Sorriso se mantém no topo em valor de produção agrícola aponta IBGE

Sorriso (a 412 km de Cuiabá), registrou o maior valor de produção agrícola do País em 2023: R$ 8,3 bilhões, o equivalente a 1% do total nacional. Apesar da liderança, o montante representa um recuo de 27,6% em relação ao ano anterior. Os dados são da pesquisa Produção Agrícola Municipal (PAM) 2023, divulgada nesta quinta-feira, 12, pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O levantamento também mostra que Mato Grosso manteve a liderança nacional no valor de produção agrícola em 2023. Os números não levam em conta a seca da última safra, cujos efeitos serão sentidos nos números relativos a 2024. No ano passado, o valor da produção agrícola de Mato Grosso chegou a R$ 153,5 bilhões. O Estado é o maior produtor nacional de soja e milho e, em 2023, com a queda na cotação destes produtos, teve uma retração de 12,2% no valor, reduzindo sua participação nacional para 18,8%. Em seguida, aparece São Paulo, com 13,8% do valor de produção nacional (R$112,5 bilhões) e 9% de crescimento em relação a 2022. Municípios  Pelo quinto ano consecutivo Sorriso apareceu como município com o maior valor de produção, respondendo por 1% do total nacional. Sorriso destacou-se também, mais uma vez, como o município com maior valor gerado com a produção de soja (R$ 5 bilhões) e milho (R$ 2,1 bilhões). A segunda posição no ranking foi ocupada por São Desidério (BA), que totalizou R$ 7,8 bilhões, retração de 12,4% em relação a 2022.  Sapezal registrou o terceiro maior valor da produção agrícola, com R$ 7,5 bilhões, retração de 5,9% na comparação com o ano anterior. Mato Grosso tem seis municípios no ranking dos 10 que mais produziram divisas no campo no ano passado.

Pressão de pragas e doenças nas lavouras norte-americanas deixa agricultores em alerta

Nos Estados Unidos, muitas áreas de soja e milho na região do “cinturão dos grãos”, já estão entrando na reta final do ciclo. Apesar do otimismo em relação ao bom desempenho das plantas no campo, a presença de ervas daninhas de difícil controle e pragas desconhecidas em alguns estados, deixam os produtores apreensivos. Conforme explica o consultor da Associação dos Produtores de Soja e Milho de Mato Grosso (Aprosoja), Wanderlei Guerra.  “As ervas daninhas mais importantes para eles que causam prejuízos e dificuldade de controle é o amaranthus palmeri e o Oder hamp, são as duas que competem, da mesma família  que realmente causam danos. O maior custo dos produtores é o dos herbicidas, aqui foram feitas mais de duas ou três aplicações e não conseguiram controlar”, afirma.  Na região de Dakota do Sul, a cochia (erva daninha) possui resistência ao herbicida 2,4 D, ao glifosato e possui tolerância ao glufosinato. O vice-presidente Sul Aprosoja, Fernando Ferri, conta que a variedade da soja possui uma suscetibilidade à mancha alvo.  No milho uma doença fúngica chamada philaclora maydis, também está presente.  O ataque dessas pragas, é considerado pelos agricultores norte-americanos, uma ameaça que pode baixar a produtividade das lavouras nesta safra. Principalmente, em relação à cigarrinha do milho que ainda é desconhecida em algumas propriedades do meio-oeste dos Estados Unidos.  Ivair Valmorbida é professor entomologista da Universidade do Missouri (EUA). Ele diz que algumas lavouras de milho podem perder uma produtividade de até 15%, dependendo do grau de infestação da cigarrinha do milho.  “Por ser o primeiro ano, a gente ainda não sabe se essa espécie conseguiu passar o inverno aqui ou se ela foi trazida de outras regiões. É uma novidade impactante”.  De acordo com o professor, através de um estudo técnico molecular foi identificado nos insetos a presença do fitoplasma e espiroplasma. Também foi detectado os molicutes nos milharais infectados. “A gente tem monitorado o estado todo, notou o aumento populacional dessas pragas nas últimas semanas e a, principais, espécies que a gente tem é o percevejo verde que é o Chinavia Hilarus e duas espécies de percevejo marrom”, pontua.    Para o engenheiro agrônomo, César Guaresqui, os produtores norte-americanos possuem um grande aliado chamado, inverno.  “O inverno ele quebra muito ciclo de doenças e pragas e acaba por não afetar a produtividade de soja e milho como elas são afetadas no Brasil. Então produtores não estão tão preocupados com isso hoje aqui, mas eles estão começando a abrir o olho, porque está começando a aparecer mais algumas coisas, tanto em pragas quanto em doenças que lá na frente podem afetar a produtividade”, diz. (Com informações Canal Rural)

