Mulheres e a economia: Pesquisas trouxeram representação das mulheres para a economia atual

Rosana Leite Algumas pesquisas divulgadas na última semana trouxeram a lume a realidade quanto a representação das mulheres para a economia atual. Pela primeira vez foi aferido que existem mais mulheres na posição de comando das casas brasileiras. Pelo Censo de 2022, do IBGE, 34,1% são responsáveis pela casa, e 25% foram apontadas como cônjuge ou companheira. É de se ressaltar que o Censo de 2010 mostrava um cenário de que 22,9% eram responsáveis pelo lar. Os noveis números mostraram que o comando de casa por mulheres passou a ser praticamente na mesma proporção dos homens. De outro lado, pesquisa da Catho “Mães 2024” divulgada na Revista Crescer, externa os desafios enfrentados pelas mulheres e mães no mercado de trabalho. As mulheres, 86% delas, relataram ser frequente em entrevista de emprego a pergunta: “Você tem filhos?” Essa dúvida se torna bastante preocupante, externando a sobrecarga materna quando se cuida da vida profissional do gênero feminino. Se não bastasse a pergunta quanto a ter ou não filhos e filhas, as mulheres ainda são “bombardeadas” com o questionamento de quem ficaria responsável pelos descendentes delas enquanto elas laboram, em 75%. É de se ressaltar as que já encontram inseridas nas carreiras, cerca de 40% delas relatou ter perdido oportunidade de promoção ou desenvolvimento por ser mãe. Outras 52% relataram que deixaram de exercer alguma atividade como mãe por medo de perder o emprego. As discriminações contra elas não param por aí, pois 50% das participantes da pesquisa foram questionadas se tinham a intenção de serem mães. Voltando ao comando dos lares por elas, segundo o IBGE, em 10 estados do Brasil, 8 do Nordeste, as mulheres comandam mais da metade das casas. Os menores dados são de Rondônia (44,3%) e Santa Catarina (44,6%).  Mostra o estudo que 29% das casas onde as mulheres são responsáveis há presença de um filho ou filha e ausência de cônjuge. As mulheres são mães solo em 3 a cada 10 lares. No comando dos domicílios por mulheres, as negras são responsáveis por 6% das casas que possuem mais de seis pessoas. Essas pesquisas dizem muito sobre como o patriarcado colocou em oposição homens e mulheres. Os desafios que tomam conta da sociedade demonstram a desproporcionalidade do cenário profissional entre os gêneros. As mulheres carecem de suporte adequado a exercerem as jornadas que estão sendo propostas. As duplas e triplas jornadas femininas existem, e persistem em um mundo onde o PIB depende sobremaneira das mulheres. Vê-se que mesmo comandando os lares, persistem as discriminações. A divisão sexual do trabalho ainda é fator a controlar as muitas tarefas delas. Anteriormente era visível os papeis de gênero delineados de maneira bem clara. Homens que não podiam falhar em absolutamente nada, por serem fortes; e mulheres como esposas e mães zelosas e boas donas de casa. Mulheres abandonavam os sonhos e deixavam que apenas os seus parceiros pudessem alcançar o reconhecimento no labor fora de casa.             Os dois estudos citados trazem reflexões precisas dos estereótipos de gênero, compreendidos como repetição automática de comportamentos e papeis estabelecidos entre homens e mulheres, como assinala Silvia Pimentel.             Rupi Kaur foi precisa: “Qual é a maior lição que uma mulher pode aprender? Que desde o primeiro dia, ela sempre teve tudo o que precisa dentro de si mesma. Foi o mundo que a convenceu que ela não tinha.” Rosana Leite Antunes de Barros é defensora pública estadual e mestra em Sociologia pela UFMT. Os artigos são de responsabilidade de seus autores e não representam a opinião do Cuiabá Notícias

A Relação China x Mato Grosso: Impulsionando o Desenvolvimento

ANDERSOM LOMBARDI A relação comercial entre Mato Grosso e a China se consolidou como um dos motores do nosso crescimento econômico do estado. Com a China sendo o maior comprador de produtos mato-grossenses, essa parceria não só proporciona benefícios financeiros, mas também fortalece nossa posição no cenário global do agronegócio. Em 2023, as exportações de Mato Grosso para a China atingiram impressionantes US 13,2 bilhões, representando 41% de todas as nossas exportações. Esse número expressivo demonstra a relevância do mercado chinês para a nossa economia, especialmente quando consideramos que produtos como soja, milho, carne bovina e algodão são os principais itens negociados. A soja, por exemplo, representou aproximadamente 69,2% do total exportado para o país asiático. Os números refletem na vida dos mato-grossenses, pois o aumento das exportações gera emprego e renda, movimentando a economia local. Dados da Federação da Indústria de Mato Grosso apontam que 187 mil pessoas trabalham diretamente com o agronegócio.  Olhando de outro ponto de vista, essa relação estimula a inovação e a sustentabilidade. Com a crescente demanda por produtos agrícolas de qualidade, os produtores mato-grossenses estão investindo em tecnologias que aumentam a produtividade e reduzem o impacto ambiental. A implementação de práticas sustentáveis, como a agricultura de precisão e o manejo integrado, não apenas atende aos padrões exigidos pelo mercado chinês, mas também promove uma produção mais responsável em nosso estado. Vale lembrar que o interesse da China em parcerias comerciais vai além da compra de commodities. Empresas chinesas têm demonstrado disposição para investir em infraestrutura, logística e tecnologia em Mato Grosso, o que pode resultar em melhorias significativas na nossa capacidade de produção e exportação. A criação de centros de pesquisa e desenvolvimento em colaboração com universidades e instituições locais é uma possibilidade que pode transformar nossa capacidade produtiva. Reconhecendo a força desse laço comercial para o desenvolvimento econômico, Mato Grosso terá uma delegação na próxima China Internacional Import Expo (CIEE), dos dias 5 a 10 de novembro, da qual farei parte como secretário adjunto de Agronegócio e Investimentos. Nosso objetivo é estreitar essa parceria e atrair investimentos em Mato Grosso. ANDERSOM LOMBARDI é secretário-adjunto de Agronegócio e Investimentos no Estado, advogado especialista em direito tributário e servidor público há 17 anos. Os artigos são de responsabilidade de seus autores e não representam a opinião do Cuiabá Notícias

