Dualidades: Existência humana é atravessada por dualidades que marcam a percepção
Gonçalo Antunes de Barros A existência humana é atravessada por dualidades que marcam a percepção de mundo, moldando crenças e condutas. Deus e o Diabo, o bem e o mal, liberdade e moralidade são polaridades que surgem como símbolos da busca humana por sentido, transcendência e responsabilidade. A condição humana, diante dessas forças, revela-se um terreno fértil para explorar questões profundas sobre escolhas, a natureza do bem e do mal, e os limites da liberdade. O conceito de bem e mal é inerente à formação da sociedade e da moralidade. Nas religiões e filosofias antigas, como o zoroastrismo e o maniqueísmo, o mundo era compreendido como um campo de batalha entre forças opostas: o bem, associado ao divino, e o mal, representado pelo demoníaco. No entanto, à medida que as sociedades evoluíram, também evoluiu a compreensão de que o bem e o mal são mais do que meras dicotomias; são construções que refletem valores e contextos culturais. Friedrich Nietzsche, em sua crítica à moralidade cristã, sugere que o bem e o mal são criações humanas, conceitos relativos e mutáveis. Em vez de um código fixo, ele via a moralidade como uma imposição sobre a liberdade individual. Para Nietzsche, o homem deveria superar essas dicotomias e abraçar a “vontade de poder”, uma força interna que o capacita a viver autenticamente e a construir seu próprio sentido. Essa perspectiva desafia a questionar as normas morais impostas e a encarar que o bem e o mal podem não ter origem externa ou transcendente, mas sim humana. A presença de Deus e do Diabo nas tradições religiosas representa a constante tensão entre o desejo de transcendência e os impulsos humanos que remetem ao erro. Em narrativas como a de Jó ou a de Fausto, essa dualidade emerge como uma prova da liberdade e da responsabilidade humana. Deus, nessa visão, oferece as diretrizes e um sentido de propósito, enquanto o Diabo representa o desafio, a tentação e a transgressão. Esse embate entre o divino e o demoníaco, no entanto, não é apenas um conflito entre forças externas: ele é também uma representação da luta interna que cada ser humano enfrenta. O personagem Fausto (Goethe, 1775, 1791 e 1808) oferece uma perspectiva inovadora para a época, na qual o ser humano é protagonista de sua jornada moral, influenciado, mas não determinado, pelas forças externas do bem e do mal. Jean-Paul Sartre, em seu existencialismo ateísta, argumenta que o ser humano é “condenado a ser livre”. Para Sartre, a liberdade é um fardo, uma vez que implica assumir a responsabilidade por cada escolha e consequência. Não há um Deus para guiar ou redimir; o homem é o único responsável por dar sentido à sua existência. Isso coloca a moralidade como uma criação individual, um reflexo das escolhas que moldam a identidade do indivíduo e o impacto que ele causa no mundo ao redor. A liberdade, embora seja um dos valores mais prezados, carrega consigo a angústia de enfrentar escolhas cujas consequências são irrevogáveis. Kierkegaard descreve essa angústia como inerente à existência: a possibilidade de agir em direção ao bem ou ao mal, de transcender ou de ceder à nossa natureza mais sombria. A liberdade, em sua visão, é tanto uma dádiva quanto uma maldição, pois requer uma constante avaliação moral das ações. O dilema entre agir de forma ética e ceder ao egoísmo coloca o sujeito em um conflito interminável. Para Erich Fromm, filósofo e sociólogo alemão, a liberdade pode ser uma fonte de solidão e alienação, já que exige uma independência que distancia das normas impostas e do conforto de um senso comum. Assim, a liberdade se transforma em um processo doloroso de autoconhecimento, em que o indivíduo precisa compreender e lidar com sua capacidade tanto para o bem quanto para o mal. A liberdade é o que distingue e define as pessoas, mas também é o que coloca todos frente a frente com os dilemas éticos mais profundos. É por aí… Gonçalo Antunes de Barros Neto tem formação em Filosofia, Sociologia e Direito. Os artigos são de responsabilidade de seus autores e não representam a opinião do Cuiabá Notícias
O gestor sedentário: Não é segredo que o sedentarismo acarreta grande mal para a saúde