Preço reage e vendas da safra de milho avançam em Mato Grosso

A comercialização do milho colhido na safra 2023/24 em Mato Grosso alcançou 69,70% da produção estimada para o Estado em agosto, avanço de 11,61 pontos percentuais na comparação com o registrado em julho, informa boletim do Instituto Matogrossense de Economia Agropecuária (IMEA). Segundo os pesquisadores do Instituto, foi a primeira vez que o percentual de comercialização desta temporada superou a registrada em 2022/23, refletindo a melhora nos preços disponíveis no Estado. Em agosto, a saca de milho ficou cotada a R$ 41,63 em Mato Grosso, alta de 4,16%, segundo indicador do Imea. Em relação à safra 2024/25, a comercialização alcançou 11,36% da produção esperada no Estado, avanço mensal de 4,07 pontos percentuais, mas 16,55 pontos abaixo da média histórica. Soja A comercialização de soja da safra 2023/24 em Mato Grosso atingiu 94,53% da produção estimada para o Estado em agosto, avanço de 2,18 pontos percentuais em relação ao registrado no mês anterior, diz o Imea. Na comparação com a média dos últimos cinco anos, o percentual ficou 1,54 pontos acima do registrado. Segundo os dados do Imea, apesar desse crescimento, o ritmo de vendas desacelerou em agosto devido à desvalorização da oleaginosa. No mês passado, o preço médio negociado no Estado foi de R$ 120,91 a saca, queda de 0,63% em relação a julho. Já a produção esperada para a safra 2024/25 teve 30,41% do volume esperado comercializado no Estado, segundo o Imea, avanço mensal de 4,12 pontos percentuais enquanto os preços futuros caíram 1,77% no período, para R$ 107,20 a saca de 60 quilos. Algodão A comercialização do algodão da safra 2023/24 em Mato Grosso atingiu 67,62% da produção estimada para o Estado em agosto, avanço de 2,32 pontos percentuais em relação ao registrado no mês anterior. Segundo o Imea, as vendas ficaram abaixo das mínimas históricas refletindo os preços mais baixos da pluma nesta temporada diante da expectativa de uma maior oferta global. Em agosto, o preço médio das vendas do ciclo 2023/24 ficou em R$ 128,51 a arroba, queda de 2,57% em relação a julho. Com isso, as vendas da safra 2024/25 também ficaram abaixo da média, avançando 1,07 ponto percentual em agosto, para 21,84% do projetado para a próxima temporada, com preço médio de R$ 127,57 a arroba, queda de 4,70% em relação ao registrado em julho.

Judiciário de MT determina correção de vigência de prazo de patentes da Bayer/Monsanto