Erro de direito da arbitragem

O futebol domina as conversas, as manchetes de jornais e as redes sociais dos brasileiros. É a paixão nacional que pulveriza diferenças sociais, econômicas e ideológicas, ao tempo em que une torcidas em torno de um só propósito: reverenciar o espetáculo da bola. Nesse cenário de impetuosa emoção, os ânimos ficam à flor da pele e os torcedores não economizam nas comemorações nem nas queixas, especialmente quando entram em pauta os erros de arbitragem inerentes à falibilidade humana. Há duas categorias de erro. Ocorre erro de fato quando o árbitro tem uma má visão da jogada ou enxerga equivocadamente um lance, mas aplica a consequência jurídica fixada pela norma, embora tenha partido de uma premissa fática equivocada. O erro de fato é geralmente corrigido, quando possível, mediante a tecnologia, como o uso do VAR. De outro lado, existe erro de direito quando o árbitro visualiza perfeitamente os fatos, mas a eles aplica uma consequência jurídica proibida pela norma. Por exemplo, um gol olímpico anulado pelo árbitro por desconhecimento da regra. Enquanto o erro de fato reside numa percepção distorcida da realidade em razão das limitações dos sentidos humanos, o erro de direito decorre de uma aplicação inadequada das regras da modalidade, seja por desconhecê-las, seja por ter aplicado consequência não prevista no enunciado lógico das regras do jogo (traduzido no silogismo: se P, então Q). Essa forma de compreender as distinções entre erro de fato e erro de direito nas partidas de futebol toma de empréstimo as lições da tradicional dogmática penal. A analogia com o Direito Penal é particularmente pertinente, porquanto erro de fato e erro de direito são categorias jurídicas que o Direito Desportivo tomou de empréstimo do Código Penal Brasileiro antes da reforma legislativa de 1984, que os substituiu por erro de tipo e erro de proibição. O Código Brasileiro de Justiça Desportiva (CBJD) prevê, no seu art. 259, que deixar de observar as regras da modalidade constitui infração punível com suspensão mínima de quinze dias, sendo esse o “locus” do erro de direito no sistema desportivo brasileiro. O Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD) desempenha um papel fundamental na criação de precedentes e na uniformização do entendimento sobre o sentido e o alcance dessa norma. Em primeiro lugar, o art. 259 somente deve ser aplicado em caso de erro de direito relevante, até mesmo em homenagem ao princípio da insignificância. Não basta que uma regra qualquer seja descumprida pelo árbitro para que o artigo 259 do CBJD seja acionado. Logo, é descabido, por exemplo, afirmar que um árbitro deve ser condenado por erro de direito quando não concede um tiro livre indireto cada vez que o goleiro controla a bola com a mão ou o braço por mais de seis segundos antes de repô-la em jogo. Afinal, essa regra dos seis segundos é solenemente descumprida e sua efetividade é deixada em plano secundário no futebol mundial, de modo que sua inobservância pelos árbitros não constitui erro de direito relevante. Percebe-se que argumentos como esse estão radicados na retórica da redução ao absurdo, que consiste na técnica de chegar a conclusões absurdas e inaplicáveis para, numa linha argumentativa de trás para frente, concluir que a suposição original deve estar errada. Em segundo lugar, a impugnação de partida em razão de erro de direito relevante pelos árbitros somente terá lugar quando, adicionalmente, tal erro tenha gerado consequências relevantes capazes de impactar diretamente o resultado da partida, conforme previsto no art. 259, parágrafo único, do CBJD. Nesse contexto, a intervenção do STJD é crucial para assegurar que a análise seja feita de forma criteriosa e com parcimônia, visando à manutenção da justiça e da integridade das competições desportivas. A conduta do árbitro deve ser condenada quando se tratar de erro de direito relevante com o potencial de afetar a credibilidade das competições e abalar a confiança de todos os envolvidos no futebol brasileiro. Entretanto, a impugnação da partida requer a avaliação da gravidade do erro de direito em conjunto com o efeito prático direto dessa infração em relação ao resultado da partida. Quando a atuação do árbitro tenha sido flagrantemente equivocada à luz das regras da modalidade, e não se trate de erro de fato, o STJD pode e deve aplicar sanções ao árbitro responsável sem necessariamente prejudicar as equipes envolvidas, observando o princípio “pro competitione”. A grandiosa história do futebol nacional foi construída com desmedida dedicação profissional da arbitragem brasileira, que precisa ter sua autoridade resguardada, de modo que suas decisões em campo são definitivas e não devem ser modificadas pela Justiça Desportiva. À imutabilidade das decisões tomadas pela arbitragem excetuam-se apenas casos de infrações graves que tenham escapado à atenção da equipe de arbitragem, bem como casos de notório equívoco na aplicação das decisões disciplinares, nos termos do art. 58-B do CBJD. Nada impede, no entanto, que a imutabilidade das decisões da arbitragem conviva com a possibilidade jurídica de condenação dos árbitros pela Justiça Desportiva em caso de erro de direito relevante. O Direito Desportivo deve ser uma ciência viva a serviço do fortalecimento do futebol brasileiro mediante a aplicação técnica das regras, a garantia de segurança jurídica, a preservação da integridade das competições e a tutela da confiança de atletas, dirigentes, árbitros e espectadores.  PAULO DANTAS é procurador-geral do Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD) GUSVATO LISBOA  é procurador do Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD) Os artigos são de responsabilidade de seus autores e não representam a opinião do Cuiabá Notícias

