25 anos servindo com garra

 VÂNIA ROSA No último sábado 12/10 entrei para as fileiras da reserva da Polícia Militar. Dia de Nossa Senhora Aparecida, data que me deixa com o coração quente graças à devoção. É justamente essa fé que caminhou comigo nos 25 anos de servindo o Estado de Mato Grosso com objetivo de trazer a sensação de segurança para o nosso povo. Aos 44 anos, sinto que posso ir além da segurança pública e entregar para a sociedade uma gestão de qualidade, sem crime, sem corrupção. Por isso embarquei como candidata a vice de Abilio Brunini, com objetivo de entregar ações concretas para a sociedade cuiabana. Na carreira militar passei por diversas cidades e funções. Dediquei boa parte da minha carreira na área de Ensino da PMMT nos cursos de formação de novos policiais (Praças e Oficiais) e também no Colégio Militar Tiradentes na Capital. Uma das lutas mais marcantes foi em 2019, quando me licenciei e por conta própria estive no movimento de militares que foram para Brasília para debater sobre o projeto de Lei 13.954/19 que alterava as regras de Previdência para as Forças Armadas, policiais militares e bombeiros estaduais, atuando de forma que os militares tivessem o menor prejuízo com a Lei que foi sancionado pelo presidente Jair Messias Bolsonaro no final daquele ano. Em reconhecimento pela luta da causa que beneficiou mais de 15 mil militares no Estado, em 2020, fui convidada para participar da gestão da Associação dos Oficiais da Polícia Militar e do Corpo de Bombeiros Militar do Estado de Mato Grosso (ASSOF-MT). Já comando da Patrulha Maria da Penha em Cuiabá conheci de perto a realidade das famílias mais vulneráveis de nossa cidade. Mais de 1,2 mil mulheres no ano de 2022, número igual ao de atendimentos realizados no primeiro semestre de 2023. Ir para a reserva não se trata apenas do encerramento de um ciclo, mas também do início de outro alicerçado na política.Como vice-prefeita de Cuiabá, fora da carreira militar, o raio de atendimento à nossa sociedade é ampliado e tenho muito a contribuir para colocar Cuiabá no caminho certo. O primeiro turno dessa batalha já concluímos com a excelência dos 126.944 votos, que precisam ser honrados. Agora travamos um turno ainda mais forte, principalmente no campo ideológico, onde a bandeira vermelha tenta camuflar suas cores a fim de enganar a população e não vamos nos acomodar. Cuiabá merece mais. Nossa capital, a cidade dos nossos filhos e pais, será liberta de toda podridão, criada principalmente pela corrupção. Se passei 25 anos servindo a sociedade dentro do militarismo, tenho garra, competência e força para outras dezenas de anos lutando pelo meu povo através da política.  VÂNIA ROSA é coronel da Polícia Militar e candidata a vice-prefeita de Cuiabá pelo partido NOVO. Os artigos são de responsabilidade de seus autores e não representam a opinião do Cuiabá Notícias

Como a Geração Z está transformando o mercado imobiliário

CÉSAR SANTOS O mercado imobiliário de Mato Grosso está vivendo um momento promissor, e um dos fatores de destaque é o crescente interesse da Geração Z (nascidos a partir de 1995). Essa geração, que valoriza o consumo sustentável e é exigente na compra de produtos e serviços, tem se tornado um público relevante para o setor. Um dos fatores que impulsiona essa geração em direção à compra de imóveis é o desejo crescente de sair da casa dos pais. Para muitos jovens da Geração Z, a independência financeira e a autonomia pessoal são objetivos primordiais. Seja para morar sozinhos ou para começar uma vida a dois, o interesse por ter seu próprio espaço tem aumentado consideravelmente. Com isso, surge uma demanda específica por imóveis que atendam às necessidades dessa transição. Eles buscam por apartamentos compactos, bem localizados, e que ofereçam soluções modernas e sustentáveis. Além disso, o aumento no custo dos aluguéis e a instabilidade do mercado de locação têm incentivado muitos jovens a considerar a compra de imóveis como uma alternativa mais estável e segura a longo prazo.  A MRV realizou um levantamento em 2023 que apontou que, em Mato Grosso, jovens entre 18 e 30 anos já representam 47% dos clientes que adquiriram imóveis. Esse dado reflete uma tendência de crescimento na participação da Geração Z no mercado imobiliário, que está diretamente relacionada ao desejo de se estabelecerem em suas próprias casas. Programas de financiamento habitacional, como o Minha Casa Minha Vida (MCMV), desempenham um papel essencial na acessibilidade à compra de imóveis, oferecendo prazos de até 35 anos e juros mais baixos. Isso facilita a aquisição do primeiro imóvel por jovens em início de carreira. Além disso, o programa SER Família Habitação, do governo de Mato Grosso, concede subsídios de até R$ 20 mil, acumuláveis com os benefícios do MCMV, gerando descontos que podem chegar a R$ 75 mil. Essas iniciativas tornam a compra mais acessível para a Geração Z, mesmo em um cenário econômico desafiador. CÉSAR SANTOS é gestor comercial da MRV em Mato Grosso. Os artigos são de responsabilidade de seus autores e não representam a opinião do Cuiabá Notícias