A Justiça de Mato Grosso determinou que o pedido dos agricultores seja atendido e que os prazos de vigência das patentes da tecnologia RR2 Pro da Bayer/Monsanto sejam corrigidas. A determinação é da juíza Célia Regina Vidotti, da Vara Especializada em Ações Coletivas. Portanto, as patentes não devem ter prazo acima de 20 anos. Sendo assim, a patente PI0016460-7, que em seu prazo original foi até 2022 teve seu ano corrigido para 2020. Já a patente PI9816295-0, que antes estaria vigente até 2027 foi retificado para 2018. A decisão do judiciário mato-grossense é compatível com o entendimento do Supremo Tribunal Federal (STF), que já havia apresentado o tema em julgamento anterior, por meio da ADI 5569. HISTÓRICO A partir desta decisão ficou decidido que a Bayer/Monsanto restitua royalties pagos pelos produtores pelo uso da tecnologia de 2018 até então. Outra garantia é de que os agricultores peçam abstenção da cobrança dos royalties a partir da expiração do prazo. A disputa começou quando produtores entraram com demanda judicial questionando o art. 40, parágrafo único, da Lei de Propriedade Industrial, que prorrogava o prazo patentário por prazo superior a 20 anos. Em momento subsequente, o STF julgou a ação direta de inconstitucionalidade (ADI 5529) e julgou referido dispositivo legal inconstitucional, dando o direito de ressarcimento àqueles que questionavam judicialmente. A Aprosoja-MT então fez um pedido ao TJMT requerendo a aplicação da decisão do STF e requerendo à Bayer/Monsanto o depósito dos valores de royalties cobrados a partir de 2018, tendo a desembargadora Clarice Claudino, atual presidente do TJ/MT concedido a ordem. Contra essa decisão a Monsanto apresentou uma reclamação constitucional perante o STF. A Bayer/Monsanto sustentou que a decisão do TJMT teria contrariado o entendido firmado pelo STF no julgamento da ADI 5529 ao determinar a devolução de royalties pagos pelos produtores rurais. Todavia, em julgamento realizado em março deste ano, o STF entendeu que a decisão do TJMT se encontra em linha com entendimento firmado pelo STF na ADI 5529. Ou seja, foi garantido aos produtores rurais a possibilidade de serem ressarcidos pelos royalties pagos após a expiração das patentes.

Ministro Carlos Fávaro anuncia unidade da Embrapa na Baixada Cuiabana

O ministro da Agricultura e Pecuária, Carlos Fávaro, anunciou nesta sexta-feira (6), a instalação de uma nova unidade da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) em Mato Grosso. A iniciativa tem como foco o desenvolvimento da Baixada Cuiabana. A declaração ocorreu durante discurso no lançamento do Plano Safra da Agricultura Familiar em Mato Grosso, na Superintendência Federal de Agricultura e Pecuária de Mato Grosso (SFA-MT), em Várzea Grande. “Nós vamos trazer a Embrapa para a Baixada Cuiabana. É compromisso do presidente Lula. Eu e a presidente da Embrapa, Silvia Massruhá, estamos estruturando com muita dedicação”, disse Fávaro. “Nos próximos dias nós vamos fincar a placa Embrapa Agrossilvipastoril, piscicultura e fruticultura, aqui na Baixada Cuiabana em Mato Grosso. Para fazer pesquisa, para entender como os nossos produtores podem produzir mais”, completou. A iniciativa visa adaptar tecnologias para aumentar a produtividade dos pequenos produtores da região. O ministro da Agricultura deu como exemplo Petrolina (PE) e Juazeiro (BA), onde terras anteriormente consideradas inóspitas se tornaram polos de fruticultura após a atuação da Embrapa, gerando emprego na região, especialmente para pequenos proprietários. “A nossa meta é replicar esse sucesso aqui na Baixada Cuiabana, ajudando a reduzir as desigualdades e promovendo o desenvolvimento sustentável da região”, disse. Durante o seu discurso, Fávaro também destacou a importância histórica da Embrapa para o desenvolvimento da agricultura no país. “O Brasil criou uma empresa fantástica: a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária, a Embrapa, que tem 51 anos. Ela mostrou para os brasileiros a sua grande vocação, que é produzir alimentos de qualidade para a população brasileira e para o mundo”, afirmou.