Vida, propósito e fé: Ter ao menos um e professá-lo passou a ser sinônimo de evolução

Gonçalo Antunes Acordar, levantar, caminhar e trabalhar. A vida nessa quadra ordinária parece mais ordinária que estratagema de pecador. Não se tem, como se Sísifo fosse, qualquer sentido em direção a algo que, realmente, valha a pena, algo que alivia a dor do marasmo, da ordinariedade.   A quem se reserva a alegria das coisas desejáveis, mas pouco alcançáveis? A magia de um aceno, de um bom bate-papo, da roda de conversa ou mesmo a ambição do amanhã concretizado? Nada, absolutamente nada, substituirá a mesmice, infelizmente. Coisas extraordinárias são para os momentos singulares, nem sempre vividos, nem pelo terço da totalidade. De coração na ponta do pé, caminhando por um sentido que não se sabe a dimensão e nem a densidade. Nem mesmo a esperança de acreditar num êxito em encontrá-lo. Talvez alguém diga – mas a vida é assim mesma-. Isso…, mas quão incrédulo é acertar na metáfora dos sentidos buscando os olhos da natureza das coisas. Não, ela é por demais indiferente para o brinde da epopeia do caminhante que se joga à mercê de um piscar de olhadela. Não é fácil abençoar-se do gênio maligno cartesiano que, do miserável, faz recomeçar sem a cultura e valores arraigados. Que peça a natureza prega aos vivaldinos! Letrados na arte de aniquilar-se por um punhado de devassidão. Se é porque pensa, então, se é porque pensou errado. Pensou antes do pesadelo da existência, não mais a partir dela. Não é imanência. A essência é maior que a realidade concreta vivida, pois a percepção de um pensante não o resume pela prática e sentidos, mas por algo ainda maior, que engloba a descarga do que deixou de viver. Que sentido teria de acordar, vestir-se e trabalhar? Voltar após o intrépido suor que escorreu por sobre os ombros? Tudo por segundos de felicidade buscada nos efêmeros acontecimentos de minutos. Eternizá-los deixa de ser obrigação, mas próprio das boas lembranças, que delas se espera voltar num ciclo de absurda repetição. Se houver repetição. É disso que se trata, uma busca por algo que talvez nem exista, e o que sobra é a migalha da desilusão. A glória será sempre o instante da loucura, o ápice. O “day after” dará chance à rotina. Ainda há os que se inquietam pela virtude diante da indiferença, tralhado numa toada de incredulidade. Ser eternamente uma criança pode ganhar o céu, não a sobrevivência diante do mundo. Mas quem idealizou a criatura, o mundo e a vida eterna? E, ainda, impôs o absurdo da ingenuidade como símbolo de perfeição? O paradoxal não pode vingar-se diante da necessidade por uma solução justificada, já que os humildes e puros herdarão o reino dos céus. Cobaias humanas de um dilúvio de bem-aventuranças. O sucesso das religiões não é por acaso. É proposital para acalmar o desespero e segurar a rebelião. Todos que da pureza fizeram causa, morreram antes da misericórdia. A transcendência lhes serviu de inspiração antes mesmo de qualquer experiência pós-heroísmo.    As coisas absolutizadas pela fé são apropriadas pelos dogmas. Ter ao menos um e professá-lo passou a ser sinônimo de evolução, conformação e felicidade. Hoje, até de poder: poderoso é aquele que faz do Estado refém dos dízimos.     É por aí… Gonçalo Antunes de Barros é da Academia Mato-Grossense de Letras e da Academia Mato-Grossense de Magistrados. Graduado em Filosofia e mestre em Sociologia pela UFMT.        Os artigos são de responsabilidade de seus autores e não representam a opinião do Cuiabá Notícias