Luiz Henrique Atualmente não é segredo que o sedentarismo acarreta grande mal para a saúde e o bem-estar das pessoas. Dez entre dez profissionais de saúde, das mais diversas especialidades, recomendam a seus pacientes que desenvolvam o hábito de praticar atividades físicas regularmente, nem que seja uma simples caminhada algumas vezes por semana. Evitar o sedentarismo traz significativas melhorias para o sistema cardiorrespiratório, reduz o excesso de peso, previne o diabetes, mantém sob controle a hipertensão, entre outros benefícios físicos imediatos. Benefícios semelhantes podem ocorrer na gestão de organizações, tanto públicas como privadas. De fato, quando dirigidas por administradores sedentários., muitas delas sofrem efeitos adversos na sua saúde organizacional. Não me refiro à conduta pessoal dos gestores, mas a um estilo de liderança ultrapassado, que mistura soberba, apatia, enclausuramento e cegueira ética. Denomino esse combo de gestão sedentária e estéril. Seu destino é o fracasso. A soberba é a característica dos gestores autossuficientes, dos que pretendem saber tudo e mais que quaisquer outros colaboradores e, ainda, daqueles que não estão dispostos a aprender coisas novas, a questionar paradigmas e a ouvir críticas e sugestões. A apatia se revela na incapacidade de reagir ou de se antecipar às cada vez mais velozes transformações nos cenários tecnológico, geopolítico e econômico-financeiro que impactam profundamente a governança das organizações. O enclausuramento é a marca, tanto da autoridade pública como do CEO privado, que se encerra numa gaiola dourada. Nunca está presente no chão-de-fábrica, nas filiais, nos pontos de atendimento ao público, na linha de frente operacional, enfim. Não conhece o nome dos funcionários, não conversa pessoalmente com os clientes, não sente a temperatura do terreno, vive o mundo real. Na sua poltrona de grife no seu gabinete refinado, deleita-se na leitura de relatórios tão bem diagramados quanto fantasiosos na descrição de resultados. E a cegueira ética é a prática, mais frequente do que se supõe, de desviar o olhar diante de múltiplas transgressões, maiores ou menores, comprometedoras da integridade. Exigir o cumprimento de regras éticas sempre gera desconforto em ambientes contaminados por uma cultura tolerante com o assédio moral e sexual, o desrespeito ao consumidor, a sonegação de tributos, o pagamento ou a exigência de propinas etc. Para não ter que agir, ainda que cosmeticamente, o sedentário finge não ver, não ouvir e não saber. O gestor sedentário atrai uma chusma de bajuladores, incompetentes, inaptos e ineptos. Esse séquito o conduz festivamente ao abismo, mas não o acompanha na queda, a que assistem impávidos e empoleirados em torno de novos senhores. Porém a conta maior quem paga é a coletividade, seja pela inefetividade das políticas públicas, seja pela perda de empregos, produtividade e competitividade no setor privado Assim, é tempo de combater o sedentarismo na gestão organizacional. Luiz Henrique Lima é conselheiro independente certificado e professor. Os artigos são de responsabilidade de seus autores e não representam a opinião do Cuiabá Notícias
Memento Mori
Luiz Fernando Imagine a seguinte cena. Você está em sua casa, sua cidade e de repente chega a notícia de que um grande e poderoso exército está vindo em sua direção, disposto a tomar o lugar. Homens, mulheres e crianças não serão poupados, tudo virará cinzas ou despojo de guerra. Impensável nos dias de hoje, não é mesmo? Mas se retrocedermos no tempo, era exatamente o que acontecia quando impérios como o da República Romana decidiu expandir suas fronteiras a partir do século IV aC, na região central da Península Itálica e depois para outras regiões do mundo. Para se ter uma ideia em seu apogeu, durante o século II dC, o Império Romano alcançou cerca de 5 milhões de quilômetros quadrados, abrangendo vastas extensões da Europa, norte da África e Oriente Médio. Seus generais adotavam sempre a mesma estratégia. Chegavam, invadiam e tomavam conta de tudo. Homens livres, quando não eram mortos, tornavam-se escravos e o Império ia se fortalecendo cada vez mais. Mas havia uma prática que foi adotada por volta dos séculos I e II aC até o século IV dC que era comum a todos os generais. Uma prática que ao meu ver deveria ter se perpetuado em todos os tempos e povos, mas ela se perdeu com o declínio do Império Romano e a transição de Roma para o cristianismo. A prática era