Etanol de milho é responsável por quase 74% do cereal consumido dentro de Mato Grosso

Cerca de 15,85 milhões de toneladas de milho devem ser consumidas dentro de Mato Grosso na safra 2023/24. Deste volume, 11,69 milhões de toneladas, ou seja, 73,74% possuem como destino as usinas de etanol de milho. De acordo com as estimativas para a temporada, o consumo interno apresenta alta de 6,06% em relação ao ciclo 2022/23. Tal incremento, pontua o Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea), é creditado ao crescimento da produção do biocombustível no estado. Ao se analisar o consumo do cereal voltado para a ração animal, a participação deverá ficar em 26,26%. Das 4,16 milhões de toneladas de milho voltadas para a alimentação animal, 1,58 milhão de toneladas devem ser consumidas pela bovinocultura de corte, 1,33 milhão pela suinocultura e 1,07 milhão pela avicultura. Em termos de exportações, segundo o Imea, as projeções estão em 27,31 milhões de toneladas, o equivalente a 56,72% das perspectivas de demanda pelo grão mato-grossense. Já o mercado interestadual deverá ser responsável pelo consumo de 4,99 milhões de toneladas do milho produzido no estado nesta safra. Fonte: Canal Rural MT

Colheita de milho em Mato Grosso atinge 99,91% da área cultivada

A colheita de milho nas lavouras mato-grossenses já pode ser dada por encerrada e, até mesmo, considerada a mais rápida em relação aos trabalhos de anos anteriores. De acordo com o relatório do Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea), a colheita do milho segunda safra chegou a 99,91% dos 6,9 milhões de hectares da área estimada para a temporada. O ritmo acelerado supera o da média das últimas cinco safras de 97,57% colhidos neste período. Os números do Imea apontam que somente a região sudeste ainda está com as colheitadeiras no campo, tendo em vista que 99,48% da área estava colhida até a última sexta-feira (2). Em um ano marcado pela falta de chuvas, o milho também sofreu com a estiagem e essa adversidade deve refletir no resultado final da safra. A expectativa é de que a produção chegue a 47,3 milhões de toneladas, cerca de 10% a menos que no último ciclo, quando o estado bateu recorde de produção com mais de 52,5 milhões de toneladas. Canal Rural MT

Farelo e óleo de milho agora contam com a mesma regulação tributária da soja

O farelo e óleo de milho passaram a ter o mesmo tratamento tributário da soja nesta quinta-feira (1º). A medida vai beneficiar toda cadeia produtiva do etanol de milho, de proteínas e até mesmo o consumidor final. A suspensão da incidência da contribuição para o PIS/Pasep e Cofins consta na Lei nº 14.943/2024. A isonomia tributária era uma proposta do Projeto de Lei (PL) 1548/2022, aprovado no Senado no dia 10 de julho. “É uma política importante para dar mais competitividade, primeiro, na formação de preços do milho, segundo porque incentiva a produção de etanol de milho, alinhando à demanda mundial por energia mais limpa”, destaca o ministro da Agricultura e Pecuária, Carlos Fávaro. Quando da aprovação do Projeto de Lei no Senado no último mês, o presidente da União Nacional do Etanol de Milho (Unem), Guilherme Nolasco, salientou que tal medida beneficiaria. “Toda cadeia produtiva do etanol de milho, de proteínas e chegar até os consumidores finais. Quanto mais competitiva a indústria brasileira se torna, maior é a agregação de valor às matérias-primas, mais empregos são gerados e há uma melhor distribuição de renda”. De acordo com o Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa), as contribuições que passam a ser suspensas representam mais de 9%, aproximadamente, dos preços dos produtos. O Ministério ressalta ainda que pessoas jurídicas sujeitas ao regime de apuração não cumulativa da contribuição para o PIS/Pasep e da Cofins poderão descontar das referidas contribuições, débitos em cada período de apuração, crédito presumido calculado sobre a receita decorrente da venda no mercado interno ou da exportação dos produtos classificados da Tabela de Incidência do Imposto sobre Produtos Industrializados (Tipi), e de lecitina de soja classificada, também da Tabela. As alíquotas estabelecidas no caso de comercialização de óleo de soja e de milho e de outros produtos da Tipi é de 27%. A porcentagem será atribuída sobre o valor de aquisição de óleo de soja e de óleo de milho classificados e, além, disso, para o insumo na produção de rações classificadas. Canal Rural MT

