MT terá a primeira indústria de refino de óleo vegetal de algodão
Mato Grosso terá a primeira indústria de refino de óleo vegetal de algodão, cujo investimento será de R$ 261,4 milhões e deve gerar 156 empregos diretos e outros 600 indiretos. O Conselho Deliberativo dos Programas de Desenvolvimento de Mato Grosso (Condeprodemat) aprovou incentivo fiscal para a Icofort Agroindustrial S/A, uma das maiores indústrias de extração de óleo vegetal do Brasil se instalar no Estado. Por meio do enquadramento no Programa de Desenvolvimento Industrial e Comercial de Mato Grosso (Prodeic), a planta, que deve entrar em funcionamento em novembro de 2024 em Nova Mutum, terá desconto nas operações de ICMS dentro e fora do Estado. Além da Icofort Agroindustrial, outras indústrias do segmento poderão ter diferimento de ICMS na entrada do óleo bruto de algodão destinado a processo industrial de óleo vegetal para alimentação humana. A reunião do Condeprodemat ocorreu na sexta-feira (30). “Com essa medida do Condeprodemat, esta indústria e as demais do mesmo segmento que vierem a se instalar no Estado, terão maior viabilidade em adquirir os insumos para a produção. O Estado também ganha com a geração de empregos diretos e indiretos, movimentando a economia e os setores de insumos agropecuários, reflorestamento, transporte, armazenamento, carga e descarga dos insumos e dos produtos acabados, além do comércio e o setor de serviços”, comentou a secretária de Estado de Desenvolvimento Econômico em exercício, Eulália Oliveira. Como Mato Grosso é o maior produtor de algodão do país, a empresa veio para o Estado para se consolidar como a maior refinadora de óleo vegetal de algodão do Brasil e a maior esmagadora de caroço de algodão da América Latina. Para o secretário titular da Sedec, César Miranda, que está em missão internacional em Iowa, nos Estados Unidos, Mato Grosso só tem a ganhar com a vinda da fábrica da Icofort, que será a mais moderna da América do Sul e contará com tecnologia de maquinários oriundos da Alemanha, Índia Itália e Malásia. “A empresa iniciou as tratativas para se instalar no Estado em 2021 e o início das obras da planta. O ambiente de negócios criado pela gestão Mauro Mendes com a desburocratização e a transparência, incentiva o setor privado a fazer investimentos no Estado, impactando no desenvolvimento do Estado”, destacou. A nova unidade tem uma área total de 259.084,00 m2 e área construída de 102.413,24m2. Ela tem capacidade instalada para processar 198 mil toneladas de caroço de algodão por ano e refinar 108 mil toneladas de óleo bruto de algodão/ano. Todo o algodão utilizado na fábrica será oriundo dos cotonicultores mato-grossenses. A Icofort Agroindustrial S/A começou as atividades em 1999, na Bahia. Ela industrializa óleos vegetais – de algodão e palma – de farelo e torta de algodão, de línter e de margarina. No Estado baiano, há três indústrias, sendo duas em Juazeiro e outra em Luiz Eduardo Magalhães.