Produtividade do milho em risco

A safra 24/25 já gera preocupações significativas, sendo o atraso na semeadura da soja um dos principais fatores que aumentam essa incerteza. Esse atraso impacta diretamente o calendário de plantio do milho, criando uma janela de risco que pode comprometer a área semeada da cultura. Em 2023, enfrentamos um cenário desafiador com o El ninõ, no qual as temperaturas elevadas causaram o encurtamento do ciclo da soja. Em contrapartida devido a esse fenômeno foi possível que a semeadura do milho ocorresse dentro de uma janela considerada segura. As projeções para a safra atual, indicam uma tendência climática mais próxima da normalidade, o que sugere um clico regular de desenvolvimento da cultura. Porém, o atraso no início da semeadura aumenta significativamente o risco de que o milho seja plantado fora do período adequado. Esse conjunto de fatores representa um grande desafio para a produtividade do milho. O plantio fora da janela ideal não só expõe a cultura a riscos climáticos, como também pode provocar perdas significativas de produtividade. A combinação de atraso na semeadura da soja e temperaturas normais não deve ser subestimada; ela pode impactar severamente as expectativas de produção e, consequentemente, o mercado. Esse cenário traz à tona um desafio significativo para a produtividade do milho. O plantio fora da janela ideal pode expor a cultura a riscos climáticos, o que, por sua vez, pode afetar as expectativas de produtividade para a colheita de 2025. Assim, é essencial que os produtores adotem uma gestão atenta e implementem estratégias que ajudem a mitigar esses desafios, como monitorar as condições climáticas, ajustar o calendário de plantio e considerar práticas agronômicas que possam garantir uma melhor adaptação às mudanças. Tudo isso para assegurar que possamos continuar avançando na produção agrícola de forma sustentável e responsável. LUCAS COSTA BEBER é produtor rural e presidente da Aprosoja MT