Indea confirma caso de raiva bovina em Porto Estrela

O Instituto de Defesa Agropecuária de Mato Grosso (Indea-MT) confirmou, nesta quarta-feira (04.09), um caso de raiva bovina em uma propriedade rural no município de Porto Estrela (distante 200 km de Cuiabá). A presença da doença, transmitida pela mordida do morcego hematófago, foi confirmada através de exames feitos no laboratório do órgão, em Cuiabá.  O animal morreu na na semana passada com sintomas de raiva e o produtor rural acionou o Indea para investigar a causa. Com a confirmação da presença da doença, os médicos veterinários do Indea notificaram a Secretaria de Saúde de Porto Estrela e todas as 83 propriedades existentes em um raio de dez quilômetros onde o foco foi detectado.  “O protocolo para esse tipo de caso é notificar os produtores onde está o foco e o perifoco a vacinar os bezerros e revacinar o gado”, explica o servidor do Indea, Eder da Silva Fonte. A técnica laboratorial usada pelo Indea para detectar a presença da raiva foi a metodologia de Imunofluorescência Direta, na qual são coletadas amostras do cérebro e do cerebelo do animal doente.  “Esse material é colocado em uma lâmina onde acrescentamos imunofluorescência diretamente sobre material, que após reação química é possível confirmar se há a presença da raiva. O resultado leva até 48 horas”, diz Alison Cericatto, responsável pelo Programa Estadual de Controle da Raiva. Ele acrescenta ainda que além disso o laboratório está implantando a técnica de PCR para os casos negativos na Imonoflorescência, o que confirma ou não a presença do vírus em 48 horas. “Antes o método de confirmação da raiva poderia levar até 30 dias”, afirma. Com o caso de Porto Estrela, chega a 14 o número de casos confirmados de raiva bovina em Mato Grosso em 2024. Raiva A raiva dos herbívoros é uma doença causada por um vírus da família Rhabdoviridae, gênero Lyssavirus, sempre fatal. Acomete todos os mamíferos domésticos e silvestres. É uma zoonose, portanto, pode acometer o homem. O principal transmissor da raiva dos herbívoros é o morcego hematófago (vampiro). O morcego doente elimina o vírus pela saliva quando se alimenta do sangue dos animais. Orientações Médicos veterinários do Indea sugerem que o produtor observe diariamente, preferencialmente pela manhã, se os animais apresentam mordedura e se eles apresentam sintomas de raiva. Os sintomas são apatia, isolamento do restante do rebanho, agressividade, andar cambaleante, opacidade de córnea, dificuldade para engolir líquidos, dificuldade de defecar (fezes ressecadas), e paralisia dos membros. Em caso de suspeita de um animal acometido pela doença é necessário tomar algumas medidas, como informar imediatamente o Indea do seu município, nunca manipular o animal e isolá-lo do restante do rebanho.

Fazendeiro que devastou área de 7,5 mil hectares no Pantanal é multado em R$ 50 mi

O Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) aplicou, no último dia 27 de agosto, uma multa de R$ 50 milhões ao proprietário de uma fazenda no município de Poconé (104 km de Cuiabá) por ter causado um incêndio que devastou mais de 7.500 hectares de vegetação nativa do bioma Pantanal. A área equivale a 10.500 campos de futebol. Agentes ambientais do Instituto constataram o ilícito ambiental com uso de imagens de satélite e análise geoespacial. A área afetada pelo fogo foi embargada e só poderá ser reutilizada após processo de restauração ambiental, que é de responsabilidade do infrator. A multa foi aplicada no âmbito da Operação Apoena, que é resultado da união de esforços das Divisões Técnico-Ambientais (Ditecs) com o Centro Nacional de Prevenção e Combate aos Incêndios Florestais (Prevfogo), sob a gestão da Diretoria de Proteção Ambiental (Dipro), do Ibama, para a prevenção e a fiscalização de incêndios florestais. O objetivo é agir ostensivamente, com vistorias diárias aos focos de calor que surgirem nas áreas prioritárias (biomas Pantanal e Amazônico), na tentativa de coibir o uso irregular do fogo e, consequentemente, prevenir os incêndios florestais; dando dinamismo à operação e aumentando o poder de dissuasão do agente ambiental em campo. O bioma Pantanal é a maior planície contínua inundável do planeta e compõe a Bacia do Rio do Prata, respondendo por parte representativa da biodiversidade da América do Sul. A região do bioma tem importância ecológica reconhecida pela Unesco como Reserva da Biosfera, bem como pela Constituição Federal Brasileira, como sítio de Patrimônio Nacional.