Produtores driblam dificuldades e investem no cultivo do feijão em Mato Grosso
Altos custos, falta de energia e mosca branca. Produzir feijão em Mato Grosso não tem sido fácil para os agricultores. No entanto, muitos produtores têm conseguido driblar as dificuldades e investido no grão. Apenas na safra 2023/2024 foram 170 mil hectares plantados, com colheita de aproximadamente 300 mil toneladas. O feijão tem sido utilizado como opção para a 3ª safra, que tem sido possível por causa da irrigação. Produtor de feijão há seis anos em Vera (458 km ao norte de Cuiabá), Rodrigo Pozzobon aliou o grão à soja, milho e arroz que já cultivava. Ele planta feijão carioca e preto, que são destinados, em sua maioria, ao mercado brasileiro, em uma área de 700 hectares. “Com a instalação da irrigação, uma cultura viável é o feijão. É mais rentável uma 3ª safra do que a aquisição de novas áreas. O mais importante é manter a terra trabalhando e extrair o máximo potencial dela. Temos enfrentado uma rentabilidade que não está como esperávamos, então vamos aguardar mais alguns meses para comercializar o feijão enquanto ele fica guardado em uma câmara fria, sem perder a qualidade e esperando por preços mais remuneradores”, afirma Pozzobon. “O feijão tem um ciclo rápido, de até 75 dias, então é esperado um aumento da área plantada com o aumento dos preços pagos aos produtores. Temos enfrentado muitas dificuldades, mas esse grão segue sendo muito viável para a 3ª safra. Mato Grosso é o 4º maior produtor de feijão do país, o que demonstra a viabilidade dessa cultura, mesmo com adversidades encontradas pelo caminho”, explica Hugo Garcia, que é agrônomo, produtor de feijão e presidente da Associação dos Produtores de Feijão, Pulses, Grãos Especiais e Irrigantes de Mato Grosso (Aprofir-MT). Quem também acredita no feijão é o engenheiro agrônomo e consultor agronômico Ademir Gardin, que planta o grão há 12 anos e é proprietário da AD Agronomia. Ele reclama de um problema que tem afetado a produção e, consequentemente, aumentando os custos: a dificuldade com a energia elétrica. “A qualidade do fornecimento de energia é muito ruim. Muitos produtores estão reclamando. Tem pivô de irrigação parado durante o período que poderia trabalhar por conta da baixa qualidade da energia. Isso acaba aumentando o custo, porque tem que trabalhar nas horas em que a energia é mais cara. E ainda enfrentamos a questão da mosca branca, que trouxe dificuldades a quem produz”, explica Gardin. Segundo o presidente da Aprofir-MT, o déficit energético no estado tem prejudicado o agronegócio, principalmente nas culturas que utilizam mais a irrigação, como o feijão. “Já há algum tempo temos buscado soluções junto à concessionária, mas a realidade vivida no campo é de não ter energia suficiente para abastecer as fazendas. São quedas, oscilações e até falta de energia que afetam diretamente na produção”, pondera Hugo Garcia. Mesmo com essas dificuldades, que aumentam os custos do cultivo e reduzem a rentabilidade, para o engenheiro agrônomo e proprietário da Agrossistemas, Edson Pina, a tendência é que o mercado volte a se recuperar e os preços a subir. “O feijão já teve momentos bons, mas a produção de uma forma mais ampla é recente, tem uns 20 anos. Hoje os preços não estão como gostaríamos, mas os produtores têm acreditado e investido nessa 3ª safra, especialmente com o aumento da área irrigada. Essas oscilações fazem parte, mas podem impactar a produção, principalmente para o abastecimento do mercado interno. Ainda é difícil prever a próxima safra, mas temos expectativas de que haja essa melhora no mercado em breve”, avalia o proprietário da Agrossistemas.