simples, mas levada a sério entre os generais romanos. Sempre que venciam uma batalha, durante a comemoração do triunfo, um escravo ou assistente do general ficava sussurrando em seu ouvido a frase “Memento Mori”, uma expressão em latim que significa “Lembre-se de que você vai morrer”. O objetivo desse importante ritual era lembrar o general vitorioso que independente de sua conquista, ele deveria manter os pés no chão, não deixar o ego tomar conta de sua vida, lembrando-o de sua mortalidade e o livrando do orgulho e da arrogância. “Memento Mori” era um convite à humildade e a reflexão sobre a vida, evitando assim que o líder se distanciasse de seu propósito. Uma afirmação poderosa de que apesar de sua bravura, força, estratégia e determinação, um dia o mesmo seria encontrado pela morte, então, viver plenamente e com humildade seria o caminho saudável para o mesmo. Imagine quantas conquistas poderiam ser celebradas com essa prática. Toneladas de arrogância, empáfia e perda de tempo ficariam pelo caminho e poderíamos de fato viver o nosso propósito. Desta forma, seja a conquista de uma pequena aldeia ou uma grande cidade como Jerusalém, que foi tomada entre os anos de 66 e 73 dC, era comemorada da mesma maneira. Ninguém era mais ou menos que ninguém. Existia um propósito, uma meta que ao ser atingida terminava sempre com alguém sussurrando no ouvido do general, “Memento Mori”. Trazendo agora para a nossa realidade, imaginemos quantas vezes seria de bom alvitre que tivéssemos alguém a sussurrar em nossos ouvidos essa afirmação tão simples (frase curta) e singela (sussurrada). Conseguiu uma promoção no trabalho, Memento Mori. Comprou um carro novo, Memento Mori. O celular de último tipo chegou, Memento Mori. Foi eleito para um cargo eletivo, Memento Mori. Imagine quantas conquistas poderiam ser celebradas com essa prática. Toneladas de arrogância, empáfia e perda de tempo ficariam pelo caminho e poderíamos de fato viver o nosso propósito. Talvez esse seja um caminho para nós que vivemos num mundo cada vez mais individualizado e compartimentado pela tecnologia que se expande sem precedentes. Como diz um amigo meu, o mundo está cheio de palito de fósforo se achando neon. Entre o Ter o Ser, muitos não pensam duas vezes em escolher o Ter. A empatia em muito breve vai se tornar demodê, afinal rir-se de tudo e de todos se tornou comum, a dor do outro já não importa. Telas e dedos frenéticos ocuparam o espaço do abraço e da conversa franca, o olho no olho está raro. E aqui neste ponto cabe mais uma reflexão, com a chegada da IA (Inteligência Artificial) em nossas vidas, o que mais perderemos? Para onde iremos caminhar? Nossa salvação enquanto humanidade pode sim estar em cerimônias e cultos do passado. Bença mãe, bença pai, bença vó, bença tio, essa é mais uma tradição importantíssima que está se perdendo. Práticas que não estão em nenhuma tela ou teclado devorador de almas, mas estão, ou pelo menos deveriam estar, em nosso coração e nossa mente. Um movimento de transformação começa com alguém dando o primeiro passo ou nesse caso o primeiro sussurro. Memento Mori para mim e para você. Vamos celebrar nossas conquistas nos lembrando sempre de quem somos e de quem seremos, e assim vamos reforçar o nosso propósito de vida. Menos arrogância e mais empatia. Mas daí você pode argumentar: “E quem vai sussurrar tal expressão em meu ouvido”. Tenho uma proposta simples e extremamente eficaz. Vá para frente do espelho, olhe nos seus olhos e fale pra você mesmo, Memento Mori. Faça isso quantas vezes forem necessárias, até você se conscientizar da finitude da vida e que tudo vai passar. Dores, amores, conquistas, tudo vai passar. Ficarão os seus feitos, os seus jeitos e o amor que você plantou no coração de cada ser que cruzou o seu caminho. Fora isso, tudo é ilusão. O celular da moda deixa de ser objeto de desejo quando o 16 é lançado. O carro elétrico deixa de ser novidade quando a próxima tecnologia é apresentada. Tudo passa, sempre existirá uma nova conquista, uma nova batalha interna a ser vencida. Seja o general de si mesmo e o servo a te lembrar disso. E já que não temos como viver livres da tecnologia escravizante, aproveite e compartilhe esse escrito com quem você ama, só assim quando você mandar uma mensagem de Memento Mori para ele ou para ela, a pessoa vai entender o recado e talvez, sim talvez, deixar a humildade preencher seu coração e sua mente. Memento Mori pra todos nós. Luiz Fernando é jornalista em Cuiabá, palestrante, terapeuta holístico e criador do método CURE que auxilia no tratamento para a
