Campanha de atualização de estoque de rebanhos começa nesta sexta-feira (01) em MT
O Governo do Estado, por meio do Instituto de Defesa Agropecuária do Estado (Indea), informa que começa hoje (01.11) e vai até o dia 10 de dezembro a Campanha Estadual de Atualização do Estoque de Rebanhos, obrigatória a todos os produtores rurais de Mato Grosso. Não haverá prorrogação do prazo da comunicação de estoque de rebanhos e o produtor rural que não realizar a atualização dentro do prazo de 40 dias de vigência da campanha pode receber multa no valor de R$ 6.383,00, além de ficar impedido de emitir a Guia de Trânsito Animal (GTA). As espécies que precisam ser atualizadas no informe de rebanhos do Indea são bovinos, bubalinos, suínos (inclusive os de subsistência), ovinos, caprinos, equinos, muares (mula), asininos (burros), aves (peru, pato, marreco, galinha e codorna), peixes, colmeias e as abelhas rainhas. A comunicação de quantidade de cada animal e espécies pode ser feita presencialmente nas unidades locais do Indea, Posto Avançado ou de forma online, por meio do acesso ao Módulo do Produtor. A campanha serve para nortear o Governo de Mato Grosso no planejamento e execução da defesa sanitária animal garantindo a manutenção da certificação sanitária do rebanho mato-grossense e a competitividade para o setor nos mercados internacionais. “É importante a adesão da classe produtora rural a essa campanha porque nos ajuda em caso de risco sanitário, a agir de forma eficaz e certeira”, comenta a presidente do Indea, Emanuele de Almeida.
Atraso no plantio da soja liga o alerta para pragas e doenças
A irregularidade das chuvas em Mato Grosso segue atrasando o cumprimento do calendário de plantio da soja 2024/25 em Mato Grosso. Até o último dia 25 de outubro, o estado contava com apenas 55,73% dos 12,66 milhões de hectares semeados. Situação que vem ligando o sinal de alerta para o aumento de incidência de pragas e doenças nas lavouras. Apesar do avanço semanal de 30,65 pontos percentuais na variação semanal, o ritmo da temporada está 14,32 pontos percentuais atrasado em relação ao ciclo 2023/24 e 6,59 pontos percentuais abaixo da média dos últimos cinco anos, de acordo com o Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea). Em seu boletim semanal, divulgado na segunda-feira (28), o Instituto destacou que as previsões do NOAA para esta semana apontavam chuvas na maior parte do estado e que poderiam variar entre 25 e 35 milímetros, com possibilidade de volumes maiores nas regiões oeste, centro-sul e sudeste, de 35 a 45 milímetros. Especialistas pontuam que o início mais seco da safra cria um ambiente propício para a proliferação de pragas e doenças, devido as plantas estarem mais debilitadas pela escassez de chuvas. A pesquisadora da área de entomologia da Fundação de Apoio à Pesquisa Agropecuária de Mato Grosso (Fundação MT), Lucia Vivan, explica que seca é uma grande contribuinte para o aumento mais rápido da presença de mosca branca na soja, e que os danos podem iniciar já em estádios mais precoces da planta, como fumagina nas folhas, seca e queda prematura de folhas, o que pode ocasionar perdas de produtividade. A especialista alerta que já é possível ver danos significativos, inclusive, causados pela largarta elasmo, os coleópteros e a lagarta Spodoptera frugiperda nas plantas de soja, comprometendo ainda mais o desenvolvimento vegetativo e reprodutivo. “Além disso, a infestação por tripes (Frankliniella schultzei) tem se intensificado, especialmente em algumas áreas, podendo levar às deformações nas folhas e flores, e, consequentemente, à queda na produtividade”, relata Lúcia. O monitoramento constante das lavouras, a adoção de práticas de manejo integrado de pragas como uso de produtos biológicos, produtos químicos recomendados para os alvos, são algumas das estratégias que podem ser utilizadas para minimizar os danos e garantir uma produção sustentável. “O tratamento de sementes é importante nesse momento, mas se o período seco continuar, a pressão dessas pragas iniciais aumenta, como é o caso do cascudinho-da-soja (Myochrous armatus). Quando as plantas têm germinação lenta o impacto deste inseto é maior, podendo ter perdas de plantas”, acrescenta a entomologista. Seca eleva risco de nematoides Além das pragas, a falta de água provoca estresse nas plantas, tornando-as mais suscetíveis ao ataque de nematoides. As raízes de plantas enfraquecidas pela seca são alvos mais fáceis para esses parasitas, que se alimentam de seus tecidos. O risco é significativo quando o produtor não tem conhecimento sobre a situação em sua área. Conforme a pesquisadora da área de nematologia da Fundação MT, Tania Santos, a falta de conhecimento sobre a infestação por nematoides em uma área de cultivo pode agravar significativamente os problemas, especialmente em anos de seca. Diagnosticar precocemente a presença desses parasitas é crucial para a adoção de estratégias de controle