A Umbanda não faz milagres, a Umbanda desperta a fé, e a fé faz milagres!

SORAYA MEDEIROS A Umbanda é uma religião que, muitas vezes, é mal compreendida. Alguns buscam nela a promessa de milagres instantâneos, esperando que suas dificuldades sejam resolvidas por intervenções divinas sem esforço pessoal. No entanto, a Umbanda não é um caminho de soluções mágicas, mas sim uma prática espiritual que desperta algo mais profundo e poderoso: a fé. E é essa fé, quando ativada em sua essência, que opera os verdadeiros milagres. A fé, nesse contexto, não é uma crença cega ou passiva. Pelo contrário, é uma força transformadora que exige entrega, confiança e ação. Ao despertar a fé, a Umbanda ensina que o milagre não vem de fora, mas de dentro. A cura, o alívio, a mudança de vida – tudo isso não é concedido como uma dádiva, mas conquistado por meio de uma jornada de autoconhecimento, alinhamento espiritual e trabalho interior. Dentro dos rituais da Umbanda, as entidades espirituais não agem como meros “fazedores de milagres”. Elas são guias, orientadores, que nos mostram o caminho e nos ensinam a utilizar as ferramentas que já temos: nossa fé, nossa força interior e nosso potencial divino. Os caboclos, pretos-velhos e outros espíritos que se manifestam nas giras, oferecem aconselhamentos e curas, mas sempre reforçam que o poder de transformação está em nossas mãos. A caridade e o trabalho social ocupam um papel central na prática da Umbanda, sendo considerados expressões da fé e do amor ao próximo. Para além dos rituais e das giras, a Umbanda nos ensina que a espiritualidade se manifesta também por meio de ações concretas de ajuda e solidariedade. A caridade, nesse contexto, não é vista como um ato de superioridade, mas como uma oportunidade de exercitar a humildade e contribuir para o bem-estar coletivo. O trabalho social, seja por meio de atendimentos espirituais ou de auxílio material a quem mais necessita, é uma forma de praticar o amor incondicional e o respeito à dignidade humana, elementos fundamentais na filosofia umbandista. Ao praticar a caridade, os filhos de fé vivenciam o ensinamento de que, ao ajudar o outro, também estão se curando e fortalecendo a própria fé, criando um ciclo virtuoso de troca e evolução espiritual. O milagre, então, é fruto de um despertar. Quando nos permitimos sentir a presença do divino e nos conectamos com o propósito da nossa existência, algo profundo acontece. A fé, que muitas vezes é adormecida pelas dificuldades da vida, ganha nova força e nos faz enxergar que somos capazes de superar desafios, curar nossas feridas e encontrar paz. É essa fé que abre os caminhos para que os milagres aconteçam. Assim, a Umbanda não é uma religião de promessas vazias ou de expectativas irreais. Ela nos ensina que, ao despertarmos a fé em nossos corações, somos capazes de mover montanhas. O verdadeiro milagre não é algo externo, mas o processo interno de transformação, de despertar para a força divina que já habita em cada um de nós. Em vez de esperar que algo aconteça, a Umbanda nos convida a sermos co-criadores da nossa realidade. A fé que é despertada não é uma passividade diante das dificuldades, mas sim uma força ativa, que nos motiva a agir, a cuidar de nós mesmos e a buscar o melhor caminho para nossa evolução. O milagre, portanto, está em cada passo que damos, com fé e confiança, sabendo que a espiritualidade está ao nosso lado, mas que a jornada é nossa para trilhar. A Umbanda não faz milagres. Ela nos desperta para a fé, e é essa fé, viva e pulsante, que realiza os milagres. Ao nos entregarmos a essa verdade, compreendemos que somos parte do divino e que, com fé, podemos realizar qualquer coisa que desejarmos. O milagre, afinal, é o reflexo de nossa fé em ação. SORAYA MEDEIROS – é jornalista com mais de 22 anos de experiência, possui pós-graduação em MBA em Gestão de Marketing. É formada em Gastronomia e certificada como sommelier. Os artigos são de responsabilidade de seus autores e não representam a opinião do Cuiabá Notícias