Perigos que enfrentam segurados: Alerta aos segurados do INSS que realizam contribuições como MEI
Talissa Nunes Sim, muitos microempreendedores individuais ainda têm dúvidas quanto à sua cobertura previdenciária. Este artigo, não só esclarece essas dúvidas, mas também traz um alerta sobre os perigos que enfrentam os segurados do INSS que realizam contribuições como MEI. Ao se formalizar como MEI, o empreendedor garante cobertura previdenciária para si e seus dependentes. No entanto, para acessar estes benefícios, é necessário cumprir requisitos específicos e cumulativos. Entre eles, para a aposentadoria, além da idade (65 anos para homens e 62 para mulheres), também é necessário um tempo mínimo de contribuição (20 anos para homens e 15 para mulheres) e 180 meses de carência. O MEI possui direito a todos os benefícios pagos pela previdência social, exceto o auxílio acidente. Com o número crescente de MEI que vivenciamos no mercado de trabalho, o Segurado ao optar por realizar contribuições como MEI, precisa tomar cuidado com alguns perigos. Para quem contribui como MEI, as contribuições previdenciárias em 2024 equivalem a R$ 70,60 correspondente à alíquota de contribuição de 5% do salário mínimo. Por possuir alíquota de contribuição reduzida, há limitações em benefícios. Principalmente a vedação para aposentadoria por tempo de contribuição e demais regra de transição, ou seja, ao contribuir como MEI o segurado somente poderá se aposentar por idade. Mas calma!!existe solução. Para quem possui maior tempo de contribuição, ou valores elevados de salário durante a sua vida laboral, e que por algum motivo realiza contribuições como MEI .Para que o cidadão tenha direito à aposentadoria por tempo de contribuição e demais regras de transição será necessário complementar as contribuições previdenciárias 15% para alcançar a alíquota de 20% sobre o salário mínimo. Contudo, ainda que o Segurado realize a complementação das contrições os períodos contribuídos como MEI, serão limitados a 1 salário mínimo, que poderá reduzir a renda de benefícios programáveis, como aposentadoria. Para benefícios não programáveis, como por exemplo; o auxílio por incapacidade temporária (antigo auxílio-doença), o cálculo será feito considerando os salários de contribuição a partir de julho de 1994, calcula-se o salário de benefício que é obtido pela média aritmética simples de todos os salários de contribuição e remunerações do período. Por fim, a renda mensal do benefício será igual a 91% do salário de benefício, e não poderá ultrapassar a média aritmética simples dos 12 mais recentes salários de contribuição. O que significa que ao contribuir como MEI, nem sempre seu benefício será a média de todos os salários, mas tão somente dos últimos doze salários de contribuição. O maior perigo ao contribuir como MEI será o valor do benefício, que poderá reduzir e muitas vezes será o valor de um salário mínimo. Contudo é possível que o MEI tenha benefício maior que um salário mínimo. Para aqueles que têm contribuições além do MEI, é crucial fazer um planejamento previdenciário. Dependendo do histórico e tempo de contribuição, o valor do benefício poderá ser mais que um salário mínimo. Esse planejamento pode levar em conta diferentes aspectos como tempo de contribuição, idade, valor já contribuído e o valor que ainda pode ser contribuído. Também deverão ser analisados o histórico funcional, atividades exercidas que podem ser consideradas especiais, entre outros pontos. O MEI tem direito a benefícios como aposentadoria por idade, benefício por incapacidade temporária, benefício por incapacidade permanente, salário-maternidade, entre outros. Por sua vez, seus dependentes têm direito a benefícios como auxílio reclusão e pensão por morte. Conhecer seus direitos e deveres como MEI e fazer um planejamento previdenciário minucioso pode garantir a segurança financeira no futuro. Por isso, é importante se informar e buscar sempre a orientação de profissionais da área. Talissa Nunes é advogada especialista em Direito Previdenciário em Cuiabá.
Black Friday vs Natal: Como o consumidor muda seus hábitos de compra?