eficazes. “O uso de cultivares resistentes, a rotação de culturas, o controle biológico e, em alguns casos, a aplicação de nematicidas químicos, são ferramentas importantes nesse processo. A seca pode intensificar os problemas causados pelos nematoides, tornando o diagnóstico precoce e a adoção de medidas preventivas ainda mais essenciais”, pontuou Tania. A pesquisadora enfatiza, ainda, que para um controle eficiente dos nematoides, o primeiro passo é realizar um diagnóstico preciso. “A análise nematológica é a forma mais utilizada para identificar a presença e a quantidade de nematoides em uma área. Através dessa análise, é possível determinar a espécie, raça, população e a distribuição dos nematoides na área de cultivo, essas são informações essenciais para a escolha das estratégias de controle mais adequadas. Recomenda-se que essa análise seja realizada durante a safra vigente, ou seja, aproximadamente 70 dias após o plantio, para que o produtor tenha tempo de planejar de maneira assertiva a safra seguinte e adotar o manejo dos nematoides mais eficaz em sua área”, afirmou Tania. Canal Rural MT
Caroço e óleo de algodão atingem o nível mais alto dos últimos meses
O caroço e o óleo de algodão atingiram na última semana as maiores médias semanais dos últimos meses em Mato Grosso. A tonelada do caroço disponível ficou cotada em média a R$ 682,11, enquanto a do óleo a R$ R$ 4.908,57. Na variação semanal o caroço de algodão no estado apresentou alta de 3,35%, conforme o Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea). Já no comparativo com o período em setembro o incremento foi de 15,05%. O acréscimo no subproduto do algodão é decorrente da demanda para a alimentação animal, explica o Instituto, diante do aumento significativo no preço da arroba do boi gordo, fato que contribui para a intensificação do confinamento e a terminação dos animais. Ao se analisar o óleo de algodão, o acréscimo observado na variação semanal foi de 2,78% e na mensal de 10,52% em decorrência da demanda oriundas das indústrias. “Com o maior volume de subprodutos disponível no estado devido ao beneficiamento, somado à demanda mais aquecida, o cenário indica novas dinâmicas no mercado em relação ao observado nos últimos meses”, frisa o Imea. Canal Rural MT
Delegação da Aprosoja Mato Grosso avança com parcerias na Missão na China
Esta terça-feira (29) marca o segundo dia de agendas da delegação da Aprosoja MT na China. O primeiro encontro ocorreu com três pesquisadores chineses promovendo a troca de conhecimentos e experiências na área de agricultura. Na ocasião, o diretor do departamento de reforma e pesquisa do Ministério de Agricultura da China, Yan Hui apresentou pesquisas sobre soja e milho, além de estudos de políticas agrícolas nas zonas rurais da China. Yan Hui destacou que, no país, a agricultura é predominantemente realizada por pequenos produtores, com uma média de um hectare por propriedade. “Hoje, esses agricultores participam do mercado com incentivos do governo, já que o país enfrenta um déficit alimentar significativo devido ao alto número populacional”, afirmou. Ele ressaltou ainda a importância de culturas como soja e milho na segurança alimentar chinesa. Em seguida, o presidente da Aprosoja MT, Lucas Costa Beber apresentou as iniciativas de sustentabilidade dos produtores brasileiros. E destacou os centros de pesquisa da entidade, o Ctecno Parecis e Araguaia, que desenvolvem tecnologias para solos arenosos e siltosos. “Deixo o convite para que venham ao Brasil conhecer nossos sistemas de produção, que priorizam a preservação da água, o cuidado com o solo e o sequestro de carbono”, afirmou Lucas Costa Beber. O vice-presidente oeste da Aprosoja MT, Luiz Otávio Tatim ressaltou que a agenda foi importante para compreender como os chineses tem a falta de informações sobre a produtividade brasileira e os sistemas de produções. “Por isso, esperamos eles em Mato Grosso para mostrar a nossa maneira de produzir soja e principalmente o milho para que eles consigam ver de perto a nossa qualidade, sustentabilidade e os números que nós temos”, enfatizou Tatim. A segunda agenda do dia foi uma reunião com a Sinomach, onde foram discutidos temas como importação de maquinário e exportação de produtos agrícolas. O presidente da Sinomach Haina, Cai Jibo, compartilhou a história da empresa e as tecnologias inovadoras utilizadas em suas máquinas. O presidente da Cooprosoja, Fernando Cadore, também participou da reunião, destacando a relevância dessa parceria para o setor. A delegação agora segue para Harbin, que é a maior região produtora da China, localizada no nordeste do país, onde continuarão a construir laços e a fomentar práticas agrícolas sustentáveis. Vale ressaltar a comitiva ainda está composta pelo diretor administrativo da entidade, Diego Bertuol; o diretor financeiro, Nathan Belusso; o vice-presidente sul, Fernando Ferri e o diretor executivo, Wellington Andrade.