Câncer de mama e exercícios físicos

Dr. João Lombardi A prática regular de exercícios físicos está associada a uma melhor qualidade de vida O câncer de mama é um dos tipos mais comuns de câncer entre mulheres em todo o mundo. Diversos estudos têm explorado a relação entre a prática de exercícios físicos e a incidência, progressão e prognóstico do câncer de mama. Este artigo visa apresentar uma revisão da literatura sobre os benefícios dos exercícios físicos para pacientes com câncer de mama, abordando a prevenção, o tratamento e a qualidade de vida. Evidências sugerem que a prática regular de exercícios físicos pode reduzir o risco de desenvolvimento de câncer de mama. Estudos epidemiológicos indicam que mulheres fisicamente ativas têm um risco 25-30% menor de desenvolver câncer de mama comparadas às sedentárias. Os mecanismos propostos para essa proteção incluem a redução dos níveis de estrogênio, melhora da função imunológica e manutenção de um peso corporal saudável. Para pacientes diagnosticadas com câncer de mama, os exercícios físicos podem ser integrados ao tratamento, oferecendo vários benefícios. Exercícios podem ajudar a mitigar os efeitos colaterais de tratamentos como a quimioterapia e radioterapia, incluindo fadiga, náuseas e dor. Além do que, a atividade física ajuda a prevenir a perda de massa muscular e força, comum durante o tratamento. Vale ressaltar que exercícios de alongamento e força podem prevenir e tratar a limitação de movimento, especialmente após cirurgias como a mastectomia. Qualidade de vida A prática regular de exercícios físicos está associada a uma melhor qualidade de vida em pacientes com câncer de mama porque reduzem a fadiga relacionada ao câncer, podem ajudar a reduzir sintomas de depressão e ansiedade, comuns em pacientes oncológicos e proporcionar uma sensação de controle e bem-estar, melhorando a autopercepção e a autoconfiança. Importante! A prescrição de exercícios deve ser individualizada, considerando o estado de saúde, estágio do câncer e tratamento do paciente, devendo prevalecer uma combinação de exercícios aeróbicos (caminhada, corrida, ciclismo e natação) com exercícios de força (treinamento com pesos ou resistência, duas a três vezes por semana, para manutenção e ganho de massa muscular) e exercícios de flexibilidade (alongamentos diários para manter a amplitude de movimento, especialmente para pacientes pós-cirurgia). Os exercícios físicos desempenham um papel crucial na prevenção, tratamento e melhora da qualidade de vida de pacientes com câncer de mama. É fundamental que profissionais de saúde incentivem e orientem a prática de atividades físicas, adaptando-as às necessidades individuais de cada paciente. Dr. João Lombardi – é médico do exercício e do esporte pela Unifesp, Pós em fisiologia do exercício e metabolismo pela USP de Ribeirão Preto, mestrando pela UFMT, médico do Brasil nas Paralimpíadas de Tóquio e Paris, médico assistente do Comitê Paralímpico Brasileiro e diretor do Instituto Lombardi, em Cuiabá (MT). Os artigos são de responsabilidade de seus autores e não representam a opinião do Cuiabá Notícias