O Líder: Pedro era um líder e porta-voz dos demais discípulos

Francisney Liberato  Pedro era um líder e porta-voz dos demais discípulos. O líder deve desempenhar um papel de condução e influência dos seus liderados para atingirem os objetivos acordados. Há controvérsias sobre a questão da liderança, se o líder nasce com esse papel, ou seja, um líder nato ou que possui um dom; ou quem sabe, um líder que desenvolve e aprende a liderança, entendo que as duas formas são passíveis de se fazer um líder. Se você nasceu com um perfil de um líder, ótimo, mas continue se aperfeiçoando. Se você não nasceu assim, é possível desenvolver e se moldar para essa finalidade. O discípulo Pedro tinha as características de um líder, porém foi necessário que Cristo o moldasse para que assim, pudesse aplicar os seus ensinamentos para o mundo. Alguns traços do perfil do líder Pedro: Curiosidade – o líder precisa ser um curioso por natureza, já que não pode conformar com a situação e as circunstâncias em que vive. Sempre terá curiosidades e indagações com vistas a aperfeiçoar a situação existente. É engraçado isso, pois todos nós nascemos curiosos, em processo de aprendizagem. Quando crianças perguntávamos de tudo, os nossos pais tinham que ter paciência para responder a todas elas. As perguntas geram curiosidade e transformam-se em ideias. No livro “Doze homens extraordinariamente comuns”, de John MacArthur, são apontadas as impulsividades e curiosidades de Pedro: “Nos relatos dos Evangelhos, Pedro faz mais perguntas do que todos os outros apóstolos juntos. Normalmente, era Pedro quem pedia para o Senhor explicar suas palavras mais difíceis (Mateus 15:15; Lucas 12:41). Foi Pedro quem perguntou quantas vezes deveria perdoar (Mateus 18:21). Foi Pedro quem perguntou qual seria a recompensa dos discípulos por terem deixado tudo para seguir a Jesus (Mateus 19:27). Foi Pedro quem perguntou sobre a figueira que secou (Marcos 11:21). Foi Pedro quem fez perguntas sobre o Cristo ressuscitado (João 21:20-22)”. Iniciativa – fazer perguntas, ter curiosidades, é válido, mas pensar demais sem ação não vale nada! O líder precisa agir para mudar a situação em que está. O líder deve ser um executor, ou seja, ir para ação. Os problemas e ideias nas mãos de um líder serão sempre resolvidos. Pedro perguntava e já agia (Mateus 16:16): “Simão Pedro respondeu: — O senhor é o Messias, o Filho do Deus vivo”. No momento em que Cristo desejava saber o que o povo pensava sobre Ele, os demais discípulos pensavam e não respondiam. Outro episódio foi quando Jesus foi preso. Pedro ataca o servo do sumo sacerdote Malco (Mateus 26:51): “Mas um dos que estavam ali com Jesus tirou a espada, atacou um empregado do Grande Sacerdote e cortou uma orelha dele”. Mesmo Cristo preso, Pedro estava sempre próximo dEle (João 18:15 e Lucas 22:61). Esse discípulo era um homem de ação! É claro que até esse momento ele ainda precisava ser moldado por Jesus. Como diz um ditado: “É mais fácil acalmar um fanático do que ressuscitar um morto”, no entanto, Deus conhecia o seu coração. Envolvimento – ele se relacionava com todos os discípulos e com o Mestre. Pedro não era um irmão “esquenta banco” de igreja, pelo contrário, ele sempre estava em ação e envolvido nas tarefas. Nós não podemos ser membros de igreja apenas no papel, é necessário ir para ação e nos envolver com os projetos da igreja. Se você, porventura, estiver cansado e com preguiça, o remédio é: ação e envolvimento. Pedro sempre estava à frente dos desafios e cenários em que Cristo estava. Ele ia para batalha. Ele não fugia à luta. Ele indicava o caminho para os seus companheiros. Tudo isso se chama envolvimento! Coragem – o líder precisa enfrentar os desafios da vida. Águas paradas nem sempre combinam com líderes. O líder deve ter coragem! O medroso e fraco dificilmente conquista seguidores para liderar. As pessoas querem se espelhar em alguém que entrega resultados e não quem mira em falácias. Quando Jesus aparece andando sobre o mar, na madrugada, o único discípulo que teve coragem de subir nas águas foi Pedro (Mateus 14:22-32). Os demais apóstolos estavam com medo. Com a coragem, nós vislumbramos um cenário maravilhoso, como esse milagre. Claro que, a coragem deve ser avaliada junto com a prudência e cautela. Pedro passou por experiências, muitas vezes duras, mas que moldaram o caráter desse grande líder de Jesus. Ele oscilou bastante, errou e falhou muitas vezes, porém, obteve aprendizado e resultados. Ele conduziu os demais discípulos na pregação do Evangelho. Caráter – Haverá seguidores se houver um líder que tenha um bom caráter. Ninguém quer seguir um corrupto ou aquele que faz as coisas erradas. Vejo que a única forma de termos esse bom caráter é por intermédio de Jesus Cristo, pois a nossa natureza é falha e sem valor. Vamos buscar uma liderança sustentável, ou seja, mirando os objetivos divinos, tendo um bom caráter, para gerar respeito e confiança, e, enfim, grandes resultados para glória de Deus. Humildade e submissão – Seja simples e humilde assim como Cristo foi e nos deixou esse exemplo. Mas para isso, é necessário quebrantar e submeter o nosso “eu” à vontade de Deus. O líder desempenha um papel, e isso não pode nos tornar melhor do que ninguém. Cada um tem o seu papel dentro de uma igreja, como também dentro de uma sociedade. Pedro teve que quebrar o seu orgulho para ser submisso a Jesus. Nós não sabemos de tudo e não somos perfeitos em tudo. Só Deus pode nos guiar para que assim possamos guiar os nossos liderados. O apóstolo Paulo resumiu o espírito do verdadeiro líder quando escreveu (1 Coríntios 11:1): “Sigam o meu exemplo como eu sigo o exemplo de Cristo”. Domínio próprio – Pedro para ser um líder de sucesso espiritual precisou dominar os seus impulsos emocionais, o seu “eu”. Necessitou controlar mais a sua vida, teve que gerenciar melhor a sua raiva. Como liderar uma igreja sem paciência? Não há como. Amor – nos amar e amar ao próximo. O líder precisa desse atributo. Quando fazemos com amor, o que fazemos não se torna penoso e cansativo, pelo contrário, será

Sobre a condição humana: Mitologia grega apresenta metáforas sobre a condição humana e seus limites