Soja: área semeada chega a 55,73% em Mato Grosso
As instabilidades climáticas tem causado atraso na semeadura da soja em Mato Grosso, e vem gerando apreensão entre os produtores com relação ao milho segunda safra. O alerta foi feito pela Associação dos Produtores de Soja e Milho de Mato Grosso (Aprosoja Mato Grosso). “Estamos aí com as chuvas chegando agora no estado de Mato Grosso. Ainda não está 100% regular, mas temos que considerar que tivemos um atraso bem expressivo esse ano no plantio da soja, o que pode comprometer a próxima safra do milho”, pontuou o presidente da Aprosoja Mato Grosso, Lucas Costa Beber, nesta semana. Em Campo Novo do Parecis, região oeste do estado, a soja deve ocupar cerca de 375 mil hectares no município. De acordo com o presidente do Sindicato Rural do município, Antônio César Brólio, em entrevista do Canal Rural Mato Grosso, cerca de 30% apenas da área havia recebido as sementes. Segundo Antônio Brólio, a soja que germinou no município perdeu o vigor pela falta de umidade, diante da escassez hídrica observada. “A gente faz a conta de 6% a 7% dessa área de Campo Novo do Parecis que o pessoal já tirou o pé e vai esperar uns dias para a frente plantar direto o algodão. Melhor você plantar uma safra só. Mas, que seja bem plantada. Mas, temos aí uma preocupação com o milho. Sabemos que muito tarde não produz bem. Tomara que esses mapas de chuvas sejam realistas e que essas chuvas venham a cair nos próximos dias, porque estamos precisando mesmo”, disse ao Canal Rural Mato Grosso.
Governador sanciona lei contra empresas que aderirem à moratória da soja
O governador Mauro Mendes sancionou, nesta quinta-feira (24.10), a lei aprovada pela Assembleia Legislativa que restringe a concessão de benefícios fiscais a empresas que aderirem à moratória da soja no estado. O documento deverá ser publicado na próxima edição do Diário Oficial. O texto sofreu vetos em apenas dois incisos, por questões de ordem jurídica, mas manteve o seu propósito original de proteger as atividades dos produtores mato-grossenses. A moratória da soja é um acordo de 2006 firmado entre algumas empresas exportadoras, que veda a compra de soja plantada em áreas desmatadas da Amazônia, ainda que o desmate tenha ocorrido dentro da lei. “Nosso país é soberano e nenhuma empresa pode descumprir as nossas leis ambientais, que são as mais restritivas do mundo. Continuaremos sendo o maior produtor de alimentos do Brasil, referência em competitividade, e fazendo tudo isso de forma sustentável”, declarou o governador. Mauro Mendes lembrou que o Brasil tem a legislação ambiental mais restritiva do mundo e que Mato Grosso cumpre rigorosamente o Código Florestal. “No bioma Amazônico, o proprietário de terras pode usar apenas 20% da área, sendo obrigatório preservar os 80% restantes. A maioria dos produtores apoia a aplicação da lei, reconhecendo que o desmatamento ilegal prejudica o meio ambiente, a imagem do país e do estado, e impacta negativamente o agronegócio”, completou. De acordo com o vice-presidente da Associação dos Produtores de Soja e Milho de Mato Grosso (Aprosoja-MT), Luiz Pedro Bier, a sanção ao projeto de lei demonstra o compromisso do governador com a classe produtiva. “O governador Mauro Mendes prometeu combater a moratória da soja e ele cumpriu a palavra, ele cumpriu a promessa. Houve um grande diálogo com a associação e todos ganham com isso”, declarou ele. A deputada federal coronel Fernanda também pontuou a importância dessa legislação para defender os produtores mato-grossenses. “O que defendemos é a extinção da moratória, defendendo cada vez mais os produtores rurais. E essa ação vai reforçar mais ainda essa caminhada, esse movimento que estamos fazendo, especialmente aqui em Mato Grosso”, afirmou. A lei A lei sancionada pelo governador estabelece novos critérios para a concessão de incentivos fiscais no âmbito do estado de Mato Grosso e, na prática, impede a concessão para as empresas adeptas da moratória da soja. Conforme o texto, ficam vedados os benefícios fiscais e a concessão de terrenos públicos a empresas que “participem de acordos, tratados ou quaisquer outras formas de compromissos, nacionais ou internacionais, que