O segredo da longevidade

Dr. Arnaldo Sérgio Patrício O equilíbrio hormonal desempenha um papel fundamental na manutenção da saúde A longevidade tem sido tema de crescente interesse à medida que a população mundial envelhece e a expectativa de vida aumenta. O segredo para viver mais e com qualidade, no entanto, não é uma fórmula única, mas sim uma combinação de fatores genéticos, ambientais, hormonais e comportamentais. Como endocrinologista, posso afirmar que o equilíbrio hormonal desempenha um papel fundamental na manutenção da saúde ao longo dos anos, e a regulação adequada dos hormônios pode ser um dos principais fatores para garantir uma vida longa e saudável. Os hormônios são substâncias essenciais que regulam inúmeras funções no organismo, como o metabolismo, o crescimento, a resposta ao estresse e a reprodução. Eles agem como mensageiros químicos, comunicando-se entre as células e órgãos para manter o corpo em equilíbrio. Ao longo da vida, os níveis hormonais mudam significativamente, o que pode impactar tanto a saúde física quanto mental. Com o envelhecimento, por exemplo, há uma diminuição na produção de certos hormônios, como o hormônio do crescimento (GH), a testosterona nos homens e o estrogênio nas mulheres. Essa queda pode estar associada a um aumento da massa gorda, diminuição da massa muscular, perda de densidade óssea e redução da vitalidade. Entretanto, o simples declínio hormonal não determina, por si só, a qualidade do envelhecimento. Estudos mostram que manter uma alimentação balanceada, praticar atividade física regularmente e adotar hábitos de vida saudáveis podem minimizar os efeitos negativos dessas mudanças hormonais. Uma dieta rica em nutrientes antioxidantes, como frutas e vegetais, ajuda a combater os danos causados pelos radicais livres, que são responsáveis por acelerar o processo de envelhecimento celular. Além disso, a prática de exercícios físicos não só ajuda a manter o peso corporal adequado, como também estimula a produção de hormônios anabólicos, como a insulina e o hormônio do crescimento, que são essenciais para a manutenção da massa muscular e da saúde óssea. Outro aspecto importante relacionado à longevidade é o controle dos hormônios do estresse, como o cortisol. O estresse crônico pode levar ao aumento persistente dos níveis de cortisol, o que está associado ao envelhecimento precoce e ao desenvolvimento de doenças crônicas, como diabetes, hipertensão e doenças cardiovasculares. Técnicas de gerenciamento de estresse, como meditação, yoga e uma boa qualidade de sono, são fundamentais para manter o cortisol em níveis controlados e, assim, promover um envelhecimento saudável. A reposição hormonal, um dos temas mais discutidos na endocrinologia, é uma abordagem que pode ser considerada para aliviar os sintomas relacionados ao declínio de certos hormônios com o avanço da idade. No entanto, é essencial que a reposição seja feita de forma criteriosa e individualizada, levando em consideração os riscos e benefícios de cada caso. Em algumas situações, a reposição hormonal pode melhorar a qualidade de vida e prevenir complicações, mas deve ser sempre orientada por um médico especializado. Além dos fatores hormonais, a genética também desempenha um papel importante na longevidade. Pesquisas sugerem que indivíduos cujas famílias têm um histórico de longevidade podem ter maior predisposição a viver mais. No entanto, os genes não são o único fator determinante. Estilo de vida, hábitos alimentares e o ambiente em que se vive têm um peso significativo na forma como os genes se expressam, influenciando diretamente a saúde e a longevidade. É importante ressaltar que, embora muitos busquem uma fórmula mágica para prolongar a vida, o verdadeiro segredo está na combinação de fatores: manter um equilíbrio hormonal adequado, adotar hábitos de vida saudáveis, gerenciar o estresse e cultivar relacionamentos positivos. O segredo da longevidade não reside apenas nos avanços da medicina, mas na adoção de um estilo de vida equilibrado, que integre corpo e mente em harmonia, permitindo que cada etapa da vida seja vivida com plenitude. Dr. Arnaldo Sérgio Patrício – é Especialista em Medicina Interna e Radiologia. Os artigos são de responsabilidade de seus autores e não representam a opinião do Cuiabá Notícias