Maior festival de carne suína de Mato Grosso terá entrada gratuita
A carne suína tem caído cada vez mais no gosto do brasileiro. A diversidade de cortes e principalmente sua qualidade e sabor tem atraído cada vez mais amantes dessa, que é a proteína mais consumida no mundo. Com objetivo de mostrar todo a versatilidade da carne suína e atrair novos consumidores para fomentar ainda mais o consumo, a Associação dos Criadores de Suínos de Mato Grosso (Acrismat), realizará nos dias 13 e 14 de setembro, a primeira edição da Pig Fest, festival gastronômico exclusivo de carne suína. O evento, que terá entrada gratuita, e acontecerá no Centro de Eventos Jonas Pinheiro, contará com 20 estações com pratos, lanches, finger food e sobremesas tendo a carne suína como destaque. Além de outras 20 estações com doces e bebidas. “O evento foi pensado em mostrar toda a versatilidade da carne suína, que é a proteína mais consumida no mundo, e fomentar o consumo dela, que é muito saudável e saborosa, além de ser bastante acessível à nossa população”, pontuou o presidente da Acrismat, Frederico Tannure Filho. Em Mato Grosso, o consumo da carne suína aumentou 257% nas últimas duas décadas. “Em 2004, o consumo de carne suína aqui no estado era de 7 kg per capita por ano. Após intenso trabalho de promoção da proteína, conseguimos aumentar esse número para 25 kg per capita ano agora em 2024”, revelou Tannure. De acordo com uma projeção realizada pela Cogo, consultoria de inteligência em agronegócio, o consumo de carnes deve bater recorde no Brasil em 2024, cada habitante deve consumir cerca de 103 kg de carnes no geral, e o corte suíno deve apresentar a maior alta. A expectativa de consumo é de 21 kg por habitante, um aumento de 4% em relação a 2023. Atrações Além da praça de alimentação, o evento contará com espaço kids, e terá shows com as bandas The Vinis, Silver Guy, Banda U.B.A e o DJ Augusto Werner que se apresentarão em um palco 360º. O evento é realizado pela Acrismat, com patrocínio do Sicredi, Cervejaria Louvada e Sicoob.
Bovinos com até dois anos representam mais de 30% dos abates em Mato Grosso
A cada dia Mato Grosso envia para o abate bovinos mais jovens. Somente no acumulado de 2024, até julho, a entrada de animais com até dois anos na indústria frigorífica representa 31,30% do total de abates. A evolução da entrada de bovinos mais jovens na indústria é observada nos últimos 20 anos. Conforme dados do Indea-MT, trazidos pelo Imea em seu boletim semanal da bovinocultura, em 2024 48,35% de todos os abates registrados no estado eram animais com mais de três anos, ao passo que 2,61% possuíam menos de dois anos. “No entanto, quando analisados os dados da parcial de 2024 (acumulado de janeiro a julho), é possível notar a significativa entrada dos animais mais jovens, de modo que 31,30% do total dos abates foi oriundo de bovinos com até dois anos”, pontua o Imea. Os Institutos destacam ainda que ao se analisar o número de abates de bovinos com mais de três anos, o volume apresentou recuo significativo, ficando em 29,15% no mesmo período. Tais números são justificados, segundo o Imea, pela “a importância da demanda chinesa na busca dos pecuaristas pela redução no tempo de engorda dos animais, tendo em vista que um dos pré-requisitos para a classificação para exportação chinesa é que os animais tenham sido abatidos com até 30 meses”. Canal Rural MT
Sustentabilidade na Apicultura Eleva a Qualidade do Mel e Preserva o Meio Ambiente
