Com aumento de 13%, produção de pluma de algodão em MT impulsiona exportação nacional

A produção de plumas de algodão na safra 23/24 em Mato Grosso tem aumento estimado em 13%, conforme o Instituto Mato-Grossense de Economia de Agropecuária (Imea), podendo chegar a 2,6 milhões de toneladas. Na safra 22/23, a produção mato-grossense foi de 2,3 milhões de toneladas. Com a alta produção, Mato Grosso não apenas se mantém como o maior produtor de algodão brasileiro, como impulsiona a exportação nacional de plumas, contribuindo para o Brasil alcançar, pela primeira vez, o posto de maior exportador mundial de pluma de algodão. Conforme a Associação Brasileira dos Produtores de Algodão (Abrapa), o Brasil deve fechar a safra 23/24 com uma produção de 3,7 milhões de toneladas de plumas, das quais 2,6 milhões de toneladas devem ser exportadas. Já Mato Grosso tem 1,8 milhão de toneladas da sua produção destinada à exportação, o equivalente a cerca de 70% da exportação nacional, de acordo com o Data Hub MT, da Secretaria de Estado de Desenvolvimento Econômico (Sedec). A análise da Sedec aponta que a produção mato-grossense destinada à exportação, que tem a qualidade certificada pela USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos), também equivale a pouco mais de 18% de toda a exportação mundial de algodão, enquanto a contribuição do Brasil corresponde a 27,8%. Para o secretário de Estado de Desenvolvimento Econômico de Mato Grosso, César Miranda, as projeções reafirmam Mato Grosso no cenário mundial e ressaltam a importância do Estado. “Números como esses mostram que o que temos feito está dando certo e, com isso, observamos a relevância do Estado no contexto global. Temos trabalhado a internacionalização de Mato Grosso, tanto na questão exportação quanto na atração de investimentos, e agora buscamos o fortalecimento da indústria têxtil no estado”, aponta o secretário. O coordenador do Observatório de Dados Econômicos, Vinicius Hideki, explica que, apesar dos desafios logísticos enfrentados no Estado, apenas 1% do algodão é consumido internamente. “Com a exportação, apenas 1% do algodão fica em Mato Grosso. O restante da produção vai para fora, ou seja, para outros estados e outros países. Com isso, almejamos e trabalhamos para que venham investidores com o olhar para o desenvolvimento industrial e econômico da nossa indústria têxtil”, afirma Vinicius.

Atrasada, colheita de algodão chega a 44% em Mato Grosso

Na variação semanal o avanço foi de 9,38 pontos percentuais. Ainda aquém para ultrapassar os 47,10% do algodão colhido, inclusive, da safra 2022/23. Segundo relatório do Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea), a região nordeste segue como a mais adiantada nesta temporada. Os cotonicultores já colheram na região 58,19% das lavouras. Já na região sudeste 50,62%, enquanto no médio-norte 47,36%. As demais regiões do estado estão próximas dos 40%, conforme o Instituto. No noroeste do estado as máquinas já passaram por 38,73% da área. No centro-sul em 37,73%. A região oeste, principal produtora de algodão de Mato Grosso, até sexta-feira apenas 35,78% das lavouras estavam colhidas.