Eu errei e agora

Luiz Fernando Diz o ditado popular que “Errar é humano, persistir no erro é burrice”. Mas a frase original é um pouquinho diferente, ela é atribuída ao filósofo e médico francês, Georges Canguilhem (4 de junho de 1904 – Marly-le-Roi, 11 de setembro de 1995) que escreveu: “Errar é humano; persistir no erro é diabólico”. Ao longo do tempo ela foi ganhando variações, um dia desses um  amigo me disse, “Errar é humano, colocar a culpa nos outros é mais humano ainda.” Interessante que este pensamento ignora uma série de fatores, um deles é o tempo que alguém pode demorar para aprender, e logo poderia sim persistir no erro, não por maldade ou burrice, mas por algum tipo de limitação. Nos lança na urgência e nos cobra uma ação imediata, como se o aprendizado fosse uma tecla que ao ser apertada uma única vez acenderia uma luz em nossa mente. Não quero aqui contestar o brilhante filósofo, mas quero sim lançar mais uma luz sobre o tema, tirar o peso de nossas costas e libertar nossa mente para o novo, talvez até criar mais uma variante da frase famosa. Quando erramos é sinal de que estávamos tentando acertar ou pelo menos aprender. Algumas tarefas ou ações vão demandar sim tempo para que sejam feitas com excelência e não vejo nada de diabólico nisso. Temos esse direito e nada pode nos tirar essa oportunidade. Lembro quando me lancei numa aventura de aprender a voar de parapente com o competente instrutor de voo livre Fernandes Falcon, um dos profissionais mais competentes do Brasil. Apesar da didática perfeita e da prática apurada, demorei um bom tempo para entender como tudo funcionava. Errei muito até colocar o parapente em cima da cabeça, mais ainda para decolar pela primeira vez. Não era nada diabólico e tão pouco burrice, era maturação. Se eu tivesse me cobrado tanto penso que não teria voado, e saibam que voei muito e aproveitei demais. Muitas pessoas vivem assim, se cobram demais e acabam não voando. Como disse no início desse escrito. Canguilhem nos lança na urgência do acerto e nos tira o direito do aprendizado, afinal, um pode voar em um dia e outro demorar um mês, mas ambos quando estiverem lá em cima serão iguais, sem cobranças, sem neuras, só curtição. Pare de se massacrar em busca da perfeição. Lembre-se que cada um terá seu tempo e isso precisa sim ser respeitado. Existe um ensinamento em Alcoólicos Anônimos que fala o seguinte: “Vá com calma, mas vá”, penso ser esta frase a mais coerente.  Ela nos mostra que não importa o desafio, devemos seguir em frente sempre. Não deixe um pequeno erro te impedir de avançar. Em tempos atuais até parece que tempo é tudo que não temos, mas o peso que as coisas podem ter em nossa vida pode ser imensurável. É claro que não estou falando aqui dos erros produzidos pela falta de caráter, como uma traição conjugal, uma atitude desonesta ou o famigerado jeitinho. Estou me referindo a coisas sérias, novas habilidades e por aí vai. Da próxima vez que você errar, não se sinta burro ou diabólico. Todos nós temos esse direito, mas nem por isso vamos relaxar. Estar alerta e tentar fazer o seu melhor, vai ser melhor sempre. Fico imaginando se meu instrutor de parapente tivesse me dito essa frase, eu jamais teria visto o mundo lá de cima. Mas ele me tratou com amor e me fez voar. Esse mesmo amor eu quero que você sinta agora, afinal se eu consegui, você também vai. Não se sinta burro, inapto ou despreparado. Vá com calma, mas vá, no final o céu é o limite para todos nós.  Tenha força, tenha coragem, se esforce, treine, existe um mundo precisando e esperando por você. Passo a passo, dia a dia e os erros vão ficando para trás. Agarre as oportunidades e se prepare para viver o extraordinário. Vou agora dar a minha versão para a frase inicial: “Errar é humano, persistir no erro pode ser só uma questão de tempo, pois quando o aprendizado chegar e erro foi apenas um companheiro da caminhada que te levou ao topo”.  Luiz Fernando é jornalista em Cuiabá, palestrante, terapeuta holístico e criador do método CURE que auxilia no tratamento para a bipolaridade. @luizfernandofernandesmt Os artigos são de responsabilidade de seus autores e não representam a opinião do Cuiabá Notícias