Luiz Vicente Dorileo da Silva As datas comemorativas de fim de ano são um verdadeiro banquete para o varejo. A Black Friday, com seus descontos imperdíveis, e o Natal, com o espírito de presentear, movimentam a economia e impulsionam as vendas. Mas você sabe quais são as principais diferenças no comportamento do consumidor nessas duas datas? A Black Friday, a busca pela “Festa dos Descontos”, ou seja, o preço baixo é a grande protagonista. Os consumidores se transformam em verdadeiros caçadores de ofertas, comparando preços, pesquisando produtos e aproveitando cada centavo economizado. A impulsividade é a convidada “VIP” e claro que a marca presença, com muitos participantes adquirindo produtos que nem estavam nos planos, simplesmente porque o preço está irresistível. É como se o cliente se permitisse um momento de prazer instantâneo, recompensando-se com aquela “oportunidade de compra” tão desejada. Já o Natal, é a “Festa da Celebração do amor e da família”, é uma data mais sentimental e tradicional. O foco do cliente aqui não é apenas o preço, mas o valor simbólico do presente. A escolha do presente perfeito para cada pessoa da família e dos amigos exige tempo, dedicação e, muitas vezes, uma boa dose de criatividade. É um momento para celebrar os laços afetivos e demonstrar carinho pelas pessoas que amamos. A convidada “VIP” aqui é a “emoção” que aumenta ainda mais a busca por experiências únicas, produtos personalizados e que transmitam uma mensagem especial que está ligado ao sentimento promovido pelo espírito natalino de presentear quem amamos. Dessa forma fica evidente que o comportamento de compra do consumidor se adapta para cada uma dessas datas. Durante a Black Friday estão com o foco na racionalidade e pela busca por economia. E como clientes e consumidores querem garantir o melhor preço e aproveitar as oportunidades para renovar os seus produtos ou adquirir itens que desejamos há tempo. Já no Natal as emoções estão no comando e o radar emocional está conectado ao ambiente e espírito natalino, e por isso o foco está em encontrar presentes que expressem os sentimentos do período. Mas, entenda que as empresas também precisam se adaptar a este movimento do mercado, sendo assim: Na Black Friday, a estratégia deve ser: oferecer descontos reais e atrativos, criar um senso de urgência e facilitar a experiência de compra online e principalmente presencial. Já no Natal, o foco deve estar na personalização, na criação de experiências únicas e em campanhas que evoquem os sentimentos do consumidor. A partir deste artigo você já percebeu que a Black Friday e o Natal são datas que, apesar de próximas no calendário, apresentam características e comportamentos de consumo bem diferentes. Entender essas diferenças é fundamental para as empresas elaborarem estratégias de marketing da conquista para cada período. Ao conhecer as necessidades e desejos dos consumidores em cada uma dessas datas, as empresas podem criar campanhas mais direcionadas, aumentar as vendas e fortalecer o relacionamento e conquistar o coração dos seus consumidores. Luiz Vicente Dorileo da Silva é especialista em marketing e vendas. Os artigos são de responsabilidade de seus autores e não representam a opinião do Cuiabá Notícias
Governabilidade: Vitória de Abílio aconteceu em função de eleitores com viés político conservador
Licio Antonio Passada as eleições municipais nos municípios em que ocorreram segundo turno em nosso país; em Cuiabá não foi diferente. A vitória inconteste de Abílio Brunini (PL), obtendo 171.324 dos votos válidos, correspondendo 53,80%; derrotando seu oponente Lúdio Cabral (PT). A vitória de Abílio Brunini (PL) aconteceu em função da votação maciça dos seus eleitores, que apresentam viés político ideológico conservador; principalmente, os dá região Centro-Oeste. Prova inequívoca dessa vitória inconteste, não foi apenas a vitória do Abílio Brunini, como também, do partido (PL) do ex-presidente Jair Messias Bolsonaro. Vencendo, nas três principais cidades do Estado: a própria capital Cuiabá, em Rondonópolis e Várzea Grande. Enquanto o (PT), não conseguiu eleger nenhum prefeito, como também não elegeu nenhum vereador, sendo praticamente dizimado em nosso Estado. Passado esse momento importantíssimo para o contexto de crescimento e desenvolvimento da nossa cidade. Entra em cena, novo tema de importância singular, para que, um gestor público possa trabalhar a sua governabilidade. Eleição da Mesa Diretora. Diante de sua vitória, o prefeito eleito Abílio Brunini (PL) afirmou que é veementemente contrário a cobrança da “taxa do lixo”, assim como, é contrário também a esse empréstimo de R$ 139 milhões; atitudes louváveis. Também disse, que não interferiria na eleição da Mesa Diretora, porém ao deparar com as possíveis e prováveis articulações, visando à Mesa Diretora. Tendo, como um dos postulantes ao cargo, o vereador Marcrean Santos (MDB), líder do governo Emanuel Pinheiro (MDB), (ele), busca uma chapa de consenso, que represente pluralidade da Casa de Leis, porém, o referido vereador recentemente invadiu uma (UTI), em busca de informações de seus familiares, de forma pouco ortodoxa. Outro nome citado é do vereador Mário Nadaf (PV), também do arco de aliança do prefeito Emanuel Pinheiro (MDB); não estou criando nenhum factoide. De forma inédita, a eleição de 8 mulheres acabou quebrando paradigma, entre elas: Paula Calil (PL), Samantha Iris (PL), Maysa Leão (Republicanos), Michelly