Brasil se confirma como maior exportador de algodão no ano

O Brasil se confirmou como o maior exportador global de algodão do ano comercial 2023/24. Com 2,68 milhões de toneladas embarcadas, o país superou pela primeira vez os Estados Unidos, que enviou ao mercado externo 2,55 milhões de toneladas. Apesar da boa notícia para o Brasil, os cotonicultores seguem atentos às cotações dos contratos futuros. Isso porque a semana foi “tensa” nos mercados e os contratos do algodão caíram para o seu menor nível em quase quatro anos nesta quinta-feira (8). As informações são do Boletim de Inteligência de Mercado Abrapa, divulgado nesta sexta-feira (9). Confira os destaques trazidos pelo Boletim de Inteligência de Mercado Abrapa: Algodão em NY – O contrato Dez/24 fechou nesta quinta 08/08 cotado a 67,24 U$c/lp (-1,2% vs. 01/ago). O contrato Dez/25 fechou em 69,92 U$c/lp (-1,9% vs. 01/ago). Basis Ásia – O Basis médio do algodão brasileiro posto Leste da Ásia: 850 pts para embarque Out/Nov-24 (Middling 1-1/8″ (31-3-36), fonte Cotlook 08/ago/24). Baixistas 1 – O receio com a demanda, que já tirava o sono do mercado, foi agravado com dados econômicos que apontam para uma deterioração nas expectativas com a economia norte-americana. Baixistas 2 – O sentimento no mercado é que o Fed (banco central dos EUA) prejudicou o mercado de trabalho e abriu a porta para a recessão ao manter as taxas de juros altas por muito tempo, na tentativa de combater a inflação. Baixistas 3 – Pesando sobre a fibra natural, os futuros de milho, trigo e soja de Chicago caíram com as boas perspectivas de colheita no hemisfério Norte. Baixistas 4 – A situação em Bangladesh pode influenciar os preços, pois se trata de um mercado muito importante que passa por grande instabilidade política. Altistas 1 – Com a estabilidade dos preços em um patamar mais baixo, a demanda está se reestabelecendo. Altistas 2 – Altas temperaturas e pouca ou nenhuma chuva são esperadas para a maior parte do cinturão do algodão norte-americano nos próximos dez dias. Bangladesh 1 – Após manter a violenta repressão à revolta dos estudantes, a primeira-ministra Sheikh Hasina renunciou. Na terça (6), o parlamento foi dissolvido pelo presidente, abrindo espaço para um governo interino e novas eleições. Bangladesh 2 – O economista Muhammad Yunus tomou posse nesta quinta (8) como chefe do governo interino de Bangladesh. Bangladesh 3 – Yunus, conhecido como ”banqueiro dos pobres”, ganhou o Prêmio Nobel da Paz em 2006 devido a suas iniciativas de microcrédito para a população mais pobre do país. Bangladesh 4 – Embora ainda não se saiba o impacto real das últimas semanas de manifestações, confrontos e morte de centenas de pessoas, a posse de Yunus está sendo recebida como o primeiro passo para a estabilidade bengalesa. EUA 1 – Será divulgado na próxima segunda (12) o relatório de Oferta e Demanda de algodão do USDA. Será a primeira estimativa para a safra 2024/25 com base na pesquisa com agricultores, o que pode mudar a tendência prevista. EUA 2 – As condições da safra pioraram pela 2ª semana consecutiva. Áreas “boas a excelentes” caíram 4pp, chegando a 45% do total. As áreas classificadas como “ruins a muito ruins” atingiram 27% do total (+5pp). China 1 – Pesquisa da BCO aponta que na safra 2024/25 a China terá 2,66 milhões ha de algodão (-3,2% em relação a 2023/24) e produção de 5,84 milhões tons (-2,8% aa). China 2 – Em jun/24, a China importou 155.841 tons de algodão (-40,45% em relação a mai/24 e +85,97% frente a jun/23). EUA, Brasil e Austrália foram os três maiores fornecedores no mês. China 3 – Em 2024, as importações chinesas de algodão totalizaram 1,8 milhão tons (+213,14% aa). No acumulado, Brasil, EUA e Índia encabeçam o ranking de exportadores aos chineses. Austrália – Em jun/24, a Austrália exportou 140.523 tons, volume superior tanto a mai/24 como a jun/23. No ano comercial, as exportações somaram quase 1,1 milhão tons. A China segue sendo o principal destino da pluma australiana. Brasil – Exportações 1 – As exportações brasileiras de algodão somaram 167,2 mil tons em julho de 2024. Volume recorde para o mês. Brasil – Exportações 2 – No acumulado de ago/23 a jul/24, as exportações brasileiras somaram 2,68 milhões tons. Volume recorde de embarques e alta de 185% em relação a 2022/23. Brasil – Colheita 2023/24 – Até ontem (08/08), foram colhidos na BA (61,9%), GO (65,66%), MA (56%), MG (60%), MS (95,2%), MT (44%), PI (60,77%), PR (100%) e SP (92%). Total Brasil: 49,4%. Brasil – Beneficiamento 2023/24 – Até ontem (08/08), foram beneficiados na BA (35%), GO (27,45%), MA (18%), MG (28%), MS (39%), MT (8%), PI (21,9%)  PR (100%) e SP (89%).Total Brasil: 14,9%. Preços do Algodão – Consulte tabela abaixo:

Resíduos da produção de cerveja incrementam ração de ovinos em Mato Grosso

Resíduos da produção de cerveja, mais precisamente a cevada, estão virando complemento nutricional para a ração de ovinos em Mato Grosso, juntamente com os de soja e milho recolhidos nos armazéns. Uma economia circular e com um melhor custo-benefício. Localizada em Campo Verde, região centro-sul de Mato Grosso, a Cabanha Cambará é um exemplo de sustentabilidade econômica. A Cabanha foi fundada por Pedro Paulo Montagner, mais conhecido como Pedro Cambará. ele chegou na região no final da década de 1970, acompanhando a família que saiu do Rio Grande do Sul. Junto com eles veio a tradição de criar carneiros. A Cabanha Cambará foi a primeira de Mato Grosso a trabalhar com a genética de ovinos. “Hoje, a principal atividade da Cabanha é a venda de reprodutores e matrizes para melhoramento genético. Mas, tem também os animais de abate, que não dão registro, animal que não classifica na seleção e aí vai para a comercialização de carne”, conta Pedro. Na propriedade são encontradas três raças de ovinos: Santa Inês, Dorper e Texel. O rebanho total varia entre 800 a uma mil cabeças, dependendo da época do ano e do fluxo do mercado. Dejetos viram fertilizante para pasto O criador explica que parte dos carneiros são criados à campo, em uma área de 15 hectares de pastagem. Enquanto, outra parte dos animais ocupam os estábulos suspensos, os quais contam com um piso de grade plástica, que além de mais confortável, deixa passar todos os dejetos, ficando, assim, o local sempre limpo. Segundo Pedro, ao invés de comercializar o esterco dos ovinos, ele optou em transformar o mesmo em fertilizante para o pasto. “Ele fica quatro, cinco, seis meses amontoado fazendo o processo de fermentação. Depois, este esterco é jogado nos pastos. Eu aprendi uma coisa com o meu avô, que tudo o que você tira e não coloca um dia acaba. Então, colocar o esterco, devolver na terra, aquilo que você tirou na pastagem é fundamento e é isso o que eu faço. Eu o deixo curtir, quando começa a chuva eu esparramo ele e o capim é isso o que vemos. Um espetáculo que vira”. Farelos complementam a nutrição animal Na alimentação, além do pasto, as ovelhas recebem ração como complemento nutricional. A ração do rebanho é basicamente composta por subprodutos. Resíduos de soja e milho recolhidos nos armazéns e cevada, sobras do processo de fabricação de cerveja. “Se olhar lá atrás, cinco anos, era tudo jogado fora. Hoje é tudo aproveitado. Essa é a nossa ração e os animais respondem. Tendo capim, massa para eles comerem e você dar uma ração dessas todos os dias de tardezinha, que é o que nós fazemos… Você vê o potencial dos nossos animais. A estrutura corporal. É uma alimentação nobre, pode ter certeza”, frisa Pedro. Ainda conforme o produtor, Mato Grosso possui potencial para criar ovinos. Contudo, “ninguém consegue imaginar o potencial que tem. Olha o absurdo de resíduos que nós temos dentro desse estado para usarmos na alimentação desses animais?”. E quando o assunto é ovinocultura em Mato Grosso, para ficar melhor só falta um frigorífico certificado que venha a possibilitar a comercialização da carne para fora dos limites de Campo Verde. “O Brasil inteiro tem déficit na carne ovina. Noventa por cento do que consumimos é importado. Para que importar num país tão rico como o nosso Brasil e, principalmente, o Mato Grosso? Você sabe que tudo é política e eu confio muito que em breve, no máximo um ano, nós vamos estar com o nosso frigorífico aqui em Campo Verde funcionando”. Canal Rural MT

Seguro agrícola é opção para reduzir prejuízos de produtores rurais mato-grossenses