Criança merece o melhor, não o possível

Antonio Joaquim TCE-MT tem comissão que atua por promoção de melhorias nas políticas públicas Uma velha história, presente em livros escolares antigos, mostra duas crianças, irmãos de 3 e 10 anos, felizes por terem ganhado de presente uma lata de leite condensado de um professor que os via sempre no recreio sem um lanche. Era apenas uma sobra de um doce feito na Sala dos Professores, mas serviu para a alegria dos meninos. Feito um furo na lata, o mais velho disse para o menor: “Primeiro a mais velha, depois a mais criança”. Levou a lata na boca e, com a língua, tampou o buraco, fingindo saborear o produto.  Saltitante, o menor esperou a vez, sorvida com sofreguidão. A cena se repetiu umas cinco vezes e, ao final, a menor feliz, radiante; a mais velha ainda mais feliz. O professor quis entender a situação. No que a criança de 10 anos disse: “A Gente tem que fazer tudo pelas crianças, professor !” Essa história não deixa de mostrar a generosidade de um professor, lógico. Mas ela também nos conta que o presente era sobra de outra circunstância. Ainda assim, o professor fez o possível. Afinal, não lhe custou muito. Ele estava sempre por ali e via com frequência crianças sem alimento no recreio. A criança mais velha, no entanto, não fez o possível naquela situação, com os recursos que tinha disponíveis. Ela fez o melhor que lhe cabia pelo seu irmão, uma criança de 3 anos, ainda que isso lhe tivesse tirado a oportunidade de alimentação.  É uma história até comum Brasil afora, com crianças tendo que cuidar de crianças menores, para que seus pais possam trabalhar e trazer um mínimo de alimento para a casa. Nem se fala de conforto, quiçá de outros direitos básicos necessários para a subsistência de uma família.  Mas essa história nos obriga a fazer uma reflexão entre o “fazer o possível” e “fazer o melhor que se pode fazer”. Entre uma e outra situação, confesso que me causa desconforto a primeira opção. Fazer o possível beira à indiferença. E indiferença me remete a um texto do filósofo Antonio Gramsci, chamado “Odeio os Indiferentes”.  Embora eu não me alinhe à corrente ideológica desse filósofo, que foi marxista – eu estou bem longe dessa visão  política – não tenho receio de citá-lo por reconhecer a contundência desse conceito sobre a indiferença. “Não podem existir os apenas homens, estranhos à cidade. Quem verdadeiramente vive não pode deixar de ser cidadão, e partidário. Indiferença é abulia, parasitismo, covardia, não é vida”, ensina o autor. Que arremata: … “a indiferença atua poderosamente na história. Atua passivamente, mas atua. É a fatalidade; é aquilo com que não se pode contar; é aquilo que confunde os programas, que destrói os planos, mesmo os mais bem construídos; é a matéria bruta que se revolta contra a inteligência e a sufoca”.  Faço essa digressão para destacar duas datas, o Dia das Crianças e o Dia dos Professores e dizer que como agente político, membro de uma instituição de controle externo, o Tribunal de Contas de Mato Grosso, auxiliado por inúmeros servidores dedicados, com apoio integral dos meus pares conselheiros, estamos buscando sempre fazer o melhor que se pode fazer, respeitando nossos limites constitucionais e, às vezes, indo nos últimos degraus da institucionalidade. É o exemplo do trabalho em prol da governança e participação, que o TCE-MT lidera e atua por meio do Gabinete de Articulação para a Efetividade da Política da Educação em Mato Grosso (GAEPE-MT). Mensalmente, várias instituições se reúnem para tratar de educação, especialmente educação infantil. No âmbito do TCE-MT, também temos a Comissão Permanente de Educação e Cultura (COPEC), que atua diariamente na busca de mecanismos que possam influir na promoção de melhorias nas políticas públicas educacionais e culturais. Pelo TCE, com o GAEPE e por meio da COPEC, não tenho receio de falar que se está fazendo a diferença na busca de recursos para construção e ampliação de creches, na melhoria da gestão de vagas para creches, na definição de recursos orçamentários para a educação infantil, na capacitação de conselheiros municipais de educação, na Busca Ativa Escolar de alunos que abandonaram o ensino, em levantamentos e diagnósticos sobre a educação em Mato Grosso. Voltando àquelas duas crianças, em nome do Dia das Crianças e Dia dos Professores, e se pudesse cobrar um presente, certamente não seria uma lata de leite condensado. Pediria um não à indiferença, um não à naturalização da situação vexatória em que vivemos, com mais de 12 mil crianças sem creches em um estado tão rico como Mato Grosso. Ah, e que os recursos aprovados pela Assembleia Legislativa para a construção e ampliação de creches saltassem do papel e da boa intenção, para a realização efetiva de obras. Devemos nos lembrar daquela criança de 10 anos do primeiro parágrafo, para nos chamar a atenção todos os dias de que criança merece o melhor, não o possível. Antonio Joaquim é conselheiro do Tribunal de Contas de Mato Grosso. Os artigos são de responsabilidade de seus autores e não representam a opinião do Cuiabá Notícias

Novo modelo de ditadura: Tem países que começam a criar meios para tentar controlar o Judiciário