Produtores de feijão querem implantar vazio sanitário para a cultura em MT

Produtores de feijão em Mato Grosso estudam a possibilidade de adotar um vazio sanitário para a cultura. O intuito é controlar a infestação de mosca branca infectada com a doença do mosaico dourado nos feijoeiros das principais regiões produtoras do estado. A medida fitossanitária é já adotada em Goiás, Minas Gerais e no Distrito Federal, estados considerados fortes na produção do alimento. De acordo com o setor produtivo, os insetos contaminados estão se beneficiando da chamada “ponte verde”, decorrente do plantio sequencial da cultura, causando perdas expressivas de produtividade e aumento significativo nos custos com defensivos em muitas fazendas. Cenário que pode colocar em risco a viabilidade econômica do cultivo de feijão em Mato Grosso. Consultor agronômico, Rubens de Oliveira Dias atende diversas propriedades na região de Sorriso. Segundo ele, muitas lavouras de feijão no município foram contaminadas pela doença do mosaico dourado transmitida pela mosca branca. Em uma delas, visitada pela reportagem do programa Patrulheiro Agro, desta semana, ele conta que a expectativa era colher entre 50 e 60 sacas de feijão por hectare. Contudo, talvez a produtividade, por conta da doença, varie entre dez e 20 sacas. “A planta vegetou, só que não produziu frutos. O produtor resolveu dissecar e matar a cultura. O feijão que vai sair daqui vai ser um feijão de qualidade muito ruim. Essa virose, além de baixar a produtividade, danifica os grãos”, salienta Rubens. Ainda conforme o consultor agronômico, “o produtor está salvando grãos para fazer sementes durante a safra no pivô e coloca essa cultura antes do pivô, onde a mosca aumento, prolifera o mosaico, a virose e depois começa a migrar para a área irrigada”. Rubens frisa também ao Patrulheiro Agro, do Canal Rural Mato Grosso, que o produtor está realizando baterias de aplicações, contudo, em decorrência a alta infestação não se consegue controlar a situação. Aprosoja-MT fez alerta sobre a mosca branca O presidente da Associação dos Produtores de Soja e Milho de Mato Grosso (Aprosoja-MT), Lucas Costa Beber, pontua que a entidade alertou sobre o aumento da presença da mosca branca quando da mudança do calendário do vazio sanitário da soja, principalmente por se estar em um ano de El Niño, que é um ano seco e corrobora para a incidência do inseto. “O feijão é um alimento muito importante, porque vai direto ao prato do brasileiro, ou seja, a tendência é subir o custo benefício para o consumidor final, além de deixar o produtor, que produz e arrisca, no prejuízo. Ainda mais em anos de custos altos de insumos para a produção de feijão”. Vazio sanitário do feijão para controle Segundo o presidente da Associação dos Produtores de Feijão, Pulses, Grãos Especiais e Irrigantes de Mato Grosso (Aprofir-MT), Hugo Garcia, a contaminação é muito forte. “Está muito forte a quantidade de mosca branca na região e os produtores não estão tendo eficiência. Então, temos percebido que a gente vai ter que colocar na mesa, sentar com o Indea, com o governo do estado. Sentar com as outras associações, Aprosoja, Famato, a Ampa. Todo mundo. Sentar para a gente tentar discutir e chegar em um bom senso juntos com os agricultores, talvez para a criação de um vazio sanitário no feijão, porque se a gente continuar desse jeito, a nossa cultura de feijão no estado de Mato Grosso vai se inviabilizar. Não tem cura para essa doença”. Em entrevista ao Canal Rural Mato Grosso, o diretor técnico do Instituto de Defesa Agropecuária de Mato Grosso (Indea-MT), Renan Tomazele, frisa que “o instituto de defesa está de portas abertas, está pronto para poder compartilhar junto ao setor produtivo essa preocupação e para avaliar uma medida que seja resolutiva para questão de proliferação de mosca branca e, consequentemente, diminuir essa incidência da doença do mosaico”. Para instauração de um vazio sanitário para o feijão, assim como já é praticado em Goiás, Minas Gerais e no Distrito Federal, segundo o diretor técnico do Indea-MT, “primeiro temos que fazer a mensuração se está no Brasil inteiro o problema, como está essa realidade. Se está acontecendo no Brasil, então é importante fazer essa conversa todo mundo e tecnicamente junto com a pesquisa, com o produtor e conosco do núcleo de defesa”. Sementes de feijão disponíveis preocupa Outra preocupação do setor é com o baixo percentual de sementes com origem disponível para a cultura no mercado brasileiro. O que, de acordo com a Aprofir-MT, acaba favorecendo para o aumento de doenças no feijão. O diretor-executivo da Aprofir-MT, Afrânio Cesar Migliari, comenta que hoje o percentual de sementes com origem disponível representa entre 10% e 15% das sementes utilizadas. “Os outros 85%, 90% vem através da produção de grãos. [É] gravíssimo. Porque você leva tudo o que é de ruim naquele grão que já vem produzindo há vários anos. Vai remontando, vamos dizer assim. E, ele vai trazendo as doenças, entre elas os fungos de solo, mosaico, fusariose, o mofo branco. Como o feijão vai ficando mais fraco, ele vai ficando mais suscetível. Quando entra uma doença mais forte, como o mosaico dourado, arrebenta ele”. Afrânio frisa ainda que “ou a gente começa a se organizar e ter a produção de sementes em locais apropriados, responsabilizados, pesquisas com empresas credenciadas, mostrar para o produtor que é bem mais viável e interessante para ele usar as sementes e não o grão ou a gente continua como está isso aí hoje no mercado. Não só em Mato Grosso, vale a pena dizer que é no Brasil inteiro”.