Alencar (União), Maria Avalone (PSDB), Doutora Mara (Podemos), Baixinha Giraldelli (Solidariedade) e Katiuscia (PSB). Elas se uniram e 5 delas são postulantes à presidência da Mesa Diretora, e com anuência do prefeito eleito Abílio Brunini (PL), com predileção, para o nome de Paula Calil (PL), porém outras duas, também se destacam: Maysa Leão (Republicanos) e Michelly Alencar (União) e as demais reúnem as mesmas condições. Como bom estadista, preocupado com sua governabilidade o prefeito eleito Abílio Brunini (PL), tem visitado sistematicamente a nossa Casa de Leis, para discutir vários temas importantíssimos. Na terça-feira (5), em visita à nossa Casa de Leis, para discutir a votação do Plano Diretor e da Lei Orçamentaria Anual LOA, ele considera “superestimada”, o valor de R$ 5,4 bilhões. Nessa mesma manhã, após a sessão ordinária foi registrado no Plenário da Câmara um bate-boca entre o vereador Jeferson Siqueira (PSD), e o prefeito Abílio Brunini (PL), tendo como tema principal Mesa Diretora. Abílio Brunini diz “Jeferson Siqueira (PSD) e um grupo de parlamentares estariam se aliando a deputado estadual Eduardo Botelho (União) e ao Ministro Carolos Fávaro (PSD) para assumir o comando do Parlamento Municipal no próximo biênio e assim dificultar sua gestão à frente do Alencastro”. Na quarta-feira (6), agora, em visita à Assembleia Legislativa de Mato Grosso; (ele) foi discutir emendas parlamentares para ajudar em sua governabilidade, conforme prometido pelos deputados. Porém, ao sair no saguão da (ALMT), foi cercado por uma dezena de repórteres; o mesmo foi indagado sobre a Mesa Diretora da Câmara Municipal. Nesse momento (ele) ergue o tom ao dizer “Eles já estão fazendo, a conversa que me trazem é que já estão nomeando alguns cargos na prefeitura de Cuiabá na gestão do Emanuel Pinheiro (MDB), eles sonham em continuar na mesa, ter a mesa no caso, para segurar esses cargos” “Imagina, eles como presidente da Câmara, eles falarem para o Abílio que se ele romper o contrato de determinada empresa, o projeto não passa, se eu romper o contrato com determinadas pessoas que são da indicação deles, os projetos não passam, eles querem segurar as propostas e projetos do Executivo no Legislativo, par impedir que a gente consiga avanços no projeto do Executivo focado em manter os contratos e acordos de seus negócios, em relação a prefeitura de Cuiabá” “Eu já deixo diante mão, ao assumir a prefeitura com eles na mesa ou não, eu vou romper sim os contratos que eles estão fazendo agora, e as contratações que o Emanuel está fazendo agora inclusive de cabos eleitorais dele, eu vou mandar embora sim independente de ganhar a mesa ou não” Se eles ganharem vai ser guerra e vamos enfrentar a guerra, pois não vou entregar a mesa para o “comando” para Fávaro, para Botelho, para nenhum desses grupos não, e se tiver que lutar pela Câmara Municipal e defender a Câmara Municipal eu vou lutar e defender; e se não quiser o nome da Paula, pode ser de qualquer outra mulher; nós não vamos ceder à pressão, não vamos aceitar faca no pescoço, nós não vamos fazer negociação com as pessoas que estão do lado errado do jogo”. Prefeito de ‘aquilo roxo’. Licio Antonio Malheiros é geógrafo. Os artigos são de responsabilidade de seus autores e não representam a opinião do Cuiabá Notícias
Verticalização de Cuiabá: crescimento necessário para o desenvolvimento
Um levantamento do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) mostrou que Cuiabá vive um processo de verticalização, ou seja, está crescendo para cima, com a construção de prédios. Em 2022, ano do último estudo nesse sentido, 38,6% dos domicílios da capital eram apartamentos, cenário bem diferente do que era encontrado há 30 anos. O percentual mato-grossense para esse tipo de moradia é maior do que a média brasileira, onde 12,5% dos habitantes moram em apartamentos. O que antes eram bairros horizontais, compostos apenas por casas, agora se torna verticalizado com o surgimento de muitos edifícios, o que traz vantagens para a cidade, como a redução dos deslocamentos, diminuindo a necessidade do uso individual de veículos e, consequentemente, a poluição e os gastos com energia. Apesar de ser um fenômeno mais comum nas grandes cidades, a verticalização surge como solução também para municípios de médio porte como Cuiabá. Isso porque, entre os atrativos buscados pelos clientes, estão a segurança e as comodidades, como academia, área gourmet e piscina, por exemplo. A verticalização se intensificou desde 2010, com os avanços tecnológicos que beneficiaram a construção civil, permitindo uma maior capacidade dos elevadores e sistemas construtivos mais aprimorados, resultando na construção de edifícios cada vez mais altos. Além disso, houve uma ampliação nas linhas de financiamento para a compra de imóveis, o que impulsionou as grandes construtoras a investir nesse tipo de empreendimento. Muitos são os motivos para a verticalização de Cuiabá, porém, o mais importante é que esse tipo de domicílio tem atendido às necessidades de uma cidade que cresce mais que a média da região Centro-Oeste. E, para se desenvolver, a cidade precisa de mais moradias em um espaço cada vez menor, tornando os prédios cada vez mais atrativos para os consumidores. Ainda existem muitos desafios nesse processo de verticalização da cidade, no entanto, estamos nos desenvolvendo na direção certa para que Cuiabá se torne, em breve, uma metrópole. *Victor Bento é diretor do Grupo Vivart.