Produtor com floresta plantada para comercialização deve se cadastrar no Indea

A partir do mês de setembro, produtores rurais mato-grossenses que possuem florestas plantadas para fins comerciais devem  se cadastrar no Instituto de Defesa Agropecuária de Mato Grosso (Indea-MT). A previsão é de que a nova normativa abranja área superior a 200 mil hectares, onde existe a prática de silvicultura dentro do estado.  A medida consta na Instrução Normativa Conjunta, entre Indea-MT e a Secretaria de Estado de Desenvolvimento Econômico (Sedec), nº 002/2024 publicada no Diário Oficial.  De acordo com o coordenador de Defesa e Tecnologia Florestal do Indea-MT, Artur Luciano Venturi, a normativa interessa principalmente produtores rurais que plantam eucalipto, para produção de biomassa, e teca, para a produção de madeira para usos diversos.  Esses dois tipos de plantios são os mais predominantes em Mato Grosso no segmento de floresta plantada para o comércio. “Porém, os outros tipos de culturas florestais com fins comerciais também devem ser cadastradas no órgão”, acrescenta Artur . Pelo documento, se a propriedade rural já tiver cadastro na autarquia, o cadastro de sua cultura pode ser realizado de forma online por meio do Sistema de Defesa Vegetal do Estado de Mato Grosso (Sisdev) pelo endereço eletrônico: https://sistemas.indea.mt.gov.br/SISDEV . No momento da realização do cadastro para Produtor e Unidade de Produção, deverão ser devidamente informados todos os dados nos campos apresentados, como dados pessoais, contato, o tamanho da área, espécie plantada, cultivar e ainda fornecer as coordenadas geográficas dos vértices de sua plantação, entre outros. Caso a área ainda não tenha cadastro no Indea-MT, o produtor rural precisará ir presencialmente até a unidade local do Indea no município de onde está sua propriedade.  O cadastro de Florestas Plantadas com finalidade comercial deverá ser realizado tão logo tenha sua cultura estabelecida, e deverá ser atualizado entre os meses de fevereiro e março de cada ano. No “Mapeamento da Produção Silvicultural em Mato Grosso”, realizado pelo Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea), de julho de 2022, as principais espécies de florestas cultivadas no estado são eucalipto e a teca.

MT terá a primeira indústria de refino de óleo vegetal de algodão

Mato Grosso terá a primeira indústria de refino de óleo vegetal de algodão, cujo investimento será de R$ 261,4 milhões e deve gerar 156 empregos diretos e outros 600 indiretos. O Conselho Deliberativo dos Programas de Desenvolvimento de Mato Grosso (Condeprodemat) aprovou incentivo fiscal para a Icofort Agroindustrial S/A, uma das maiores indústrias de extração de óleo vegetal do Brasil se instalar no Estado.  Por meio do enquadramento no Programa de Desenvolvimento Industrial e Comercial de Mato Grosso (Prodeic), a planta, que deve entrar em funcionamento em novembro de 2024 em Nova Mutum, terá desconto nas operações de ICMS dentro e fora do Estado. Além da Icofort Agroindustrial, outras indústrias do segmento poderão ter diferimento de ICMS na entrada do óleo bruto de algodão destinado a processo industrial de óleo vegetal para alimentação humana. A reunião do Condeprodemat ocorreu na sexta-feira (30). “Com essa medida do Condeprodemat, esta indústria e as demais do mesmo segmento que vierem a se instalar no Estado, terão maior viabilidade em adquirir os insumos para a produção. O Estado também ganha com a geração de empregos diretos e indiretos, movimentando a economia e os setores de insumos agropecuários, reflorestamento, transporte, armazenamento, carga e descarga dos insumos e dos produtos acabados, além do comércio e o setor de serviços”, comentou a secretária de Estado de Desenvolvimento Econômico em exercício, Eulália Oliveira. Como Mato Grosso é o maior produtor de algodão do país, a empresa veio para o Estado para se consolidar como a maior refinadora de óleo vegetal de algodão do Brasil e a maior esmagadora de caroço de algodão da América Latina. Para o secretário titular da Sedec, César Miranda, que está em missão internacional em Iowa, nos Estados Unidos, Mato Grosso só tem a ganhar com a vinda da fábrica da Icofort, que será a mais moderna da América do Sul e contará com tecnologia de maquinários oriundos da Alemanha, Índia Itália e Malásia.  “A empresa iniciou as tratativas para se instalar no Estado em 2021 e o início das obras da planta. O ambiente de negócios criado pela gestão Mauro Mendes com a desburocratização e a transparência, incentiva o setor privado a fazer investimentos no Estado, impactando no desenvolvimento do Estado”, destacou. A nova unidade tem uma área total de 259.084,00 m2 e área construída de 102.413,24m2. Ela tem capacidade instalada para processar 198 mil toneladas de caroço de algodão por ano e refinar 108 mil toneladas de óleo bruto de algodão/ano. Todo o algodão utilizado na fábrica será oriundo dos cotonicultores mato-grossenses.  A Icofort Agroindustrial S/A começou as atividades em 1999, na Bahia. Ela industrializa óleos vegetais – de algodão e palma – de farelo e torta de algodão, de línter e de margarina. No Estado baiano, há três indústrias, sendo duas em Juazeiro e outra em Luiz Eduardo Magalhães.