Alfredo da Mota Menezes Tem países que começam a criar meios para tentar controlar o Judiciário. Um dos casos mais comentados no momento é o que vem ocorrendo no México. Lopez Obrador, presidente que sai, de partido que domina a politica local por muito tempo, inclusive elegeu agora, Claudia Sheinbaum . Sua substituta está no comando de uma ação estranha com o Judiciário local.                 Criou leis para que os cargos na Justiça Federal, desde juízes de primeira instância até os membros da Suprema Corte, sejam por eleições diretas. Antes era por concurso ou o Congresso aprovava membros da corte, como é hoje no Brasil.                 Antes peia carreira jurídica subiam na hierarquia do poder judiciário, agora pedem apenas que sejam residentes no país e que tenham um diploma de direito. Não precisa experiência prévia na área. Os mandados dos eleitos seriam por nove anos e com reeleição ilimitadas. O mundo está espantado com essa situação.                 O grupo no poder tem o controle do Executivo, do Legislativo e agora do Judiciário. Uma espécie de ditadura diferente, outra invenção da América Latina para fugir do caminho da democracia.                 Até certo tempo atrás, a região era especialista em golpes de estado, derrubar governos e entronizar um ditador, seja de esquerda ou de direita. É só lembrar dos casos da Guatemala, Nicarágua, Honduras, El Salvador, Cuba, Republica Dominicana. Ou ainda na América do Sul, com Argentina, Brasil, Paraguai, Chile, Peru.              No México interessantemente naquele período não houve ditaduras militares. Teve o mando de um só partido durante muito tempo. Era um tipo de ditadura sem militares e com eleições de seis em seis anos. Agora aquele país dá um passo para se criar algo diferente na região. Pode ter certeza que vai aparecer país que vai caminhar por ai também.                 Tem-se muita gente e partidos regionalmente, seja direita ou esquerda, falando que o Judiciário, principalmente a Suprema Corte, atrapalha os governos. São as decisões que contrariam os donos do poder no momento.                 É só ver quantos lugares tentam passar leis para que decisões da Suprema Corte sejam derrubadas no Congresso com o apoio de dois terço da casa. No Brasil tem uma movimentação no Congresso nessa direção e a discussão vai continuar depois da eleição deste ano.                 Não é somente nas Américas que esse caminho está crescendo. Israel, do outro lado do mundo, também quer uma lei que daria força ao Congresso para derrubar decisões do Judiciário.                 É interessante observar que muitos desses países querem também um controle maior, além do judiciário, sobre a imprensa. Acreditam que sejam os dois fatores que atrapalham a governar.                 Esquerda e direita, como a coluna já comentou antes, não aceitam a presença de algo que contrarie seus passos num governo. Acreditam sempre que estejam ao lado do bem e da verdade e que tudo que atrapalhar deve ser contestado.                 Se as medidas no México e em Israel forem em frente é bem provável que vamos ver outros lugares enveredarem por aí também. Um partido ou um grupo como donos da verdade e no controle dos poderes e mais a imprensa amordaçada. Parece filme de ficção científica, mas não é. Alfredo da Mota Menezes é analista político. Os artigos são de responsabilidade de seus autores e não representam a opinião do Cuiabá Notícias

O papel da alimentação na prevenção do câncer de mama

Giovana Fortunato O câncer de mama é uma das doenças mais prevalentes entre as mulheres O câncer de mama é uma das doenças mais prevalentes entre as mulheres em todo o mundo. A preocupação com sua prevenção e tratamento é constante, levando em consideração os diversos fatores de risco associados a essa condição. Além da genética e do histórico familiar, a alimentação desempenha um papel significativo no desenvolvimento e na progressão do câncer de mama.  Segundo o Instituto Nacional do Câncer (INCA), entre 80% e 90% dos casos de câncer estão associados a causas externas. O que significa dizer que as mudanças provocadas no meio ambiente pelo ser humano, os hábitos e os estilos de vida podem aumentar o risco de diferentes tipos da doença. E o câncer de mama também entra nessa conta! O INCA ainda reforça que as frutas, legumes, verduras, cereais integrais, feijões e outras leguminosas, sementes e nozes protegem contra o câncer, fortalecendo as defesas do corpo e ajudando o intestino a funcionar bem. Além disso, o Instituto ressalta que esses alimentos têm o poder de inibir a chegada de substâncias cancerígenas às células e de consertar o DNA danificado quando a agressão já começou. Se a célula foi alterada e não for possível consertar o DNA, alguns compostos promovem a sua morte, interrompendo a multiplicação desordenada. Outro aspecto importante da alimentação com a prevenção do câncer de mama tem a ver com a manutenção do peso. Afinal, o excesso de gordura corporal provoca alterações hormonais e um estado inflamatório crônico que estimulam a proliferação celular, a apoptose reduzida, a instabilidade genômica e, consequentemente, o surgimento da doença. Portanto, uma alimentação variada e rica em alimentos in natura de origem vegetal tem grande potencial de te proteger contra o sobrepeso, obesidade e, claro, o câncer. Se for aliada a alguma prática de atividade física, os resultados tendem a ser ainda melhores. Os riscos dos ultraprocessados Alimentos como salgadinhos, biscoitos de pacote, temperos prontos, refeições congeladas e tantos outros que conhecemos por aí já são antigos vilões da nossa saúde. Mas quando o assunto é câncer, eles influenciam mais ainda! Segundo o INCA, essa é uma categoria de alimentos ricos em gorduras, sódio, amidos ou açúcares e, portanto, promovem o excesso de peso que aumenta a chance de desenvolver pelo menos 12 tipos de câncer. Para agravar ainda mais a situação, eles são altamente saborosos e viciantes, o que aumenta ainda mais as chances de consumo excessivo. Reforçando a importância da adoção de hábitos para a prevenção do câncer, estudos mostraram que ao seguir um estilo de vida mais saudável, incluindo alimentação e prática de atividade física, diminuiu em 19% a incidência de câncer de mama em mulheres e reduziu 60% a mortalidade por essa doença. Sendo assim, podemos encarar essa mudança de vida como uma prevenção primária. Por fim, embora as pesquisas sobre a relação entre a alimentação e o câncer de mama estejam em andamento, as escolhas alimentares desempenham um papel importante na prevenção e no controle dessa doença. Uma dieta equilibrada, rica em fibras, antioxidantes e gorduras saudáveis, combinada com a manutenção de um peso saudável e a moderação no consumo de álcool, pode ajudar a reduzir o risco de câncer de mama. É fundamental que as mulheres adotem hábitos de vida saudáveis e busquem orientação médica regularmente para garantir a detecção precoce e o tratamento adequado, se necessário. A prevenção e o cuidado com a saúde são essenciais na luta contra o câncer de mama, uma das doenças que mais afeta as mulheres em todo o mundo Giovana Fortunato é ginecologista e obstetra. Os artigos são de responsabilidade de seus autores e não representam a opinião do Cuiabá Notícias