Produtores rurais mato-grossenses tiveram prejuízos com a estiagem. De acordo com os dados do Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea),  a produção da safra de soja 2023/24 teve uma queda de 13,83% ante a safra passada. Para amenizar esse cenário, os agricultores podem acionar os seguros agrícolas.  Essa modalidade possibilita aos produtores o recebimento de indenizações em caso de perda da safra ou danos à propriedade causados por esse fenômeno. E para orientá-los, a Cooperativa Sicredi Integração Mato Grosso, Amapá e Pará estará nesta terça-feira (6), na 50ª Exposul, em Rondonópolis.  Os seguros agrícolas protegem não apenas contra a seca extrema, mas também de incêndios, chuvas excessivas, granizo, geada, ventos fortes e outras adversidades climáticas, como no Seguro Colheita Garantida da cooperativa. Além dos seguros rurais, a cooperativa também levará para o evento temas como as oportunidades do Plano Safra 24/25, alternativas de nutrição para o rebanho no período de seca, como manter a propriedade protegida, assim como a agricultura familiar e o acesso às políticas públicas. De acordo com a Superintendência de Seguros Privados (Susep) e do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), somente 15% das fazendas do país estão seguradas. No estado, o segundo semestre de 2023 foi devastador para a produção, uma vez que o agronegócio teve que enfrentar além da onda de calor, bloqueio de nuvens, El Niño e as mudanças climáticas.  Panorama climático que fez o Imea apontar que 87% dos produtores de soja não conseguirão cobrar o custo total desta safra.  “O seguro agrícola surge como uma solução para que esse produtor não tenha prejuízos caso ocorram as adversidades climáticas como as enfrentadas em Mato Grosso no último ano. É uma questão de sobrevivência para o campo, tanto para gerenciar as perdas, quanto para resguardar o financeiro”, explica Danilo Vicentim, Diretor Executivo da Cooperativa Sicredi.

Etanol de milho é responsável por quase 74% do cereal consumido dentro de Mato Grosso

Cerca de 15,85 milhões de toneladas de milho devem ser consumidas dentro de Mato Grosso na safra 2023/24. Deste volume, 11,69 milhões de toneladas, ou seja, 73,74% possuem como destino as usinas de etanol de milho. De acordo com as estimativas para a temporada, o consumo interno apresenta alta de 6,06% em relação ao ciclo 2022/23. Tal incremento, pontua o Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea), é creditado ao crescimento da produção do biocombustível no estado. Ao se analisar o consumo do cereal voltado para a ração animal, a participação deverá ficar em 26,26%. Das 4,16 milhões de toneladas de milho voltadas para a alimentação animal, 1,58 milhão de toneladas devem ser consumidas pela bovinocultura de corte, 1,33 milhão pela suinocultura e 1,07 milhão pela avicultura. Em termos de exportações, segundo o Imea, as projeções estão em 27,31 milhões de toneladas, o equivalente a 56,72% das perspectivas de demanda pelo grão mato-grossense. Já o mercado interestadual deverá ser responsável pelo consumo de 4,99 milhões de toneladas do milho produzido no estado nesta safra. Fonte: Canal Rural MT

Colheita de milho em Mato Grosso atinge 99,91% da área cultivada

A colheita de milho nas lavouras mato-grossenses já pode ser dada por encerrada e, até mesmo, considerada a mais rápida em relação aos trabalhos de anos anteriores. De acordo com o relatório do Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea), a colheita do milho segunda safra chegou a 99,91% dos 6,9 milhões de hectares da área estimada para a temporada. O ritmo acelerado supera o da média das últimas cinco safras de 97,57% colhidos neste período. Os números do Imea apontam que somente a região sudeste ainda está com as colheitadeiras no campo, tendo em vista que 99,48% da área estava colhida até a última sexta-feira (2). Em um ano marcado pela falta de chuvas, o milho também sofreu com a estiagem e essa adversidade deve refletir no resultado final da safra. A expectativa é de que a produção chegue a 47,3 milhões de toneladas, cerca de 10% a menos que no último ciclo, quando o estado bateu recorde de produção com mais de 52,5 milhões de toneladas. Canal Rural MT