Carne mato-grossense estará entre os destaques do Festival Churrascada em São Paulo

A qualidade e o potencial da carne mato-grossense será destaque durante o Festival Churrascada 2024, realizado em São Paulo (SP). O evento traz 40 chefs nacionais e internacionais para oferecer diversos tipos de cortes e especialidades, em estações diferentes. Representando o estado que possui o  maior número de rebanho bovino, a Associação dos Criadores de Nelore de Mato Grosso (Nelore MT) e o Instituto Mato-grossense da Carne (Imac) participarão da edição deste ano.  A finalidade é apresentar a raça Nelore com foco na qualidade da produção e o “MT Steak”, corte diferenciado oriundo da paleta bovina – exclusividade de Mato Grosso.  O “MT Steak” será preparado pelo chef Paulinho, de São Paulo. Além disso, o chef Portella, de Juiz de Fora/MG vai preparar um boi inteiro para a degustação dos participantes.  O diretor técnico operacional do Imac, Bruno Andrade de Jesus, ressalta que o corte bovino que será preparado na Churrascada é feito a partir de animais jovens e precoces, o que resulta em uma carne extremamente macia e certamente irá agradar ao paladar de todos. Para a Nelore MT, não teria palco melhor para divulgar a raça do animal e seu potencial de produção de carne de qualidade. Canal Rural MT

Missão técnica do Senar-MT busca conhecer novas práticas e inovações para a fruticultura