A força da representatividade feminina

CORONEL FERNANDA A crescente representatividade feminina na política brasileira é um marco da evolução social em nosso país e o recente pleito em Cuiabá reforça a importância dessa pauta. De forma histórica, oito mulheres foram eleitas para a Câmara Municipal: Samantha Iris (PL), Maysa Leão (Republicanos), Paula Calil (PL), Michelly Alencar (União), Maria Avalone (PSDB), Dra. Mara (PODE), Baixinha Giraldelli (Solidariedade) e Katiuscia Manteli (PSB). Essa conquista não se trata apenas de números, mas é um momento de fortalecimento da participação feminina nos espaços de poder. Cada uma dessas vereadoras eleitas carrega consigo a voz de muitas mulheres que, por muito tempo, tiveram seus anseios e necessidades postergados. A diversidade de partidos representados pelas oito vereadoras eleitas também mostra que a pauta da representatividade feminina não é restrita a uma ideologia, mas é uma luta conjunta por mais espaço e influência. Como mulher e parlamentar, vejo essa movimentação como fundamental para que possamos garantir que as questões que afetam diretamente as mulheres — como saúde, educação, violência doméstica e desigualdade salarial — sejam tratadas com a seriedade e o comprometimento que merecem. A presença de mais mulheres em cargos públicos amplia o olhar sobre essas demandas e garante que políticas públicas sejam formuladas a partir de uma perspectiva mais inclusiva e equitativa. É preciso continuar promovendo e apoiando iniciativas que incentivem a participação feminina na política. Isso começa desde a base, com educação e conscientização, passando por campanhas de engajamento e, finalmente, com a criação de oportunidades reais para que mais mulheres possam concorrer a cargos eletivos e ocupar espaços de liderança. Em todo o Brasil, o avanço da representatividade feminina tem sido notável. Em Mato Grosso não foi diferente. Tivemos 277 vereadoras e 12 prefeitas eleitas. Esses números refletem o impacto da mobilização feminina na política e a transformação em curso. É a maior participação feminina da história de nosso Estado. Para as novas prefeitas e vereadoras de Mato Grosso, vejo a força de um futuro promissor, onde mais mulheres não só participarão ativamente da vida pública, mas também liderarão transformações fundamentais em nossa sociedade. Como deputada federal, reafirmo meu compromisso com essa causa e sigo batalhando para que a representatividade feminina avance ainda mais, garantindo às mulheres não apenas a voz, mas também o poder de decisão em todas as esferas do nosso país. A política brasileira está mudando e essas oito vereadoras eleitas em Cuiabá são a prova de que esse processo de transformação já começou. Que sigamos fortalecendo essa corrente de progresso e igualdade. CORONEL FERNANDA é deputada federal por Mato Grosso. Os artigos são de responsabilidade de seus autores e não representam a opinião do Cuiabá Notícias