Empreender no setor público: Realidade tem levado muitos servidores a buscar caminhos no setor privado
Com mais de 16 anos no serviço público, aprendi que empreender no setor público é sobre reinventar o possível. A burocracia é uma realidade inevitável, mas com visão e inovação, é possível transformar desafios em oportunidades de aprendizado e progresso. Mesmo diante de estruturas rígidas, a criatividade e a resiliência são essenciais para quem quer gerar impacto e promover transformação. Contudo, é importante reconhecer que disfunções burocráticas ainda dificultam o desenvolvimento de projetos mais ágeis e eficientes. Essa realidade tem levado muitos servidores, especialmente no âmbito federal, a buscar novos caminhos no setor privado, onde acreditam poder contribuir de forma mais efetiva para a sociedade e o desenvolvimento sustentável. Essa transição não é uma renúncia ao propósito público, mas uma busca por novos meios de servir e colaborar com o crescimento econômico e social do país. A gestão privada oferece um ambiente com maior flexibilidade e agilidade para implementar soluções inovadoras, algo que muitos desses profissionais desejam aplicar após anos de experiência no setor público. Neste Dia do Servidor Público, é fundamental destacar a importância da missão pública, mas também refletir sobre como o conhecimento e a experiência adquiridos ao longo dos anos podem transcender as barreiras institucionais e continuar gerando impacto, independentemente do setor de atuação. O futuro do país depende da integração entre setor público e privado, e servidores que já fizeram essa transição mostram que empreender e contribuir para o desenvolvimento sustentável é possível em ambos os contextos. Jônatas Pulquério é servidor efetivo do Governo de Mato Grosso. Os artigos são de responsabilidade de seus autores e não representam a opinião do Cuiabá Notícias
Mulheres e a economia: Pesquisas trouxeram representação das mulheres para a economia atual
Rosana Leite Algumas pesquisas divulgadas na última semana trouxeram a lume a realidade quanto a representação das mulheres para a economia atual. Pela primeira vez foi aferido que existem mais mulheres na posição de comando das casas brasileiras. Pelo Censo de 2022, do IBGE, 34,1% são responsáveis pela casa, e 25% foram apontadas como cônjuge ou companheira. É de se ressaltar que o Censo de 2010 mostrava um cenário de que 22,9% eram responsáveis pelo lar. Os noveis números mostraram que o comando de casa por mulheres passou a ser praticamente na mesma proporção dos homens. De outro lado, pesquisa da Catho “Mães 2024” divulgada na Revista Crescer, externa os desafios enfrentados pelas mulheres e mães no mercado de trabalho. As mulheres, 86% delas, relataram ser frequente em entrevista de emprego a pergunta: “Você tem filhos?” Essa dúvida se torna bastante preocupante, externando a sobrecarga materna quando se cuida da vida profissional do gênero feminino. Se não bastasse a pergunta quanto a ter ou não filhos e filhas, as mulheres ainda são “bombardeadas” com o questionamento de quem ficaria responsável pelos descendentes delas enquanto elas laboram, em 75%. É de se ressaltar as que já encontram inseridas nas carreiras, cerca de 40% delas relatou ter perdido oportunidade de promoção ou desenvolvimento por ser mãe. Outras 52% relataram que deixaram de exercer alguma atividade como mãe por medo de perder o emprego. As discriminações contra elas não param por aí, pois 50% das participantes da pesquisa foram questionadas se tinham a intenção de serem mães. Voltando ao comando dos lares por elas, segundo o IBGE, em 10 estados do Brasil, 8 do Nordeste, as mulheres comandam mais da metade das casas. Os menores dados são de Rondônia (44,3%) e Santa Catarina (44,6%). Mostra o estudo que 29% das casas onde as mulheres são responsáveis há presença de um filho ou filha e ausência de cônjuge. As mulheres são mães solo em 3 a cada 10 lares. No comando dos domicílios por mulheres, as negras são responsáveis por 6% das casas que possuem mais de seis pessoas. Essas pesquisas dizem muito sobre como o patriarcado colocou em