imponham restrições à expansão da atividade agropecuária em áreas não protegidas por legislação ambiental específica, sob qualquer forma de organização ou finalidade alegada”. A lei prevê que o descumprimento dessas regras resulta na “revogação imediata dos benefícios fiscais concedidos e na anulação da concessão de terrenos públicos”, prevendo até mesmo que a empresa tenha que devolver o benefício recebido de forma irregular, “bem como a indenização pelo uso de terreno público concedido em desacordo com este diploma”. “As empresas interessadas na obtenção dos incentivos fiscais decorrentes do módulo previsto no inciso I do parágrafo único do art. 1º da referida norma, não poderão estar organizadas em acordos comerciais nacionais ou internacionais que restrinjam mercado a toda produção de propriedades rurais que operam legalmente, ocasionando perda de competitividade do produto mato-grossense e obstrução ao desenvolvimento econômico e social dos municípios”, consta em outro trecho da lei.
Capitais do agronegócio no Centro-Oeste acumulam problemas sociais
Na safra 2022/2023, o Brasil produziu cerca de 323 milhões de toneladas de grãos, volume 18% maior do que no ciclo anterior. O resultado contribuiu para que o Produto Interno Bruto (PIB) da agropecuária registrasse crescimento de 15,1%, bem acima da alta da indústria (1,6%) e do setor de serviços (2,4%). Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a alta na agropecuária decorreu especialmente do crescimento da produção e do ganho de produtividade. A soja (27,1%) e o milho (19,0%) bateram recordes de produção na série histórica. Essas culturas têm entre seus principais produtores os estados de Goiás, Mato Grosso e Mato Grosso do Sul. Contrariando expectativas positivas, as capitais desses três estados apresentam indicadores sociais que contrastam com a pujança econômica capitaneada pelo agronegócio. Campo Grande, Cuiabá e Goiânia têm PIB per capita abaixo do indicador nacional (R$ 50.193,72). Na terceira década do século 21, nenhuma das três capitais atingiu a universalização do esgotamento sanitário. Todas estão longe de liderar os índices de escolarização e de ter as menores taxas de mortalidade infantil, conforme dados da plataforma Cidades e Estados do Brasil, mantida pelo IBGE. Indicadores Campo Grande, a 17ª cidade brasileira mais populosa, ocupa o 3.412º lugar em salário médio entre 5.570 localidades. Há mais de 2.060 cidades brasileiras com melhores percentuais de escolarização entre crianças e adolescentes (6 a 14 anos) do que os da capital sul-mato-grossense e quase 3 mil municípios com taxas menores de mortalidade infantil (11,9 em mil nascidos vivos). Apenas 16,6% dos domicílios campo-grandenses têm tratamento de esgoto. Cuiabá, a 31ª cidade com maior população no país, está no 4.692º lugar na escolarização das pessoas da faixa etária correspondente ao ensino fundamental. A capital de Mato Grosso é ultrapassada por mais de 3.380 cidades em taxas de mortalidade infantil (13,63 em mil nascidos vivos). Um quinto dos domicílios não tem tratamento de esgoto. Décima cidade mais populosa do Brasil, Goiânia é a 4.281ª localidade na escolarização de crianças e adolescentes de 6 a 14 anos. A sede dos Poderes de Goiás tem cerca de um quarto dos seus domicílios sem esgoto sanitário, e a taxa de mortalidade (10,17 em mil nascidos vivos) é pior do que a de mais de 2,5 mil cidades brasileiras. Disparidades brasileiras Para o coordenador-geral do Programa Cidades Sustentáveis, Jorge Abrahão, os indicadores acima assinalam a “disparidade” entre as condições dessas capitais da Região Centro-Oeste para enfrentar seus problemas e adotar políticas públicas efetivas. “São cidades ricas no sentido de terem recursos e capacidade para estruturarem serviços. Muito maior do que a quase totalidade das cidades brasileiras”, pontua Abrahão. Ele avalia que as três cidades “concentraram um grau de desenvolvimento, por conta do agronegócio, bastante elevado nos últimos tempos, mas reproduzem o modelo que acontece no país.” Em um estudo para as eleições municipais deste ano, o Instituto Cidades Sustentáveis compilou outros indicadores socioeconômicos para mostrar, a eleitores e candidatos