Farelo e óleo de milho agora contam com a mesma regulação tributária da soja

O farelo e óleo de milho passaram a ter o mesmo tratamento tributário da soja nesta quinta-feira (1º). A medida vai beneficiar toda cadeia produtiva do etanol de milho, de proteínas e até mesmo o consumidor final. A suspensão da incidência da contribuição para o PIS/Pasep e Cofins consta na Lei nº 14.943/2024. A isonomia tributária era uma proposta do Projeto de Lei (PL) 1548/2022, aprovado no Senado no dia 10 de julho. “É uma política importante para dar mais competitividade, primeiro, na formação de preços do milho, segundo porque incentiva a produção de etanol de milho, alinhando à demanda mundial por energia mais limpa”, destaca o ministro da Agricultura e Pecuária, Carlos Fávaro. Quando da aprovação do Projeto de Lei no Senado no último mês, o presidente da União Nacional do Etanol de Milho (Unem), Guilherme Nolasco, salientou que tal medida beneficiaria. “Toda cadeia produtiva do etanol de milho, de proteínas e chegar até os consumidores finais. Quanto mais competitiva a indústria brasileira se torna, maior é a agregação de valor às matérias-primas, mais empregos são gerados e há uma melhor distribuição de renda”. De acordo com o Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa), as contribuições que passam a ser suspensas representam mais de 9%, aproximadamente, dos preços dos produtos. O Ministério ressalta ainda que pessoas jurídicas sujeitas ao regime de apuração não cumulativa da contribuição para o PIS/Pasep e da Cofins poderão descontar das referidas contribuições, débitos em cada período de apuração, crédito presumido calculado sobre a receita decorrente da venda no mercado interno ou da exportação dos produtos classificados da Tabela de Incidência do Imposto sobre Produtos Industrializados (Tipi), e de lecitina de soja classificada, também da Tabela. As alíquotas estabelecidas no caso de comercialização de óleo de soja e de milho e de outros produtos da Tipi é de 27%. A porcentagem será atribuída sobre o valor de aquisição de óleo de soja e de óleo de milho classificados e, além, disso, para o insumo na produção de rações classificadas. Canal Rural MT