A sustentabilidade na apicultura desempenha um papel crucial na qualidade do mel, refletindo diretamente nas propriedades nutricionais e no sabor do produto. As abelhas, responsáveis pela polinização das flores, são essenciais não apenas para a saúde e diversidade das plantas, mas também para a produção de mel de excelência. Charles Fudaba, gerente de novos negócios da Korin Alimentos, destaca que a perda de habitat natural e o uso de defensivos químicos têm contribuído para o declínio das colmeias nos últimos anos. A Korin Alimentos adota a filosofia da “Agricultura Natural”, criada por Mokiti Okada, que prioriza o respeito ao solo, aos animais e aos seres humanos. A apicultura sustentável oferece diversos benefícios, tanto econômicos quanto sociais. Ao adotar práticas ambientais responsáveis, é possível produzir e distribuir mel de alta qualidade, resultando em melhores desempenhos financeiros. Socialmente, a apicultura sustentável promove um trabalho justo, conectado com a natureza, e ajuda a reduzir o êxodo rural. Karen Longo, consultora em nutrição da Korin Alimentos, explica que o mel é amplamente reconhecido por seus benefícios para a saúde. Rico em antioxidantes, como flavonoides e ácidos fenólicos, o mel combate os radicais livres, reduzindo o risco de doenças crônicas e retardando o envelhecimento celular. Além disso, possui propriedades antibacterianas e antifúngicas naturais que ajudam na prevenção de infecções. O mel também é uma excelente fonte de energia rápida, ideal para atletas e pessoas que necessitam de um impulso energético. A Korin Alimentos oferece aos consumidores o Mel Que Tal? da linha Sustentável, produzido em Minas Gerais, nas regiões das bacias hidrográficas dos rios Grande e São Francisco. Este mel é livre de agrotóxicos e antibióticos, refletindo o compromisso ambiental da empresa. O processo de produção inclui um rigoroso programa de rastreabilidade, que permite o acompanhamento da matéria-prima desde a origem, com códigos de produção e notas fiscais. A empresa garante a pureza do ambiente ao redor dos apiários por meio de monitoramento por GPS e conta com a parceria da Bee Própolis, localizada em Bambuí (MG), para assegurar a rastreabilidade dos produtores. Todos os produtores recebem treinamento de instituições como SENAR, SEBRAE e IFMG, abrangendo boas práticas de manejo e capacitação técnica, além de incentivos para mulheres. Como resultado desse trabalho, a Korin Alimentos recebeu a segunda colocação no Fi Innovation Awards 2024, promovido pela FISA, no encontro de inovação de ingredientes alimentícios na América do Sul, realizado de 6 a 8 de agosto em São Paulo. O mel Korin Que Tal?, da linha sustentável, foi reconhecido na categoria inovação em sustentabilidade. Cézar Ramos Junior, produtor da linha apícola orgânica da Korin e CEO da Bee Própolis, enfatiza a importância do papel do apicultor na produção de alimentos adequados para consumo. “A parceria com a Korin trouxe novas perspectivas e motivação para atuar com paixão na apicultura. A valorização e o investimento na profissionalização garantem a preservação das abelhas, fundamentais para a polinização de 70% dos alimentos consumidos no Brasil. Respeitar e honrar a natureza é essencial.” A Korin Alimentos reafirma seu compromisso com a sustentabilidade e a profissionalização na apicultura, beneficiando produtores, consumidores e o meio ambiente. Fonte: Portal do Agronegócio
Cotações de algodão fecham em alta, após semanas de queda
Após algumas semanas de resultados negativos, as cotações de algodão encerram a semana em alta. O contrato para dezembro fechou com incremento de 3,3% em relação ao observado em dia 15 de agosto, enquanto para dezembro de 2025 com 1,5%. As informações são do Boletim de Inteligência de Mercado Abrapa, divulgado nesta sexta-feira (23). Entre os motivos, que auxiliaram a impulsionar as cotações da fibra, estão a crescente preocupação com a seca no Texas e os problemas na safra no Paquistão. Confira os destaques trazidos pelo Boletim de Inteligência de Mercado Abrapa: Algodão em NY – O contrato Dez/24 fechou nesta quinta 22/08 cotado a 69,34 U$c/lp (+3,3% vs. 15/ago). O contrato Dez/25 fechou em 70,73 U$c/lp (+1,4% vs. 15/ago). Basis Ásia – Basis médio do algodão brasileiro posto Leste da Ásia: 865 pts para embarque Out/Nov-24 (Middling 1-1/8″ (31-3-36), fonte Cotlook 22/ago/24). Altistas 1 – A condição das lavouras nos EUA piorou esta semana. O percentual das áreas com classificação de boa a excelente caiu de 46% para 42%, enquanto o Texas está em 29%. Altistas 2 – No Texas, onde o clima seco piorou as condições nesta semana, 29% das lavouras foram classificadas como ‘boa a excelente’ (contra 33% da semana passada). Apesar disso, o índice está bem melhor que na safra passada (10%). Altistas 3 – No Paquistão, um dos maiores produtores, consumidores e importadores de algodão do mundo, a safra deve ser menor que o previsto devido ao excesso de chuvas de monções. Baixistas 1 – O comércio internacional continua sem empolgar. Esta semana, o relatório de exportação do USDA mostrou vendas líquidas semanais de somente 104.026 fardos de 480 libras, 69% a menos que semana passada. Baixistas 2 – Preocupações com a economia americana, maior do mundo, continuam a dominar os noticiários, principalmente após nova piora no indicador de empregos no país divulgado nesta semana. EUA 1 – O desenvolvimento das plantas acelerou na semana passada nos EUA. Porém, 42% das lavouras foram classificadas como “boas a excelentes”, o que significa uma queda de 4 pp na semana. EUA 2 – Daqui a pouco, ocorre o esperado discurso do presidente do Fed (Banco Central dos EUA), Jerome Powell, em Jackson Hole, que pode indicar novos rumos na política da taxa de juros dos EUA. China 1 – Em julho, a China importou 199.392 tons de algodão, superando jun/24 e 82% acima de jul/23 (109.660 tons). No acumulado, o volume é de 3,26 milhões tons – 4º maior da história. O Brasil responde por 40% do total. China 2 – Em julho, a China importou 130.000 tons de fios de algodão, queda de 18% em relação a jul/23 e aumento de 19% em relação jun/24. O Vietnã forneceu 51%, seguido pelo Uzbequistão, com 15%, e pelo Paquistão, com 12%. China 3 – A importação de fios em 2023/24 totalizou 1,75 milhão tons na China, aumento de 44% em relação à temporada anterior e 10% em relação a 2021/22. China 4 – A China Cotton Association (CCA) estima que a produção chegará a 6,052 milhão tons – crescimento anual de 3% mesmo com redução de 2,4% esperada na área plantada. Bangladesh – Importadores bengaleses têm priorizado compras pontuais, com as fiações correndo contra o tempo para darem conta dos pedidos que foram prejudicados pela instabilidade política em Bangladesh. Paquistão 1 – Com a continuidade das chuvas de monções no cinturão do algodão, colheita e beneficiamento seguem parados no Paquistão. O acúmulo de água nas lavouras já afetou a previsão de safra para baixo. Paquistão 2 – Até 15/08, a PCGA registrou 1.075.028 fardos de algodão em caroço para beneficiamento – quase a metade do volume registrado no mesmo período no ano passado. Paquistão 3 – Com a previsão de queda na qualidade da safra paquistanesa e lentidão na oferta doméstica de algodão, a demanda por pluma importada aumentou na última semana no Paquistão. Índia – Até 16/08, a área plantada com algodão na Índia chegou a 11,1 milhões ha, 9% menor que no mesmo período do ano passado. Indonésia – Na última semana, a valorização da rúpia indonésia contribuiu para a importação de algodão brasileiro, malaio e australiano, mas ainda em volumes discretos. Exportações – As exportações brasileiras de algodão somaram 47,9 mil tons até a terceira semana de agosto. A média diária de embarque é 12% menor que no mesmo mês de 2023. Colheita 2023/24 – Até ontem (22/08), foram colhidos no estado da BA (72,85%), GO (77,5%), MA (74%), MG (79%), MS (99,6%), MT (74%), PI (76,36%), PR (100%) e SP (96,5%). Total Brasil: 74,55%. Beneficiamento 2023/24 – Até ontem (22/08), foram beneficiados no estado da BA (50%), GO (42,26%), MA (23%), MG (45%), MS (49,7%), MT (20%), PI (26,6%), PR (100%) e SP (94%). Total Brasil: 27,23%. Preços do Algodão – Consulte tabela abaixo:
Pecuaristas pantaneiros utilizam técnica para evitar ataque de onça pintada
No coração do Pantanal, a Fazenda Pôr do Sol no município de Poconé, iniciou um projeto para a criação de gado em 2014. A região é conhecida pelo turismo devido a quantidade de onças no local o problema, é que muitas vezes elas acabam atacando os animais. Pensando nisso, foi realizada uma alternativa para evitar o ataque do animal. Ao todo, a propriedade já possui 800 cabeças de gado, predominantemente, da raça nelore. O pecuarista Elizeu da Silva, comenta que é preciso saber criar gado no Pantanal, uma vez que o bioma oferece várias opções. “O maior vilão que tínhamos aqui, na área da pecuária, era a onça. A maioria do pessoal do baixo Pantanal vive mais do turismo da onça que da própria pecuária. Se você for capaz de colocar a pecuária junto com essa preservação, com conservação e manejo diferenciado… Você vai produzir sem precisar matar”, pontua. O manejo do Elizeu consiste em isolar a presa do predador. Na fazenda, todos os dias, no fim da tarde, o gado é recolhido. Principalmente, vacas e bezerros. Os animais passam a noite dentro de um curral com cerca elétrica. A técnica foi testada pelo médico veterinário e pesquisador, Rafael Hoogesteijn, que por muitos anos trabalhou na Panthera Brasil, organização não governamental que se dedica ao estudo e conservação de felinos selvagens. Ele explica que matar a onça não resolve o problema. É uma solução temporária, ilegal e não resolve. “Na Colômbia, nós provamos que fazer corredores de cerca elétrica, ao longo da mata ciliar, faz com que a onça não entre na invernada do gado. O gado não vai tomar água, nem tampouco comer dentro da floresta, só fica na invernada. Cerca elétrica é um sistema que bem gerido funciona 100%.”, comenta. A 130 quilômetros da propriedade, já próximo à Poconé, o sistema de curral com cerca elétrica foi adotado por outra fazenda. O médico veterinário Paul Raad, coordena uma pesquisa sobre a onça pintada para ajudar os pecuaristas a proteger o gado e evitar retaliações contra o felino. Com equipamento especial, flagrou um momento importante: dois filhotes, já crescidos, se aproximando do curral. “Eles estavam querendo aprender a caçar o bezerro. Com o sistema, recebeu choque elétrico e desistiu. Abandonou a caça.”, disse Paul. Ele conta que chegou no estado em 2022 e na época, não tinha cerca elétrica. Sem essa técnica, chegou a perder aproximadamente 30 bezerros. Já neste ano, a propriedade conta com duas cercas elétricas, e a onça conseguiu atacar apenas um bezerro. Canal Rural MT
Valor médio do milho em Mato Grosso não cobre despesas da safra 24/25
Apesar da retração de 0,07% na projeção do custeio da safra 2024/25 de milho em Mato Grosso, o Ponto de Equilíbrio para pagar as despesas segue superior a temporada 2023/24. Para se ter uma ideia, o valor necessário para cobrir o Custo Operacional Efetivo (COE) é 3,80% maior ao preço médio da saca de 60 quilos negociada em julho. Em julho, o custeio da safra 2024/25 de milho em Mato Grosso ficou cotado em média a R$ 3.226,35 o hectare. Um “declínio” de apenas 0,07% em relação às perspectivas de junho. Tal recuo, segundo o Acompanhamento dos Custos das Produções Agropecuários de Mato Grosso Safra 2024/25 (Acapa-MT), foi impulsionado pela diminuição no custo com sementes e defensivos, de 2,16% e 2,32%, respectivamente. Com o ajuste observado no custeio, além do decréscimo nas despesas com o arrendamento, o COE ficou em R$ 4.584,29 o hectare, 0,11% menor que em junho. Entretanto, de acordo com o acompanhamento, ao se analisar o Ponto de Equilíbrio, levando em consideração a produtividade média de 114,04 sacas por hectare da safra 2023/24, uma vez que ainda não há projeções para o ciclo 2024/25, o produtor necessita negociar a saca de milho a pelo menos R$ 40,20 na safra 2024/25 para cobrir o COE. Conforme o Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea), o valor necessário é 3,80% superior ao preço médio de R$ 38,73 ao qual a saca de 60 quilos foi comercializada no mês de julho. “Assim, apesar do recuo nas despesas com insumos para a temporada futura, o Ponto de Equilíbrio continua superior ao da safra 2023/24”, frisa o Imea. Canal Rural MT