a prefeito e vereador, grandes desafios para administrar cidades brasileiras – como violência, violações de direitos humanos e emissão de gás carbônico (dióxido de carbono – CO2). Mortes de negros e indígenas Em Campo Grande, Cuiabá e Goiânia, jovens negros e indígenas do sexo masculino (15 a 29 anos) morrem mais assassinados do que rapazes e adultos brancos e amarelos. Em Cuiabá, a taxa de homicídios é de 10,13 jovens pretos, pardos e indígenas por 100 mil habitantes – dez vezes acima da taxa de brancos e amarelos (0,95). A diferença das taxas de homicídio dos diferentes grupos populacionais repercute na idade média ao morrer. Em Goiânia, brancos e amarelos morrem em média com 71,3 anos – 7,4 anos a mais que negros e indígenas, que em média morrem com 64,2 anos. Além das discrepâncias raciais, o Instituto Cidades Sustentáveis também verifica desigualdades de sexo/gênero. Nas três capitais do Centro-Oeste, os homens ganham mais que as mulheres. Em Goiânia, a diferença de rendimentos é de 28,03%. Em Cuiabá, de 22,9% e em Campo Grande, de 18,95%. Nas três cidades, também é diminuta a participação de mulheres no comando das secretarias municipais. Em Campo Grande, as mulheres ocupam 38,5% das secretarias municipais. Em Cuiabá, esse percentual é de 29,4%. Em Goiânia, a proporção é ainda menor: 17,7%. Participação Um ponto positivo é que as três cidades implantam a maioria das políticas de participação e promoção de direitos humanos com a instalação de conselhos recomendados em lei como os conselhos tutelares e conselhos para a promoção de direitos humanos, dos direitos da criança, dos direitos de pessoa idosa; direitos de pessoa com deficiência; direitos de lésbicas, gays, bissexuais, travestis e transexuais; direitos de igualdade racial ou conselho municipal dos povos e comunidades tradicionais. Cuiabá implantou 85,7% dessas instâncias participativas, enquanto Campo Grande e Goiânia têm 71,4% desses conselhos em funcionamento. Por fim, o Instituto Cidades Sustentáveis observa baixa capacidade de gestão de riscos e prevenção aos eventos climáticos nas três capitais do Centro-Oeste. Nenhuma das cidades alcança a metade de estratégias recomendadas para planejamento e gerenciamento de riscos como de desastres decorrentes de enchentes, inundações graduais, enxurradas, inundações bruscas, escorregamentos ou deslizamento de encostas. Se faltam planejamento e gerenciamento de risco na temporada de chuvas, os municípios podem sofrer com a seca e as queimadas no bioma Cerrado que favorecem a emissão de CO2. Cuiabá e Campo Grande estão entre as quatro cidades brasileiras com maiores emissões líquidas de gás carbônico: 3,81 toneladas por habitante na capital de Mato Grosso e 4 toneladas por habitante em Campo Grande. Conforme noticiado pela Agência Brasil, o desmatamento no Cerrado gerou a emissão de mais de 135 milhões de toneladas de CO2, de janeiro de 2023 a julho de 2024. Agência Brasil
Mapa divulga lista de 12 marcas de azeite fraudadas e impróprias para consumo
O Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) emitiu um alerta de risco aos consumidores sobre a comercialização das marcas de azeite de oliva Grego Santorini, La Ventosa, Alonso, Quintas D’Oliveira, Olivas Del Tango, Vila Real, Quinta de Aveiro, Vincenzo, Don Alejandro, Almazara, Escarpas das Oliveiras e Garcia Torres que são fraudadas e impróprias para consumo. As análises detectaram a presença de outros óleos vegetais não identificados na composição dos azeites, comprometendo a qualidade e a segurança dos produtos. Os produtos também representam risco à saúde dos consumidores, dada a falta de clareza sobre a procedência desses óleos. Algumas das empresas responsáveis por essas marcas estão com CNPJs suspensos ou baixados pela Receita Federal, o que reforça a suspeita de fraude. A comercialização desses produtos configura uma infração grave, e os estabelecimentos que continuarem a vendê-los poderão ser responsabilizados. Segundo o Mapa, as fiscalizações e coletas de amostras são conduzidas pelo Departamento de Inspeção de Produtos de Origem Vegetal da Secretaria de Defesa Agropecuária, com análises realizadas no Laboratório Federal de Defesa Agropecuária (LFDA). Com