Produtores de feijão querem implantar vazio sanitário para a cultura em MT

Produtores de feijão em Mato Grosso estudam a possibilidade de adotar um vazio sanitário para a cultura. O intuito é controlar a infestação de mosca branca infectada com a doença do mosaico dourado nos feijoeiros das principais regiões produtoras do estado. A medida fitossanitária é já adotada em Goiás, Minas Gerais e no Distrito Federal, estados considerados fortes na produção do alimento. De acordo com o setor produtivo, os insetos contaminados estão se beneficiando da chamada “ponte verde”, decorrente do plantio sequencial da cultura, causando perdas expressivas de produtividade e aumento significativo nos custos com defensivos em muitas fazendas. Cenário que pode colocar em risco a viabilidade econômica do cultivo de feijão em Mato Grosso. Consultor agronômico, Rubens de Oliveira Dias atende diversas propriedades na região de Sorriso. Segundo ele, muitas lavouras de feijão no município foram contaminadas pela doença do mosaico dourado transmitida pela mosca branca. Em uma delas, visitada pela reportagem do programa Patrulheiro Agro, desta semana, ele conta que a expectativa era colher entre 50 e 60 sacas de feijão por hectare. Contudo, talvez a produtividade, por conta da doença, varie entre dez e 20 sacas. “A planta vegetou, só que não produziu frutos. O produtor resolveu dissecar e matar a cultura. O feijão que vai sair daqui vai ser um feijão de qualidade muito ruim. Essa virose, além de baixar a produtividade, danifica os grãos”, salienta Rubens. Ainda conforme o consultor agronômico, “o produtor está salvando grãos para fazer sementes durante a safra no pivô e coloca essa cultura antes do pivô, onde a mosca aumento, prolifera o mosaico, a virose e depois começa a migrar para a área irrigada”. Rubens frisa também ao Patrulheiro Agro, do Canal Rural Mato Grosso, que o produtor está realizando baterias de aplicações, contudo, em decorrência a alta infestação não se consegue controlar a situação. Aprosoja-MT fez alerta sobre a mosca branca O presidente da Associação dos Produtores de Soja e Milho de Mato Grosso (Aprosoja-MT), Lucas Costa Beber, pontua que a entidade alertou sobre o aumento da presença da mosca branca quando da mudança do calendário do vazio sanitário da soja, principalmente por se estar em um ano de El Niño, que é um ano seco e corrobora para a incidência do inseto. “O feijão é um alimento muito importante, porque vai direto ao prato do brasileiro, ou seja, a tendência é subir o custo benefício para o consumidor final, além de deixar o produtor, que produz e arrisca, no prejuízo. Ainda mais em anos de custos altos de insumos para a produção de feijão”. Vazio sanitário do feijão para controle Segundo o presidente da Associação dos Produtores de Feijão, Pulses, Grãos Especiais e Irrigantes de Mato Grosso (Aprofir-MT), Hugo Garcia, a contaminação é muito forte. “Está muito forte a quantidade de mosca branca na região e os produtores não estão tendo eficiência. Então, temos percebido que a gente vai ter que colocar na mesa, sentar com o Indea, com o governo do estado. Sentar com as outras associações, Aprosoja, Famato, a Ampa. Todo mundo. Sentar para a gente tentar discutir e chegar em um bom senso juntos com os agricultores, talvez para a criação de um vazio sanitário no feijão, porque se a gente continuar desse jeito, a nossa cultura de feijão no estado de Mato Grosso vai se inviabilizar. Não tem cura para essa doença”. Em entrevista ao Canal Rural Mato Grosso, o diretor técnico do Instituto de Defesa Agropecuária de Mato Grosso (Indea-MT), Renan Tomazele, frisa que “o instituto de defesa está de portas abertas, está pronto para poder compartilhar junto ao setor produtivo essa preocupação e para avaliar uma medida que seja resolutiva para questão de proliferação de mosca branca e, consequentemente, diminuir essa incidência da doença do mosaico”. Para instauração de um vazio sanitário para o feijão, assim como já é praticado em Goiás, Minas Gerais e no Distrito Federal, segundo o diretor técnico do Indea-MT, “primeiro temos que fazer a mensuração se está no Brasil inteiro o problema, como está essa realidade. Se está acontecendo no Brasil, então é importante fazer essa conversa todo mundo e tecnicamente junto com a pesquisa, com o produtor e conosco do núcleo de defesa”. Sementes de feijão disponíveis preocupa Outra preocupação do setor é com o baixo percentual de sementes com origem disponível para a cultura no mercado brasileiro. O que, de acordo com a Aprofir-MT, acaba favorecendo para o aumento de doenças no feijão. O diretor-executivo da Aprofir-MT, Afrânio Cesar Migliari, comenta que hoje o percentual de sementes com origem disponível representa entre 10% e 15% das sementes utilizadas. “Os outros 85%, 90% vem através da produção de grãos. [É] gravíssimo. Porque você leva tudo o que é de ruim naquele grão que já vem produzindo há vários anos. Vai remontando, vamos dizer assim. E, ele vai trazendo as doenças, entre elas os fungos de solo, mosaico, fusariose, o mofo branco. Como o feijão vai ficando mais fraco, ele vai ficando mais suscetível. Quando entra uma doença mais forte, como o mosaico dourado, arrebenta ele”. Afrânio frisa ainda que “ou a gente começa a se organizar e ter a produção de sementes em locais apropriados, responsabilizados, pesquisas com empresas credenciadas, mostrar para o produtor que é bem mais viável e interessante para ele usar as sementes e não o grão ou a gente continua como está isso aí hoje no mercado. Não só em Mato Grosso, vale a pena dizer que é no Brasil inteiro”.

Carne mato-grossense estará entre os destaques do Festival Churrascada em São Paulo

A qualidade e o potencial da carne mato-grossense será destaque durante o Festival Churrascada 2024, realizado em São Paulo (SP). O evento traz 40 chefs nacionais e internacionais para oferecer diversos tipos de cortes e especialidades, em estações diferentes. Representando o estado que possui o  maior número de rebanho bovino, a Associação dos Criadores de Nelore de Mato Grosso (Nelore MT) e o Instituto Mato-grossense da Carne (Imac) participarão da edição deste ano.  A finalidade é apresentar a raça Nelore com foco na qualidade da produção e o “MT Steak”, corte diferenciado oriundo da paleta bovina – exclusividade de Mato Grosso.  O “MT Steak” será preparado pelo chef Paulinho, de São Paulo. Além disso, o chef Portella, de Juiz de Fora/MG vai preparar um boi inteiro para a degustação dos participantes.  O diretor técnico operacional do Imac, Bruno Andrade de Jesus, ressalta que o corte bovino que será preparado na Churrascada é feito a partir de animais jovens e precoces, o que resulta em uma carne extremamente macia e certamente irá agradar ao paladar de todos. Para a Nelore MT, não teria palco melhor para divulgar a raça do animal e seu potencial de produção de carne de qualidade. Canal Rural MT