Incra: ‘disseminação de fake News sobre atuação no assentamento Itanhangá não condiz com a realidade’
O Incra emitiu na última sexta-feira (16) manifesto sobre a retomada de lotes no assentamento Itanhangá no município de Tapurah, médio-norte de Mato Grosso. Segundo o Instituto, a disseminação de notícias e informações falsas sobre as suas ações teriam como “pretensão de criar um discurso que não condiz com a realidade”. O assentamento Itanhangá foi criado pelo Incra em 1995 é considerado um dos maiores do país, com uma de 115.035 hectares e capacidade para 1.149 famílias. Nas últimas semanas, o Instituto iniciou o cumprimento de decisão judicial de retomada de lotes ocupados “irregularmente”, gerando tensão entre as famílias que moram no local. Uma das polêmicas desencadeadas na região, conforme o setor produtivo, é a publicação de um mapa com marcações de novos lotes fracionados que podem contemplar até quatro famílias a mais em propriedades já ocupadas. Em nota, o Incra pontua que “em 2021, os relatórios dos inquéritos policiais elaborados pela Polícia Federal a partir de operações na região remetidos ao Incra mostraram que o assentamento Itanhangá é alvo de sistemático e articulado mecanismo de apropriação indevida de terras públicas, violência contra assentados, ameaça, expulsão e reconcentração de lotes”. Ainda conforme o manifesto, “com base nas apurações da Polícia Federal que constam nos relatórios dos inquéritos policiais, o Incra ajuizou, entre 2022 e 2023, cerca de 90 ações civis públicas envolvendo a retomada de 260 lotes“, entretanto “obteve o deferimento da tutela de urgência em 60 ações civis públicas, o que corresponde à reintegração de posse de 175 lotes”. O Instituto ressalta que “as decisões judiciais foram proferidas pelo Juízo da Subseção Judiciária de Diamantino em 2022 e concederam o prazo de 180 dias para desocupação voluntária dos lotes ocupados irregularmente”, mas que “somente em julho de 2024, quando já certificadas as intimações e descumprimento do prazo para desocupação voluntária, é que foram expedidos os mandados de reintegração de posse, correspondentes a 6 (seis) lotes”. Confira nota do Incra na integra: Diante da divulgação de informações falsas sobre a ação do Incra esclarecemos que: 1 – Em 2021, os relatórios dos inquéritos policiais elaborados pela Polícia Federal a partir de operações na região remetidos ao Incra mostraram que o assentamento Itanhangá é alvo de sistemático e articulado mecanismo de apropriação indevida de terras públicas, violência contra assentados, ameaça, expulsão e reconcentração de lotes. 2 – Com base nas apurações da Polícia Federal que constam nos relatórios dos inquéritos policiais, o Incra ajuizou, entre 2022 e 2023, cerca de 90 ações civis públicas envolvendo a retomada de 260 lotes. Ainda em 2022 foi aberto Edital de Seleção de Famílias para formação de Cadastro de Reserva dos lotes reintegrados. 3 – O Incra obteve o deferimento da tutela de urgência em 60 ações civis públicas, o que corresponde à reintegração de posse de 175 lotes. Desse total, o Poder Judiciário suspendeu, em sede recursal, decisões judiciais referentes à reintegração de posse de 33 lotes. 4 – As decisões judiciais foram proferidas pelo Juízo da Subseção Judiciária de Diamantino em 2022 e concederam o prazo de 180 dias para desocupação voluntária dos lotes ocupados irregularmente. 