A produção de frutas em Mato Grosso a cada dia cresce, assim como a pesquisa de variedades adaptadas para o clima do mesmo. O que, de acordo com o presidente do Sistema Famato, Vilmondes Tomain, só vem a mostrar a aptidão para o desenvolvimento da fruticultura no estado. Nesta semana o Senar-MT realiza a Missão Técnica Nordeste 2024. Segundo a entidade, a ação, que terá duração de cinco dias, tem como objetivo promover um intercâmbio de conhecimentos da fruticultura em dois municípios vizinhos separados pelo Rio São Francisco: Petrolina (PE) e Juazeiro (BA). A imersão pelo Vale do Rio São Francisco conta com a presença de presidentes de Sindicatos Rurais e produtores. Na oportunidade serão visitadas propriedades e empresas referências para a cadeia de frutas da região. Para Vilmondes Tomain a missão técnica é uma oportunidade de trazer conhecimentos aos produtores rurais e fomentar a produção de frutas no estado. “É um compromisso que nós da federação temos junto ao Senar para levar as pessoas ligadas ao Sistema a conhecerem novas tendências. Na Bahia eles conseguem ter uma grande produção de frutas mesmo com o problema hídrico. Aqui nós não temos esse problema. Então está na hora de Mato Grosso começar a olhar para esse lado, diversificar a sua produção, principalmente os pequenos produtores para atender essa demanda”. Responsável pela programação técnica, o gerente de Educação Formal do Senar-MT, Marcos Medeiros, pontua que a visita é importante para que os produtores possam conhecer as metodologias implementadas na Bahia, como o Centro de Excelência em Fruticultura, em Juazeiro. O Centro, inclusive, foi a primeira parada da missão técnica. Referência na preparação de novos profissionais para atender a demanda por mão de obra capacitada, o local forma cerca de 100 alunos por ano e 80% deles já saem com uma oportunidade garantida no mercado de trabalho. Centro de Excelência em Tangará da Serra O gerente de Educação Formal do Senar-MT, Marcos Medeiros, salienta que a visita, além de importante, é estratégica para a entidade mato-grossense do ponto de vista da Educação Formal. “Mato Grosso recebe uma unidade em 2025 que terá como cadeia produtiva Grãos, Fibras e Oleaginosas. Apresentar isso aos presidentes e mostrar a importância desse projeto para o estado e como isso poderá ser utilizado pelos sindicatos rurais”. De acordo com o superintendente adjunto do Senar-BA, Edmundo Franco, as iniciativas em Juazeiro serão modelos de inspiração para as ações a serem aplicadas no Centro de Excelência do Senar-MT, que está em fase de obras em Tangará da Serra. “Nós consideramos de vital importância a troca de experiências e receber a comitiva de Mato Grosso tem sido uma experiência de trocas mútuas, de saberes, e aqui os representantes de Mato Grosso vão ter a oportunidade de conhecer tudo o que há de mais moderno na fruticultura do Estado da Bahia”. Na avaliação do presidente do Sistema Famato, Vilmondes Tomain, “os dados são muito bem claros: é uma produção muito rentável para os produtores daqui. Quando você vem a campo e vê os resultados numa região tão seca, é surpreendente. Aqui é alto valor agregado e uma alternativa que os nossos produtores estão obtendo para serem implantadas em Mato Grosso. É conhecer melhor o que eles têm aqui e levar para o nosso estado”.

Colheita do milho está quase no fim em MT

A colheita do milho segunda safra 2023/24 está praticamente concluída. Isso porque, na última sexta-feira (26) os trabalhos chegaram a 99,28% da área de 6,9 milhões de hectares colhidos. Os trabalhos na safra atual foram mais acelerados em relação ao ano passado e a média dos últimos cinco anos. Conforme o Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea), a colheita da safra 2022/23 nesta mesma época estava em 91,62%. Já a média histórica para o período é de 93,01%. Ao se analisar as regiões, a sudeste ainda é a mais “atrasada”. Por lá, até o momento, 96,99% da área de milho foi colhida. Já as demais ultrapassaram a marca de 99%. Até sexta-feira a região médio-norte já havia colhido 99,98% da área de milho. A noroeste 99,92% e oeste 99,85%. Já a centro-sul 99,63, a norte 99,51% e a nordeste 99,31%., segundo o Imea.