base nos testes físico-químicos, os produtos foram desclassificados por não atenderem aos padrões de identidade e qualidade estabelecidos pela Instrução Normativa nº 01/2012, sendo considerados impróprios para consumo. CONSUMIDOR Consumidores que adquiriram essas marcas devem interromper o uso imediatamente e buscar a substituição conforme previsto no Código de Defesa do Consumidor. Já as denúncias sobre a venda de produtos fraudulentos podem ser feitas por meio do canal oficial Fala.BR, com a indicação do local de compra. Esta operação faz parte de uma série de ações do Mapa para combater fraudes no mercado de azeites, que é apontado como o segundo produto alimentar mais fraudado no mundo. DICAS Para evitar ser enganado, alguns cuidados devem ser tomados na hora de escolher os produtos, como desconfiar de preços abaixo da média, se possível verifique se a empresa está registrada no Mapa, não comprar azeite a granel, estar atento à data de validade e aos ingredientes contidos e optar por produtos com a data de envase mais recente.
Plantio da soja atrasa em MT e já preocupa produtores rurais com semeadura do milho na segunda safra
O clima que toma conta na produção de soja em Mato Grosso na safra 24/25 é de incertezas. Aliás, falando em clima, a falta de chuva é o principal fator para que o maior produtor de soja do país esteja com apenas 25% da área plantada até aqui. Com isso, os produtores de todo estado já ficam preocupados com a semeadura do milho na segunda safra. Em comparação com o mesmo período do ano passado, o atraso chega a 35%. Segundo o Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea), em outubro de 2024, mais de 60% da soja já havia sido semeada no estado. E se for levar em consideração, a média dos últimos cinco anos, o atraso é de quase 20%. Na região de Carlinda, muitos produtores começaram a plantar agora como contam o produtor e delegado coordenador do Vale Teles Pires da Aprosoja MT Mateus Berlanda e o produtor Willian Piloni. “Alguns produtores iniciaram o plantio em setembro, mas muito poucos, porque a maioria está soltando o plantio essa semana e outros ainda vão soltar”, disse Mateus. “O meu plantio iniciei dia 8 de outubro e até o momento tem apenas duas chuvas acumuladas, e estou com 40% da área plantada. A minha expectativa é que dê um clima bom e que a gente consiga ter uma produtividade alta. A agricultura é uma atividade de incertezas, todo ano a gente enterra todo o capital e fica esperando com o joelho no chão o resultado com a colheita”, comentou Willian. Em Nova Canaã do Norte, a situação não é diferente. Segundo o produtor Roberto Calzolari o atraso no plantio também foi afetado pela estiagem, mas o início das chuvas já faz ele ter mais expectativas. “Começou um pouco preocupante, porque iniciou a chuva no comecinho de outubro, fugiu um pouco, mas agora retomou. Acredito que já tem uns 40% do plantio realizado e que daqui para frente as coisas se normalizem”, afirmou Roberto. Pedro Calzolari, que trabalha junto com o seu pai Roberto, destaca que em sua propriedade eles só trabalham com a previsão do tempo. “Temos que ficar de olho sempre de 10 a 15 dias, porque só assim montamos uma grade de serviço”, disse Pedro. Na safra 23/24, os agricultores mato-grossenses produziram cerca de 39 milhões de toneladas da oleaginosa. E para safra 24/25, a estimativa do Imea é de um aumento de aproximadamente 12,8%. Mas tudo vai depender se o clima vai continuar ajudando e para o diretor administrativo da Aprosoja MT, Diego Betuol o atraso no plantio afeta não só a safra de soja, mas a próxima safra de milho também. “Tem municípios que ainda nem conseguiram começar o seu plantio, devido ao índice pluviométrico de 10, 15, 20mm. Isso traz insegurança para o produtor porque ele não consegue ter sua planta em condições ideais. O que preocupa ainda mais é a segunda safra de milho, hoje nós estamos falando em quase um mês de atraso de chuvas contínuas. Nós sabemos que 90% da safra de milho do estado de Mato Grosso advém da sua segunda safra, então isso compromete totalmente sua produtividade, tem produtores que não vão investir tanto e alguns decidiram que nem vão plantar mais”, finalizou Bertuol.