Gonçalo Antunes A mitologia grega, repleta de narrativas sobre deuses, heróis e suas interações com o mundo dos mortais, apresenta uma série de metáforas sobre a condição humana, seus limites e possibilidades. Entre esses mitos, destaca-se o de Sísifo, rei de Corinto, cuja história nos fala não apenas sobre punição, mas sobre a busca de sentido em meio ao absurdo. Este mito tem sido amplamente discutido na filosofia moderna, especialmente por Albert Camus, que o utiliza como símbolo para refletir sobre o absurdo da existência humana. Sísifo foi condenado pelos deuses a uma tarefa eterna e inútil: ele deveria rolar uma pedra montanha acima, mas, ao alcançar o topo, a pedra rolava de volta, obrigando-o a recomeçar sua tarefa interminável. A condenação de Sísifo foi imposta por suas repetidas tentativas de enganar os deuses, fugindo da morte e desafiando as ordens divinas. Esse ciclo de esforço inútil e repetitivo foi visto pelos gregos como uma punição terrível. O fardo de Sísifo não estava apenas no trabalho árduo, mas no fato de que sua tarefa nunca teria um fim, representando, assim, o esforço humano em busca de um propósito ou resultado que parece constantemente fora de alcance. Albert Camus, em seu famoso ensaio filosófico “O Mito de Sísifo”, reinterpretou a figura de Sísifo à luz do conceito de absurdo. Para Camus, o absurdo surge da contradição entre o desejo humano por sentido e a indiferença do universo, que permanece silencioso às nossas demandas por respostas. Ele descreve a situação humana como uma busca contínua de propósito em um mundo que não oferece garantias de sentido. Sísifo, para Camus, é o herói absurdo. Ele está consciente de sua condição, do caráter inútil de seu esforço, mas, mesmo assim, continua sua tarefa. Camus argumenta que a grandeza de Sísifo reside justamente na sua consciência e na sua recusa em se render ao desespero. Embora sua tarefa seja inútil, ele não se ilude com falsas esperanças e não cede ao niilismo. Para Camus, “o esforço para alcançar o cume é suficiente para preencher o coração de um homem”, e é por isso que ele termina seu ensaio com a frase: “É preciso imaginar Sísifo feliz”. Esse mito, sob a ótica camusiana, se transforma em uma metáfora poderosa da vida humana. Todos, de certa forma, são Sísifo, carregando o peso das rotinas, responsabilidades e lutas diárias, muitas vezes sem um propósito claro ou garantido. No entanto, a resposta à indiferença do universo não deve ser o desespero, mas sim uma aceitação corajosa do absurdo. O sentido da vida não está em um propósito transcendental, mas na própria experiência de viver, no ato de resistir e persistir. A reflexão de Camus sobre o mito de Sísifo também ressoa com o pensamento existencialista de filósofos como Jean-Paul Sartre. Sartre, em sua obra “O Ser e o Nada”, também explora a ideia de que o ser humano está condenado à liberdade. Assim como Sísifo, os indivíduos são forçados a criar sentido em um mundo que não oferece respostas definitivas. Para Sartre, a existência precede a essência, ou seja, não há um propósito ou significado predefinido para a vida. O ser humano, portanto, deve constantemente criar seu próprio significado, mesmo diante da ausência de qualquer certeza ou garantia. Sartre e Camus, embora com nuances diferentes, compartilham a ideia de que a liberdade e a responsabilidade humana estão no centro da experiência de vida. Ambos rejeitam a ideia de um destino fixo ou de uma ordem divina que guie os homens, e defendem que o homem deve encontrar seu caminho em um mundo indiferente. É por aí… Gonçalo Antunes de Barros Neto é ocupante da cadeira 7 da Academia Mato-Grossense de Letras. Os artigos são de responsabilidade de seus autores e não representam a opinião do Cuiabá Notícias

Fatos sobre os feminicídios: Mulheres e meninas têm mais chances de serem mortas por pessoas próximas

Rosana Leite No afã de trazer a lume as muitas situações e fatos que envolvem a violência contra as mulheres, e que redundam em feminicídios, o estudo tem prestado papel primordial. Unindo forças para esse enfrentamento, foi divulgada uma ação global com a coalização do Fórum Geração Igualdade, Escritório das Nações Unidas sobre Drogas e Crime e a ONU Mulheres para a publicação da segunda edição conjunta do relatório sobre o assassinato de mulheres e meninas relacionado ao gênero. Esses dados foram apresentados no ano de 2022, antes do Dia Internacional pela Eliminação da Violência contra a Mulher e dos 16 Dias de Ativismo contra o Fim da Violência de Gênero. Mas, sem dúvida, são dados bastante atualizados. Pela pesquisa, cinco descobertas foram chave, e podem ser vislumbradas em tantas outras: mulheres e meninas têm mais chances de serem mortas por pessoas próximas a elas; o feminicídio é um problema universal; a verdadeira escala do feminicídio é provavelmente muito maior; alguns grupos de mulheres e meninas enfrentam riscos; e o feminicídio pode e deve ser prevenido.    Apurou-se que cerca de 48.800 mulheres e meninas foram mortas em todo o mundo por seus parceiros íntimos, ou por outros familiares próximos. Fazendo a média, aproximadamente 133 mulheres e meninas são assassinadas diariamente por alguém bastante próximo. É de se aquilatar, ademais, que os principais autores dos feminicídios têm sido os atuais e antigos parceiros íntimos, em 55%. É o feminicídio um problema que afeta o mundo.  São lamentáveis os números de mulheres e meninas assassinadas por pessoas próximas: a África teve o registro de 20.000 vítimas; a Ásia 18.400 mulheres vítimas; nas Américas 7.900 vítimas; na Europa 2.300; e na Oceania 200 meninas e mulheres assassinadas. Apesar de dados bastante significativos, não refletem a realidade. O estudo apontou que de quatro a dez assassinados de meninas e mulheres, as informações são insuficientes a apontar se entrará nas estatísticas do delito de feminicídio. O Escritório das Nações Unidas e a ONU Mulheres buscam superar as subnotificações através de estruturas para “medir” esses assassinatos relacionados ao gênero, tendo sido aprovada pela Comissão de Estatísticas das Nações Unidas. Quanto ao segmento de mulheres alvo, destaca o estudo que cada país ao identificar as meninas e mulheres em maiores riscos, devem aprimorar os mecanismos de proteção e prevenção. Fora a violência doméstica e familiar, alguns grupos tem se destacado como alvo: mulheres com perfil público; mulheres na política; defensoras de direitos humanos; e jornalistas. Outro segmento bastante visibilizado é o das mulheres indígenas, porquanto o Canadá e a Austrália têm se destacado como locais onde elas têm sido desproporcionalmente mortas, cinco vezes mais.      Dentre os episódios, a prevenção aos feminicídios, por ser um crime anunciado, é o que torna o Poder Público ciente e responsável da iniciativa de combate. A vida das mulheres é de “encargo” público. Assim, segundo a ONU Mulheres, é preciso a revisão detalhada dos múltiplos atores desses assassinatos de meninas e mulheres. Completando a pesquisa: há necessidade de envolvimento das famílias e redes sociais das vítimas, com o objetivo de aprimorar as respostas institucionais e prevenir futuras mortes. Em Mato Grosso as instituições e poderes atuam em um Comitê Para a Análise dos Feminicídios que por aqui aconteceram. Pesquisas estão sendo realizadas com familiares e pessoas próximas das vítimas desses crimes. A finalidade é a prevenção, com a propositura de políticas públicas, através do resultado das análises. É de Djamila Ribeiro: “Minha luta diária é para ser reconhecida como sujeito, impor minha existência numa sociedade que insiste em negá-la.” Rosana Leite Antunes de Barros é defensora pública estadual e mestra em Sociologia pela UFMT. Os artigos são de responsabilidade de seus autores e não representam a opinião do Cuiabá Notícias