Produtores driblam dificuldades e investem no cultivo do feijão em Mato Grosso

Altos custos, falta de energia e mosca branca. Produzir feijão em Mato Grosso não tem sido fácil para os agricultores. No entanto, muitos produtores têm conseguido driblar as dificuldades e investido no grão. Apenas na safra 2023/2024 foram 170 mil hectares plantados, com colheita de aproximadamente 300 mil toneladas. O feijão tem sido utilizado como opção para a 3ª safra, que tem sido possível por causa da irrigação. Produtor de feijão há seis anos em Vera (458 km ao norte de Cuiabá), Rodrigo Pozzobon aliou o grão à soja, milho e arroz que já cultivava. Ele planta feijão carioca e preto, que são destinados, em sua maioria, ao mercado brasileiro, em uma área de 700 hectares. “Com a instalação da irrigação, uma cultura viável é o feijão. É mais rentável uma 3ª safra do que a aquisição de novas áreas. O mais importante é manter a terra trabalhando e extrair o máximo potencial dela. Temos enfrentado uma rentabilidade que não está como esperávamos, então vamos aguardar mais alguns meses para comercializar o feijão enquanto ele fica guardado em uma câmara fria, sem perder a qualidade e esperando por preços mais remuneradores”, afirma Pozzobon. “O feijão tem um ciclo rápido, de até 75 dias, então é esperado um aumento da área plantada com o aumento dos preços pagos aos produtores. Temos enfrentado muitas dificuldades, mas esse grão segue sendo muito viável para a 3ª safra. Mato Grosso é o 4º maior produtor de feijão do país, o que demonstra a viabilidade dessa cultura, mesmo com adversidades encontradas pelo caminho”, explica Hugo Garcia, que é agrônomo, produtor de feijão e presidente da Associação dos Produtores de Feijão, Pulses, Grãos Especiais e Irrigantes de Mato Grosso (Aprofir-MT). Quem também acredita no feijão é o engenheiro agrônomo e consultor agronômico Ademir Gardin, que planta o grão há 12 anos e é proprietário da AD Agronomia. Ele reclama de um problema que tem afetado a produção e, consequentemente, aumentando os custos: a dificuldade com a energia elétrica. “A qualidade do fornecimento de energia é muito ruim. Muitos produtores estão reclamando. Tem pivô de irrigação parado durante o período que poderia trabalhar por conta da baixa qualidade da energia. Isso acaba aumentando o custo, porque tem que trabalhar nas horas em que a energia é mais cara. E ainda enfrentamos a questão da mosca branca, que trouxe dificuldades a quem produz”, explica Gardin. Segundo o presidente da Aprofir-MT, o déficit energético no estado tem prejudicado o agronegócio, principalmente nas culturas que utilizam mais a irrigação, como o feijão. “Já há algum tempo temos buscado soluções junto à concessionária, mas a realidade vivida no campo é de não ter energia suficiente para abastecer as fazendas. São quedas, oscilações e até falta de energia que afetam diretamente na produção”, pondera Hugo Garcia. Mesmo com essas dificuldades, que aumentam os custos do cultivo e reduzem a rentabilidade, para o engenheiro agrônomo e proprietário da Agrossistemas, Edson Pina, a tendência é que o mercado volte a se recuperar e os preços a subir. “O feijão já teve momentos bons, mas a produção de uma forma mais ampla é recente, tem uns 20 anos. Hoje os preços não estão como gostaríamos, mas os produtores têm acreditado e investido nessa 3ª safra, especialmente com o aumento da área irrigada. Essas oscilações fazem parte, mas podem impactar a produção, principalmente para o abastecimento do mercado interno. Ainda é difícil prever a próxima safra, mas temos expectativas de que haja essa melhora no mercado em breve”, avalia o proprietário da Agrossistemas.