redes sociais, aplicativos, SMS e e-mails), gastam 10% a mais em compras on-line e 4% a mais em lojas físicas do que aqueles que compram exclusivamente em um único canal. Para os lojistas, isso significa que não basta ter apenas uma loja física bem estruturada; é preciso investir em plataformas digitais, seja um e-commerce, presença em marketplaces ou nas redes sociais. Além disso, oferecer serviços como “clique e retire” e atendimento por WhatsApp são maneiras de integrar o ambiente on-line com a loja física, proporcionando mais conveniência ao consumidor. Por fim, ainda podemos sugerir a utilização do marketing de influência, que tem se tornado uma das ferramentas mais poderosas no setor da moda, mais que a publicidade tradicional. Os lojistas podem estabelecer parcerias com influenciadores locais ou regionais que tenham um público alinhado com o da loja. Essa estratégia pode ser a partir de posts patrocinados (redes sociais) ou a criação de coleções colaborativas. Dados do IBGE (2022) apontam que o Brasil possui cerca de 195 mil lojas de vestuário, já em Mato Grosso, elas somam pelo menos 5,5 mil lojas, conforme dados da Junta Comercial de Mato Grosso (Jucemat). Esses números mostram a relevância do setor de moda no país e no estado, ressaltando a competitividade e a importância de estratégias eficientes para se destacar e vender mais. Como podem ver, não adianta apenas querer “estar na moda” e comprar tudo que acha que é bonito. Assim os negócios não avançam. É fundamental aprender a organizar o estoque de maneira estratégica, multiplicar os looks, cuidar do ambiente e ter provadores assertivos voltados para a sua clientela ideal. Como está sua loja? Cheia de roupas ou cheia de clientes? Quer aprender mais sobre isso? Sim, eu posso ajudar! Lize Belegante tem formação internacional em consultoria de imagem e coaching. Os artigos são de responsabilidade de seus autores e não representam a opinião do Cuiabá Notícias