Eleições em Cuiabá: Abílio Ou Lúdio?

Fábio Henrique Alves O momento é oportuno para uma profunda reflexão sobre qual candidato está mais preparado para servir ao povo de Cuiabá. Como se sabe eleição municipal é a mais calorosa que existe.O momento é oportuno para uma profunda reflexão sobre qual candidato está mais preparado para servir ao povo de Cuiabá. Como se sabe eleição municipal é a mais calorosa que existe. Para além das paixões partidárias e ideológicas o que está em jogo é o futuro de Cuiabá. Cabe ao eleitor analisar os candidatos e decidir quem contratará – mediante o voto – e entregará as chaves da cidade para cuidar do povo a partir de 1º de janeiro de 2025. Nesse processo de escolha a comparação entre os candidatos é natural. Será analisado qual candidato pode trazer menos problemas, qual deles tem menos aspectos negativos e quem é mais bem preparado para governar a cidade.  Em regra para ser eleito é preciso ter currículo e prometer resolver problemas importantes do eleitorado. O eleitor não é bobo, apesar de vez ou outra ser enganado por políticos que ao invés de se propor a resolver os problemas reais da cidade, somente criam confusão e levam o eleitor a acreditar em conversa de cerca-lourenço. Um bom exemplo é o grave problema na saúde que Cuiabá vem passando. Qual dos candidatos tem autoridade, tem o currículo, que permite antever que ele realmente vai tentar resolver esse problema?A vida real das pessoas acontece na cidade e os problemas a se resolver são múltiplos. Para resolver esses problemas qual dos candidatos tem maior capacidade de dialogo ? Infelizmente, uma briga política entre o atual Prefeito de Cuiabá e o Governador, trouxe muitos prejuízos ao povo de Cuiabá. É hora de virar essa triste pagina, não havendo utilidade alguma em se fazer julgamentos.  A verdade é que quando um não quer, dois não brigam. A pergunta é qual dos candidatos tem condições de virar essa pagina ? A população de Cuiabá não quer guerra, é um povo ordeiro e de paz. É fato que existe político que somente vive de confusão e se beneficia de criar divisões. Cabe a população escolher se quer nos próximos 4 (quatro) anos, ter um prefeito que se preocupa com problemas imaginários ou ter um prefeito que busque resolver os problemas reais da população.  Não existe buraco na rua de esquerda ou de direita. Não existe remédio no posto de saúde de esquerda ou direita. Não será o Bolsonaro e nem o Lula quem vão administrar Cuiabá. Chegado à reta final dessas eleições é o momento para refletir qual dos candidatos esta preparado para ser prefeito de Cuiabá? Queremos voltar a normalidade ou buscar mais guerra ? Espero que o eleito, promova o desenvolvimento econômico de Cuiabá, sem deixar de lado o social. Que Cuiabá seja administrada para as pessoas que mais necessitam dos serviços públicos, tendo a vida como centro de qualquer projeto e que seja assegurado aos mais necessitados o direito humano à vida em sua plenitude.  O mais belo da democracia é que na eleição é o momento em que todos tem o mesmo poder, cada pessoa tem apenas um voto. Caberá a população de Cuiabá fazer a soberana escolha.  Analisando o perfil dos dois candidatos, não troco o certo pelo duvidoso. Cuiabá não pode perder a oportunidade de eleger o Lúdio.                 Fábio Henrique Alves é advogado. Os artigos são de responsabilidade de seus autores e não representam a opinião do Cuiabá Notícias

Etarismo, você sabe o que é?