oposição homens e mulheres. Os desafios que tomam conta da sociedade demonstram a desproporcionalidade do cenário profissional entre os gêneros. As mulheres carecem de suporte adequado a exercerem as jornadas que estão sendo propostas. As duplas e triplas jornadas femininas existem, e persistem em um mundo onde o PIB depende sobremaneira das mulheres. Vê-se que mesmo comandando os lares, persistem as discriminações. A divisão sexual do trabalho ainda é fator a controlar as muitas tarefas delas. Anteriormente era visível os papeis de gênero delineados de maneira bem clara. Homens que não podiam falhar em absolutamente nada, por serem fortes; e mulheres como esposas e mães zelosas e boas donas de casa. Mulheres abandonavam os sonhos e deixavam que apenas os seus parceiros pudessem alcançar o reconhecimento no labor fora de casa. Os dois estudos citados trazem reflexões precisas dos estereótipos de gênero, compreendidos como repetição automática de comportamentos e papeis estabelecidos entre homens e mulheres, como assinala Silvia Pimentel. Rupi Kaur foi precisa: “Qual é a maior lição que uma mulher pode aprender? Que desde o primeiro dia, ela sempre teve tudo o que precisa dentro de si mesma. Foi o mundo que a convenceu que ela não tinha.” Rosana Leite Antunes de Barros é defensora pública estadual e mestra em Sociologia pela UFMT. Os artigos são de responsabilidade de seus autores e não representam a opinião do Cuiabá Notícias
A Relação China x Mato Grosso: Impulsionando o Desenvolvimento
ANDERSOM LOMBARDI A relação comercial entre Mato Grosso e a China se consolidou como um dos motores do nosso crescimento econômico do estado. Com a China sendo o maior comprador de produtos mato-grossenses, essa parceria não só proporciona benefícios financeiros, mas também fortalece nossa posição no cenário global do agronegócio. Em 2023, as exportações de Mato Grosso para a China atingiram impressionantes US 13,2 bilhões, representando 41% de todas as nossas exportações. Esse número expressivo demonstra a relevância do mercado chinês para a nossa economia, especialmente quando consideramos que produtos como soja, milho, carne bovina e algodão são os principais itens negociados. A soja, por exemplo, representou aproximadamente 69,2% do total exportado para o país asiático. Os números refletem na vida dos mato-grossenses, pois o aumento das exportações gera emprego e renda, movimentando a economia local. Dados da Federação da Indústria de Mato Grosso apontam que 187 mil pessoas trabalham diretamente com o agronegócio. Olhando de outro ponto de vista, essa relação estimula a inovação e a sustentabilidade. Com a crescente demanda por produtos agrícolas de qualidade, os produtores mato-grossenses estão investindo em tecnologias que aumentam a produtividade e reduzem o impacto ambiental. A implementação de práticas sustentáveis, como a agricultura de precisão e o manejo integrado, não apenas atende aos padrões exigidos pelo mercado chinês, mas também promove uma produção mais responsável em nosso estado. Vale lembrar que o interesse da China em parcerias comerciais vai além da compra de commodities. Empresas chinesas têm demonstrado disposição para investir em infraestrutura, logística e tecnologia em Mato Grosso, o que pode resultar em melhorias significativas na nossa capacidade de produção e exportação. A criação de centros de pesquisa e desenvolvimento em colaboração com universidades e instituições locais é uma possibilidade que pode transformar nossa capacidade produtiva. Reconhecendo a força desse laço comercial para o desenvolvimento econômico, Mato Grosso terá uma delegação na próxima China Internacional Import Expo (CIEE), dos dias 5 a 10 de novembro, da qual farei parte como secretário adjunto de Agronegócio e Investimentos. Nosso objetivo é estreitar essa parceria e atrair investimentos em Mato Grosso. ANDERSOM LOMBARDI é secretário-adjunto de Agronegócio e Investimentos no Estado, advogado especialista em direito tributário e servidor público há 17 anos. Os artigos são de responsabilidade de seus autores e não representam a opinião do Cuiabá Notícias