5 – Somente em julho de 2024, quando já certificadas as intimações e descumprimento do prazo para desocupação voluntária, é que foram expedidos os mandados de reintegração de posse, correspondentes a 6 (seis) lotes. As áreas serão transformadas em 15 lotes para o público da reforma agrária. Os mandados estão sendo cumpridos. O resultado será o reassentamento, pelo Incra, de famílias em condição de vulnerabilidade social. 6 – Os casos de ameaças por meio de redes sociais e/ou trocadores de mensagens a servidores públicos e famílias acampadas estão sendo documentadas e levadas ao conhecimento dos órgãos competentes para investigação e, se for o caso, punição dos criminosos. 7 – A concentração de mais de um lote da reforma agrária em mãos de pessoas que não possuem o perfil para serem beneficiárias da política pública é ilegal e, logo, passível de fiscalização e retomada pelo Incra. 8 – Vale dizer que as ações do Incra são objeto de constante diálogo institucional com o Ministério Público Federal e com a Defensoria Pública da União, além das autoridades competentes do Poder Judiciário e da Segurança Pública. 9 – Por fim, destacamos que a disseminação de notícias e informações falsas (fake news) sobre as ações do Incra no assentamento Itanhangá têm a pretensão de criar um discurso que não condiz com a realidade.
Mato Grosso embarga quase 2 milhões de hectares por crimes ambientais em seis anos
Entre 2019 e 2024 foram embargados em Mato Grosso 1,86 milhão de hectares por crime ambiental. Somente em 2021, segundo informações da Secretaria de Estado de Meio Ambiente (Sema-MT), foram restringidos de uso 626,95 mil hectares. O impedimento do uso da terra, devido a crimes ambientais, foi registrado durante ações de fiscalização da Operação Amazônia, que abrange todas as regiões de Mato Grosso. A Secretaria explica que o embargo proíbe o uso da área para qualquer atividade, com o objetivo de impedir a continuidade do dano ambiental e possibilitar a regeneração da área degradada. Enquanto a área estiver embargada ela não pode ser utilizada e qualquer uso é considerado como uma nova infração, por descumprir o embargo. Ainda segundo a pasta ambiental de Mato Grosso, as fiscalizações que ocasionam os embargos acontecem tanto de forma remota por imagens de satélite, quanto por equipes em campo. “O estado tem tolerância zero com os crimes ambientais e áreas desmatadas feitas em desacordo com a legislação serão embargadas. Com o uso da tecnologia e monitoramento por meio de satélite a Sema consegue estar presente em todas as regiões do estado e impedir o avanço do dano ambiental com embargos de área, autuação e apreensão de bens” destaca a secretária de Meio Ambiente Mauren Lazzaretti. 2021 lidera número de embargos Do total da área, conforme a Sema-MT, 205,85 mil hectares foram embargados em 2019; 274,2 mil hectares em 2020; 626,95 mil hectares em 2021; 217,13 mil hectares em 2022; 480,52 mil hectares em 2023 e 58,35 mil em 2024. Além disso, foram confeccionados 13,8 mil termos de embargos nos últimos seis anos, sendo a maioria, 9,3 mil hectares, no bioma Amazônia, 3,4 mil no Cerrado e 1,1 mil no Pantanal. As ações em questão tiveram como alvos principais o desmatamento ilegal e impedir ou dificultar a regeneração natural de vegetação. As operações que resultaram nos embargos foram coordenadas pela Secretaria de Estado de Meio Ambiente (Sema-MT), em parceria com Polícia Militar (PMMT), Batalhão de Polícia Militar de Proteção Ambiental (BPMPA) e Delegacia Especializada de Meio Ambiente (Dema). Além da Superintendência de Fiscalização (SUF), as nove Diretorias de Unidades Desconcentradas (DUD) da Sema também coordenaram operações contra crimes ambientais que resultaram nas áreas embargadas.