Luiz Fernando Nasci no dia 01/01/1972 na cidade de Francisco Beltrão no Paraná. Naquela época não existiam muitos recursos e a tecnologia ainda era coisa de ficção científica. Poucas casas tinham televisão e o telefone fixo era um artigo de luxo. A expectativa de vida do brasileiro era de 57,6 anos. Foi um pouco antes disso, em 1969, que o gerontologista, psiquiatra e autor norte-americano, Robert Neil Butler (1927–2010), criou o termo etarismo.. Butler comparou o etarismo ao racismo e sexismo, destacando que, assim como essas formas de preconceito, o etarismo perpetua estereótipos e limita as oportunidades para certos grupos, em especial os idosos. Ele enfatizou que esse tipo de discriminação pode ser sutil, como a desvalorização da experiência e sabedoria de pessoas mais velhas, ou explícita, como a exclusão social e a negativa de direitos básicos. Mas foi só muito recentemente que o termo passou a ser usado ,seguindo as melhorias nas condições de vida e saúde pública, o que contribuiu para o aumento constante da expectativa de vida ao longo das décadas. Para comparação, em 2021, a expectativa de vida no Brasil alcançou 76,8 anos. Segundo as projeções do IBGE, a população brasileira vai atingir seu pico em 2047, com cerca de 233 milhões de habitantes. Após esse ponto, começará a diminuir gradualmente. Em 2060, espera-se que o Brasil tenha uma proporção significativa de idosos, com 40 milhões de pessoas com 60 anos ou mais, representando 25% da população. As crianças e adolescentes (até 14 anos) serão uma minoria, com projeção de 30 milhões de pessoas nesse grupo etário até 2060. Esses dados mostram que o Brasil está enfrentando um rápido processo de envelhecimento populacional, impulsionado pela queda da fecundidade e pelo aumento da expectativa de vida. Essa transição demográfica trará uma série de desafios, especialmente em áreas como previdência, saúde pública e integração de idosos no mercado de trabalho. Contudo, também abre oportunidades para políticas voltadas ao bem-estar da população idosa e para o desenvolvimento de setores econômicos que atendam às necessidades dessa faixa etária crescente. Com o envelhecimento da população, há também uma mudança na força de trabalho. Muitos brasileiros mais velhos continuam a trabalhar após a aposentadoria, tanto por necessidade financeira quanto por desejo de se manterem ativos. No entanto, o preconceito etário no mercado de trabalho ainda é uma barreira significativa para que idosos permaneçam empregados. Ainda segundo o IBGE, o Brasil está envelhecendo a uma velocidade superior à média global. Enquanto países como França e Estados Unidos tiveram quase um século para adaptar suas políticas ao envelhecimento, o Brasil está passando por essa transição de forma muito mais acelerada. Com o crescimento de movimentos sociais e o uso de mídias digitais, especialmente em fóruns e redes sociais, questões como o preconceito etário ganharam mais visibilidade. Pessoas idosas, influenciadores, acadêmicos e ativistas têm usado essas plataformas para denunciar o etarismo, trazendo histórias e experiências que ajudam a conscientizar a sociedade sobre essa forma de discriminação. E a propósito se for jogar bola e bater a canela, passe álcool com arnica, receitas da vó Esmeralda, ela estava certa. Embora o estado de Mato Grosso como um todo esteja envelhecendo, o processo não é homogêneo em todas as regiões. As áreas urbanas apresentam uma maior concentração de idosos devido a melhores serviços de saúde, enquanto as áreas rurais ainda possuem uma população mais jovem, mas também começam a sentir os efeitos do envelhecimento populacional. É chegada a hora de se colocar esse assunto na mesa e não varre-lo para baixo do tapete. O envelhecimento está batendo em nossa porta, precisamos começar a traçar políticas públicas que garantam que essa população não seja excluída e que os valores e conhecimento amealhados ao longo do tempo não sejam desperdiçados. Minha saudosa vó Esmeralda, falava que velho é trapo, quando nos deixou aos quase 90 anos estava lúcida, costurava, fazia tricô como ninguém e era uma exímia contadora de histórias. Sempre com o álcool com arnica pronto para curar desde unha encravada, arranhões e outros machucados. Sabedoria que se foi, mas que foi valorizada pela família e pelos amigos que a amavam. É isso amigos, o combate ao etarismo começa comigo, com você e com o do lado. Afinal daqui a pouco seremos nós aqueles que vamos sofrer na pele a barbarie desse tipo de discriminação. O tempo é implacável, não para nunca, passa pra todos. O que não passa são os livros lidos, o conhecimento, a criatividade, a força e a coragem, os feitos, os amores vividos. Que sua bagagem seja vista de longe por aqueles que muitas vezes nada carregam, e que está bagagem abra as portas do mercado, dos postos de trabalho e da vida. Cabelos prateados pelo tempo precisam do nosso respeito, da nossa gratidão e reverência. Se Deus permitir que eu chegue lá, se permitir que você também chegue, que seja pleno. E a propósito se for jogar bola e bater a canela, passe álcool com arnica, receitas da vó Esmeralda, ela estava certa. Luiz Fernando – é jornalista em Cuiabá, palestrante, terapeuta holístico e criador do método CURE que auxilia no tratamento para a bipolaridade. @luizfernandofernandesmt Os artigos são de responsabilidade de seus autores e não representam a opinião do Cuiabá Notícias