Produtores de MT serão visitados para recadastramento da tarifa de energia com desconto de até 80%

Equipes da concessionária de energia de Mato Grosso vão realizar entre os meses de agosto e novembro, o recadastramento dos clientes rurais, classificados como Irrigantes e Aquicultores. No estado, são 642 clientes e todos serão visitados presencialmente. Os agendamentos estão sendo feitos pela gerência de Serviços Comerciais da Companhia. A tarifa de energia diferenciada prevê desconto até 80% para o grupo A (ligados em alta tensão / horosazonal) no valor cobrado pela energia consumida em atividades de irrigação e de aquicultura, no período de 8 horas e 30 minutos contínuos no horário entre 21h30 e 6h. De acordo com o gerente de serviços comerciais da Energisa, Roberto de Carvalho, para manter esse cadastro é muito simples. “Nós já estamos encaminhando informações na fatura, mas também vamos direcionar as informações por e-mail, em visitas presenciais”, destacou. O recadastramento segue a determinação da Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL), publicada em dezembro de 2023 por meio da Resolução Normativa nº 1082/2023 que estabelece à distribuidora de energia promover a revisão cadastral e a certificação da atividade desenvolvida na unidade consumidora, visando a manutenção dos descontos tarifários concedidos aos consumidores. Para agilizar o atendimento, a concessionária reforça que é importante que o produtor encaminhe de forma antecipada os documentos relacionados abaixo para o seguinte email: res901.recadastramentoemt@energisa.com.br. Os documentos exigidos são: declaração emitida por órgão competente (SEMA) que comprove a atividade desenvolvida e licenciamento ambiental e a outorga de utilização dos recursos hídricos nos termos do artigo 186, § 7º da REN 1000/2021 e, caso não aplicável, a comprovação de sua não aplicabilidade. O material ainda poderá ser entregue, em cópia simples, durante as visitas técnicas nas propriedades. Dúvidas são esclarecidas pelo telefone 0800-6484-196, em horário comercial.

Proliferação do mosaico dourado causa prejuízos de até R$ 3 mi para produtor de feijão em MT

Produtores de feijão do médio-norte mato-grossense estão apreensivos com a alta pressão de mosca branca contaminada com vírus do mosaico dourado nos feijoeiros da região. Em Sorriso, há produtor calculando prejuízos na casa dos R$ 3 milhões nesta safra, entre uso de inseticidas e perdas de produtividades. Estimativas da Aprofir-MT, associação que representa o setor, apontam que as perdas na produção desta temporada podem ultrapassar 1,5 milhão de sacas de feijão no estado. Além de perdas consolidadas de até 100% em algumas lavouras, o inseto vetor está triplicando o número de aplicações de produtos em muitas plantações, elevando assim o custo de produção. É o caso da propriedade em que o gerente de produção Carlos Alberto Weber. “Vamos tentar ver o que conseguimos colher. Ver o que conseguimos tirar ainda da lavoura. Nós esperávamos uma produtividade muito boa, mas com a doença instalada na lavoura não tem condição”, diz. O investimento realizado na propriedade, que conta inclusive com área irrigada, foi para colher no mínimo 50 sacas de feijão por hectare, segundo o gerente de produção. Contudo, a expectativa hoje é de aproximadamente 15 sacas por hectares, caso consigam colher. Além das perdas em produtividade, o custo de produção ficou acima do projetado na propriedade devido ao aumento das aplicações que saltaram de sete para 20. Questionado sobre os resultados obtidos de tal ampliação, Carlos Alberto afirma que nenhum. “A prova está aí para quem quiser ver. Esse ano a aplicação de três em três dias de produto não conseguimos controlar nem um pouco da doença”. Mosca branca ainda assombra as lavouras A mosca branca, explica o consultor agronômico Rubens de Oliveira Dias, é o principal vetor da doença do mosaico dourado. “Ela é uma virose que entra na planta e dá um distúrbio fisiológico nela. Dá um tom amarelado para dourado. É esse tom que nós vemos na lavoura e dá um super rebrotamento na planta, abortamento de flor e danificação de vagem. A parte de senescência também é comprometida, perdendo na capacidade produtiva dele. E minha preocupação é o que vai acontecer daqui para frente”. O produtor Nédio Germiniani cultivou 800 hectares de feijão nesta temporada com pivô na propriedade em Sorriso. De acordo com ele, antes se realizavam as aplicações para combater a mosca branca e “pronto”, não ocorrendo a contaminação. “Agora do jeito que está, a cada três dias nós estamos passando na bordadura. Um dia sim, um dia não e não consegue controlar. Vários produtores tiveram que abandonar os pivôs, porque não deram mais conta. Aplica, aplica e está morrendo tudo. Contaminou tudo. Não está produzindo mais nada. Nós estamos aqui tentando salvar o miolo do pivô”, frisa. A Associação dos Produtores de Feijão, Pulses, Grãos Especiais e Irrigantes de Mato Grosso (Aprofir-MT) comenta que a situação observada nas lavouras em Sorriso se estende para outros municípios, como Nova Ubiratã e Lucas do Rio Verde. “Nós estamos tendo lavouras de Sorriso, Nova Ubiratã, Lucas do Rio Verde que estão sendo extremamente prejudicadas pela infestação desse mosaico dourado. Temos lavouras com perdas de 100%, temos agricultores entrando em estado de desespero, pois não sabem o que fazer, porque a partir do momento em que essa doença entra, não tem nenhum produto que controle ela mais”, pontua o presidente da entidade, Hugo Garcia. O cultivo de semente de feijão fora de época é apontado pelos produtores rurais como a principal motivação da proliferação da doença do mosaico dourado nos feijoeiros. Cenário que, segundo eles, pode colocar em risco o futuro da cultura na região. “O produtor está salvando o grão para fazer a semente durante a safra e coloca essa cultura antes do pivô, onde a mosca aumenta e prolifera o mosaico, a virose e depois começa a migrar para a área irrigada”, relata o consultor agronômico Rubens de Oliveira Dias. O presidente da Aprofir-MT, Hugo Garcia, ressalta que diante dessa ponte verde, “a mosca branca que estava no outro feijão, ela contaminada vai começar a contaminar o outro feijão que está nascendo, então assim o estrago é muito grande”.