Aprosoja aponta dificuldades de produtores com serviço de energia elétrica no campo
Fiações antigas, postes caídos, interrupção frequente no fornecimento de energia, redes sem manutenção ou pouca capacidade estão entre as principais reclamações de produtores rurais de Mato Grosso com o fornecimento de energia no estado nos últimos meses. E com a chegada do período de chuvas, a preocupação aumenta ainda mais. Nas últimas semanas houve o agravamento de problemas, que comprometem o funcionamento de equipamentos essenciais para a produção agrícola, como armazenagem, sistemas de irrigação, maquinário, emissão de notas fiscais, além da própria segurança de trabalhadores e da população, com as evidentes ameaças de incêndio. Com a falta de retorno dos problemas por parte da concessionária de energia, produtores tem tirado do próprio bolso para contratarem prestadores de serviços particulares, uma vez que a produção não pode parar, como na região de Sorriso, do produtor e delegado coordenador da Aprosoja MT Adalberto Grando. “Aqui oscila demais, dá muito problema de queima de equipamentos, o sistema de irrigação por exemplo tem uma defesa para isso, e quando ele dispara esse dispositivo, ele para, e aí a gente tem que correr atrás para buscar peça, conseguir voltar a funcionar e infelizmente isso está muito frequente com chuva ou sem chuva”, disse Adalberto. Para tentar minimizar os danos sofridos pelos produtores, a Aprosoja MT se reuniu com representantes da Energisa nesta quarta-feira (16.10) para pedir mais celeridade na manutenção de rede existente e a expansão de fornecimento. Isso porque, na medida em que a tecnologia no campo avança, a estrutura também precisa avançar como afirma o diretor administrativo da Aprosoja MT, Diego Bertuol. “Mato Grosso está em expansão, porém a rede de energia não caminha junto, o déficit é muito gritante. Além de necessitarmos de uma maior capacidade, precisamos da manutenção da atual rede. Armazéns, algodoeiras, irrigação, fazendas que estão impedidas de desenvolver com sustentabilidade e dignidade, impactando no município negativamente, principalmente a parte social”, ressalta Bertuol. O diretor da Aprosoja MT que também é produtor rural sente na pele as dificuldades pelo serviço energético prestado, enfatizando que além de conviver com as incertezas do clima em 2024, e com outros fatores como a menor oferta de crédito rural, o produtor não poder contar com um serviço de energia de qualidade. “Dentro da fazenda ficamos com perca na irrigação, manutenção paralisada, escritório sem poder fazer o trabalho administrativo, sementes sem poder fazer o tratamento e impedindo o plantio eficaz. Isso é só um pouco do que o produtor passa, sem suporte algum de uma empresa que tem o monopólio no Estado, serviço precário, de péssima qualidade e vergonhoso”, afirmou Diego. A instalação de novas empresas e investimentos no agronegócio também está sendo afetado em Mato Grosso por falta de qualidade na distribuição de energia como afirma o vice-presidente da Aprosoja MT Luiz Pedro Bier. “Principalmente no período das chuvas as quedas de energia são frequentes e não há energia suficiente em regiões como Gaúcha do Norte, por exemplo, para instalação de novos armazéns comerciais e isso impede que novas empresas venham se instalar nessas regiões”, destacou Bier. Os representantes da Energisa presentes na reunião se comprometeram em encontrar soluções rápidas para diminuir o prejuízo dos produtores em caso de rompimento do fornecimento de energia. Além disso, irão realizar um estudo nas regiões mato-grossenses para identificar quais os pontos que mais necessitam do aumento de oferta de energia elétrica.