Indea publica nova regra sobre uso de agrotóxicos em Mato Grosso

O Instituto de Defesa Agropecuária de Mato Grosso (Indea-MT) publicou uma nova Instrução Normativa (IN) que dispõe sobre as regras para o uso de produtos agrotóxicos, produtos de controle ambiental e afins nas culturas produtivas do Estado. A IN nº 002/2024 traz como novidade a possibilidade de emissão de Receitas Agronômicas Complementares, permitindo a alteração da recomendação técnica quando houver alterações nos parâmetros técnicos que subsidiam a receita original ou quando a safra tiver decorrido sem o uso do produto adquirido ou parte dele. “Na prática, caso o produtor rural tenha comprado agrotóxicos para a cultura de soja, mas sobrou produtos registrados que podem ser utilizados para a defesa de outras culturas, como milho ou algodão, por exemplo, um profissional legalmente habilitado poderá emitir uma receita agronômica complementar, devendo essa alteração ser informada ao Indea-MT. Até antes dessa normativa, isso não era permitido”, comenta o diretor técnico do Indea, Renan Tomazele. Ele acrescenta ainda que as Receitas Agronômicas Complementares devem ser registradas no Sistema de Defesa Vegetal (SISDEV), mantendo a rastreabilidade do uso dos agrotóxicos, produtos de controle ambiental e afins. Essa nova regra foi publicada no Diário Oficial do Estado dia 19 de julho de 2024, passando a valer já a partir da data de publicação. A IN reitera que os agrotóxicos, produtos de controle ambiental e afins só podem ser comercializados a usuário final cadastrado no Indea e mediante apresentação de receita agronômica, emitida por profissional legalmente habilitado, e somente podem ser utilizados em conformidade com as recomendações da receita, respeitando as distâncias mínimas previstas na legislação, e quando as condições de aplicação não implicarem em ocorrência de deriva em áreas não alvo, cursos d’água, pessoas, escolas, habitações, agrupamento de animais e outras culturas, cultivadas ou não.